LANA MARTINS
Quando mandei a mensagem, senti como se estivesse liberando uma última parte do meu passado. A decisão de deixar a VIPSecret me deixa nervosa, mas é o único caminho que faz sentido agora. Encerrar esse capítulo é algo que devo a mim mesma, a Ana e, talvez, a Daniel também. Sinto como se finalmente estivesse pronta para viver a vida que quero, sem o peso de decisões antigas ou do julgamento de ninguém.
O tempo passa, mas Daniel não responde. Cada minuto que se arrasta aumenta minha ansiedade. Será que ele entenderia o que significa para mim dar esse passo? Fecho os olhos, tentando afastar as inseguranças que começam a tomar conta. Talvez seja só uma questão de esperar.
De repente, ouço a campainha. Meu coraç&
ANAHoje completam 15 dias que voltei a morar com a Lana. O dia vai ser incrível, vou conhecer a Clara, amiga dela. Estou no meu quarto novo, que é enorme, brincando com meus brinquedos enquanto espero Lana me chamar para irmos.Escuto a voz da Lana vindo lá de baixo: — Ana, minha princesinha, vamos logo, já estamos atrasadas!Corro até o espelho e dou uma última olhada no meu reflexo, ainda sorrindo de felicidade. Não posso acreditar que estou aqui, com a Lana, depois de tanto tempo. Desço as escadas rapidamente, um sorriso largo no rosto, ansiosa para o que o dia vai me trazer.Assim que saímos de casa, vejo Lana radiante, com aquele sorriso dela que ilumina tudo ao redor, especialmente quando ela está com Daniel. &
LANA MARTINSAcordo cedo, como sempre. O sol já brilha forte lá fora, e o calor se insinua pelas frestas da janela, mas estou alheia ao clima. Minha mente, como nos últimos dias, está em outro lugar, tentando organizar a bagunça interna que parece crescer cada vez mais. Nos últimos dias, minha rotina gira em torno de uma única meta: conseguir um trabalho. Algo que seja só meu, algo que não dependa de contratos antigos ou lembranças do passado.Começo o dia com uma visita ao centro de empregos. É mais um dia de entregas de currículos, entrevistas rápidas com recrutadores e promessas vagas de oportunidades. Tento me concentrar, manter a confiança, mas cada palavra de incentivo soa um pouco distante, como se eu estivesse assistindo a tudo de fora. Depois de mais uma manhã sem
LANA MARTINSOs dias passam com uma regularidade angustiante. Às vezes, sinto um mal-estar persistente, como se algo estivesse errado dentro de mim, mas nunca me dou ao trabalho de procurar um médico. Sempre encontro uma desculpa, uma razão para adiar o que, no fundo, sei que terei que enfrentar mais cedo ou mais tarde. O mais difícil é o silêncio dos meus currículos, esperando por uma resposta que nunca chega.É um sábado comum, e estou tentando ser forte. Depois de um dia adorável com Ana, ao deixá-la na casa de Clara e Lucas — que, por sorte, são pessoas incríveis e me aceitam sem questionar meu passado — sinto-me um pouco mais leve. Clara se tornou uma verdadeira amiga, alguém que entende minhas lutas sem me julgar.Antes de s
DANIEL NAVARROO clima no escritório está carregado. Observo o pôr do sol pela janela, enquanto as palavras de Lana ecoam na minha cabeça como uma ferida aberta. A frustração e o arrependimento se entrelaçam, tornando impossível esquecer o que aconteceu. Eu não sei o que fazer para superar a dor de vê-la tão decidida a se afastar de mim. Toda vez que fecho os olhos, a lembrança da sua voz frágil e das lágrimas em seu rosto volta com força total."Eu sou uma acompanhante, e isso sempre estará entre nós." Essas palavras martelam na minha mente. Eu sabia dos riscos ao me envolver com Lana, mas não estava preparado para lidar com o peso do passado dela e como ele se insinuava entre nós.
LANA MARTINSO peso no meu peito ainda persiste na manhã seguinte, como se a noite não tivesse sido suficiente para aliviar a tormenta dentro de mim. O dia anterior me deixou tonta, como se tivesse sido atropelada por uma onda de sentimentos conflitantes, e agora estou presa na ressaca emocional de tudo que aconteceu.Daniel está em cada pensamento, cada respiração. Mas ele não está mais ao meu lado, e uma parte de mim sabe que isso é o melhor. Preciso seguir em frente, por mim, por Ana, por nós. Mesmo que as lágrimas ainda estejam aqui e o vazio seja imenso, a decisão está tomada. Ainda assim, tudo parece tão irreversível. Eu só queria que a dor desaparecesse.Me levanto da cama, com o corpo exausto e uma sensação de en
DANIEL NAVARROEstou na sala de casa, sem ânimo para encarar o trabalho, com a ansiedade correndo pelas minhas veias como uma corrente elétrica. As palavras de Lana ainda ecoam na minha mente, um lamento persistente. A ideia de que ela realmente está decidida a me deixar é insuportável. Cada minuto parece uma eternidade. Sei que preciso fazer algo, qualquer coisa que possa impedir o que está prestes a acontecer.A conversa que tivemos está cravada na minha memória. Ela foi direta, fria. — E, no fundo, sei que falhei com ela. Mas a ideia de perder Lana agora, depois de tudo que passamos, depois de tudo que ainda acredito que poderíamos ser, me deixa desolado.Estou decidido: vou lutar por ela. Quero, preciso abrir meu coração, ser o homem que ela precisa, mo
LANA MARTINSTento reconstruir minha vida, mas os fantasmas do passado ainda me perseguem. Depois de todas as escolhas difíceis, mudo-me para Madrid, em busca de uma nova chance para mim e para Ana. Mas, mesmo com a mudança de cenário, a dor não desaparece. Cada dia parece um peso, carregado de incertezas e perguntas sem resposta.Ana, com sua pureza, não entende o que estamos vivendo. Cada vez que pergunta por que estamos em um lugar tão distante e diferente, sinto meu coração se partir. Ela só quer entender, e eu, desesperada, busco uma resposta que a tranquilize. Mas, a verdade é que nem eu mesma sei o que fazer com minha vida, quanto mais com as perguntas dela.— Maninha, por que estamos aqui? — Ela me pergunta um dia, com um olhar curioso e preocupado
DANIEL NAVARROA vida parecia ter desmoronado ao meu redor, e eu sabia que era minha culpa. Cada erro, cada palavra impensada, cada escolha errada que me afastou dela... tudo isso me consumia. O vazio dentro de mim parecia crescer a cada dia, um poço sem fundo que, por mais que eu tentasse preencher, continuava a me sufocar. Tentei seguir em frente, mas a raiva e a frustração por ter perdido Lana eram um fardo insuportável. E não importava o quanto tentasse escapar, o pensamento dela permanecia comigo, como uma sombra constante.Foi então que Carol apareceu.Ela foi uma distração. Uma fuga, talvez. Me convenci de que aquilo era só algo temporário, um jeito de abafar a dor que parecia corroer cada parte de mim. Carol foi se aproximando devagar, como quem sabe que a entr