~Pov. Luiz~
Depois de uma longa discussão entre Tavarres e Victor acabamos sozinhos dentro do quarto, ele estava de um lado e eu do outro sendo divididos pela maca onde Eris estava deitada. Ruby e Tavarres tiveram que ir conversar com os outros professores sobre a oferta tentadora de Aruna, Victor se recusou a me deixar sozinho com Eris e aqui estamos.
Se um de nós dois fosse telepata já teriamos destruido esse quarto, os olhares de ódio que saiam de cada um era tão perigoso quanto nossos elementos. Eu não conseguia me manter calmo quando a situação envolvia a Eris, era basicamente impossível me manter nos trilhos.
O ódio se dissipou quando escutamos murmúrios vindo de Eris, alguns gemidos de dor e solavancos. Sem piscar já estávamos ao seu lado, ela suava e murmurava tão baixo que não dava para entender suas palavras, as lahrimas já começavam a despencar e suas mãos tremiam.<
~Pov. Erion~O céu parecia estar mostrando meu humor, ter uma pequena garota me seguindo para todos os lugares não era uma coisa muito boa. Por vezes eu conseguia dar um perdido nela mas não demorava para me encontrar novamente. Os olhares dos outros garotos estavam sobre nós dois, alguns cochichavam e apontavam. Eu gostava de ser o centro das atenções mas não por possuir uma parceira pequena e fraca.- Erisabella, precisamos conversar. - estava na hora do almoço, os garotos sempre preparavam o prato da parceira como uma forma de carinho e para que todos saibam sobre o acordo entre seus pais. Ao contrário deles eu sempre fazia questão que a Erisabella se servisse sozinha, sentamos a mesma mesa e ela parecia não se importar com nada de ruim que eu fazia. - Pode dizer. - ela deu de ombros comendo a salada com apetite, nada que eu
~Pov. Antony~- Para ser forte precisa saber jogar dos dois lados da moeda, precisa conhecer os jogadores e decorar cada carta do baralho. Quando suas jogadas finalmente falarem por você chegará ao maximo nível de sabedoria, e saber é poder, poder é força, e força é vitória. - Tinhamos ficado em Aruna afim de conhecer mais sobre eles, minha mãe sempre me ensinou sobre a cara e a coroa, uma vale muito e a outra não vale nada mas ambas são necessárias para ser o que são, uma moeda. Além de olhar o povo estranho e ter que me vestir como bárbaros eu aproveitei para me aproximar de Leticia, queria que ela entendesse que todas as minhas brincadeiras eram para chamar a sua atenção.As roupas que os bárbaros usavam eram feitas de um tecido grosso e quente que eles mesmo faziam, as mulheres usavam vestidos e os homens coletes e calças largas. Gabriel e Felipe reclamavam por causa da energia estática que a
~Pov. Eris~Por mais que eu buscasse algo em mim parecia que meus sentimentos estavam presos ha alguma coisa, eu sentia tudo e ao mesmo tempo não sentia nada, queria gritar e ofender alguém mas não seria o certo. Quem tem culpa disso? Minha cabeça bagunçada como um emaranhado de fios desacascados prontos para dar curto.A conversa com o Victor não passou de uma troca de informações, ele parecia preocupado ao me fazer perguntas secas mas ao mesmo tempo parecia distante. Eu queria ter algo para dizer a ele mas enquanto não conseguisse organizar os fios não fazia ideia da besteira que poderia sair.O ponto de encontro era um conjunto de blocos e corredores subterrâneos feitos para suportar a estadia de duzentas pessoas por duas semanas, por sorte aqui não tinha muito mais que cinquenta. O que nos fornecia quase um mês de suprimentos, pelo que entendi nem todos conseguiram passar
~Pov. Eris~Pedi para que Victor e Luiz fossem na frente, eu estava cansada para acompanhar seus passos e eles tinham mais coisas a fazer do que eu. Tavarres os acompanhava falando algo sobre as motos que eu não consegui entender, a ordem é que os garotos iam fazer uma vistoria nas motos e eu tinha que procurar Elena.Estava rodando o terceiro corredor desconhecido quando encontro a ruiva parada em frente a uma porta, ao me ver ela sorri e faz sinal para a seguir. Entramos no minúsculo armário repleto de roupas penduradas, era estreito e quente como se a ventilação fosse obstruída.- Você não deve estar se sentindo bem nessaa roupas, por isso dei uma procurada por aqui. Achei algumas que talcez sirvam. - sua voz era gentil, ela era uma boa mulher com ótimas intenções. Sobre um banco de metal tinha uma calça cinza escura um pouco folgada, uma camiseta verde larga e um moleton preto masculino. - Vista.
~Pov. Antony ~Depois de saber o que o Felipe tinha feito nós junto ao Eduardo saímos a procura do comumicador, cada brecha do vilarejo começou a ser vasculhada com anfico.Leticia se encarregou de procurar entre as mulheres e crianças caso alguma delas tenha achado ser um brinquedo, Eduardo foi o único autorizado a procurar na casa do líder e Gabriel procurava entre os homens.Minha paciência já estava se esvaindo enquanto eu procurava perto das motos e na pequena mata que nos cercava, a única coisa que eu não queria achar no momentonera a cara do Felipe e foi exatamente o que eu encontrei.- Tony, o que está fazendo? - contei até dez mentalmente antes de responder, sugar todo o ar em volta dele seria uma boa ideia e me pouparia muito esforço físico, mas ai eu lembro que a Leticia gosta desse imbecil e desisto da ideia.- Tentando consertar suas merdas, como conseguiu perder a porr
~Pov. Eris~A madrugada teria sido muito fria se Victor não estivesse aqui, embora não tivesse nada inflamável por perto ele aqueceu o próprio corpo com o intuito de fornecer calor para mim e para o Luiz. Estavamos sentados escondidos por trás das motos, eu estava entre os dois com os pensamentos embaralhados e perdidos.Ooh, ooh, ooh, oohBeen wishin' for youOoh, oohTryna do what lovers do (ooh)Quando escutei Luiz cantarolando comecei a rir, Victor me encarou como se eu fosse uma louca e por isso tentei disfarçar colocando a mão na boca e puxando as pernas em direção ao busto. Luiz sabia que eu estava rindo dele e continuou de propósito enquanto ria de mim.Tell me, tell me if you love me or notLove me or not, love me or notI bet the house on you
~Pov. Antony ~No centro da cidade estava um completo vazio, parecia que as pessoas tinham se isolado em algum lugar por um motivo estranho. Felipe não ousou me seguir e eu acabei me perdendo em pensamentos enquanto andava, o autocontrole fugindo entre meus dedos a cada minuto.Sem achar uma alma se quer por ali me arrisquei em tentar entrar na casa do líder que diferente de quando viemos não tinha ninguém na porta. Quando entrei o coração disparou em alarte, Leticia estava inconsciente sobre uma cadeira e varios móveis revirados, o estalo da trava de uma pistola me deixou travado.- Olha só quem resolveu aparecer. Bom amanhecer, Antony. - eu não conhecia a voz mas o fato de saber meu nome denunciava que era próximo.- Traidor, está entregando seu próprio povo para a forca. - era um dos soldados que vigiavam os muros, e por vezes fazia ronda na academia, eu o reconheci assim que vir
~Pov. Erion~- Acho que posso conviver com você. - essa foi a frase mais sensível que eu pude dizer para a Bella enquanto estivemos juntos.- Eu não sou a Dawn, sinto muito. - de fato ela não era, mas eu não podia mudar o que estava acontecendo, eu estava me apaixonando por uma garota estranha com longos cabelos castanhos e olhos verdes marcantes. Precisei voltar com urgência para Oncep, os Elementais que mandamos tinham dado problema para nosso exército. Eu sempre fui apaixonado por nossa cidade, cada canto de Oncep foi minimamente projetado para ser lindo. Branco e azul eram as cores que prevaleciam em todos os lugares aqui, as casas sempre muito bem padronizadas e as pessoas sempre sorridentes, era tudo perfeito.Doi saber que nem sempre foi assim, que tentamos conviver com Elementais e sem números mas eles tinham a maldade enrolada ao seu