Ele me leva a um estúdio, é a primeira vez que piso essa parte do sótão. Observo tudo com um olho curioso, semelhante a um escritório, mas maior. No sofá eu me posiciono captando sua sinalização. Ele, no outro, agradeço a distância. - O que significa ser seu assistente pessoal? Quero sair de dúvidas... - começo, vendo-o tirar uma pasta, Logo tenho sua atenção. - Levar meus brincos, compromissos, se eu precisar que você vá comigo para alguma cidade, mesmo país, você deve ir. - Espere, Espere não poderia ir a sua secretária nesse caso? - Não, Não tenho secretária, terei assistente agora que assinar. - E se eu não assinar? - Você sabe o número de pessoas que esperam ter o cargo? - sorri arrogante, sem um vislumbre de modéstia. Esta semana, nada mais descartei duzentas mulheres, estou sendo muito condescendente com você, dando-lhe o privilégio de preencher a vaga. Está me abrindo as portas do inferno, para que me adentre e esteja mais perto dele, o próprio diabo. - E se você já me
ControladorA amarração no meu estômago causa um grito horrendo, a altura é eminente, não tão colossal quanto esses nervos espinhosos. E se observo ao meu lado, tenho o olhar intenso de Silvain, vamos ao mesmo passo, embora eu desejasse desacelerar o ritmo para não tê-lo assim. Na primeira vez que entramos na empresa automotiva, meu coração aperta, fica desconfortável no lugar e quer sair em um tiro. Tenho o curioso olhar de todos em mim, não sei se por ser a nova ou por chegar acompanhada pelo dono de tudo isso, em todo caso meu sistema colapsa em um colapso nervoso. De imediato se cruzam-nos rostos desconhecidos, ele soltando saudações desdenhosas e exigências por toda a parte, não me apresenta a ninguém. Ele apenas diz para segui-lo, eu faço. Fomos para um elevador. Estou ao seu lado na subida, um silêncio clonado repercute e, enrevesa minha cabeça, me sinto diferente sempre que sou apanhada por uma carícia sua, seu perfume é como o toque abrasivo, fazendo fricção na minha pele e
Nos dias seguintes, eu já estava acoplando, hoje, um mês depois de começar em de Castelbajac inc, posso dizer que ainda é um inferno, mas já estou começando a me dirigir na área flamejante. Silvain não deixa de ser exigente, ditador e perfeccionista. Isso me esgota física e emocionalmente, sua repreensão é o pão de cada dia. Nunca recebi um único elogio da sua parte, não importa o quanto me esforce para fazer bem o meu trabalho. Eu sei que ele não vai, porque ele é um narciso, ele só triunfa aqui. Nestas semanas conheci Ambra Ferreti, gostei dele desde que me cumprimentou ao Primeiro Encontro. Concordamos em muitas coisas, o melhor de tudo é que a garota de cabelos castanhos é italiana. Conversamos um pouco e, já estou ciente de sua cor favorita, a terrível alergia aos gatos de que sofre e seu infinito ódio por Silvain. De sua vida, ele me contou sobre sua filha de dois anos, ela é casada. Por alguma razão, que não me lembro, chegamos a falar de seu marido, pois era seu melhor amigo
- Gerrit, pára, vais fazer-me queimar... - está a abraçá-la por trás. Eu limpei minha garganta, os dois se viraram e me olharam surpresos. O menino se afasta de Mila e vem até mim deixando um beijo na minha bochecha. - Que pena contigo, Aryanna. Cómo como estás? - Não te preocupes. - Ami, daqui a pouco começaremos a arranjar-nos. Gerrit, passa-me o sal, por favor. - ela diz ao namorado. Eu me sento em um banquinho. Eu vejo os dois se movendo na cozinha. - É disso que eu queria falar, não posso ir, devo acompanhar Silvain a uma gala. Ela Abre os olhos, boquiaberta, deixa o que faz e se aproxima de mim. - Porquê? Não é justo, dicho disse-te hoje, assim do nada? - faz cara feia, faz beicinho. Suspiro. - É que de um minuto para o outro a garota com quem eu iria não poderá, me pediu o favor —explico omitindo o incidente do documento. - Claro, e não quiseste recusar, pensei que querias sair connosco. - faz olhinhos. —Não é isso, claro que sim, mas não pude recusar, vi-o em apuro
A Gala Beneficente- Mantém - me informado. - ele me diz antes de ir com Gerrit, tão pontual. Fico sozinha no apartamento, olho para o relógio, falta nada para as oito da noite. Espero que Silvain não se atrase, embora eu deva resgatar que ele é um obsessivo com a hora também. Decido descer até o pórtico, não passa nem cinco minutos quando um novo esportivo presume a chegada. É ele, não é preciso duvidar. Na verdade, a buzina soa duas vezes e eu já estou indo para o carro caro. Meu rosto é todo um poema ao ver aquele espécime de homem enigmático descer e cercar o carro, minha boca fica seca. Parece impossível, mas não, parece mais perfeito do que nunca, com um terno italiano feito sob medida escuro, não usa gravata, em vez disso, usa uma gravata preta. De seu cabelo liso e marrom um penteado elegante. Seu perfume arrebatador penetra profundamente em meu ser, agitando em um maremoto todas as minhas terminações nervosas. Um sorriso se curva em seus lábios, então me abre a portezuela,
Que seu amigo venha me deixa mais trêmula, sabe o que aconteceu entre os dois e quem sabe o que passa pela sua cabeça ao me ver com Silvain depois de tantos avisos dados. Talvez ache que sou uma Masoquista, tola e idiota por ter caído depois de ouvir as sirenes. Eu não tenho nada com o meu chefe, só vim para estragar um documento dele, eu sou esse remendo basicamente. - Compreendo. Não acontece muito quando uma deslumbrante loira com corpo de modelo faz uma aparição, usa um vestido pomposo e no rosto um desses sorrisos forçados, olha direto para mim fazendo um estranho gesto antes de direcionar seus gigantes olhos de cor para Silvain. Sem dizer nada, ele se inclina beijando sua bochecha e sussurra algo em seu ouvido. - Não, Não acredito, Aleska, de qualquer maneira aprecio muito. - é a sua resposta ao segredo confuso, o seu rosto muda a expressão. - Não faz mal Silvain, foi óptimo voltar a ver-te, hein. - expressa gracioso, com um falso sorriso nos lábios de um rosa que encandeia.
Turbilhão EmocionalEle Sabe que tenho dois pés esquerdos, mas como sei que não aceitará uma rejeição, então me levanto segurando a mão dele. - Gaspard...Ele sorri para mim. - Esqueça o ambiente, vou guiá-lo como aquela vez. - pisca-me. Nós dançamos, uma música lenta toca. Ele me bate em seu peito e aí descanso a cabeça, falho em alguns passos, mas faço o melhor que posso e valorizo que me incentive a seguir a peça. Ele se separa de mim e me olha nos olhos.- Ele convidou-te ou obrigou-te a vir? - bisbilhota. —Não, Não é o que você pensa —respirei fundo. Na verdade, estraguei alguma coisa, na hora de lhe dizer que estava disposta a fazer o que fosse, me impôs vir com ele, não tinha escolha. - Eu sabia, obrigou você-bufa.- Sim, mas desta vez tive toda a culpa.- Espera...Eu paro de me mover e, ele se aproxima do meu rosto e um pouco atordoado eu sinto a colisão devorando. Ele apenas acomoda uma mecha do meu cabelo jogando-o para trás, não projeta outra intenção. De repente, est
Meu coração está rachando a cada tomada e quando eu já estou cedendo ao terceiro copo de vinho, começo a chorar. Acomodo-me na espreguiçadeira e escondo o rosto entre as pernas. Meu campo está embaçado, impedindo de ver o mundo, mas no fundo quero estar cega e adotar essa realidade tenebre (escuridão). Uma lucidez traiçoeira se vai e desnuda minhas feridas, rupturas que doem cada vez que penso nas voltas impiedosas, aquelas voltas da vida muitas vezes mortais. Embora eu tenha sobrevivido ao choque, muitas vezes me bate até o vento suave porque sou frágil e não tenho certeza de um refúgio para onde correr. Estou tonta e rendida a um descomunal choro, talvez seja a embriaguez, o estúpido álcool que mexe minhas emoções. Talvez seja isso, não saberia se o confirmaria, mas desde que a primeira gota de tinta se alojou no meu sistema deu início a essa ânsia patética de me quebrar diante dele. Óbvio eu não espero que ele venha e me abrace, um milagre teria que acontecer para alguém tão egoís