— Tem certeza de que precisa ir tão cedo? — perguntou minha mãe.
— Desculpe, mãe, eu também pensei que poderia ficar, mas minha faculdade me informou que precisamos ser entrevistadas para o programa de estágio para o qual me inscrevi. Espero conseguir. É uma chance em um milhão. — expliquei a dimensão da importância disso. — Ok, querida, me ligue quando terminar e veja se você pode passar alguns dias aqui antes de começar. — Assenti. — Vou ver se consigo, mãe, sem promessas. — A abracei com força. O telefonema veio depois de duas semanas aqui. Eu não conseguia acreditar. Estava xingando a minha sorte, justamente quando pensei que poderia passar um tempo de qualidade com a minha mãe. Entrei no portão de embarque para mostrar minha passagem. Assim que me sentei, vi as gotinhas de chuva caindo na pista. Liguei o iPod e comecei a ouvir música. O avião decolou de Ottawa enquanto eu me despedia silenciosamente de casa. Mal posso esperar para conseguir o emprego e depois cuidar melhor da minha mãe, quem sabe, talvez, convencê-la a aceitar namorar novamente. Não que eu tenha muita propriedade sobre esse assunto, já que eu mesma jurei não namorar ninguém tão cedo. Mas todo mundo conhece o ditado né? “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. O tempo sombrio do Canadá me acompanhou, já que Nova York inteira foi atingida pela chuva torrencial. Corri com minha bagagem e peguei um táxi bem a tempo de começar a chover. Mal posso esperar para ir para o meu apartamento e dormir. Duvido que Nora tenha vindo tão em cima da hora, mas gosto de ter minha melhor amiga ao meu lado. Recuei, encostando a cabeça no vidro da janela. É uma vida tão monótona, não vivo por aventura, nem por nada de novo. Olhei para as ruas familiares que passavam. Vi o café onde trabalho. Em breve, não estarei mais trabalhando lá e terei o suficiente para comprar uma casa melhor, onde posso levar minha mãe para que ela possa viver em paz. Entrei no prédio. Era um belo apartamento de dois quartos, consegui um preço justo. Nora é a proprietária e alugou. Então, consegui um ótimo negócio. Só preciso cozinhar nossas refeições porque Nora não sabe cozinhar, mesmo que sua vida dependa disso. Minhas chaves tilintaram quando abri a porta. Agora só faltava me refrescar e cozinhar alguma coisa. E aí posso dormir o resto do dia. Estou morta de cansaço. Mas por dentro eu também estava nervosa. Haverá garotas lá que são muito mais talentosas do que eu. Só ideia já era assustadora o suficiente, como vou ser selecionada? Sibilei ao tocar acidentalmente na panela quente. Eu e minha falta de jeito. Um dia vou morrer por causa disso. Peguei meu prato de salada e fui até o sofá. Liguei a televisão, e fiz o de sempre, pois reprises de Castle são ótimas. Fiquei assistindo enquanto comia. A serenidade estava de volta à minha vida mais uma vez. Eram quase dez horas quando me deitei. E, surpreendentemente, um rosto bonito com olhos escuros sorriu para mim a noite toda no meu pesadelo. Talvez isso fosse um sinal de que algo ruim estava para acontecer e talvez eu devesse prestar um pouco mais de atenção ao que estava acontecendo ao meu redor. Acordei morta de cansaço por causa da falta de sono ontem à noite. Observei as olheiras. — Nossa, pareço um guaxinim. — Olhei para o relógio e gemi de frustração. Estou atrasada para a entrevista, não tenho como chegar lá a tempo. —Estou ferrada. — disse a mim mesma enquanto vestia a única roupa profissional que tenho. Prendi meu cabelo num coque bagunçado e me preparei para estar apresentável o suficiente. Peguei meu casaco, minha pasta e saí correndo. Droga, eu odeio correr de salto e não posso usar tênis no escritório, né? Violaria o código de vestimenta ou algo assim. Dei de ombros enquanto chamava um táxi. Consegui reservar cinco minutos na corrida, então, assim que paguei, corri para dentro do prédio, parando na recepção. — Estou aqui para a entrevista de estágio. — Falei para a recepcionista. — Deixe sua ficha aqui, senhorita, e vá para o vigésimo andar. — Ela me instruiu e eu assenti. Fui até o elevador lotado que ainda por cima tinha uma fila enorme na frente, enquanto olhava o relógio, tinha três minutos. Vi as escadas e subi correndo. Quando cheguei lá, eu já não estava apresentável. Estava parecendo um guaxinim de novo. Sou obrigada a dizer a vocês que subir vinte andares de salto não é uma boa ideia. Pedi para ir ao banheiro. Lavei o rosto rapidamente, apliquei um pouco de maquiagem e tentei arrumar o cabelo o máximo que pude. Não estava bom o suficiente, mas não há nada que eu possa fazer agora. Isso tem que servir. Saí e sentei ao lado de outras garotas lindas. Algumas estão mais bem-vestidas que as outras, mas literalmente todas se vestiam melhor do que eu. Meu coração apertou. Não tinha como uma garota de aparência mediana como eu conseguir esse estágio. De jeito nenhum. Uma a uma, as meninas entraram. Elas passaram bons quinze minutos lá dentro. Fui a última a chegar. Fiquei ali sentada, ficando nervosa enquanto as meninas saíam, mantendo a expressão neutra. Elas são boas em esconder emoções, uma característica apreciável em nossa área. Eu vi a garota na minha frente entrar. Ela era linda, com cabelos loiros ondulados e uma personalidade pela qual eu poderia morrer. Ela definitivamente conseguiria o emprego, se não pelas notas, pelo menos pela aparência. Eu rezava para que minha hora chegasse logo e eu pudesse voltar para meu apartamento feliz com o emprego ou para minha mãe feliz por não tê-lo conseguido. Eu a vi sair e seus olhos encontraram os meus, ela me lançou um sorriso triste. Quase me encolhi. — Ivy Carter. — me chamaram. Caminhei em direção à porta. É o momento da verdade, Ivy. Entrei e me deparei com um par de olhos escuros muito familiares, e nesse momento me esqueci de como respirar. — Você?! Nós dois dissemos simultaneamente.Olhei para o rosto belo de “Aiden Wolfe” levei a mão aos lábios instantaneamente e ele sorriu. Ele se lembrava de mim. Eu logicamente me lembrava, é como se ele fosse onipresente. Ele nunca saia da minha cabeça por nada. — Venha. sente-se, senhorita Carter. — disse ele com firmeza, com uma expressão de comando escondida no rosto. Mas mais importante que isso... De repente virei senhorita? — Então você quer estagiar no meu escritório de advocacia, estou certo? Não, vim apenas visitar sua empresa e achei que seria divertido tentar uma entrevista. — Sim, senhor, eu gostaria de me juntar ao escritório. — respondi, ignorando meus pensamentos impertinentes diante do seu olhar. Ele colocou a mão sob o queixo, coçando-o pensativamente. — Hummm... Você parece promissora, mas as aparências enganam. Senhorita Carter, o que você pode me oferecer em troca? — Ele perguntou me olhando de um jeito bem descarado. Hein? O quê? — Desculpe, senhor. Não entendi. — Digo enquanto me mexo desconf
Vi o senhor Oslon sentado, me esperando. Era um homem de quase 40 anos, não muito mais velho que minha mãe. Sentei e conversei um pouco até nossas bebidas chegarem.— Senhor Oslon, quero que me prometa uma coisa, não importa o que eu diga. O senhor não falará nada com minha mãe. É importante que toda essa conversa fique entre nós dois. — Ele assentiu.— Preciso saber se minha mãe tem alguma dívida ou alguma hipoteca para pagar. — Fui direto ao ponto. — Ela não tem nenhuma dívida para pagar, mas a hipoteca da casa dela ainda está vencida. Ela deveria ter sido paga há meses, mas, como ela adoeceu, não pôde fazer isso, e o tribunal emitiu uma notificação judicial informando que, se ela não conseguisse pagar o preço da casa até o final deste mês, deveria deixá-la imediatamente. — ele me explicou.Isso significa que o Aiden não estava blefando. Ele estava falando sério. — Você está bem, senhorita Carter? — perguntou preocupado. — Sim, estou bem, obrigada, senhor Oslon, por me dar seu te
Desde a primeira vez que esbarrei naquela garota, eu soube exatamente o que queria: vingança e claro, domá-la.Não importava o rosto angelical ou o fogo que queimava por trás daqueles grandes olhos. Ivy Carter era apenas uma garota, uma distração que eu não podia ignorar, e que eu faria pagar por ter me desafiado.Depois daquele primeiro encontro, coloquei imediatamente uma equipe para investigar cada detalhe da sua vida.Família.Histórico escolar.Amigos.Namorados.Onde ela morava, onde trabalhava, até o tipo de café que ela preferia nas manhãs.Nada escapou do meu entendimento.Claro, também fui eu quem garantiu que ela fosse chamada para o estágio no meu escritório. Acham mesmo que um CEO multimilionário, teria tempo para entrevistar estagiárias pessoalmente?Patético.Tudo era parte do plano.E agora aqui estava ela, sentada à minha frente, mordendo o lábio enquanto lia o contrato com aquela concentração deliciosa.Tão inocente. Tão vulnerável.Tão minha, ainda que não
Olhei o papel e ele continha tudo o que eu mais detestaria. O contrato estipulava que eu teria que permanecer como namorada dele por no mínimo seis meses e no máximo um ano.Durante o contrato, manteremos relações sexuais e ele e eu não teremos nenhum tipo de relação sexual com nenhuma outra pessoa. Esse foi um bom ponto.Durante esse tempo eu o acompanho em todos os lugares como sua secretária também, e ele me treinará para me tornar a consultora jurídica da empresa. Se eu quisesse ficar após o término deste contrato, eu teria o cargo de consultora jurídica chefe na empresa.Pelo período de um ano, se eu continuar o contrato após seis meses, ele continuará a prover por pelo menos um ano todas as minhas despesas e qualquer ajuda adicional que eu possa precisar. Um bom exemplo disso, pode me beneficiar e também me prejudicar.Pelo período de um ano, tenho que morar com ele como sua companheira, e ele tem o direito de me usar fisicamente sempre que necessário, e eu não posso recusar. Is
Observei minha mãe andando pelo café onde trabalhava. Ela parecia mais frágil e cansada. E ela tem apenas 35 anos. Agora estou na faculdade, no ano passado, consegui me formar mais cedo e também ganhei a bolsa de estudos.Minha mãe sempre foi minha heroína, embora ela tenha me dado uma única regra: “nunca se apaixone por um bilionário”. Ela se apaixonou e se arrependeu, pois ele a usou apenas para uma noite e a deixou lá com uma criança para cuidar.Ainda é um assunto delicado para ela, sobre o qual nunca pretendemos falar. Ela tinha apenas dezesseis anos quando me teve e largou tudo para me criar como uma pessoa responsável. Enfim... Não é como se eu fosse a pessoa mais bonita do mundo e um bilionário de repente me encontraria e se deixaria ser seduzido por meus encantos. É uma regra bem fácil de se cumprir, certo?Minha mãe sorriu para mim enquanto atendia outro cliente. Eu queria assumir o turno dela por alguns dias, pois estava livre depois das provas deste semestre. No próximo se
Acordei com o despertador tocando. Era o último dia do meu turno, e era fim de semana. Eu estaria ocupada desde cedo, e a tia Anne me mandou fazer meu pão especial. Desci as escadas e beijei minha mãe, que estava preparando o café da manhã para mim. Sentei-me e engoli tudo.Despedi-me da minha mãe e caminhei em direção ao café, que ficava a uns dez minutos de caminhada da minha casa. Entrei e logo o aroma fresco do café me atingiu. Cumprimentei a tia Anne e comecei a assar os pães. Eram oito horas quando terminei e coloquei os pães dentro das vitrines.— Mesa 2. — disse outra garçonete, amiga da minha mãe, cujo nome eu descobri ser Samira. — Entendi, Sami. — eu disse e fui até a mesa, mas precisei olhar duas vezes quando vi quem era. Era o mesmo homem de antes. Mas ele estava vestido casualmente, sem mencionar que estava com uma sensualidade de dar água na boca. Mas não pensarei muito nisso. — O que você gastaria hoje?— perguntei. — Panquecas e um copo de suco de laranja. — Ele dis