Lazzáro Bartholomeu
Eu não podia crer no que estava vendo ou no que estava sentindo. Estava pensando como um filho da mãe possessivo de merda. Lia jamais desistiria de mim tão rápido assim, isso poderia ser um engano, mas não diminuía minha raiva em ver outro homem encostando nela.
Me aproximei lentamente até que percebessem minha presença e eu não esperava reação diferente dela. Seus olhos brilharam em felicidade, o rosto abatido mudou em segundos, mas estava surpresa, nervosa. O rapaz não largou a mão dela, eu fiz questão de dar meu olhar mais desaprovador possível, ele pareceu ter entendido o recado quando soltou-a.
— Oi. — falei olhando para ela querendo muito beijá-la.
— Oi. — respondeu de forma emocionada, mas seca.
— Lia, foi um prazer te ajudar. Quando quiser, é só me pedir.
No dia seguinte, Lazzáro acordou com Lia em seus braços após uma noite intensa de amor matando a saudade. Estavam os dois flutuando, apaixonados, se amando mais do que nunca, era tudo um sonho real, mas bem dentro do peito, a jovem tinha um aperto sem explicação, no entanto não disse nada, jamais estragaria aquele momento tão sonhado por ela. Queria acreditar que nada de ruim aconteceria embora seu interior dissesse outra coisa.Lazzáro a levou até o trabalho dela após tomarem café da manhã juntos na casa de Magdalena, despediu-se de forma calorosa dentro do carro e só então, foi para sua casa, onde finalmente encontraria Marjorie para discutir o plano dela de quinze dias atrás.Ele estava tenso demais quando chegou em casa. Os empregados já estavam todos carregando a mudança para os caminhões do lado de fora. Seus olhos encontraram a traidora N
Mais cedo naquele dia...Enquanto Lia cuidava dos animais alegremente em seu trabalho, só conseguia pensar em Lazzáro e em como estava feliz por ele ter descoberto toda a verdade, por ele ter a chance de se recuperar, por estarem juntos sem barreiras agora e em como o amava tanto que até doía o peito. Juntando a isso também não conseguia mais ignorar o aperto no peito que estava sentindo desde o raiar do dia. Estava com um pressentimento ruim que só aumentava a cada instante.— Lia, você pode fazer os pedidos dos produtos para mim hoje? — Michael perguntou evitando contato visual com ela.— Claro. — a jovem apenas assentiu. — Onde está o papel?— Aqui. — entregou a ela uma prancheta com tudo que estava faltando.Lia terminou com os animais lá dentro e se encaminhou para a recepção onde tinha o computador para assim c
Por uma pequena fração de segundos, Lia pensou ter conseguido chegar até a porta, porém quando foi girar a maçaneta para abrir, estava trancada. Ela deu um grito quase de derrota quando seus cabelos foram agarrados fortemente por Hayden que a puxou de volta até o andar de cima.— Me larga! — exclamou com raiva tentando se desvencilhar.— Lia, você acabou de fazer uma grande besteira. — a voz dele estava calma de forma doentia.— Que besteira? Era o Lazzáro que você queria não era? Eu disse para ele não vir. Terá de se contentar somente comigo. — disse ela na defensiva.— Acha que se ele te ama, não irá vir mesmo você tendo dito para não fazer isso? — ele riu — Você não foi tão inteligente agora como foi quando arruinou meu plano.— Hayden, você n&atil
Os médicos socorristas da ambulância entraram correndo porta a dentro quatro minutos depois de Lia ter desmaiado em cima do corpo de Lazzáro, tamanha era a dor que não suportou continuar de olhos abertos ou consciente.Enquanto a jovem recebia atendimento ainda desacordada, outros médicos tentavam reanimar Lazzáro dentro da ambulância, ele havia perdido muito sangue, por isso o corpo gelado, mas o coração ainda batia, muito fraco mas batia.Após várias e várias tentativas fracassadas de tentar fazê-lo abrir os olhos no caminho para o hospital, decidiram entrar com ele ainda do mesmo jeito para a sala de cirurgia com urgência. Sua vida estava por um fio.Lia seguia desacordada numa cama de hospital após ter sido levada no carro da polícia. Magdalena chegou ao local desesperada sem saber o que estava acontecendo, apenas tinha recebido a notícia no tra
Por horas eles ficaram abraçados naquela cama de hospital. Lazzáro ainda não conseguia falar muita coisa por causa dos remédios e anestesia que precisou tomar, no entanto não era preciso porque as batidas do coração falavam por ele. Lia não o soltou, não queria e não conseguia fazer isso quando sentiu demais o peso da sensação de ficar sem ele, ela tinha a necessidade desde então de prolongar qualquer toque ao seu amor.— Eu te amo tanto. — disse ela acariciando o rosto dele depois de muito tempo em silêncio.Estava ansiosa em contar para ele sobre a gravidez, mas não era o momento, tinha em mente que ele mal conseguia se mover, talvez ainda nem entendesse o que ela falaria, por isso decidiu esperar até que ele se recuperasse.Engano dela, ele estava entendo tudo, sentindo tudo e seu silêncio era causa somente da anestesia, mas logo el
Três semanas haviam se passado desde a cirurgia e também após Lia ter contado que Hayden conseguira fugir. Ela tentou ser o mais sutil possível pois não queria omitir nada do homem que amava mas também temia o deixar nervoso, o que talvez complicaria o corte dele. No entanto tudo ocorreu bem.Marjorie junto com toda a equipe da polícia estavam a todo vapor trabalhando para encontrá-lo. Enquanto isso, Joyce, Nádia e os médicos fraudulentos aguardavam julgamento.A notícia de que seria pai deixou o coração de Lazzáro totalmente deslumbrado e livre de qualquer fúria que pudesse atrapalhar o momento mais lindo que já viveu na vida. Lia o amava tanto que dedicava cada hora do seu dia para cuidar dele com prazer. Fazia questão até mesmo de ajudá-lo a se barbear. Acabou ficando tão ocupada que os gatinhos que adotou passaram a querer mais
Lia HamiltonEu não conseguia mais me levantar da cama sozinha, ou passar mais de dez minutos sem ir ao banheiro, todos os dias era uma vontade incontrolável de comer coisas estranhas como por exemplo a grama do nosso jardim ou a ração dos meus gatinhos. Loucura, eu sei. Mas eu não comi. Lazzáro e Magdalena passaram a alimentar os gatos e a me vigiarem quando eu ia tomar sol no jardim ou na praça.Eu estava com oito meses de gestação, era uma menina, Marie Alice. A felicidade que senti não cabia em meu peito, o pai dela sempre me mostrou ser o melhor homem do mundo e em todo o momento ele só fazia aumentar o amor e a admiração que eu tinha por ele. O amor da minha vida, o homem que eu nunca pensei ter e tinha e amava mais que tudo, ele e a nossa bebezinha.— Bom dia, meu amor. — meu marido entrou no quarto e se jogou na cama ao meu lado — Você &eacu
Lazzáro BartholomeuBeijei os lábios doces de Lia e sorri quando me afastei encostando nossas testas, ela me devolveu um sorriso puro de imensa alegria. Ali abraçando as duas pessoas que eu mais amo no mundo, eu percebi que todo o sofrimento e aflição que passei, perdeu a força diante da felicidade do momento em que segurei minha filha nos braços. Se existe amor maior, me contem. Eu desconheço. O sentimento era tão forte que eu cheguei a pensar que fosse explodir, estava extasiado.Eu não conseguia mais lembrar do sofrimento de quando recebi a notícia que iria morrer, das noites de angustia que passei sem poder ter Lia ao meu lado, das vezes que fiz amor com ela e depois a fiz sofrer dizendo para não me amar. Tudo isso sumiu de dentro de mim, eu só queria ser carregado de cosias boas e eu estava cheio delas. Meu mundo todo estava em meus braços, Lia e Marie Alice.A