DANIEL NAVARROÀ medida que o sol se põe e o céu ganha tons de laranja e roxo, levo Lana para se juntar à minha família em um ritual à beira-mar, realizado ao redor de uma grande fogueira. A cerimônia é simples e profundamente conectada à cultura local, simbolizando a união e o amor eterno. Ao meu lado, ela tenta parecer à vontade, mas seu olhar vigilante em Caroline a deixa inquieta.Minha família e os amigos estão relaxados, rindo e compartilhando histórias, mas percebo que Lana nota como Caroline sempre encontra uma maneira de se aproximar ou provocar de forma sutil, disparando comentários disfarçados que a fazem questionar cada uma de suas respostas.— Então, Lana... Como você e Daniel se conheceram? — Caroline pergunta, sorrindo como se fosse uma conversa casual.Lana é pega de surpresa e hesita por um segundo antes de responder:— Nos conhecemos em um evento, e desde então soubemos que algo forte nos conectaria.Caroline ergue uma sobrancelha, claramente não convencida. Sinto o
LANA MARTINSNo dia seguinte, o sol brilha alto e a brisa fresca do mar traz uma sensação renovadora. O ar parece limpo, fresco, mas, ao mesmo tempo, algo em mim está turvo. Caminho pela área da piscina, onde vejo Daniel conversando com Lucas e Caroline. Ela se aproxima com aquele sorriso fácil, colocando-se ao lado dele de forma casual, mas excessivamente próxima. Cada risada dela é acompanhada de um toque no braço de Daniel ou um sorriso provocador - gestos que deixam claro o que ela está tentando fazer.O que aconteceu na noite anterior ainda está martelando em minha cabeça. Só de pensar no toque de Daniel, uma onda de calor se espalha pelo meu corpo, seguida de vergonha. Tento ignorar a sensação estranha que cresce dentro de mim, mas a irritação começa a se intensificar. O que estou fazendo aqui? Não é para eu sentir nada, mas a maneira como Caroline monopoliza a atenção de Daniel me incomoda profundamente. Respiro fundo, tentando me lembrar do porquê de estar ali: é um trabalho,
DANIEL NAVARROObservo Lana se afastar e bater a porta. O aperto no meu peito é intenso, uma mistura de arrependimento e frustração. Eu estou dividido entre Caroline e Lana, e não quero machucar a última. Sei que o contrato que temos pode dar errado a qualquer momento, mas, ao mesmo tempo, a razão pela qual Lana está aqui me pesa na consciência. Ela precisa do dinheiro para seguir com a vida e cuidar da irmã. Será que o que sinto por ela é compaixão disfarçada? A ideia me deixa inquieto.Decido me espairecer e vou para o banheiro. O jato quente da água me envolve como um abraço reconfortante, mas nem mesmo isso consegue dissipar a confusão que me atormentava. Como eu pude agir daquela forma com Lana? A lembrança das noites passadas estavam fr
LANA MARTINSNão sabia como havia chegado até aquele ponto - onde tudo parecia emaranhado, doloroso, e as emoções se misturavam como uma tempestade dentro de mim. O sol brilha lá fora, iluminando a paisagem, mas a luz não é suficiente para dissipar a escuridão que toma conta do meu coração. A vista deslumbrante da suíte era ofuscada pela imagem de Daniel e Caroline, que continua a me atormentar. Aquelas cenas se repetem em minha mente, como uma tortura incessante, e cada vez que tentava afastá-las, elas voltam com mais força.Sei que preciso confrontar Daniel, colocar as cartas na mesa. Porque, ao contrário do que ele pensa, eu não sou apenas uma acompanhante para ser descartada quando o jogo termina. Eu mereço mais do que ser tratada como uma peç
CLARAEstou caminhando pelas ruas quando encontro Lana. Ela tem um olhar distante, como se estivesse perdida em seus próprios pensamentos, e não posso evitar me aproximar. Parece estar em um lugar muito longe daqui, com um peso em seu rosto que nunca vi antes. De certa forma, vejo Lana como uma irmã, mais do que apenas alguém envolvida com Daniel.Quando nos encontramos, ela sorri, mas é um sorriso forçado, e eu logo percebo isso. Mesmo com a proximidade, sinto que algo a corrói por dentro. Lana sempre foi tão cheia de vida, tão independente, mas agora algo nela parece quebrado. E sei que a causa disso está bem diante de mim.— Vai à despedida de solteira? — Pergunto, tentando parecer casual, mas, na verdade, o que mais quero é entender o que está acontecendo com ela. Minha família, Daniel... tudo parece tão confuso e emaranhado. Não quero me envolver demais, mas não posso ignorar o que vejo.Lana balança a cabeça e responde de forma tranquila, quase vazia: "Vou embora hoje, o dever me
DANIEL NAVARROAcordo com os primeiros raios de sol entrando pela janela da sala da suíte. O clima está leve, mas meu coração está pesado. Os últimos dias tem sido cheios de emoções conflitantes, e hoje, o dia do casamento de Lucas e Clara, parece uma mistura de celebração e dor. Sinto o cheiro do café que Lana deixou na mesa, mas o aroma não me traz o conforto que eu esperava. O que realmente me chama a atenção, no entanto, é uma voz suave flutuando pelo ar.Curioso, me aproximo da porta da varanda e ouço Lana conversando ao telefone com alguém. Seu tom de voz é triste, e as palavras que saem de seus lábios me atingem como um soco no estômago. "Eu vou ficar bem", ela diz, mas a falta de convicção é clara. E, então, um
LANA MARTINSO jatinho segue silencioso, com o suave zumbido dos motores criando uma sensação de tranquilidade no ar. O sol da tarde inunda o interior, e eu me sinto suspensa entre o passado que deixei para trás e o futuro incerto que me espera. Ao meu lado, Daniel está pensativo, os olhos fixos na janela, mas algo em seu olhar transmite uma calorosa esperança que me faz querer acreditar no que vem pela frente.— Eu ainda não conheço a sua história — Ele diz de repente, quebrando o silêncio, a voz suave, curiosa. — Como você entrou na VIPSecret?Sinto um calor subir pelo meu rosto, e um nó se forma na minha garganta. Falar sobre isso nunca foi fácil, mas a maneira como ele me observa, com tanta atenção e sem julgamento, faz m
LANA MARTINSQuando mandei a mensagem, senti como se estivesse liberando uma última parte do meu passado. A decisão de deixar a VIPSecret me deixa nervosa, mas é o único caminho que faz sentido agora. Encerrar esse capítulo é algo que devo a mim mesma, a Ana e, talvez, a Daniel também. Sinto como se finalmente estivesse pronta para viver a vida que quero, sem o peso de decisões antigas ou do julgamento de ninguém.O tempo passa, mas Daniel não responde. Cada minuto que se arrasta aumenta minha ansiedade. Será que ele entenderia o que significa para mim dar esse passo? Fecho os olhos, tentando afastar as inseguranças que começam a tomar conta. Talvez seja só uma questão de esperar.De repente, ouço a campainha. Meu coraç&