Parte 5...— Por enquanto Hugo será meu representante até que tudo se organize aqui - levantou — Vocês terão um período de adaptação e espero que possamos trabalhar em união.— Você não terá a minha ajuda - Mathias disse entre dentes, a encarando.— Espero que repense sua atitude. Posso afastá-lo do cargo por tempo indeterminado. Ou posso colocar em votação algo permanente por quebra de decoro e de confiança. Não acho que os acionistas restantes e que me passaram as procurações irão ficar ao seu lado, visto seu trabalho fraco nos últimos tempos - alfinetou.Mathias ficou vermelho e engoliu as palavras.— Foi bom esse contato inicial, senhores - ela levantou e gesticulou para o cunhado — Ainda temos mais a falar. Obrigada pelo tempo, atenção e procurações assinadas. Ajudaram muito - soltou de propósito para causar raiva — Tenho certeza de que faremos grandes negócios e lucros financeiros para todos.Quando ela se virou, levou no rosto um grande sorriso de vitória que aumentou ao fechar
Parte 6...Felipe abriu a porta e fechou a cara ao ver Mathias ali.— Anelise... Tudo bem?Ela o olhou e assentiu.— O senhor Mazzaro já vai embora, Felipe.Mathias fechou os punhos e rangeu os dentes olhando de um para outro. Sua mente estava confusa. Quem seria ele nisso tudo? Um novo amante?Outro carro parou de vez e eles viram Luiza descer pálida.— Ah, claro... - ela bateu as mãos ao lado do corpo — De novo a família monstro vem me ameaçar - ironizou — Já chamou a sua irmã também?O choque no rosto de Mathias era óbvio. Ele jamais pensaria que ela seria capaz de fazer tal coisa. A tinha como uma qualquer, como uma pobre menina.Luiza se aproximou e olhou para Felipe com medo estampado no rosto envelhecido.— Quem é você? - Luiza perguntou se sentindo incomodada pela presença do homem estranho.— Eu sou Felipe Roussô - ele parou ao lado de Anelise de modo protetor — Sou acionista da empresa... E guarda-costas perticular de Anelise.— Guarda-costas? - ela repetiu.— Exato - ele de
Parte 7...Mathias se aproximou com os paramédicos e eles começaram a atender Luiza ali mesmo. O olhar dele era de acusação velada enquanto a mãe era retirada do chão. Queria que ela se sentisse culpada, mas Anelise não iria carregar esse peso. Luiza tinha tido toda a culpa. Ela tinha dado início a isso antes, quando a humilhou e a fez seguir um caminho inesperado e inseguro. Se a sorte não tivesse lhe sorrido naquele dia na praça, ela poderia ter tido um fim muito diferente e nada bom.Por mais que ele a olhasse feio, ela não iria pegar essa culpa para si. Que ficasse a quem realmente pertencia.A ambulância saiu em direção ao hospital e Mathias seguiu atrás com o carro. Anelise disse que mandaria entregar o carro de Luiza em casa e Mathias pediu que deixasse, que ele voltaria para buscar depois.Quando Anelise entrou, Diana veio até ela com os olhos arregalados de susto e de curiosidade.— Meu Deus - segurou o rosto entre as mãos — O que houve lá fora?— Luiza teve um mal súbito e
Parte 8...— Foi ela - Márcia fechou a cara — Eu já sei que ela deu um golpe na nossa empresa.— Não... - Luiza balançou a cabeça.— Não se esforce, mãe - Mathias sorriu preocupado — Só relaxe e logo vou te levar para casa.— Você viu... Anelise - murmurou.— Eu sei - ele fechou o cenho aborrecido — Vou resolver isso, não se preocupe.— O menino... - apertou a mão dele — Não prestou atenção na criança? - sua voz ainda estava fraca.— Eu sei - ele torceu a boca — Ela tem dois filhos. O menino é mais velho e deve ter tido logo que ela fugiu e se casou.— Oh, meu Deus - ela fechou os olhos — O que eu fiz?— Ela que fez, ela mentiu, mãe - Márcia insistiu.— Não... - ela puxou o ar — Sabe que não... Fui eu.Mathias viu que as duas tinham um código, algo só delas e que ele tinha que saber o que era.Luiza estava arrasada, mas não tanto pela empresa em si, isso ela poderia resolver depois. O problema era que ela tinha um neto e que era de seu filho preferido.Pensou em como Anelise deve ter
Parte 1...Ludimila levou as crianças para comprar pão na padaria da esquina. Mesmo sendo bem cedo Felipe os acompanhou como sempre, por costume e por segurança.Anelise aproveitou para colocar o café na cafeteira e ligou a torradeira para deixar pronto o café deles. As crianças gostavam de comer wafles na manhã e ela preparou e serviu os pratos de cada um, já arrumando a mesa para quando chegassem.Uma batida forte na porta e o toque repetido da campainha já denunciava quem seria. Jogou a cabeça para trás e resmungou antes de ir abrir a porta.— O que faz aqui tão cedo? - ela reclamou — Poderia pegar o carro de sua mãe mais tarde - ele entrou — Fique à vontade - disse irônica fechando a porta.— Tem algo no fogo? - ele sentiu o cheirinho bom de café novinho.— Só o meu café.Ela voltou para a cozinha e ele a seguiu, puxando uma cadeira e sentando mesmo sem ela mandar.— Posso beber um pouco? - passou a mão pelo cabelo.Ela não o queria ali. Logo as crianças estariam de volta. Sua pal
Parte 2...Casamento era algo do passado, hoje em dia era uma instituição falida, as pessoas apenas entravam e saíam de um casamento sem prestar atenção nos detalhes que traziam sérios problemas depois. Os próprios pais dele viviam mal.— Você foi feliz com ele? - murmurou a pergunta.— Fui sim - sorriu pensativa — Haroldo foi um marido perfeito em tudo. Nas qualidades e defeitos. Se tivesse que reclamar de algo seria seu excesso de zelo comigo.— Ele a escondeu. Por isso nunca a achei.— É verdade. Mas eu também me escondi - ela assumiu.— E você o amava? - lhe doeu perguntar isso.— No começo não - foi honesta — Ele me ajudou muito e cuidou de mim quando mais precisei. Mas tão logo eu entendi as mudanças de minha vida e o que tinha... Eu me abri para ele e aprendi a amá-lo também - suspirou — Haroldo merecia uma mulher que o amasse e eu soube retribuir. Sinto muito a falta dele - ela abaixou a cabeça um instante — Seria difícil não amar uma pessoa que me deu tanto. Ele vivia para a
Parte 3...Ele não podia deixar que ela se fosse assim, mesmo com o que havia feito na empresa. Não aceitava isso e não se importava mais com is filhos dela, com sua vida com outro, com sua família.Ela estava ali e seria dele outra vez. Sentiu em seu beijo o que suas palavras negavam. Ela ainda tinha sentimento.Dez anos de dor e saudade. Ele não iria passar por isso de novo ou ficaria louco de vez. Se fosse preciso faria qualquer coisa ao seu alcance para impedí-la de sumir. Se fosse necessário a trancaria em casa, a deixaria presa a ele, qualquer coisa, menos ficar sem ela.Sentiu o corpo estremecer. De certa forma já começava a enlouquecer lentamente. Saiu sem olhar para trás.***************— Por que não vai logo e acaba de vez com isso? - Felipe perguntou quando ela lhe contou sobre a ida ao hospital — Se não for ele vai voltar aqui e continuar a te encher de novo. Já sabe como ele é - a olhou querendo rir — Fez a cama, querida... Agora deite-se nela - sorriu discreto.— Nossa,
Parte 4...— Eu consegui viver um tempo sem me importar e pensar em você - Luiza disse com voz baixa suspirando — No começo fiquei preocupada com o que estaria acontecendo com a criança - engoliu com dificuldade — Vi meu filho se afastar, virar um bêbado... Sofrer por você... E eu esperava que isso passasse - apertou as mãos — E não passou... Só ficou escondido. Quando o detetive não a encontrou em lugar nenhum... Cheguei a pensar que tivesse morrido - abaixou o olhar — E teria sido bom... Foi o que pensei na época - a olhou de modo cansado — Mas eu me arrependi. Eu sofri junto com Mathias. Ele começou a fumar, se enfiou na farra, saía com várias e não dava crédito às minhas opiniões. Nunca consegui convencê-lo a se casar, ele se fechou para isso.— Tudo isso é culpa sua - Anelise respondeu calma — Você estragou seu filho.— Eu sei - ela fechou os olhos suspirando lento — Mas eu o fiz porque era certo.Anelise deu um risinho crítico.— Repetir isso não vai melhorar sua vida.— Mathias