Parte 1...— Eu vou ter que prender o cavalo e guardar a carroça - ele disse notando sua indecisão em entrar no quarto — E trazer sua bagagem também.Ela assentiu com a cabeça, apertando os lábios sem o encarar.— Volto já... Fique à vontade.Ele saiu e ela ainda ficou um pouco parada no corredor, olhando para dentro do quarto.Estremeceu.Ficou em dúvida se ele tinha dormido ali com a esposa anterior e se tinham usado a mesma cama.Aliás, ela ergueu as sobrancelhas olhando para dentro esticando o pescoço... Onde estava a cama dela? Só havia uma única cama no centro do quarto, próxima da janela.Sentiu sua respiração ficar mais profunda.Seus pais tinham uma cama assim, mas eles geralmente dormiam em quartos separados e às vezes dividiam o quarto principal.“Será que aquele seria apenas dela?”Ouviu seus passos lá fora se aproximando e mordeu o lábio que chegou a doer.— Por que está parada aqui? Entre, o quarto é nosso - indicou com a mão.Ela entrou um pouco hesitante, olhando melho
Parte 2...Se aproximou da cama e a olhou toda coberta, com os olhos bem abertos, ligados nele. Realmente ele tinha que ser calmo agora.Ela estava nervosa, é claro. Mas ao ver seu sorriso, entendeu que ele estava apenas brincando com ela para que relaxasse. Deu um sorriso de volta.Foi até a cômoda e abriu uma gaveta, pegando uma roupa de dormir. Ela puxou o lençol por cima dos olhos para não ver enquanto ele se trocava.— Bom - ele piscou para ela.Levantou o lençol e deslizou para baixo, indo se encostar nela que segurou a respiração.— Será que eu posso abraçar minha esposa? - ele perguntou calmo — Eu gosto de dormir abraçado.“E agora, o que faço?”Ela gelou chocada. Não sabia como agir agora. Sua mãe nunca tinha falado sobre essas coisas com ela e talvez só fosse falar quando casasse com o velho.— Eu... Eu nunca tive um contato tão próximo com um homem... Menos ainda ficar no mesmo quarto ou na mesma cama - foi honesta.— Eu entendo - ele a apertou um pouco mais, sentindo que e
Parte 1...Ela escolheu o vestido mais fácil de colocar sozinha, já que agora ela não tinha ajuda de Greta.O vestido era branco perolado, com mangas que terminavam em renda que se abriam em cima dos pulsos. O tecido era leve e delicado.Olhou sua imagem refletida no pequeno espelho do banheiro. Escovou bem o cabelo e apenas o prendeu de lado com um laço. Não tinha tempo agora. Usou um pouco de sua colônia no pescoço e nos pulsos. De novo ficava um pouco nervosa.Saiu pelo corredor seguindo as vozes e chegou na cozinha. Era bonita, mas era menor do que a cozinha de Anete.Anna estava sentada em cima da mesa, balançando as perninhas. Hector mexia uma panela em cima do fogão. Se aproximou da menina.— Mamãe - disse alto apontado para ela.— É... Mamãe chegou - sorriu.Hector se virou. Ficou olhando para ela naquele vestido branco bonito. Ergueu uma sobrancelha.Lyanna pegou Anna nos braços e a colocou sentada na cadeira. Olhou para ele, parado a encarando.— O que?- fez uma cara de dúvi
Parte 2... Hector estava mesmo com fome, mas se ainda fosse ensinar sua esposa como usar o fogão, seguro não teria tempo de comer nada. Ele suspirou e esfregou a testa. Tudo bem, ele poderia comer no restaurante da Marnie. Pelo menos Anna estava com a barriguinha cheia. Olhou as panelas em cima do fogão. Apenas a que ele usara estava suja. As outras não tinham sido nem tocadas. Anna derrubou a colher no chão e os dois se abaixaram ao mesmo tempo para pegar. Suas mãos se tocaram e os dois se olharam. Ele pegou a colher e deixou em cima da mesa. Estava feliz por ter sua filhinha com ele de vez. Ela tinha ficado muito tempo com sua irmã. Eles precisavam ter mais tempo juntos, para aumentar o laço que os unia como pai e filha. Não dava para fazer esse papel pela metade. Mas se pudesse, agora gostaria que ela estivesse ainda com Anete, assim poderia ter um tempo à sós com sua mulher. Sentia que os dois poderiam se dar muito bem realmente e que era só questão de irem se adaptando um
Parte 3... Durante o trajeto até a cidade, Anete foi lhe falando um pouco mais sobre o irmão e sua história, mas não entrou em detalhes por causa da sobrinha. Lyanne aproveitou para lhe revelar o que havia acontecido, mas evitou também os detalhes, prometendo que contaria depois, também por causa de Anna ao lado delas. Chegaram na cidade de Beiley Town e Anete seguiu direto para uma loja que ela conhecia a dona. — Bom dia, Nancy - ela disse — Será que pode nos atender? Estamos com um pouco de pressa. — E por que tanta pressa logo pela manhã? - a mulher sorriu saindo de trás do balcão — Por acaso vai se casar? - deu uma gargalhada pequena. — Quase isso - puxou Lyanne — Esta é minha cunhada, Lyanne - a mulher a olhou espantada — Ela se casou recentemente com meu irmão e não teve tempo de fazer a mudança de suas coisas particular. Lyanne falou com a mulher que parecia avaliar sua aparência. — Precisamos de roupas para o dia, de trabalho e outras coisinhas mais. Você entende. — Cla
Parte 1...Antes de voltarem para casa, Anete decidiu que deveriam passar antes na delegacia para que ela conhecesse o local onde o marido trabalhava.— Olha, olha... - Anna apontava — Papai...— Isso mesmo, minha linda - Anete disse a segurando no lugar — Papai trabalha ali, na delegacia.Anna estava animada de encontrar o pai e Lyanne estranhamente também se sentia assim. Elas pararam ao lado do prédio da delegacia e desceram com a ajuda de um rapaz que trabalhava para Hector.Elas entraram na primeira sala onde ficava a mesa de recepção e o oficial que trabalhava em um documento as mandou passar direto para a sala de Hector.Anna foi na frente, pulando cheia de animação e empurrou a porta, mas não havia ninguém na sala.— Onde está meu papai? - olhou para Lyanne.— Também não sei, querida - segurou sua mão — Vamos perguntar de novo ao rapaz lá atrás.— Não precisa.Elas se viraram ao mesmo tempo quando ouviram a voz dele atrás delas.— Papai... - Anna correu para ele.Ele a pegou n
Parte 2...— Por favor, Anete, não diga nada ao seu irmão - segurou suas mãos — Eu sei que foi errado fugir, mas estava desesperada e com medo do que aconteceria comigo se ficasse.— Eu entendo, eu entendo... Não importa como veio parar aqui, mas sim que escapou. Deus... Tenho certeza de que você seria sua próxima vítima.— Pelo pouco que descobri, já entendi que era um homem cruel e ganancioso. Tenho certeza de que ele queria colocar a mão em minha herança.Anete voltou a abraçá-la como se ela fosse desaparecer se não fizesse isso.— Isso é algo muito sério e você deve contar tudo ao meu irmão. Eu não vou estar aqui em breve, então você tem que aprender como conviver com ele e para ter uma boa união, é preciso confiança.— E se ele me mandar embora?— Não seja boba - bateu de leve em sua mão — Ele não faria isso. Agora segure o choro e vamos até a horta lá fora. Tenho que lhe ensinar a cozinhar algo.— Obrigada - ela suspirou segurando a vontade de chorar — Eu fiz uma besteira hoje d
Parte 3...Ela gostava do modo positivo de Anete pensar. Precisava ter mais confiança como ela, mas nunca foi ensinada a ser assim.Sua mãe sempre lhe dizia que o mundo era dos homens e que as mulheres apenas os serviam.Entre Anna e tudo o que tinha que prestar atenção enquanto Anete a ensinava, ela tentava não entrar em desespero por perceber que nao sabia fazer absolutamente nada.Começaram a preparar o jantar mais cedo do que o normal porque Anete precisava voltar para casa.Ela deixou anotado a receita para o café da manhã e para o almoço. Só poderia vir ajudá-la depois do meio-dia e ela teria que se virar sozinha. Teria Anna e a casa para cuidar, sem esquecer de Hector, seu marido.** ** ** ** ** ** **Durante o jantar ela ficou apreensiva com o que ele iria dizer e quando finalmente provou a comida que tinha preparado, foi um alívio.— Hum, isso está muito gostoso.Ela sorriu aliviada. Sua primeira refeição, feita por suas mãos e para seu marido. Se sentiu bem depois de ouvir