Parte 2... — Parece até um milagre. Ele caiu quase como se tivesse sido feito para você, querida - segurou seus braços e a olhou pelo espelho — Está muito diferente de quando chegou aqui ontem - ela sorriu — Seu noivo terá uma surpresa ao vê-la. Ela sentiu os olhos arderem. Com certeza lhe vinham lágrimas em breve, mas conseguiu segurá-las. — Rápido, não vamos perder mais tempo. Ainda bem que você trouxe esse sapato branco - pegou o par de sapatos com um laço na frente e passou um paninho — Calce-os e vamos guardar suas coisas. Lyanne pegou tudo o que tinha deixado em cima da mesinha ao lado da cama e com a ajuda de Wilma guardou as roupas que havia trazido na viagem. Não era muito, mas dava trabalho para guardar. — Sei que você é muito jovem, querida, mas quero lhe dar um conselho, ainda que não seja sua mãe e digo com carinho, acredite - disse com calma — Não sei se você sabe bem dessas coisas - apertou as mãos — Mas um bom casamento depende muito mais da mulher do que do homem.
Parte 1...Hector sabia que sua noiva estava nervosa. Era perceptível isso nela. Sua pequena mão tremia, presa á dele, em frente ao padre que realizava a cerimônia na capela, diante de poucos convidados.Talvez estivesse nervosa também pelo fato de não ter ninguém da família ali na igreja. Nem mesmo uma amiga ou conhecido.Ou talvez ela estivesse com medo dele?Não deveria ter sido tão seco quando a pegou na estação ferroviária. Vai ver ela se assustou. Viajando sozinha para um lugar diferente e sem conhecer ninguém.Mas ele jamais faria mal a uma mulher.A cerimônia já estava chegando ao fim. O padre já tinha feito a maior parte do discurso dele e os dois já tinham feito os votos necessários.— E pelo poder a mim concedido pela santa igreja, eu agora os declaro marido e mulher - o padre sorriu — Você já pode beijar a noiva - inclinou a cabeça.Hector sabia que o padre Horace estava com um pé atrás nesse casamento. Ele o conhecia desde pequeno, quando o padre chegou na cidade.Era seu
Parte 2...— Fico feliz que você tenha aceitado meu presente - a mulher disse — Eu sou Anete, irmã de Hector - sorriu.— Ah, muito obrigada pelo vestido. É lindo. Eu gostei muito.Hector sorriu olhando-as. Ele se inclinou e abraçou a irmã, lhe dando um beijo na bochecha.— Obrigado, irmã. Sua ideia foi ótima.— Fico feliz que tenha lhe servido - segurou em seu cotovelo — Esse vestido foi de minha mãe e eu o usei muito feliz no dia do meu casamento com Peter. Sei que é de um modelo mais antigo, mas como soube que veio apressada, imaginei que não teria um.Bem, ela não tinha um ali, mas em seu quarto tinha um preparado exclusivamente para ela por uma costureira muito cara.“O que será que seus pais fariam com a peça? Tinha custado um bom valor e seu pai odiava perder dinheiro.”— Agradeço muito o empréstimo. Eu realmente precisava de um - apertou sua mão e sorriu.Anete a puxou para um abraço apertado e depois fez o mesmo com o irmão. Estava feliz por finalmente seu irmão ter encontrado
Parte 3...Ela não pôde deixar de suspirar. Recordou que pintar era algo que a deixava muito feliz e lhe ajudava a esquecer os problemas que surgiam.Talvez ela pudesse ter a chance de pintar algumas telas após se estabelecer na nova casa.— Lyanne, venha comigo - Anete a chamou.Ela olhou para Hector.— Pode ir - ele sorriu.— Você não jogou seu buquê.Ela olhou para o buquê na mão. — Por que temos que jogar o buquê? Eu achei esse tão delicado. Foi a senhora Locker quem fez.— Eu sei, querida - ela riu — Mas é a tradição. O buquê surgiu na Grécia antiga e era apenas feito com alho e algumas ervas, para espantar o mau olhado.Lyanne não sabia. Franziu a testa.— O buquê como usamos hoje, surgiu muito tempo depois, na era vitoriana. Assim a noiva podia demonstrar seu amor e afeição pelo noivo.Como ela poderia demonstrar afeição se nem mesmo sabia direito como era o noivo?— Sendo assim, eu não deveria entregar o buquê ao seu irmão?— Não - Anete riu balançando a cabeça — A tradição d
Parte 1...Eles se viraram para retornar à sala quando Anete segurou o braço do irmão.— Espere, você já contou?— Como? Ainda não tive tempo para isso.“O que eles estavam falando?”Hector puxou o ar fundo. Tinha imaginado contar de outra forma, mas era necessário.— Ela está dormindo?— Está sim. Hoje ela teve um dia agitado.Sem entender do que eles falavam, apenas olhava de um para outro, curiosa.— Eu... Bem, eu deveria ter contado antes, mas nosso tempo foi muito curto.Lyanne franziu a testa sem entender.— Eu ia revelar isso depois, em outra carta, mas você veio muito antes - alisou a nuca — É melhor que eu mostre á você, assim vai entender logo.Pegou sua mão e a guiou para fora da cozinha, passando por um corredor. Parou e abriu uma porta, acendeu a luz e entrou.Ela o seguiu. Hector parou em frente a um berço branco com um cortinado por cima.Ela se aproximou e se inclinou, olhando para dentro e viu uma criança dormindo.— Ah, que fofinha - disse baixinho, quase sussurando
Parte 2...Já começava a escurecer quando eles chegaram na propriedade que agora ela chamaria de lar. Realmente não ficava longe da propriedade de Anete e enquanto ela ainda estivesse morando ali, Hector disse que ela poderia ir visitar a cunhada quando quisesse, mas teria que aprender a manejar a carroça, coisa que ela não sabia.Nunca precisou aprender porque tinha empregados para levá-la onde quisesse e nem teve interesse, o que se mostrava um erro agora.Ele desceu depressa para abrir o portão da frente e ela ficou segurando Anna no colo. Cheirou de leve o cabelo dela e sorriu ao sentir o cherinho bom.Ela sempre gostou muito de crianças, mas nunca tinha parado de verdade para pensar em ter as suas próprias, o que agora parecia que se tornaria real.“Como? Como eu vou ser mãe de uma menina de quatro anos? E como é que eu vou ter os meus?”Ele guiou a carroça para bem próximo da varanda que cercava a casa. Não podia ver bem pois as luzes eram fracas, mas era algo que poderia fazer
Parte 1...— Eu vou ter que prender o cavalo e guardar a carroça - ele disse notando sua indecisão em entrar no quarto — E trazer sua bagagem também.Ela assentiu com a cabeça, apertando os lábios sem o encarar.— Volto já... Fique à vontade.Ele saiu e ela ainda ficou um pouco parada no corredor, olhando para dentro do quarto.Estremeceu.Ficou em dúvida se ele tinha dormido ali com a esposa anterior e se tinham usado a mesma cama.Aliás, ela ergueu as sobrancelhas olhando para dentro esticando o pescoço... Onde estava a cama dela? Só havia uma única cama no centro do quarto, próxima da janela.Sentiu sua respiração ficar mais profunda.Seus pais tinham uma cama assim, mas eles geralmente dormiam em quartos separados e às vezes dividiam o quarto principal.“Será que aquele seria apenas dela?”Ouviu seus passos lá fora se aproximando e mordeu o lábio que chegou a doer.— Por que está parada aqui? Entre, o quarto é nosso - indicou com a mão.Ela entrou um pouco hesitante, olhando melho
Parte 2...Se aproximou da cama e a olhou toda coberta, com os olhos bem abertos, ligados nele. Realmente ele tinha que ser calmo agora.Ela estava nervosa, é claro. Mas ao ver seu sorriso, entendeu que ele estava apenas brincando com ela para que relaxasse. Deu um sorriso de volta.Foi até a cômoda e abriu uma gaveta, pegando uma roupa de dormir. Ela puxou o lençol por cima dos olhos para não ver enquanto ele se trocava.— Bom - ele piscou para ela.Levantou o lençol e deslizou para baixo, indo se encostar nela que segurou a respiração.— Será que eu posso abraçar minha esposa? - ele perguntou calmo — Eu gosto de dormir abraçado.“E agora, o que faço?”Ela gelou chocada. Não sabia como agir agora. Sua mãe nunca tinha falado sobre essas coisas com ela e talvez só fosse falar quando casasse com o velho.— Eu... Eu nunca tive um contato tão próximo com um homem... Menos ainda ficar no mesmo quarto ou na mesma cama - foi honesta.— Eu entendo - ele a apertou um pouco mais, sentindo que e