Parte 2... Ela fez que sim com a cabeça. Olhava para tudo em volta com curiosidade. — Precisa tomar um banho quente e trocar essa roupa suja, se ajeitar melhor - ela concordou de novo com um gesto de cabeça — A pensão da senhora Wilma Locker é muito boa. É adequada para uma moça como você - ele continuou a falar — Depois nós poderemos nos casar, agora não posso levá-la ao pastor para que se case nessa condição. E está com cara de cansaço. Pararam em frente da carroça. Ele colocou a mala dela e a bolsa de viagem na parte de trás e a ajudou a subir, segurando sua cintura e notou que não era pesada. Isso o recordou de que talvez estivesse com fome depois dessa viagem longa. Ela se ajeitou no banco e ele deu a volta, subindo e segurando as rédeas, fazendo o cavalo andar. Não comentou mais nada, seguiram em silêncio e ela foi olhando tudo em volta para já ir se habituando. A viagem até a pousada não foi longa. E Lyanne estava mais interessada em observar tudo à sua volta do que convers
Parte 3...Qualquer um desses serviria ao propósito. Não eram um vestido de casamento de verdade, mas eram muito bonitos.Parou um instante pensando na família que tinha deixado para trás quando fugiu. Até em Greta ela pensou, preocupada com o que poderia ter lhe acontecido. Só esperava que os pais não tivessem sido muito rudes com ela.Greta era esperta, saberia se virar por um tempo, mas ainda assim temia por ela. Se tudo desse certo como ela queria e contava, poderia mais para a frente mandar buscá-la para ficar como sua ajudante.O que mais sentia agora era alívio por estar longe do velho Joseph e de não ser obrigada a se casar com ele, perdendo sua juventude.Se assustou dando um pulinho ao ouvir a batida rápida na porta.— Sou eu, querida, Wilma - ela colocou a cabeça para dentro devagar — Vim avisar que seu banho já está pronto. E realmente você está precisando de um.Ela sabia que sim. A viagem tinha sido puxada, tentou ao máximo não chegar parecendo que saíra de uma caverna,
Parte 1... Lyanne tentava se animar enquanto se arrumava com o que tinha levado para o casamento. Apesar de seus vestidos serem bonitos e elegantes, não eram adequados para um casamento. Nas poucas vezes em que pensou em se casar, seu vestido não era assim. Seria algo mais delicado, branco e com rendas. Mas no momento era o que ela tinha e não podia reclamar. Pelo menos não estava se casando com a pessoa que ela mais tinha aversão na vida. Só esperava que o seu noivo também não visse um motivo para reclamar com ela. Ainda não tinha tido tempo de observar melhor o seu futuro marido, mas parecia que ele era bem exigente. Desde que não fosse um rude como seu pai era às vezes, estava bem, poderia aprender a lidar com ele. Se tivesse tido mais tempo para planejar uma fuga adequada, com certeza teria trazido uma bagagem maior com muitos vestidos. Mas sua cabeça estava cheia de coisas, dúvidas e medos e não planejou bem essa parte. Tinha boas roupas, mas muitas delas eram pesadas e par
Parte 2... — Parece até um milagre. Ele caiu quase como se tivesse sido feito para você, querida - segurou seus braços e a olhou pelo espelho — Está muito diferente de quando chegou aqui ontem - ela sorriu — Seu noivo terá uma surpresa ao vê-la. Ela sentiu os olhos arderem. Com certeza lhe vinham lágrimas em breve, mas conseguiu segurá-las. — Rápido, não vamos perder mais tempo. Ainda bem que você trouxe esse sapato branco - pegou o par de sapatos com um laço na frente e passou um paninho — Calce-os e vamos guardar suas coisas. Lyanne pegou tudo o que tinha deixado em cima da mesinha ao lado da cama e com a ajuda de Wilma guardou as roupas que havia trazido na viagem. Não era muito, mas dava trabalho para guardar. — Sei que você é muito jovem, querida, mas quero lhe dar um conselho, ainda que não seja sua mãe e digo com carinho, acredite - disse com calma — Não sei se você sabe bem dessas coisas - apertou as mãos — Mas um bom casamento depende muito mais da mulher do que do homem.
Parte 1...Hector sabia que sua noiva estava nervosa. Era perceptível isso nela. Sua pequena mão tremia, presa á dele, em frente ao padre que realizava a cerimônia na capela, diante de poucos convidados.Talvez estivesse nervosa também pelo fato de não ter ninguém da família ali na igreja. Nem mesmo uma amiga ou conhecido.Ou talvez ela estivesse com medo dele?Não deveria ter sido tão seco quando a pegou na estação ferroviária. Vai ver ela se assustou. Viajando sozinha para um lugar diferente e sem conhecer ninguém.Mas ele jamais faria mal a uma mulher.A cerimônia já estava chegando ao fim. O padre já tinha feito a maior parte do discurso dele e os dois já tinham feito os votos necessários.— E pelo poder a mim concedido pela santa igreja, eu agora os declaro marido e mulher - o padre sorriu — Você já pode beijar a noiva - inclinou a cabeça.Hector sabia que o padre Horace estava com um pé atrás nesse casamento. Ele o conhecia desde pequeno, quando o padre chegou na cidade.Era seu
Parte 2...— Fico feliz que você tenha aceitado meu presente - a mulher disse — Eu sou Anete, irmã de Hector - sorriu.— Ah, muito obrigada pelo vestido. É lindo. Eu gostei muito.Hector sorriu olhando-as. Ele se inclinou e abraçou a irmã, lhe dando um beijo na bochecha.— Obrigado, irmã. Sua ideia foi ótima.— Fico feliz que tenha lhe servido - segurou em seu cotovelo — Esse vestido foi de minha mãe e eu o usei muito feliz no dia do meu casamento com Peter. Sei que é de um modelo mais antigo, mas como soube que veio apressada, imaginei que não teria um.Bem, ela não tinha um ali, mas em seu quarto tinha um preparado exclusivamente para ela por uma costureira muito cara.“O que será que seus pais fariam com a peça? Tinha custado um bom valor e seu pai odiava perder dinheiro.”— Agradeço muito o empréstimo. Eu realmente precisava de um - apertou sua mão e sorriu.Anete a puxou para um abraço apertado e depois fez o mesmo com o irmão. Estava feliz por finalmente seu irmão ter encontrado
Parte 3...Ela não pôde deixar de suspirar. Recordou que pintar era algo que a deixava muito feliz e lhe ajudava a esquecer os problemas que surgiam.Talvez ela pudesse ter a chance de pintar algumas telas após se estabelecer na nova casa.— Lyanne, venha comigo - Anete a chamou.Ela olhou para Hector.— Pode ir - ele sorriu.— Você não jogou seu buquê.Ela olhou para o buquê na mão. — Por que temos que jogar o buquê? Eu achei esse tão delicado. Foi a senhora Locker quem fez.— Eu sei, querida - ela riu — Mas é a tradição. O buquê surgiu na Grécia antiga e era apenas feito com alho e algumas ervas, para espantar o mau olhado.Lyanne não sabia. Franziu a testa.— O buquê como usamos hoje, surgiu muito tempo depois, na era vitoriana. Assim a noiva podia demonstrar seu amor e afeição pelo noivo.Como ela poderia demonstrar afeição se nem mesmo sabia direito como era o noivo?— Sendo assim, eu não deveria entregar o buquê ao seu irmão?— Não - Anete riu balançando a cabeça — A tradição d
Parte 1...Eles se viraram para retornar à sala quando Anete segurou o braço do irmão.— Espere, você já contou?— Como? Ainda não tive tempo para isso.“O que eles estavam falando?”Hector puxou o ar fundo. Tinha imaginado contar de outra forma, mas era necessário.— Ela está dormindo?— Está sim. Hoje ela teve um dia agitado.Sem entender do que eles falavam, apenas olhava de um para outro, curiosa.— Eu... Bem, eu deveria ter contado antes, mas nosso tempo foi muito curto.Lyanne franziu a testa sem entender.— Eu ia revelar isso depois, em outra carta, mas você veio muito antes - alisou a nuca — É melhor que eu mostre á você, assim vai entender logo.Pegou sua mão e a guiou para fora da cozinha, passando por um corredor. Parou e abriu uma porta, acendeu a luz e entrou.Ela o seguiu. Hector parou em frente a um berço branco com um cortinado por cima.Ela se aproximou e se inclinou, olhando para dentro e viu uma criança dormindo.— Ah, que fofinha - disse baixinho, quase sussurando