5 – Satan

Vi o senhor Oslon sentado, me esperando. Era um homem de quase 40 anos, não muito mais velho que minha mãe. Sentei e conversei um pouco até nossas bebidas chegarem.

— Senhor Oslon, quero que me prometa uma coisa, não importa o que eu diga. O senhor não falará nada com minha mãe. É importante que toda essa conversa fique entre nós dois. — Ele assentiu.

— Preciso saber se minha mãe tem alguma dívida ou alguma hipoteca para pagar. — Fui direto ao ponto.

— Ela não tem nenhuma dívida para pagar, mas a hipoteca da casa dela ainda está vencida. Ela deveria ter sido paga há meses, mas, como ela adoeceu, não pôde fazer isso, e o tribunal emitiu uma notificação judicial informando que, se ela não conseguisse pagar o preço da casa até o final deste mês, deveria deixá-la imediatamente. — ele me explicou.

Isso significa que o Aiden não estava blefando. Ele estava falando sério.

— Você está bem, senhorita Carter? — perguntou preocupado.

— Sim, estou bem, obrigada, senhor Oslon, por me dar seu tempo.

Saí do café atordoada. O senhor Oslon havia me dito que a dívida era de cerca de cinquenta mil e eu não tinha esse dinheiro em mãos.

Eu estava tão ocupada com meus pensamentos que não vi o ônibus se aproximando quando, de repente, alguém me puxou para trás e eu colidi com um peito quente.

— Você é louca ou o quê?! — ele me perguntou.

— Eu... eu... — Meu corpo inteiro tremia de medo. Estava tão perto... se ele não tivesse me puxado...

Olhei nos olhos do meu salvador. Olhos escuros me encaravam com raiva.

— Você realmente deveria tomar cuidado por onde anda. — Eu estava sem palavras. — Venha comigo, pequena. — disse ele. Não protestei. Não conseguia. Estava muito abalada com tudo.

Ele me levou até o carro dele, me empurrou para dentro do banco do passageiro com cuidado e me colocou o cinto de segurança. Ele dirigiu em silêncio. Fiquei surpresa ao encontrá-lo dirigindo o carro. Ele não era algum tipo de multimilionário ou algo assim? Talvez ele tenha outros hobbies mais interessantes do que arruinar a minha vida.

Ele entrou em uma garagem e desafivelou meu cinto de segurança.

— Vamos, pequena, estamos aqui em casa. — Eu não queria me mover. Ele se encolheu, colocou uma mão embaixo de mim e a outra embaixo da minha cabeça e me pegou no colo como se eu não pesasse nada. Me carregando assim em direção ao elevador.

Aiden me colocou em cima de algo. Sua bancada de café da manhã?

— Aqui, beba isso. — Peguei a água e a engoli de uma só vez, acabando por tossir violentamente. Ele balançou a cabeça em desaprovação.

— Por que você está sempre com tanta pressa, pequena? Você pode acabar morrendo.

Olhei para ele com seriedade. Ele é o único que atrapalha minha vida perfeitamente planejada.

— Como você está sempre presente em todos os lugares? — De repente me preocupei de estar sendo vigiada.

— Sou dono de metade dos prédios em Nova York, pequena, incluindo o apartamento em que você mora com sua melhor amiga e o café em que você estava hoje. Eu estava apenas verificando todos os meus negócios uma vez por mês, e essa será sua função quando você se tornar minha secretária. — Verificando negócios é? Sei...

— Você é perseguidor demais para o seu próprio bem. — Comentei descuidadamente e seus olhos se estreitaram.

— Mesmo que não aceite minha proposta, você ainda será minha secretária a partir de segunda-feira. Eu ia te ligar pessoalmente. — Nossa... o Satan mudou de ideia.

— Aceito sua proposta. — Ele me olhou com os olhos arregalados. — Não estou brincando, Lúcifer. Aceito sua proposta, só não me toque. Recuso-me a ser seu aquecedor de cama. Serei sua escrava por toda a eternidade se você salvar a casa da minha mãe. — Será que eternidade foi um exagero? Só disse isso porque acho que logo o Satan vai cansar de me perseguir.

— Você parece muito cansada. Não dormiu nada ontem à noite? — Está tão visível assim? Achei que tinha feito uma boa maquiagem.

— Como posso dormir se você passa a noite inteira na minha cabeça, Lúcifer? — Ele riu e me pegou no colo como se eu fosse uma criança.

Andou um pouco até me colocar em algo macio.

— Durma, conversaremos quando você estiver descansada, pequena. — disse ele, colocando o edredom sobre mim.

— Humhum. — murmurei e fechei os olhos. Afinal eu me sentia desnorteada.

[...]

Acordei em um ambiente desconhecido. Entrei em pânico ao me ver em uma cama estranha. Decidi dar o fora dali antes que algo ruim me acontecesse. Eu estava saindo quando colidi com um peito quente novamente, e desta vez era um peito nu. Olhei nos olhos de Aiden e ele parecia se divertir.

— Você de novo? — perguntei retoricamente e de repente lembre como cheguei aqui.

— Um agradecimento teria sido legal, mas as crianças de hoje não estão acostumadas a boas maneiras, não é pequena? Você estaria praticamente morta hoje se eu não estivesse lá para te salvar, em vez de me agradecer, você age assim?— Ele está se fazendo de ofendido do jeito mais falso que já vi.

— Eu não te disse para me salvar, você poderia ter me deixado morrer. Mas quem alimentaria sua obsessão, não é?

— Você nem consegue me insultar direito, pequena. Como você vai me tratar na cama? — ele perguntou, ainda divertido.

— Oh nossa, falou o cara que só conhece a palavra “patética” e eu não vou dormir com você.

— Ah, talvez você queira reconsiderar, já que você praticamente me implorou para salvar sua mãe algumas horas atrás. — Ele zombou de mim na cara dura.

— Você é um babaca. — Eu disse prestes bater nele, ignorando qualquer processo milionário, mas ele me pegou.

— E você tem medo de se entregar a mim, medo de se viciar em mim. Medo de desejar meu toque. Medo de se perder em mim, pequena.

— Ah, pronto. Satan virou o “senhor irresistível”. — Aiden riu e me soltou.

— Tudo o que você precisa fazer é assinar o contrato, você se passará por minha namorada por no mínimo seis meses e no máximo um ano. O resto você pode ler e assinar. — Falou me entregando a folha de papel. — Assim que fizer isso, transferirei o dinheiro da hipoteca diretamente para o banco e sua mãe não precisará mais trabalhar para ganhar o pão de cada dia.

— Vou ler o que tem aqui primeiro.

— Tudo bem. Mas saiba que no final, você sairá com 100 milhões na sua conta. — Disse simplesmente me entregando uma caneta.

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