Parte 2...— É isso mesmo o que eu quero - ela pausou — Hugo, dessa vez não me decepcione. Peço em nome de seu irmão.Ele ficou olhando para o celular sem entender bem o que ela queria dizer.Na manhã seguinte ela informou a Ludimila e Felipe que a reunião aconteceria e que se preparassem porque a energia poderia ficar um pouco pesada.— Tenha cuidado - ele disse — Eu irei buscá-la quando acabar. Espero que tudo corra bem.— Não é preciso, Felipe. Eu vou e volto dirigindo.— Vai estar abalada, eu sei que vai.— Possivelmente - ela sorriu de leve — Mas vou conseguir dirigir. Vocês me aguardam aqui.— Mãe, você vai demorar? - Bianca perguntou.— Espero que não, amor - a beijou — Vou me trocar agora.Ela foi para o quarto respirando fundo, repassando na mente tudo o que já tinha passado e seus motivos para estar fazendo aquilo. Agora a questão era de negócios e não mais pessoal. Essa parte acabara. Já tinha desprendido energia demais para isso, agora já era hora de voltar a ser a Anelis
Parte 3...Antes de entrar naquela reunião, Mathias ainda pensou em ligar para Anelise. Queria ouvir a voz dela, talvez isso o acalmasse ou ajudasse a passar por uma situação chata. Ele nunca teve problemas em participar de nenhuma reunião, mas aquela era diferente. Ele havia descoberto que o contrato com a Free Carnes havia sido repassado por baixo da mesa para a empresa de seu antigo rival, a Ferroso Incorporações.Isso não foi nada bom para ele que antes tinha sido o responsável por pegar essa parceria e tinha sido bom para a Mazzaro, mas agora, ao que parece, a outra empresa tinha sido mais rápida e generosa nos acordos, lhe trazendo uma dificuldade a mais para continuar agradando aos outros membros da diretoria.Um dia, do nada, representantes da Ferroso Incorporações apareceram querendo comprar suas ações e depois por várias vezes eles tomaram contratos com outras empresas menores e até fornecedores. Até mesmo os fizeram gastar mais para não perder um ótimo acordo e isso acabou
Parte 4...— Sim, eu mesma - ela sorriu com cinismo e sentou ao lado de Hugo — Creio que não é necessário muita conversa mais - olhou em volta sorrindo para todos, sendo simpática a eles — Já conheço quase todos aqui - mirou Luiza — Alguns melhor do que outros.Mathias estava atônito. Ele sempre a achara bonita e atraente, mesmo agora em seu retorno, mas nunca a tinha visto com roupas como aquelas.Era uma outra pessoa. Estava elegante, chique, charmosa, altiva, totalmente diferente e nada a ver com a garota que vivia de jeans e camiseta de algodão. Essa tinha algo muito mais interessante.O relógio era de uma marca que poucos podiam pagar, feito sob encomenda apenas. Ele sabia pois tinha três da mesma marca. O perfume era clássico, entrava por suas narinas e o despertava para uma nova realidade.A pele dela tinha um brilho especial, seu cabelo estava penteado solto, caindo em seus ombros delicadamente. Enquanto ela falava, movia a cabeça e os caros brincos de diamantes balançavam toc
Parte 5...— Por enquanto Hugo será meu representante até que tudo se organize aqui - levantou — Vocês terão um período de adaptação e espero que possamos trabalhar em união.— Você não terá a minha ajuda - Mathias disse entre dentes, a encarando.— Espero que repense sua atitude. Posso afastá-lo do cargo por tempo indeterminado. Ou posso colocar em votação algo permanente por quebra de decoro e de confiança. Não acho que os acionistas restantes e que me passaram as procurações irão ficar ao seu lado, visto seu trabalho fraco nos últimos tempos - alfinetou.Mathias ficou vermelho e engoliu as palavras.— Foi bom esse contato inicial, senhores - ela levantou e gesticulou para o cunhado — Ainda temos mais a falar. Obrigada pelo tempo, atenção e procurações assinadas. Ajudaram muito - soltou de propósito para causar raiva — Tenho certeza de que faremos grandes negócios e lucros financeiros para todos.Quando ela se virou, levou no rosto um grande sorriso de vitória que aumentou ao fechar
Parte 6...Felipe abriu a porta e fechou a cara ao ver Mathias ali.— Anelise... Tudo bem?Ela o olhou e assentiu.— O senhor Mazzaro já vai embora, Felipe.Mathias fechou os punhos e rangeu os dentes olhando de um para outro. Sua mente estava confusa. Quem seria ele nisso tudo? Um novo amante?Outro carro parou de vez e eles viram Luiza descer pálida.— Ah, claro... - ela bateu as mãos ao lado do corpo — De novo a família monstro vem me ameaçar - ironizou — Já chamou a sua irmã também?O choque no rosto de Mathias era óbvio. Ele jamais pensaria que ela seria capaz de fazer tal coisa. A tinha como uma qualquer, como uma pobre menina.Luiza se aproximou e olhou para Felipe com medo estampado no rosto envelhecido.— Quem é você? - Luiza perguntou se sentindo incomodada pela presença do homem estranho.— Eu sou Felipe Roussô - ele parou ao lado de Anelise de modo protetor — Sou acionista da empresa... E guarda-costas perticular de Anelise.— Guarda-costas? - ela repetiu.— Exato - ele de
Parte 7...Mathias se aproximou com os paramédicos e eles começaram a atender Luiza ali mesmo. O olhar dele era de acusação velada enquanto a mãe era retirada do chão. Queria que ela se sentisse culpada, mas Anelise não iria carregar esse peso. Luiza tinha tido toda a culpa. Ela tinha dado início a isso antes, quando a humilhou e a fez seguir um caminho inesperado e inseguro. Se a sorte não tivesse lhe sorrido naquele dia na praça, ela poderia ter tido um fim muito diferente e nada bom.Por mais que ele a olhasse feio, ela não iria pegar essa culpa para si. Que ficasse a quem realmente pertencia.A ambulância saiu em direção ao hospital e Mathias seguiu atrás com o carro. Anelise disse que mandaria entregar o carro de Luiza em casa e Mathias pediu que deixasse, que ele voltaria para buscar depois.Quando Anelise entrou, Diana veio até ela com os olhos arregalados de susto e de curiosidade.— Meu Deus - segurou o rosto entre as mãos — O que houve lá fora?— Luiza teve um mal súbito e
Parte 8...— Foi ela - Márcia fechou a cara — Eu já sei que ela deu um golpe na nossa empresa.— Não... - Luiza balançou a cabeça.— Não se esforce, mãe - Mathias sorriu preocupado — Só relaxe e logo vou te levar para casa.— Você viu... Anelise - murmurou.— Eu sei - ele fechou o cenho aborrecido — Vou resolver isso, não se preocupe.— O menino... - apertou a mão dele — Não prestou atenção na criança? - sua voz ainda estava fraca.— Eu sei - ele torceu a boca — Ela tem dois filhos. O menino é mais velho e deve ter tido logo que ela fugiu e se casou.— Oh, meu Deus - ela fechou os olhos — O que eu fiz?— Ela que fez, ela mentiu, mãe - Márcia insistiu.— Não... - ela puxou o ar — Sabe que não... Fui eu.Mathias viu que as duas tinham um código, algo só delas e que ele tinha que saber o que era.Luiza estava arrasada, mas não tanto pela empresa em si, isso ela poderia resolver depois. O problema era que ela tinha um neto e que era de seu filho preferido.Pensou em como Anelise deve ter
Parte 1...Ludimila levou as crianças para comprar pão na padaria da esquina. Mesmo sendo bem cedo Felipe os acompanhou como sempre, por costume e por segurança.Anelise aproveitou para colocar o café na cafeteira e ligou a torradeira para deixar pronto o café deles. As crianças gostavam de comer wafles na manhã e ela preparou e serviu os pratos de cada um, já arrumando a mesa para quando chegassem.Uma batida forte na porta e o toque repetido da campainha já denunciava quem seria. Jogou a cabeça para trás e resmungou antes de ir abrir a porta.— O que faz aqui tão cedo? - ela reclamou — Poderia pegar o carro de sua mãe mais tarde - ele entrou — Fique à vontade - disse irônica fechando a porta.— Tem algo no fogo? - ele sentiu o cheirinho bom de café novinho.— Só o meu café.Ela voltou para a cozinha e ele a seguiu, puxando uma cadeira e sentando mesmo sem ela mandar.— Posso beber um pouco? - passou a mão pelo cabelo.Ela não o queria ali. Logo as crianças estariam de volta. Sua pal