CAIRO-EGITO CALEBE Cheguei ainda naquela noite. Sem perceber acabei usando meus dons para chegar mais depressa, acho que essa era a única forma de não estragar tudo outra vez, procurei Aluísio na manhã seguinte. Passamos na sede principal da Corporação antes de seguir a Alexandria. Ficamos dois dias esperando a liberação dele e após isso embarcamos num voo direto para Raise City, partimos de madrugada... Faltando pouco tempo para chegarmos, a ansiedade já tomava conta. — Estou tão nervoso, finalmente conhecerei a famosa Raise City. — Aluísio comenta. — Não é tão espetacular assim. — Só diz isso porque mora lá Calebe, mas sei que deve ser espetacular e muito mais. — ele rebate convencido. Reviro os olhos tentando não rir da ingenuidade dele. — O que será que Vitória tem aprontado nesses últimos dias? — pergunto a mim mesmo. — Não a conheço, mas acho que não deve se preocupar. As pessoas mudam sabia? — Aluísio se intromete. — Você realmente não a conhece! Não demorou muito
CALEBE Depois que Gisele e Dimitrius levaram Vitória para dentro, me concentrei em atacar os demônios, precisava destruí-los, um por um... — Saiam de nossa frente seus vermes! — o demônio que estava no comando grita. Invisto contra ele, porém sou impedido por outro. Com raiva enfio minhas adagas em seu tórax, depois as prego na garganta e desço rasgando até o estomago. Vários outros vem ao meu encontro, mas os paro com chutes e socos antes de cravar meu bastão em seus corações ou o que deveria ser um. — Calebe! — Jadem grita. — O que? — questiono. — Vários demônios entraram na sorveteria, vá depressa. — ele responde. Assenti com a cabeça antes de me dirigir para dentro. Antes de alcançar a porta, um líquido verde cai aos meus pés, fazendo-me escorregar e quase cair. Olhando para cima, vejo algumas scolopendras penduradas na parede da sorveteria e atrás de mim. Mais para trás, alguns gigas atacavam sem dó os duas-raças. Estava mais do que claro, Trinity havia declarado guerra
VITÓRIA Corri rapidamente e entrei em um beco parcialmente escuro. Percebi que os meus passos não eram os únicos, pois ele estava cada vez mais próximo e logo me alcançaria. Acelerei o máximo que pude, mas já era tarde demais. Em um único salto veloz, ele me empurrou contra a parede e colou o seu corpo no meu mostrando o quanto estava excitado. — Calma Dimitrius! — peço sorrindo. — Não mandei me provocar, meu amor. — ele resmunga já sem controle. Dimitrius me aperta mais entre a parede e o seu corpo e me beija loucamente enquanto passeia com suas mãos pelo meu corpo. Após, ele desce beijando meu queixo, meu pescoço e continua pelo mesmo caminho. — Para! Alguém pode aparecer de repente... — sussurro ofegante. — Então me obrigue a parar. Começo a rir baixinho, pois mesmo que eu quisesse, não conseguiria fazê-lo parar. Dimitrius produz sensações inexplicáveis em meu corpo, como jamais havia sentido. Ele resolveu subir novamente e começou a brincar com meus lábios, sem pressa
Calebe No dia seguinte todos acordaram bem cedo. Valery e Sebastian já estavam saindo quando desci as escadas, eles apenas me olharam por um tempo antes de seguir seu caminho. Dirigi-me a cozinha onde uma algazarra já se formava. Dalila, Dimitrius, Vitória, Semile e Aluísio estavam tomando café, mas claro que Vitória não perderia a chance de caçar confusão com Dalila um só minuto. — Bom dia, Calebe! — Aluísio diz sorrindo. Apenas acenei com a cabeça, não sou muito de falar. Desde que chegamos senti algo diferente em Aluísio, como se não fosse a mesma pessoa. Ele parecia mais sorridente, amável e educado que o normal e também se tornou um pouco calado e contido ao mesmo tempo. — Eu não poderei ir com vocês aquele lugar... — informo ao tomar um gole de café. — Está falando da missão? — Semile pergunta. — Sim! Tenho uns assuntos para resolver, então terão de ir sozinhos. Aluísio prestava atenção em tudo, mas algo me dizia que ele já sabia da missão, ou melhor, da farsa que quer
VITÓRIA Já estávamos procurando aliados e com a ajuda de Ismael, ficou muito mais fácil, era como se ele pudesse ler a mente de cada ser... Quando ele dizia que certo demônio seria um bom aliado e outro não, acredite, ele estava certo, era até sem graça, pois raramente chamamos a atenção e fomos atacados, agora à tarde, Ismael está ainda mais cauteloso. Depois de dar o sinal a Sofia e Dalila, nos concentramos na parte mais perigosa da cidade, ou nem tanto, mas gosto de ser dramática. Eram os domínios dos caçadores, muitos deles estavam do lado de Victor, uns pelo puro prazer da liberdade de fazer o que quiser e outros por não saber a verdade. Em todo caso, tomar cuidado nunca era demais, até porque, cuidado é meu nome do meio. Como não tínhamos motivos para nos esconder, Dimitrius, Ismael e eu fizemos o nosso grupo para andar mais a vista, assim chamaríamos toda a atenção, enquanto Gisele, Liam, Bart e Rachel andavam mais na e
SOFIA Apesar de Trinity não ter declarado guerra, estávamos totalmente cientes de tudo e um confronto eminente. Os preparativos estão quase no fim, logo teremos uma chance, mesmo que mínima, de vencer novamente. Passamos o resto da manhã e uma parte da tarde preparando o novo QG dos caça-anjos. Agora, Romero, nos liberou para que pudéssemos ir para casa, tomar banho e trocar de roupa, porque temos uma boate para "invadir" sorrateiramente. Quem não estava feliz? Obviamente a cabeça dura da Vitória, ela queria ser a primeira, a saber, de tudo, não gostou do fato de Jadem não compartilhar parte da informação sobre a missão. — Cuida, Vitória! — gritei novamente na porta de seu quarto. Ela saiu de lá, parecia mais velha, com uma maquiagem pesada e os cachos totalmente presos. Quase igual a Valery. — Estou pronta. — responde passando por mim. Reviro os olhos antes de acompanha-la. Lá embaixo, Calebe n
VALERY Não sabemos há quanto tempo estamos presos aqui, nesse maldito buraco, sob os olhares dos demônios famintos por sangue. Eu estou faminta, suja, com sono e muito irritada. Durante horas, esses malditos demônios nos provocaram, queriam que nós os atacássemos para que tivessem um motivo para revidar. Típico deles, sem escrúpulos e se aproveitam de qualquer oportunidade... Adoram derramar sangue sem motivos aparentes. — Como estão? — a garota, Mandy, pergunta ao retornar após horas. Mantemo-nos calados, tudo o que disséssemos poderia ser um falso motivo para que usem contra nós. — São tímidos, que gracinha... Algo apita em seu bolso, e ela o pesca, um celular de última geração, devia ser uma mensagem importante, pois ela a leu em silencio. — Mestra Trinity já deu o veredito, podemos nos livrar de cada um de vocês... — Mandy informa. - Divirtam-se meninos! Ela sai saltitando de alegria e os demônios s
CALEBE Ainda estava tudo escuro... Demorou longos minutos antes que as sombras se dissipem e nos deparemos com um cenário totalmente diferente do que antes estávamos. Montanhas com lava escorrendo, terra negra com cheiro de enxofre, fuligem, arvores petrificadas, rios de lava incandescente e gêiseres de agua fervente compunham o ambiente. O ar rarefeito e ceco dificultava a respiração. Nossa pele já estava ressecada, os olhos lacrimejavam e os lábios rachados, com os poucos segundos ali. — Estou sufocando! — Jadem sussurra caindo de joelhos. Peguei sua mochila e procurei algo pudesse usar para ajudá-lo a respirar melhor. Havia um saco de ano médio, logo em cima, e em seu interior estavam alguns pedaços grandes de pano e um pote com algum tipo de liquido dourado dentro. Rapidamente descobri para que servia, não precisava ser gênio para perceber. Peguei um dos pedaços de pano, molhei com o liquido