Repito a noite passada, baixar a febre com lenços molhados. Não se deixa, anda a segurar-me a mão, a rodeá-la e a dizer-me bobagens. - Silvain... - aviso-o com o olhar. Liberte o ar. - Sinto alguma coisa, e não gosto de sentir, sabes? - muda a expressão, depois contrai o rosto e solta a mão. Eu fico chocado com a brusquidão com que ele muda. Engulo com dificuldade, estou prestes a entrar nessa parte que não sei sobre ele. Está a pouco (Já tenho o pesado pressentimento) de ensinar um lado obscuro que em condições normais não deixa entrever. - O que sentes, Silvain? - sigo—lhe a corrente, acaricio-lhe o cabelo, na pressa e espera para ouvi-lo. Fala comigo, não sei o que queres dizer.- Sim, você sabe-ruge na fraqueza -. Não me mintas. - Não te mentiria, só não estou a par disso que sentes. - E a culpa é tua, toda tua, é por isso que me sinto assim. - Espera... achas que estou a mudar a tua forma de ser? Claro, e você não gosta disso. Você não quer ser fraco, sempre um carvalho,
IndecifrávelSilvain estava com um resfriado, disse o médico que veio à mansão com Gaspard. Ele receitou alguns medicamentos mais eficazes, aconselhou-o a permanecer na cama, já no Domingo, se ele seguisse as instruções do especialista em saúde, ele estaria como novo. Calma, eu podia ir para casa sabendo que Lebrun ficaria com ele esta noite. Martelando minha cabeça seguem as palavras de Silvain, como um rolo que se abriu a partir daquele momento e não consigo fechar. Eu fui Cristian uma vez, mas não mais. Aprendi a ser perfeito, sob esse olhar... a partir-me em pedaços. Nunca mais serei um perdedor, os perdedores não têm um lugar neste mundo.Desde as várias pinturas, retratos, uma chamada telefónica no exterior da cabana, saber desse Cristian, é a maior incógnita. Algumas coisas vão se decompondo, mas a existência de um Cristiano supera tudo. Quantas perguntas, poucas respostas. Não, eu não tenho um único atino, na verdade. Coleciono dúvidas, vagas conjecturas que continua vacil
Lábios CurvadosEu carrego o último bombom de chocolate nos meus lábios, derrete no meu paladar. Eu me livro da caixa na lata de lixo que está na cozinha. Eu tento não ficar em cima dela e assim evitar que ela seja vista por Mila. «... se algo acontece ou Não, Não é problema meu, não vou enfiar meu nariz na sua privacidade".A ênfase de suas palavras me Expressa que não devo contar minhas coisas, mas é bastante curiosa que eu perguntaria sobre isso de qualquer maneira. Suspiro. Vou para o meu quarto, amanhã será um dia diferente. Depois de uma quinta e sexta-feira tão rara, Silvain retornará sendo o mesmo imbecil. ...Chega uma manhà diferente, às seis da manhã acordo com o som do celular. Atendo o telefone meio adormecido. Sento-me na cama e bocejo. - Bom dia. - Bom dia, Viscardi. Fiquei esperando uma resposta. - E eu dei-te, Silvain-bufo -. Eu disse que sim. - Então não foi uma resposta tão convincente, venha para o sótão, terei pouco tempo e preciso que você assine o novo c
Ele me leva a um estúdio, é a primeira vez que piso essa parte do sótão. Observo tudo com um olho curioso, semelhante a um escritório, mas maior. No sofá eu me posiciono captando sua sinalização. Ele, no outro, agradeço a distância. - O que significa ser seu assistente pessoal? Quero sair de dúvidas... - começo, vendo-o tirar uma pasta, Logo tenho sua atenção. - Levar meus brincos, compromissos, se eu precisar que você vá comigo para alguma cidade, mesmo país, você deve ir. - Espere, Espere não poderia ir a sua secretária nesse caso? - Não, Não tenho secretária, terei assistente agora que assinar. - E se eu não assinar? - Você sabe o número de pessoas que esperam ter o cargo? - sorri arrogante, sem um vislumbre de modéstia. Esta semana, nada mais descartei duzentas mulheres, estou sendo muito condescendente com você, dando-lhe o privilégio de preencher a vaga. Está me abrindo as portas do inferno, para que me adentre e esteja mais perto dele, o próprio diabo. - E se você já me
ControladorA amarração no meu estômago causa um grito horrendo, a altura é eminente, não tão colossal quanto esses nervos espinhosos. E se observo ao meu lado, tenho o olhar intenso de Silvain, vamos ao mesmo passo, embora eu desejasse desacelerar o ritmo para não tê-lo assim. Na primeira vez que entramos na empresa automotiva, meu coração aperta, fica desconfortável no lugar e quer sair em um tiro. Tenho o curioso olhar de todos em mim, não sei se por ser a nova ou por chegar acompanhada pelo dono de tudo isso, em todo caso meu sistema colapsa em um colapso nervoso. De imediato se cruzam-nos rostos desconhecidos, ele soltando saudações desdenhosas e exigências por toda a parte, não me apresenta a ninguém. Ele apenas diz para segui-lo, eu faço. Fomos para um elevador. Estou ao seu lado na subida, um silêncio clonado repercute e, enrevesa minha cabeça, me sinto diferente sempre que sou apanhada por uma carícia sua, seu perfume é como o toque abrasivo, fazendo fricção na minha pele e
Nos dias seguintes, eu já estava acoplando, hoje, um mês depois de começar em de Castelbajac inc, posso dizer que ainda é um inferno, mas já estou começando a me dirigir na área flamejante. Silvain não deixa de ser exigente, ditador e perfeccionista. Isso me esgota física e emocionalmente, sua repreensão é o pão de cada dia. Nunca recebi um único elogio da sua parte, não importa o quanto me esforce para fazer bem o meu trabalho. Eu sei que ele não vai, porque ele é um narciso, ele só triunfa aqui. Nestas semanas conheci Ambra Ferreti, gostei dele desde que me cumprimentou ao Primeiro Encontro. Concordamos em muitas coisas, o melhor de tudo é que a garota de cabelos castanhos é italiana. Conversamos um pouco e, já estou ciente de sua cor favorita, a terrível alergia aos gatos de que sofre e seu infinito ódio por Silvain. De sua vida, ele me contou sobre sua filha de dois anos, ela é casada. Por alguma razão, que não me lembro, chegamos a falar de seu marido, pois era seu melhor amigo
- Gerrit, pára, vais fazer-me queimar... - está a abraçá-la por trás. Eu limpei minha garganta, os dois se viraram e me olharam surpresos. O menino se afasta de Mila e vem até mim deixando um beijo na minha bochecha. - Que pena contigo, Aryanna. Cómo como estás? - Não te preocupes. - Ami, daqui a pouco começaremos a arranjar-nos. Gerrit, passa-me o sal, por favor. - ela diz ao namorado. Eu me sento em um banquinho. Eu vejo os dois se movendo na cozinha. - É disso que eu queria falar, não posso ir, devo acompanhar Silvain a uma gala. Ela Abre os olhos, boquiaberta, deixa o que faz e se aproxima de mim. - Porquê? Não é justo, dicho disse-te hoje, assim do nada? - faz cara feia, faz beicinho. Suspiro. - É que de um minuto para o outro a garota com quem eu iria não poderá, me pediu o favor —explico omitindo o incidente do documento. - Claro, e não quiseste recusar, pensei que querias sair connosco. - faz olhinhos. —Não é isso, claro que sim, mas não pude recusar, vi-o em apuro
A Gala Beneficente- Mantém - me informado. - ele me diz antes de ir com Gerrit, tão pontual. Fico sozinha no apartamento, olho para o relógio, falta nada para as oito da noite. Espero que Silvain não se atrase, embora eu deva resgatar que ele é um obsessivo com a hora também. Decido descer até o pórtico, não passa nem cinco minutos quando um novo esportivo presume a chegada. É ele, não é preciso duvidar. Na verdade, a buzina soa duas vezes e eu já estou indo para o carro caro. Meu rosto é todo um poema ao ver aquele espécime de homem enigmático descer e cercar o carro, minha boca fica seca. Parece impossível, mas não, parece mais perfeito do que nunca, com um terno italiano feito sob medida escuro, não usa gravata, em vez disso, usa uma gravata preta. De seu cabelo liso e marrom um penteado elegante. Seu perfume arrebatador penetra profundamente em meu ser, agitando em um maremoto todas as minhas terminações nervosas. Um sorriso se curva em seus lábios, então me abre a portezuela,