Lázzaro pensou ter ouvido ela conversando com alguém, ouviu corretamente a voz de um homem e não gostou nenhum pouco. Não se importou também em demonstrar isso.
— Com quem estava? — indagou olhando ao redor vendo apenas pessoas desconhecidas por ele.
— Ah, eu vim beber água e tinha um homem aqui batendo no bebedouro mas ele já foi. — explicou calmamente.
— Quem era?
— Não sei. Nunca o vi antes e também não nos apresentamos. — ela era tão sincera que o fez se acalmar.
Lia não entendeu muito bem as perguntas mas fez questão de responder sem hesitação.
— Vamos para o tribunal. — informou puxando sua mão pequena.
— Não deu certo um acordo? — perguntou ela tentando acompanhar o passos dele.
— Não. Ela ainda quer meu dinheiro e o resultado
Lia ficou estagnada sem reação por vários minutos, Nádia já havia sumido de sua vista. A garota engoliu a saliva dolorosa e voltou para o quarto, nem fome mais ela tinha. Não se conteve quando lágrimas quiseram fugir dos seus olhos, ela começou a chorar e se deitou na cama até que dormiu.No dia seguinte, tomou um banho rápido, vestiu uma roupa casual que nunca tinha usado antes. Lembrou-se de quando sua mãe chegava em casa após um dia de trabalho com vários presentes para ela, Luzia sempre dava tudo para a filha.Lia ainda estava com fome pois não havia jantado, mas também se recusaria a tomar café da manhã correndo o risco de encontrar Lázzaro lá. Sabia que era apenas um casamento de fachada e isso não diminuiu a dor no peito. Ele não devia nada a ela, claro que não iria demonstrar mas também não podia
— O que?! — Lia quis sorrir — De verdade, euprecisoque você saia. — o olhar suplicante deu força para que ela continuasse lá.Sabia bem que quando alguém está triste e finge não querer falar sobre ou finge não querer atenção, é quando mais querem e precisam de companhia.— Você não tem uma TV no quarto? — mudou de assunto vasculhando as paredes com o olhar.— Lia... — tentou protestar mas ela achou um controle ao lado da cama.— Esse controle é de onde? — questionou analisando o pequeno aparelho.Ele bufou se dando por vencido.Por enquanto...— Da minha TV. — disse e pegou da mão dela apertando um botão.Logo a parede se abriu dando espaço para um grande painel com uma televisão gigante e uma lareira decorada com
Quando Lia saiu atordoada do quarto de Lázzaro, ela sem querer esbarrou em Magdalena que levava o chá infalível dela para o homem adoentado, que já parecia bem melhor para o gosto da garota já que estava provocando-a segundos atrás.— Oh, desculpe! — Lia exclamou nervosa.— Sem problemas. Trouxe o chá dele. — ela informou.— Ele está esperando lá dentro. Fique a vontade. — a moça deu um sorriso gentil e correu para o quarto ao lado com as bochechas coradas.Ao entrar no quarto se concentrou apenas em comer. Comeu toda a comida e estava realmente muito gostosa, no entanto ela não gemeu como Lázzaro ao se deliciar com a refeição.O dia passou lentamente, nenhum dos dois conseguiam tirar da cabeça as imagens de mais cedo. Parecia algo diferente começando a surgir.Era noite quando a governanta veio
O fim de semana chegou. No decorrer dos dias, Lázzaro foi à empresa três vezes por apenas quatro horas, dava suas ordens, via como estavam as coisas e voltava para casa, para sua solidão diária. Após o acontecido com Lia, ele não quis mais vê-la porque chegou à infeliz conclusão de que também estava gostando dela. No entanto, a partir daquele dia, começou uma paixão repentina por filmes, assistia sem parar em suas horas vagas.As vezes, quando passava pela porta do quarto dela, ouvia a voz suave e doce cantarolando canções desconhecidas baixinho, ele também sentia o cheiro dela que incendiava todo o corpo másculo e o deixava duro.A rotina da jovem não estava tão diferente. Ela começou uma inesperada amizade com Magdalena e já estava bem apegada, todos os dias ia até a cozinha e fazia companhia à ela e até
Lázzaro já havia chegado em casa, estava andando de um lado para o outro sentindo como se sua mente e seu coração estivessem contra ele. De repente não tinha mais controle sobre ele mesmo? Era inaceitável, porém um fato.Foi até a mesinha de canto e serviu-se de mais um copo com uísque, já havia bebido mais de seis. Encostou-se na mesa e levou o copo até a testa sem saber o que fazer. Sabia que gostava dela, teve certeza quando sentiu muito ciúmes ao vê-la junto a Hayden mais uma vez, também sabia que estava sendo egoísta. Já que ele não podia, ninguém mais podia? Era isso que ele se perguntava a todo instante.Voltou a si ouvindo o barulho de alguém batendo na porta. Foi até lá e abriu-a, vendo o belo rosto de Lia desfeito em tristeza. Doeu muito nele vê-la daquele jeito, foi o mesmo olhar que viu nela quando a encontr
Fazia cinco dias desde que Lia fora embora. As rotinas não muito diferentes desde então, Lázzaro vivia trancafiado dentro do escritório resolvendo pendências de suas empresas e quando não era isso, estava dentro do quarto vendo filmes e bebendo até dormir.Mesmo inconformado com a partida dela, o homem orgulhoso não foi atrás. Era melhor assim, afinal não era isso que ele queria? Afastá-la? Por fim conseguiu e não iria deixar seus sentimentos insignificantes atrapalhar a vida de uma moça cheia de sonhos e com um futuro brilhante pela frente.Não queria ser egoísta.A jovem estava gostando muito de morar com Magdalena, a senhora também estava muito feliz, talvez até mais que a menina. Sempre acostumada a viver sozinha pois nunca tivera filhos, tinha agora alguém para conversar e quase chegava perto de uma família, Mag já amava
O dia estava começando a esfriar, aquele calor da manhã e início de tarde começava a se esvair, o sol ainda estava lá, mas não mais sua quentura. O céu estava extremamente azul ainda, faltava pouco para o anoitecer, era por volta das três horas.— Como tem passado todos esses dias? — Lia perguntou a Lázzaro sentando-se em um banco estofado na lancha.— Bem. — mentiu secamente — E você?— Bem também. — também mentiu.— Quer conhecer lá dentro? — o homem apontou para a pequena cabine branca.— Sim, nunca estive em uma lancha. É o máximo toda essa vista. — revelou animada.Havia um pequeno buraco perto da entrada para o cubículo, Lázzaro o fez para que quando chovesse não ficasse água parada correndo risco de criar mofo ou mosquitos transmissores de d
Lia HamiltonFoi por um triz. O que estava acontecendo ali? Parecia que estávamos dentro de uma bolha só nossa, como se nada nem ninguém ao redor existisse, somente nós dois. Olhei bem para o rosto de Lázzaro mais uma vez, percebendo seu maxilar enrijecido e seu aperto na minha cintura ser um pouco mais forte antes de me soltar de vez.Meu corpo estremeceu. Por tudo que senti.Os lábios começaram a soltar palavrões baixos, antes de se afastar ainda pude sentir a respiração acariciando minha pele. Os mesmos lábios que pensei que iriam encostar nos meus, agora já não estavam mais tão perto.Eu estava tão pronta para que ele me beijasse, pensava como seria ter ele assim. Será que eu conseguiria atender suas expectativas? Um beijo com ele seria lento ou mais agressivo? Quase chorando de frustração eu me afastei também, observand