Parte 4...Anelise estava em sua sala na empresa, quando o cunhado bateu de leve na porta e entrou.— Começou cedo - ele disse colocando dois documentos em sua frente — Preciso de sua assinatura aqui...— Deixe aí que eu vou ler em seguida.— É que eu preciso das assinaturas agora.— Deixe... - ergueu o olhar para ele — Eu leio depois.Hugo se espantou com a frieza dela.— O que houve?— Comigo? Nada - voltou a atenção para o notebook.— Você parece aborrecida.— Não estou. Só cansada de confiar nas pessoas - levantou a cabeça e o mirou direto — E elas me traírem.Hugo paralisou um instante. O olhar frio dela era tanto quanto sua voz.— Ok... Me chame quando terminar.— Você está se ocupando muito com isso, não é Hugo?Ele parou e se virou.— Isso? - franziu os olhos sem perceber.— É- ela se recostou na cadeira — Os projetos nacionais. Sendo que a sua pasta é dos contratos internacionais - ela disfarçou sua vontade de dizer que já sabia do plano dele de desacreditá-la.— Só estou ten
Parte 1...Diana entrou apressada quando ela abriu a porta.— O que foi? - Anelise franziu a testa.— Luiza vem aí. Eu a vi parar o carro lá atrás e estava descendo, por isso me apressei.— Merda! - ela soltou.Ela não podia ver seus filhos logo agora ou tudo iria azedar.— Vamos lá para fora. Ludimila! - chamou alto — Não deixe ninguém ir lá para fora agora, nem o Felipe.— Certo - ela voltou para o quinta depressa.Ela e Diana saíram e encontraram Luiza já de olho no carro alugado que eles pegaram na agência do aeroporto.— Está com visita? - ela apontou para o carro.— O que quer aqui, Luiza? - Anelise parou e cruzou os braços.— Eu vim aqui antes e a casa estava toda fechada - inclinou a cabeça de lado — Minha filha disse que você tinha dito que iria embora. Eu vim confirmar.— É verdade, eu vou mesmo. Só tenho alguns assuntos para encerrar. Não precisava vir.— E vai largar Mathias?— Nunca estive atrás dele e você sabe. Seu filho é que não me deixa em paz.— E não vai contar a
Parte 2...— É isso mesmo o que eu quero - ela pausou — Hugo, dessa vez não me decepcione. Peço em nome de seu irmão.Ele ficou olhando para o celular sem entender bem o que ela queria dizer.Na manhã seguinte ela informou a Ludimila e Felipe que a reunião aconteceria e que se preparassem porque a energia poderia ficar um pouco pesada.— Tenha cuidado - ele disse — Eu irei buscá-la quando acabar. Espero que tudo corra bem.— Não é preciso, Felipe. Eu vou e volto dirigindo.— Vai estar abalada, eu sei que vai.— Possivelmente - ela sorriu de leve — Mas vou conseguir dirigir. Vocês me aguardam aqui.— Mãe, você vai demorar? - Bianca perguntou.— Espero que não, amor - a beijou — Vou me trocar agora.Ela foi para o quarto respirando fundo, repassando na mente tudo o que já tinha passado e seus motivos para estar fazendo aquilo. Agora a questão era de negócios e não mais pessoal. Essa parte acabara. Já tinha desprendido energia demais para isso, agora já era hora de voltar a ser a Anelis
Parte 3...Antes de entrar naquela reunião, Mathias ainda pensou em ligar para Anelise. Queria ouvir a voz dela, talvez isso o acalmasse ou ajudasse a passar por uma situação chata. Ele nunca teve problemas em participar de nenhuma reunião, mas aquela era diferente. Ele havia descoberto que o contrato com a Free Carnes havia sido repassado por baixo da mesa para a empresa de seu antigo rival, a Ferroso Incorporações.Isso não foi nada bom para ele que antes tinha sido o responsável por pegar essa parceria e tinha sido bom para a Mazzaro, mas agora, ao que parece, a outra empresa tinha sido mais rápida e generosa nos acordos, lhe trazendo uma dificuldade a mais para continuar agradando aos outros membros da diretoria.Um dia, do nada, representantes da Ferroso Incorporações apareceram querendo comprar suas ações e depois por várias vezes eles tomaram contratos com outras empresas menores e até fornecedores. Até mesmo os fizeram gastar mais para não perder um ótimo acordo e isso acabou
Parte 4...— Sim, eu mesma - ela sorriu com cinismo e sentou ao lado de Hugo — Creio que não é necessário muita conversa mais - olhou em volta sorrindo para todos, sendo simpática a eles — Já conheço quase todos aqui - mirou Luiza — Alguns melhor do que outros.Mathias estava atônito. Ele sempre a achara bonita e atraente, mesmo agora em seu retorno, mas nunca a tinha visto com roupas como aquelas.Era uma outra pessoa. Estava elegante, chique, charmosa, altiva, totalmente diferente e nada a ver com a garota que vivia de jeans e camiseta de algodão. Essa tinha algo muito mais interessante.O relógio era de uma marca que poucos podiam pagar, feito sob encomenda apenas. Ele sabia pois tinha três da mesma marca. O perfume era clássico, entrava por suas narinas e o despertava para uma nova realidade.A pele dela tinha um brilho especial, seu cabelo estava penteado solto, caindo em seus ombros delicadamente. Enquanto ela falava, movia a cabeça e os caros brincos de diamantes balançavam toc
Parte 5...— Por enquanto Hugo será meu representante até que tudo se organize aqui - levantou — Vocês terão um período de adaptação e espero que possamos trabalhar em união.— Você não terá a minha ajuda - Mathias disse entre dentes, a encarando.— Espero que repense sua atitude. Posso afastá-lo do cargo por tempo indeterminado. Ou posso colocar em votação algo permanente por quebra de decoro e de confiança. Não acho que os acionistas restantes e que me passaram as procurações irão ficar ao seu lado, visto seu trabalho fraco nos últimos tempos - alfinetou.Mathias ficou vermelho e engoliu as palavras.— Foi bom esse contato inicial, senhores - ela levantou e gesticulou para o cunhado — Ainda temos mais a falar. Obrigada pelo tempo, atenção e procurações assinadas. Ajudaram muito - soltou de propósito para causar raiva — Tenho certeza de que faremos grandes negócios e lucros financeiros para todos.Quando ela se virou, levou no rosto um grande sorriso de vitória que aumentou ao fechar
Parte 6...Felipe abriu a porta e fechou a cara ao ver Mathias ali.— Anelise... Tudo bem?Ela o olhou e assentiu.— O senhor Mazzaro já vai embora, Felipe.Mathias fechou os punhos e rangeu os dentes olhando de um para outro. Sua mente estava confusa. Quem seria ele nisso tudo? Um novo amante?Outro carro parou de vez e eles viram Luiza descer pálida.— Ah, claro... - ela bateu as mãos ao lado do corpo — De novo a família monstro vem me ameaçar - ironizou — Já chamou a sua irmã também?O choque no rosto de Mathias era óbvio. Ele jamais pensaria que ela seria capaz de fazer tal coisa. A tinha como uma qualquer, como uma pobre menina.Luiza se aproximou e olhou para Felipe com medo estampado no rosto envelhecido.— Quem é você? - Luiza perguntou se sentindo incomodada pela presença do homem estranho.— Eu sou Felipe Roussô - ele parou ao lado de Anelise de modo protetor — Sou acionista da empresa... E guarda-costas perticular de Anelise.— Guarda-costas? - ela repetiu.— Exato - ele de
Parte 7...Mathias se aproximou com os paramédicos e eles começaram a atender Luiza ali mesmo. O olhar dele era de acusação velada enquanto a mãe era retirada do chão. Queria que ela se sentisse culpada, mas Anelise não iria carregar esse peso. Luiza tinha tido toda a culpa. Ela tinha dado início a isso antes, quando a humilhou e a fez seguir um caminho inesperado e inseguro. Se a sorte não tivesse lhe sorrido naquele dia na praça, ela poderia ter tido um fim muito diferente e nada bom.Por mais que ele a olhasse feio, ela não iria pegar essa culpa para si. Que ficasse a quem realmente pertencia.A ambulância saiu em direção ao hospital e Mathias seguiu atrás com o carro. Anelise disse que mandaria entregar o carro de Luiza em casa e Mathias pediu que deixasse, que ele voltaria para buscar depois.Quando Anelise entrou, Diana veio até ela com os olhos arregalados de susto e de curiosidade.— Meu Deus - segurou o rosto entre as mãos — O que houve lá fora?— Luiza teve um mal súbito e