Felipe chegou ao galpão com passos firmes, o rosto marcado pela frieza e determinação. Ele sabia que aquela noite poderia ser decisiva, e a raiva que fervia em suas veias estava sob controle absoluto. Assim que atravessou a porta, viu Heitor esperando ao lado de alguns seguranças. Os dois sequestradores estavam amarrados a cadeiras no centro do galpão, suas roupas sujas e os rostos mostrando sinais claros de cansaço e medo, ainda que teimosos. — Eles estão sendo difíceis — disse Heitor, cruzando os braços, enquanto observava os homens com desdém. Felipe manteve o olhar fixo nos dois prisioneiros, seu queixo travado em contenção. Ele esperava por aquele momento. Havia dias que esse interrogatório estava em sua mente, e agora sabia que obteria as respostas que tanto precisava. — Vamos ver o quanto eles aguentam — murmurou, sua voz baixa e carregada de uma ameaça sutil. O ambiente no galpão estava abafado, o cheiro de óleo e poeira misturado à tensão que pairava no ar. Felipe se
Felipe apertou o volante com força ao ouvir as palavras de Miguel. — Como assim, um acidente? — perguntou ele, a tensão evidente em sua voz. Seu coração disparou, e uma onda de preocupação tomou conta de seus pensamentos. — Um caminhão avançou na nossa frente, senhor. Tentei desviar, mas não consegui evitar a colisão. Valéria machucou a testa, mas está bem, eu garanti que ela fosse levada ao hospital — explicou Miguel rapidamente, sua voz carregada de arrependimento. — Ela está na casa da Lara agora, se recuperando. Felipe respirou fundo, tentando processar a informação. Ele fechou os olhos por um breve segundo, lutando para controlar a raiva que crescia dentro dele. Um acidente. Outro sinal de que Valéria estava sendo colocada em perigo repetidamente, apesar de todas as suas promessas de protegê-la. — E por que não me avisou antes? — ele perguntou, sua voz tensa, mas controlada. — Eu tentei, senhor, mas o senhor não atendeu. O Heitor também estava ocupado. Fiz o que pude, mas a
Felipe saiu da casa de Valéria com passos decididos. A tensão entre eles era palpável, mas ele sabia que confrontar o Sr. Bittencourt era o único caminho para devolver a paz à vida de Valéria. Ele entrou no carro, o motor rugiu suavemente, e ele partiu em direção à mansão do empresário. A raiva fervia em seu interior, mas ele se manteve focado. Chegando à luxuosa residência de Sr. Bittencourt, os seguranças hesitaram, mas o deixaram entrar sem questionar. Sabiam que algo estava errado, mas o status de Felipe na família permitia sua entrada sem oposição. Assim que entrou no salão principal, o Sr. Bittencourt já o aguardava, o rosto impassível e um leve sorriso calculado. — Ah, Felipe — começou ele, a voz fria. — O que o traz aqui a essa hora? Felipe ignorou as formalidades. Seus olhos fixos no homem à sua frente. — Eu sei o que você fez — disse ele, a voz controlada, mas carregada de tensão. Bittencourt manteve o sorriso, mas seus olhos endureceram. — Não sei do que está fala
Após uma noite mal dormida, Felipe acordou com a cabeça ainda cheia de pensamentos. Ele sabia que o confronto com Sr. Bittencourt havia resolvido parte do problema, mas o afastamento de Valéria pesava em seu coração. Cada vez mais, a distância entre eles parecia crescer. Ele se levantou, decidido a confrontar essa nova realidade de forma prática e focada. Depois de tomar um banho rápido, Felipe se dirigiu para o escritório. A agenda do dia estava cheia, mas ele mal conseguia se concentrar. Seu celular estava silencioso desde a noite anterior, sem mensagens de Valéria. Sabia que ela havia dito que precisava de tempo, mas não podia deixar de sentir que estava perdendo o controle da situação. Enquanto revisava alguns documentos, o telefone em sua mesa tocou, interrompendo seus pensamentos. — Senhor Felipe, o senhor Heitor está na linha, quer falar com o senhor — disse a secretária. — Pode passar — respondeu Felipe, endireitando-se na cadeira. A voz de Heitor surgiu no tele
Felipe, decidiu encerrar o seu trabalho mais cedo, ele pegou o carro e dirigiu até o estúdio. Precisava vê-la, precisava tentar entender o que estava acontecendo. Ao chegar, já no fim da tarde, Felipe notou que o lugar estava mais silencioso do que de costume. Havia poucas pessoas no prédio e, ao entrar, ele logo percebeu que algo estava diferente. Foi até o escritório de Valéria, mas, para sua surpresa, ela não estava lá. Um dos assistentes do estúdio o abordou: — Senhor Cavalcante, está procurando Senhorita Carvalho? — perguntou o rapaz, parecendo hesitante. — Sim. Ela ainda está por aqui? — respondeu Felipe, a impaciência evidente em sua voz. — Ela já saiu faz um tempo. Recebeu uma mensagem durante o intervalo e parece que foi encontrar o Sr Goulart... — explicou o assistente, tentando ser discreto. Felipe franziu o cenho. Ricardo? Não havia mencionado nada sobre um encontro com ele. O que estariam discutindo tão de repente? A inquietação cresceu em seu peito, mas ele tento
Valéria estava no estúdio, imersa nas preparações finais para o lançamento do documentário. As tarefas se acumulavam, e ela tentava se concentrar em cada detalhe, mas sua mente estava dividida entre o trabalho e a situação pessoal com Felipe. Enquanto ajustava os detalhes do evento, recebeu uma ligação. — Olá, Valéria, aqui é a Amanda. Estou entrando em contato para lhe passar a agenda do lançamento do documentário — disse a voz profissional do outro lado da linha. Valéria ajustou-se na cadeira, tentando se focar. — O lançamento está agendado para daqui a 15 dias, no sábado. Antes disso, teremos a coletiva de imprensa na quinta-feira da mesma semana. Será o momento de apresentar o projeto e discutir com jornalistas. Após o lançamento, teremos uma sessão de perguntas e respostas — continuou Amanda. Valéria anotou os detalhes enquanto Amanda falava, sentindo-se um pouco mais aliviada com o cronograma definido. Valéria chegou ao apartamento de Felipe no início da noite, carreg
As mãos de Felipe exploravam o corpo de Valéria com precisão, desabotoando lentamente o vestido dela e deixando-o deslizar pelos ombros. Valéria não resistia. Ao contrário, ela se entregava, suas mãos deslizando pelo peito de Felipe, sentindo o calor de sua pele sob a camisa enquanto seus corpos se aproximavam ainda mais. Felipe a puxou para seu colo, segurando-a com firmeza, mas ao mesmo tempo com uma delicadeza que fazia com que Valéria se sentisse totalmente segura em seus braços. Ela podia sentir a intensidade do desejo dele, e isso a fez estremecer. Ele se inclinou para frente, aproximando os lábios do pescoço dela, onde depositou um beijo suave. Valéria se arrepiou, seu corpo respondendo ao toque dele com uma intensidade que ela não conseguia controlar. As mãos de Felipe subiram dos quadris dela até os ombros, descendo suavemente pelas costas enquanto ele continuava a beijar sua pele. Cada toque era cuidadoso, mas carregado de desejo. — Nós devíamos esta conversando — su
Felipe acordou com a luz do sol invadindo o quarto, mas ao estender a mão, sentiu o vazio ao seu lado. O calor de Valéria ainda estava impregnado nos lençóis, mas ela não estava mais ali. Imediatamente, ele se levantou, a mente afiada funcionando como sempre. Sabia que algo estava errado. Ele andou pelo quarto, vestiu-se rapidamente e percorreu o apartamento em busca de qualquer sinal de Valéria, mas estava claro: ela tinha ido embora. Um frio incômodo percorreu seu peito, algo que ele não costumava sentir. Havia uma tensão ali, como se o vazio deixado por Valéria tivesse aberto uma fenda. Ele, Felipe Cavalcante, sempre tão no controle, agora se via vulnerável, deixado sozinho no exato momento em que permitiu que alguém se aproximasse. Ele apertou os punhos, o som do silêncio ecoando pelo apartamento. Felipe parou por um instante, olhando para o lugar onde ela estivera. Não deveria estar surpreso. Valéria sempre tivera uma mente própria, mas isso não o preparou para a súbita parti