— Carolina é mesmo boa em culpar os outros injustamente. — Nina lançou um olhar de desdém para Carolina e disse. — Quer dizer que, no dia a dia, você não está sem fazer nada, mas sim ocupada inventando acusações contra os outros? Carolina ficou com o rosto tenso diante das palavras dela, cerrou os dentes e respondeu: — Não precisa falar com esse tom sarcástico, cunhada. O fato é que vocês não cuidaram bem da mãe. Se tivessem feito isso, eu não teria motivo algum para criticar. — Se está preocupada ou tem outra intenção por trás, você mesma sabe muito bem. — Nina bufou e continuou. — Não se esqueça de que nós já dividimos a família há muito tempo. Não adianta ficar com ideias na cabeça. A família Amorim havia dividido os bens muito antes de Hugo falecer. Na época, além da Sra. Helena ter decidido morar com a família de Hugo, ainda foi reservado a ela um valor extra. Fora isso, o restante foi repartido de forma praticamente igual. As ações que eles tinham direito foram entreg
Joaquim foi rápido e segurou firmemente a mão de Nina. — O que você está fazendo? Ficou louca? — Eu, louca?! — Nina estava furiosa, e seu tom perdeu a habitual elegância, ficando afiado e agressivo. — Você tem ideia de como sua avó foi envenenada?! Foi ela! Foi ela que mandou o cachecol! Nina estava realmente indignada. A raiva que sentia não era apenas pelo fato de o cachecol enviado por Melissa conter veneno, mas também pela maneira como Alexandre e a esposa estavam jogando a culpa para cima dela. Todo o rancor acumulado desde o incidente no canal de TV veio à tona de uma vez, e Melissa se tornou o alvo de toda essa fúria. Sem pensar duas vezes, Nina avançou para dar um tapa em Melissa. Mas Melissa, com um semblante confuso, perguntou: — Cachecol? Que cachecol? Ela sequer havia enviado qualquer cachecol para a Sra. Helena. Nina puxou a mão de volta, se livrando do aperto de Joaquim, e soltou uma risada sarcástica: — Você ainda quer fingir? O pacote de ontem dizi
Ao ouvir que o endereço de remessa era de Antônio, Joaquim imediatamente entendeu tudo. Aqueles dois, que fugiram em desespero, ainda tiveram a audácia de cavar uma armadilha para alguém. E o alvo foi a Sra. Helena. — Entendido. — Joaquim desligou o telefone, lançou um olhar ao grupo e disse. — Foi Antônio. Todos ficaram surpresos ao ouvir isso. Sandro, que estava quieto no fundo, teve uma sucessão de mudanças em sua expressão. Se foi realmente Antônio quem fez isso, ele seria cúmplice, não? Ontem, ele se esforçou muito para conseguir passagens de avião para aqueles dois saírem da Cidade R. Se Joaquim soubesse disso... Sandro sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Ele apertou os lábios e decidiu não se envolver mais no assunto. Joaquim não percebeu o comportamento estranho de Sandro. Apenas explicou os acontecimentos com clareza e, em seguida, foi com Melissa procurar o médico para saber mais sobre a condição da Sra. Helena. Leonardo suspirou: — A saúde dela já
Aquele era o bom filho que ela criou! Felizmente, ela não depositava mais sua felicidade em Joaquim. Só de ver ele com a mente completamente voltada para Melissa, Nina sentia um desconforto profundo. — Joaquim, Daniele te mandou alguma notícia? — Nina perguntou de repente. Joaquim parou por um instante e respondeu friamente: — Não. Nina demonstrou uma expressão de preocupação: — Essa menina já está fora há vários dias e nem sequer mandou uma mensagem para casa. Ela não sabia exatamente o que estava acontecendo por lá. Além disso, Daniele estava grávida, o que a tornava ainda mais vulnerável a perigos. E se algo acontecesse... — Ela saiu de casa sem levar nenhum dinheiro. Joaquim, por que você não manda alguém procurar ela? — Sugeriu Nina. Joaquim respondeu com indiferença: — Foi escolha dela. — Joaquim, ela é sua irmã de sangue! — Exclamou Nina. Mas Joaquim permaneceu impassível. Desde o momento em que Daniele fugiu sozinha e pegou um avião, ela deixou de
— O que está acontecendo comigo? A voz da Sra. Helena soava fraca e indistinta. Joaquim e Nina trocaram um olhar, sem saber como explicar a situação para a Sra. Helena. E se ela se emocionasse demais e isso afetasse sua recuperação? Não seria nada bom. Melissa segurou a mão da Sra. Helena e disse: — Vovó, não se preocupe. O médico disse que a senhora só pegou um resfriado e teve febre. Quando a febre passar hoje à noite, a senhora estará bem. Embora a Sra. Helena estivesse intrigada sobre como havia pegado um resfriado, acabou aceitando a explicação ao lembrar da estação do ano. — Estou ficando velha... Um simples resfriado já me faz parar no hospital. Melissa sorriu e respondeu: — De jeito nenhum! É que esse resfriado foi insistente demais. Mas, quando a senhora melhorar desta vez, é só começar a fazer exercícios. Depois disso, nenhuma doença vai se atrever a chegar perto da senhora. A Sra. Helena, tocada pelas palavras, deu um leve sorriso, e seu rosto pareceu gan
Melissa levantou a cabeça, rígida, e de fato viu que os números nas máquinas ao redor haviam se tornado verdes. Era o sinal de segurança. As expressões nos rostos dos médicos também mudaram, deixando de ser tensas como antes e se transformando em alegria. Melissa sabia que a Sra. Helena tinha sido salva. Ela estava se mantendo apenas com um fio de força, mas no momento que aquele fio se afrouxou, todo o seu corpo relaxou junto. Sua visão escureceu, e ela não conseguiu mais se sustentar, desmaiando na mesma hora. Joaquim levou um susto e rapidamente estendeu os braços para segurar ela, protegendo ela em seu abraço. — Tio Leonardo, venha rápido! Leonardo, mais calmo, sinalizou para os outros continuarem com o resgate e, enquanto tirava as luvas, examinou Melissa, dizendo: — Ela só está exausta. Levem ela para descansar. Enquanto ele falava, uma enfermeira já havia trazido uma maca. Joaquim colocou Melissa na maca e quis acompanhar ela, mas hesitou, preocupado tanto com el
Melissa olhou para ele surpresa, sem imaginar que fosse propor remarcar o casamento naquele momento. Mas ele parecia determinado, sem sinal de hesitação ou impulso momentâneo. Joaquim realmente não estava agindo por impulso. A ideia de reatar o casamento havia rondado sua mente durante toda a noite e, com o passar do tempo, se tornava cada vez mais intensa. Ele sentia uma necessidade urgente de que ele e Melissa fossem uma família, de serem as pessoas mais próximas um do outro. Joaquim não disse nada, apenas a fitou profundamente, seus olhos repletos de urgência e expectativa. Melissa apertou os lábios instintivamente. Para ser sincera, naquele momento, ela não tinha a menor intenção de se casar novamente. Joaquim era, sem dúvida, um homem melhor, alguém que poderia se tornar um ótimo marido e pai. Mas Melissa não conseguia lidar com o peso da família Amorim que ele trazia consigo. Os últimos três anos na família Amorim foram extremamente sufocantes para ela. Namo
As pessoas ao redor apontavam e cochichavam. Alexandre precisava apenas permanecer ali, com seu olhar sombrio e acusador voltado para os dois. Isso já bastava para lançar toda a culpa sobre eles. A tia Raquel, percebendo que a situação estava ficando tensa, tentou intervir, mas Joaquim levantou a mão para deter ela. — Tia Raquel, a senhora passou a noite inteira acordada. Vá descansar um pouco. A tia Raquel hesitou: — Mas a Sra. Helena... Joaquim a interrompeu novamente e, se virando para Alexandre, disse: — O tio Alexandre descansou a noite inteira e está cheio de energia agora. Acho que não tem problema nenhum deixar isso nas mãos dele, certo, tio Alexandre? Assim que terminou de falar, todos ao redor começaram a notar a diferença no estado físico dos dois lados. Embora Alexandre não estivesse completamente arrumado, seus olhos estavam claros e ele parecia bem disposto. Já Joaquim, por outro lado, exibia o evidente cansaço de quem passou a noite sem dormir. Ao lado