Felipe, decidiu encerrar o seu trabalho mais cedo, ele pegou o carro e dirigiu até o estúdio. Precisava vê-la, precisava tentar entender o que estava acontecendo. Ao chegar, já no fim da tarde, Felipe notou que o lugar estava mais silencioso do que de costume. Havia poucas pessoas no prédio e, ao entrar, ele logo percebeu que algo estava diferente. Foi até o escritório de Valéria, mas, para sua surpresa, ela não estava lá. Um dos assistentes do estúdio o abordou: — Senhor Cavalcante, está procurando Senhorita Carvalho? — perguntou o rapaz, parecendo hesitante. — Sim. Ela ainda está por aqui? — respondeu Felipe, a impaciência evidente em sua voz. — Ela já saiu faz um tempo. Recebeu uma mensagem durante o intervalo e parece que foi encontrar o Sr Goulart... — explicou o assistente, tentando ser discreto. Felipe franziu o cenho. Ricardo? Não havia mencionado nada sobre um encontro com ele. O que estariam discutindo tão de repente? A inquietação cresceu em seu peito, mas ele tento
Valéria estava no estúdio, imersa nas preparações finais para o lançamento do documentário. As tarefas se acumulavam, e ela tentava se concentrar em cada detalhe, mas sua mente estava dividida entre o trabalho e a situação pessoal com Felipe. Enquanto ajustava os detalhes do evento, recebeu uma ligação. — Olá, Valéria, aqui é a Amanda. Estou entrando em contato para lhe passar a agenda do lançamento do documentário — disse a voz profissional do outro lado da linha. Valéria ajustou-se na cadeira, tentando se focar. — O lançamento está agendado para daqui a 15 dias, no sábado. Antes disso, teremos a coletiva de imprensa na quinta-feira da mesma semana. Será o momento de apresentar o projeto e discutir com jornalistas. Após o lançamento, teremos uma sessão de perguntas e respostas — continuou Amanda. Valéria anotou os detalhes enquanto Amanda falava, sentindo-se um pouco mais aliviada com o cronograma definido. Valéria chegou ao apartamento de Felipe no início da noite, carreg
As mãos de Felipe exploravam o corpo de Valéria com precisão, desabotoando lentamente o vestido dela e deixando-o deslizar pelos ombros. Valéria não resistia. Ao contrário, ela se entregava, suas mãos deslizando pelo peito de Felipe, sentindo o calor de sua pele sob a camisa enquanto seus corpos se aproximavam ainda mais. Felipe a puxou para seu colo, segurando-a com firmeza, mas ao mesmo tempo com uma delicadeza que fazia com que Valéria se sentisse totalmente segura em seus braços. Ela podia sentir a intensidade do desejo dele, e isso a fez estremecer. Ele se inclinou para frente, aproximando os lábios do pescoço dela, onde depositou um beijo suave. Valéria se arrepiou, seu corpo respondendo ao toque dele com uma intensidade que ela não conseguia controlar. As mãos de Felipe subiram dos quadris dela até os ombros, descendo suavemente pelas costas enquanto ele continuava a beijar sua pele. Cada toque era cuidadoso, mas carregado de desejo. — Nós devíamos esta conversando — su
Felipe acordou com a luz do sol invadindo o quarto, mas ao estender a mão, sentiu o vazio ao seu lado. O calor de Valéria ainda estava impregnado nos lençóis, mas ela não estava mais ali. Imediatamente, ele se levantou, a mente afiada funcionando como sempre. Sabia que algo estava errado. Ele andou pelo quarto, vestiu-se rapidamente e percorreu o apartamento em busca de qualquer sinal de Valéria, mas estava claro: ela tinha ido embora. Um frio incômodo percorreu seu peito, algo que ele não costumava sentir. Havia uma tensão ali, como se o vazio deixado por Valéria tivesse aberto uma fenda. Ele, Felipe Cavalcante, sempre tão no controle, agora se via vulnerável, deixado sozinho no exato momento em que permitiu que alguém se aproximasse. Ele apertou os punhos, o som do silêncio ecoando pelo apartamento. Felipe parou por um instante, olhando para o lugar onde ela estivera. Não deveria estar surpreso. Valéria sempre tivera uma mente própria, mas isso não o preparou para a súbita parti
O dia no estúdio havia sido longo para Lara. Ela passou horas tentando organizar as pendências administrativas, algo que normalmente seria feito por Valéria, mas que, por algum motivo, ela não compareceu. Lara não se preocupou inicialmente, imaginando que Valéria talvez precisasse de uma pausa. Porém, conforme o dia foi se arrastando e Valéria não deu sinal de vida, a preocupação cresceu. Assim que chegou em casa, Lara foi diretamente ao quarto de Valéria. A luz estava apagada, mas ela sabia que sua amiga estava lá dentro. Ela bateu levemente na porta, mas não houve resposta imediata. — Valéria? — chamou Lara, com a voz suave, mas preocupada. Sem esperar muito mais, Lara abriu a porta devagar e encontrou Valéria encolhida na cama, envolvida em um silêncio pesado e doloroso. O rosto de Valéria estava marcado pelas lágrimas que já haviam secado, e os olhos inchados eram um claro indicativo do quanto ela havia chorado. — Valéria, o que aconteceu? — perguntou Lara, se aproximando r
Valéria tentava seguir sua rotina, mas a verdade era que cada dia parecia mais difícil. O afastamento de Felipe pesava em seus ombros como uma constante lembrança do que havia perdido. Lara percebia o estado da amiga, mas não a pressionava. Sabia que Valéria precisava de tempo para lidar com seus sentimentos. Numa tarde, enquanto estavam no estúdio, Lara se aproximou, decidida a tentar quebrar o clima sombrio que pairava sobre Valéria. — Valéria, o Rafael nos convidou para tocar no pub dele hoje à noite — disse Lara, com um sorriso leve, tentando trazer um pouco de ânimo. — Faz tempo que a gente não toca ao vivo, e eu realmente queria que você fosse. Sempre nos divertimos tanto lá... Valéria olhou para ela com olhos cansados. Ela não estava no clima para apresentações. Não sentia vontade de sair, de tocar, de interagir com o público. Mas a insistência suave de Lara a fez hesitar. Talvez fosse o que ela precisava para distrair a mente. — Não sei, Lara... — começou Valéria, suspi
Valéria entrou no táxi com um nó na garganta. A noite no pub, que deveria ter sido uma distração, a deixou mais confusa e emocionalmente sobrecarregada. Ela tentou evitar pensar em Felipe enquanto tocava com Lara, mas a presença dele no mesmo ambiente era impossível de ignorar. O reencontro inesperado apertava seu peito, tornando cada respiração mais difícil. Enquanto o táxi se afastava, ela olhava pela janela, vendo as luzes da cidade passarem como borrões. Seu coração batia rápido, e o aperto no peito só aumentava. Não estava preparada para vê-lo daquele jeito, não depois de tudo. Sabia que ele também havia notado sua presença. Isso a abalava mais do que gostaria de admitir. Mordeu o lábio, tentando conter as lágrimas que começavam a surgir. Ela as limpou rapidamente, mas era inútil. O choro veio mais forte, e Valéria deixou que ele fluísse. O motorista, alheio às suas emoções, dirigia em silêncio. — Por que tudo tem que ser tão difícil? — pensou Valéria, relembrando a n
O sol mal havia nascido quando Valéria acordou. Ela se levantou devagar, a ansiedade voltando a invadir seu corpo. Hoje era o dia da coletiva de imprensa do documentário. A coletiva aconteceria em um grande auditório no centro da cidade, e ela sabia que todos os olhares estariam voltados para ela, Ricardo e a equipe do projeto. Valéria tomou um banho rápido, vestiu-se com uma elegância discreta e fez uma rápida refeição antes de sair. Quando o táxi parou em frente ao prédio luxuoso onde aconteceria a coletiva, Valéria respirou fundo, tentando acalmar o coração acelerado. Ao descer do carro, foi recebida por Amanda, que fazia parte da equipe de comunicação do documentário. — Valéria, que bom que você chegou! — disse Amanda, com um sorriso profissional. — Já estamos quase prontos para começar. O Sr. Ricardo já está lá dentro com a equipe. Valéria assentiu, agradecendo pela recepção. Enquanto entrava no salão, pôde sentir o burburinho dos jornalistas se preparando, luzes sendo