Parte 3...Ela não pôde deixar de suspirar. Recordou que pintar era algo que a deixava muito feliz e lhe ajudava a esquecer os problemas que surgiam.Talvez ela pudesse ter a chance de pintar algumas telas após se estabelecer na nova casa.— Lyanne, venha comigo - Anete a chamou.Ela olhou para Hector.— Pode ir - ele sorriu.— Você não jogou seu buquê.Ela olhou para o buquê na mão. — Por que temos que jogar o buquê? Eu achei esse tão delicado. Foi a senhora Locker quem fez.— Eu sei, querida - ela riu — Mas é a tradição. O buquê surgiu na Grécia antiga e era apenas feito com alho e algumas ervas, para espantar o mau olhado.Lyanne não sabia. Franziu a testa.— O buquê como usamos hoje, surgiu muito tempo depois, na era vitoriana. Assim a noiva podia demonstrar seu amor e afeição pelo noivo.Como ela poderia demonstrar afeição se nem mesmo sabia direito como era o noivo?— Sendo assim, eu não deveria entregar o buquê ao seu irmão?— Não - Anete riu balançando a cabeça — A tradição d
Parte 1...Eles se viraram para retornar à sala quando Anete segurou o braço do irmão.— Espere, você já contou?— Como? Ainda não tive tempo para isso.“O que eles estavam falando?”Hector puxou o ar fundo. Tinha imaginado contar de outra forma, mas era necessário.— Ela está dormindo?— Está sim. Hoje ela teve um dia agitado.Sem entender do que eles falavam, apenas olhava de um para outro, curiosa.— Eu... Bem, eu deveria ter contado antes, mas nosso tempo foi muito curto.Lyanne franziu a testa sem entender.— Eu ia revelar isso depois, em outra carta, mas você veio muito antes - alisou a nuca — É melhor que eu mostre á você, assim vai entender logo.Pegou sua mão e a guiou para fora da cozinha, passando por um corredor. Parou e abriu uma porta, acendeu a luz e entrou.Ela o seguiu. Hector parou em frente a um berço branco com um cortinado por cima.Ela se aproximou e se inclinou, olhando para dentro e viu uma criança dormindo.— Ah, que fofinha - disse baixinho, quase sussurando
Parte 2...Já começava a escurecer quando eles chegaram na propriedade que agora ela chamaria de lar. Realmente não ficava longe da propriedade de Anete e enquanto ela ainda estivesse morando ali, Hector disse que ela poderia ir visitar a cunhada quando quisesse, mas teria que aprender a manejar a carroça, coisa que ela não sabia.Nunca precisou aprender porque tinha empregados para levá-la onde quisesse e nem teve interesse, o que se mostrava um erro agora.Ele desceu depressa para abrir o portão da frente e ela ficou segurando Anna no colo. Cheirou de leve o cabelo dela e sorriu ao sentir o cherinho bom.Ela sempre gostou muito de crianças, mas nunca tinha parado de verdade para pensar em ter as suas próprias, o que agora parecia que se tornaria real.“Como? Como eu vou ser mãe de uma menina de quatro anos? E como é que eu vou ter os meus?”Ele guiou a carroça para bem próximo da varanda que cercava a casa. Não podia ver bem pois as luzes eram fracas, mas era algo que poderia fazer
Parte 1...— Eu vou ter que prender o cavalo e guardar a carroça - ele disse notando sua indecisão em entrar no quarto — E trazer sua bagagem também.Ela assentiu com a cabeça, apertando os lábios sem o encarar.— Volto já... Fique à vontade.Ele saiu e ela ainda ficou um pouco parada no corredor, olhando para dentro do quarto.Estremeceu.Ficou em dúvida se ele tinha dormido ali com a esposa anterior e se tinham usado a mesma cama.Aliás, ela ergueu as sobrancelhas olhando para dentro esticando o pescoço... Onde estava a cama dela? Só havia uma única cama no centro do quarto, próxima da janela.Sentiu sua respiração ficar mais profunda.Seus pais tinham uma cama assim, mas eles geralmente dormiam em quartos separados e às vezes dividiam o quarto principal.“Será que aquele seria apenas dela?”Ouviu seus passos lá fora se aproximando e mordeu o lábio que chegou a doer.— Por que está parada aqui? Entre, o quarto é nosso - indicou com a mão.Ela entrou um pouco hesitante, olhando melho
Parte 2...Se aproximou da cama e a olhou toda coberta, com os olhos bem abertos, ligados nele. Realmente ele tinha que ser calmo agora.Ela estava nervosa, é claro. Mas ao ver seu sorriso, entendeu que ele estava apenas brincando com ela para que relaxasse. Deu um sorriso de volta.Foi até a cômoda e abriu uma gaveta, pegando uma roupa de dormir. Ela puxou o lençol por cima dos olhos para não ver enquanto ele se trocava.— Bom - ele piscou para ela.Levantou o lençol e deslizou para baixo, indo se encostar nela que segurou a respiração.— Será que eu posso abraçar minha esposa? - ele perguntou calmo — Eu gosto de dormir abraçado.“E agora, o que faço?”Ela gelou chocada. Não sabia como agir agora. Sua mãe nunca tinha falado sobre essas coisas com ela e talvez só fosse falar quando casasse com o velho.— Eu... Eu nunca tive um contato tão próximo com um homem... Menos ainda ficar no mesmo quarto ou na mesma cama - foi honesta.— Eu entendo - ele a apertou um pouco mais, sentindo que e
Parte 1...Ela escolheu o vestido mais fácil de colocar sozinha, já que agora ela não tinha ajuda de Greta.O vestido era branco perolado, com mangas que terminavam em renda que se abriam em cima dos pulsos. O tecido era leve e delicado.Olhou sua imagem refletida no pequeno espelho do banheiro. Escovou bem o cabelo e apenas o prendeu de lado com um laço. Não tinha tempo agora. Usou um pouco de sua colônia no pescoço e nos pulsos. De novo ficava um pouco nervosa.Saiu pelo corredor seguindo as vozes e chegou na cozinha. Era bonita, mas era menor do que a cozinha de Anete.Anna estava sentada em cima da mesa, balançando as perninhas. Hector mexia uma panela em cima do fogão. Se aproximou da menina.— Mamãe - disse alto apontado para ela.— É... Mamãe chegou - sorriu.Hector se virou. Ficou olhando para ela naquele vestido branco bonito. Ergueu uma sobrancelha.Lyanna pegou Anna nos braços e a colocou sentada na cadeira. Olhou para ele, parado a encarando.— O que?- fez uma cara de dúvi
Parte 2... Hector estava mesmo com fome, mas se ainda fosse ensinar sua esposa como usar o fogão, seguro não teria tempo de comer nada. Ele suspirou e esfregou a testa. Tudo bem, ele poderia comer no restaurante da Marnie. Pelo menos Anna estava com a barriguinha cheia. Olhou as panelas em cima do fogão. Apenas a que ele usara estava suja. As outras não tinham sido nem tocadas. Anna derrubou a colher no chão e os dois se abaixaram ao mesmo tempo para pegar. Suas mãos se tocaram e os dois se olharam. Ele pegou a colher e deixou em cima da mesa. Estava feliz por ter sua filhinha com ele de vez. Ela tinha ficado muito tempo com sua irmã. Eles precisavam ter mais tempo juntos, para aumentar o laço que os unia como pai e filha. Não dava para fazer esse papel pela metade. Mas se pudesse, agora gostaria que ela estivesse ainda com Anete, assim poderia ter um tempo à sós com sua mulher. Sentia que os dois poderiam se dar muito bem realmente e que era só questão de irem se adaptando um
Parte 3... Durante o trajeto até a cidade, Anete foi lhe falando um pouco mais sobre o irmão e sua história, mas não entrou em detalhes por causa da sobrinha. Lyanne aproveitou para lhe revelar o que havia acontecido, mas evitou também os detalhes, prometendo que contaria depois, também por causa de Anna ao lado delas. Chegaram na cidade de Beiley Town e Anete seguiu direto para uma loja que ela conhecia a dona. — Bom dia, Nancy - ela disse — Será que pode nos atender? Estamos com um pouco de pressa. — E por que tanta pressa logo pela manhã? - a mulher sorriu saindo de trás do balcão — Por acaso vai se casar? - deu uma gargalhada pequena. — Quase isso - puxou Lyanne — Esta é minha cunhada, Lyanne - a mulher a olhou espantada — Ela se casou recentemente com meu irmão e não teve tempo de fazer a mudança de suas coisas particular. Lyanne falou com a mulher que parecia avaliar sua aparência. — Precisamos de roupas para o dia, de trabalho e outras coisinhas mais. Você entende. — Cla