Seu PerigoPor por que ouço essas vozes? Murmúrios, gritos, um barulho que advertem sobre a colisão; ainda assim as insidiosas palavras que contradizem o tempo de questioná-lo de maneira feroz, é insuficiente para colocá-lo a salvo. Sou uma fugitiva da estabilidade, compete-me um refúgio, e caminho para a zona de perigo. Seu perigo. Esta quarta-feira lenta, vai-se pouco a pouco e o que lhe resta eu as arrumo para não me aborrecer muito. Acontece que em momentos de letargia costumo pensar demais e isso cansa, a verdade é que há um ponto em que você se cansa e quer colocar a mente em branco, no entanto, sempre há uma frase devolvida, uma palavra dando voltas na cabeça, voltas loucas no momento inoportuno; enfim, nunca terá a cabeça em branco, isso não é possível. Para amostra: eu, aqui estou eu, no terraço, sentado em uma espreguiçadeira com o laptop nas pernas. Sem ânimo, Clique, me esforço muito para não recapitular na minha vida, no que me acontece com Silvain, é um trabalho perdi
CalenturaAntes de adormecer, vão-se tecendo ideias, ecos nítidos que escalam em mim, repetitivos... Consegui passar o que escrevi no notebook de Mila, agora posso continuar no meu e seguir por esse caminho ao qual me empurra a inspiração derivada do vivido e do pouco que sei de Silvain. Eu não posso acreditar que estou me jogando nisso. Escrever um rascunho em torno do meu chefe surgiu de repente e estou ansiosa para segui-lo, talvez isso alimente ilusões, porque uma fome emocional sofre minha alma. A portas fechadas, estou tranquila e começo a escrever. Meus dedos dançam naquele teclado até o início da manhã, quando percebo o quão tarde é, decido parar e descansar, mas ficar até aquela hora sem bater um olho deixou insônia de acordo. A sequência de manhã chega com dor de cabeça e exaustão. Eu mal tomo banho e faço minhas necessidades antes de me preparar. Acontece que, ao verificar meu telefone, tenho quatro chamadas perdidas de Silvain, horrorizada abro os olhos, também deixou um
- Há alguém aqui? - falo ao acaso, não obtenho resposta, mas Gemidos vindos de seu quarto me colocam no palco. Eu me encaminho para essa sala, onde a escuridão não tem piedade de ninguém, mesmo eu me salvo, está tudo no escuro dificultando que eu me mova sem colidir com algo no meu caminho, com o flash do meu telefone consigo direcionar sem dar mais trastabillos. Finalmente o vejo em sua cama, preso em uma doença que me alarma. Eu me aproximo de seu corpo, escondido entre os lençóis de seda, eu o detecto na fragilidade, ele tem as pálpebras fechadas e a respiração ofegante, ele se contorce constantemente. Eu Toco sua testa e queima muito, afiebrado encontra-se. Fico petrificada. Eu ligo a luz da mesa de cabeceira para que eu possa estudá-lo melhor. A palidez rodeia suas feições, não para de tremer. - Silvain, Silvain por favor me diga algo —eu o movo, desesperada, estou trêmula, sem saber o que fazer diante da anomalia. Apenas continue na reclamação audível. - A-Aryana. - Estou a
IncompreensívelAcordado ao lado de um corpo musculoso e quente. Eu sacudi os lençóis e perplexo piscar olhando para mim perto dele. Amanheci na cama ao lado de Silvain, ele continua dormindo como um bebê depois da noite enlutada que passou. Tateando seu rosto, furtivo, tem um calor leve, sulcos escuros são desenhados sob seus olhos e continua abandonado por sua tez natural. Resfriados comuns podem durar até quatro dias, melhorando nesse período de tempo. Deixo-o descansar e dirijo-me à cozinha, na zona pergunto-me o que terá sido de zínia que brilha pela sua ausência e tendo em conta a hora, de Génesis que não está. Eu Preparo um caldo de galinha, isso atenua o incômodo, sempre vai bem um pouco para o doente. Deixo ferver, enquanto vou buscar minha mochila e já no banheiro do quarto que costumo ocupar, posso me adaptar, escovar os dentes e tomar banho. Eu deixei tudo ferver, então me dá tempo para tomar o banho curto e voltar para a cozinha sem testemunhar um incidente. Sirvo-lhe
Em um movimento de lazer, passo por cima de seu queixo forte, ele tem uma barba por fazer cócegas nas pontas dos meus dedos. Não há vestígios da febre, é um bom sinal. Mas se ele voltar, Não tenho alternativa a não ser entrar em contato com um médico, assim seja passando sobre ele e sua teimosia arraigada. Abre os olhos de repente me pegando tocando seu rosto. Afasto minhas palmas inquietas, já estou toda corada. Ele me examina, tão profundo e me pergunto se eu estava apenas fingindo estar dormindo. - O que achas que estás a fazer? - Só me certificava de verificar a tua quentura, mas vejo que Não, Não tens febre. Com licença.Saio de voo, com as pulsações a um ritmo que me é difícil acompanhar. Temo que esteja prestes a voltar O Velho e autêntico Silvain, suspiro; na cozinha Me encaminho para realizar o almoço. Desta vez não vejo o livro de receitas da Zinnia. Sorte que tenho no telefone à mão e posso procurar uma receita na internet. Coxas de frango em molho de mostarda e mel. A
Repito a noite passada, baixar a febre com lenços molhados. Não se deixa, anda a segurar-me a mão, a rodeá-la e a dizer-me bobagens. - Silvain... - aviso-o com o olhar. Liberte o ar. - Sinto alguma coisa, e não gosto de sentir, sabes? - muda a expressão, depois contrai o rosto e solta a mão. Eu fico chocado com a brusquidão com que ele muda. Engulo com dificuldade, estou prestes a entrar nessa parte que não sei sobre ele. Está a pouco (Já tenho o pesado pressentimento) de ensinar um lado obscuro que em condições normais não deixa entrever. - O que sentes, Silvain? - sigo—lhe a corrente, acaricio-lhe o cabelo, na pressa e espera para ouvi-lo. Fala comigo, não sei o que queres dizer.- Sim, você sabe-ruge na fraqueza -. Não me mintas. - Não te mentiria, só não estou a par disso que sentes. - E a culpa é tua, toda tua, é por isso que me sinto assim. - Espera... achas que estou a mudar a tua forma de ser? Claro, e você não gosta disso. Você não quer ser fraco, sempre um carvalho,
IndecifrávelSilvain estava com um resfriado, disse o médico que veio à mansão com Gaspard. Ele receitou alguns medicamentos mais eficazes, aconselhou-o a permanecer na cama, já no Domingo, se ele seguisse as instruções do especialista em saúde, ele estaria como novo. Calma, eu podia ir para casa sabendo que Lebrun ficaria com ele esta noite. Martelando minha cabeça seguem as palavras de Silvain, como um rolo que se abriu a partir daquele momento e não consigo fechar. Eu fui Cristian uma vez, mas não mais. Aprendi a ser perfeito, sob esse olhar... a partir-me em pedaços. Nunca mais serei um perdedor, os perdedores não têm um lugar neste mundo.Desde as várias pinturas, retratos, uma chamada telefónica no exterior da cabana, saber desse Cristian, é a maior incógnita. Algumas coisas vão se decompondo, mas a existência de um Cristiano supera tudo. Quantas perguntas, poucas respostas. Não, eu não tenho um único atino, na verdade. Coleciono dúvidas, vagas conjecturas que continua vacil
Lábios CurvadosEu carrego o último bombom de chocolate nos meus lábios, derrete no meu paladar. Eu me livro da caixa na lata de lixo que está na cozinha. Eu tento não ficar em cima dela e assim evitar que ela seja vista por Mila. «... se algo acontece ou Não, Não é problema meu, não vou enfiar meu nariz na sua privacidade".A ênfase de suas palavras me Expressa que não devo contar minhas coisas, mas é bastante curiosa que eu perguntaria sobre isso de qualquer maneira. Suspiro. Vou para o meu quarto, amanhã será um dia diferente. Depois de uma quinta e sexta-feira tão rara, Silvain retornará sendo o mesmo imbecil. ...Chega uma manhà diferente, às seis da manhã acordo com o som do celular. Atendo o telefone meio adormecido. Sento-me na cama e bocejo. - Bom dia. - Bom dia, Viscardi. Fiquei esperando uma resposta. - E eu dei-te, Silvain-bufo -. Eu disse que sim. - Então não foi uma resposta tão convincente, venha para o sótão, terei pouco tempo e preciso que você assine o novo c