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Meu coração está rachando a cada tomada e quando eu já estou cedendo ao terceiro copo de vinho, começo a chorar. Acomodo-me na espreguiçadeira e escondo o rosto entre as pernas. Meu campo está embaçado, impedindo de ver o mundo, mas no fundo quero estar cega e adotar essa realidade tenebre (escuridão). Uma lucidez traiçoeira se vai e desnuda minhas feridas, rupturas que doem cada vez que penso nas voltas impiedosas, aquelas voltas da vida muitas vezes mortais. Embora eu tenha sobrevivido ao choque, muitas vezes me bate até o vento suave porque sou frágil e não tenho certeza de um refúgio para onde correr.

Estou tonta e rendida a um descomunal choro, talvez seja a embriaguez, o estúpido álcool que mexe minhas emoções. Talvez seja isso, não saberia se o confirmaria, mas desde que a primeira gota de tinta se alojou no meu sistema deu início a essa ânsia patética de me quebrar diante dele. Óbvio eu não espero que ele venha e me abrace, um milagre teria que acontecer para alguém tão egoís
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