GeovanaNaty ligou para Cris e é claro que ela disse que daria um jeito e eu contaria a Adrian sobre a gravidez.— Chuchu, ele é o pai, tem dinheiro pra caramba, é injusto você levar essa gravidez sozinha. - Ela tinha dito e tinha razão. Vinha pensando sobre isso.Então combinamos que do dia seguinte não passaria e foi bom, pois aquele foi o último dia de Adrian no hospital, ele recebeu alta no dia seguinte pela manhã.Como combinado, na hora do almoço de terça-feira, nós fomos até o hospital.— Primeiro eu tento do jeito certo - falei com as meninas e Cris revirou os olhos.— Você acha que um homem rico como ele vai receber visita de qualquer um? Com certeza só tem permissão pra um grupo seleto de pessoas, nunca que vão te deixar entrar.— Eu concordo - afirmou Naty.— Tá, mas eu vou tentar.Fui até a recepção e dei o nome completo de Adrian que eu tinha encontrado na internet, do CEO da empresa de turismo mais famosa do país, me senti uma idiota, Cris tinha razão.Insisti, tentei ex
AdrianO quarto está cheio, mas a pessoa que eu gostaria que estivesse do meu lado não está aqui. É claro que amo minha família, mas eu queria estar com Geovana, poder conversar melhor com ela, sem ninguém nos observando e sem pressa. Gostaria de poder explicar tudo com detalhes e para isso eu preciso ir vê-la pessoalmente.Na noite anterior, quando meus irmãos vieram me ver, dei a Ariane o telefone da Geovana e expliquei que era uma pessoa importante para mim. Ela ficou desconfiada, querendo saber quando eu conheci a mulher, mas eu não revelei, só disse que era importante para mim.Minha irmã mandou uma mensagem para Geovana, avisando quem era. E no dia seguinte, como o esperado, o médico me dá alta, mas faz ressalvas devido a minha amnésia inexplicável. A única explicação que ele pôde dar a minha família é que talvez eu tenha sofrido algo que minha mente achou melhor deletar, como um meio de defesa, mas que fisicamente estava tudo bem. Na verdade eu adoraria deletar todas as fases t
Geovana Não desgrudei da TV a manhã toda, nem fui trabalhar pra ficar cercando as notícias sobre o pai dos meus filhos. Naty disse que era melhor ir trabalhar e que lá se eu acabasse vendo algo desagradável, teria o apoio de meus amigos. Mas o que poderia dar errado em uma saída de hospital? O que eu poderia ver em uma manhã como aquela? O pior é que eu nem fazia ideia. Sei perfeitamente que ele vai sair com a idiota da ex-namorada que insiste em forçar a barra; sei também que ele não poderá tocar no meu nome quando for entrevistado, pois ele será. Isso é certo. Mas nada me prepara para o que vejo a seguir. Finalmente Adrian está saindo do hospital, vejo seus familiares e a imbecil grávida grudada a ele. Só pode ser ela, a Mirela. A jornalista ruiva cerca ele e seus acompanhantes e começa a entrevistar, metendo o microfone na cara dele. Me irrito quando ouço um comentário feito pela repórter, ela só podia estar provocando o CEO da empresa de turismo mais bem sucedida do Brasil p
Adrian— Eu já falei, Mirela. O apartamento já está alugado, imobiliado e você só precisa pegar as suas coisas e ir para lá. — Fecho os olhos contendo a raiva.— E eu já falei, Adrian. Não vou embora daqui! — A mulher cruza os braços e se joga na cama como se fosse uma criança de três anos fazendo pirraça.— Droga, não deixe as coisas mais difíceis — falo totalmente irritado, e esfrego o rosto em sinal de irritação. — Já disse que não vou abandonar meu filho, não vou deixar de te apoiar sempre que precisar, mas não tem motivos para que fique nessa casa.Ela funga e sei que está fingindo chorar. Mirela se encolhe e soluça, mas é apenas um joquinho seu para me convencer que ela deve ficar aqui. E isso ela não vai conseguir.— Eu sou só a mãe do seu filho, não é? Nada do que vivemos importa pra você agora?Ela funga novamente e tenta soluçar. Eu me controlo para não gritar com ela.— Não adianta fingir choro. Por favor, só pega as suas coisas. A chave do apartamento está aqui. — Coloco-a
GeovanaDepois da ligação do Adrian, fiquei uns dez minutos congelada na frente do telefone, decidindo se ligo ou não para ele. Acabo decidindo não ligar e saio da copa de volta para o meu trabalho.— Se prepara que vamos sair para almoçar — anuncia a Cris.— Estou sem fome — respondo com a voz baixa demais.— Você precisa comer, Chuchu, pense nos chuchuzinhos.Cris está terminando um cabelo, e enquanto ela termina vou buscar as minhas coisas.— A Cris tem razão — Naty diz — Você precisa pensar nos seus filhos.Suspiro pois elas tem a razão.Em menos de quinze minutos já estamos no carro da Naty indo a um restaurante. Elas disseram que vão me obrigar a me alimentar direito a partir de hoje. Estou até com medo.Como sempre, Hugo ficou no salão até que a gente retorne.— Você não ligou pra ele, não é? — Cris questiona assim que sentamos à mesa com nossos pratos em mãos no restaurante self-service.— Não consegui — confesso.— Ele é o pai dos seus filhos, independente do que ele tenha f
AdrianSinto uma dor em meu coração só de ver Geovana com essa carinha triste. Ela não é assim; essa não é a Geovana que conheci no navio: sorridente e animada. E eu me sinto culpado por isso, pois é a minha presença em sua vida que trouxe esses sentimentos conflituosos para a minha paçoquinha.Mas eu pretendo acabar com esse clima ruim hoje mesmo.— Me perdoa, Geo. — Ajoelho-me a sua frente e segura a sua mão. Levo o dorso até meus lábios e deixo um beijo molhado ali. — Eu já mandei a Mirela sair da casa da minha mãe, ela já até foi para o apartamento que eu aluguei para ela.— Você está pagando o aluguel do apartamento que ela vai ficar? Não acha muito, não? Ela vai aproveitar para sempre estar no seu ouvido te alugando — reclama e eu entendo que ela tem razão em parte, mas o que eu posso fazer.— Meu amor, ela está grávida e existe grande chance desse filho ser meu. Mas não tenho mais nada com ela, não quero ter mais nada com ela.— E os nossos filhos? — Ela apoia a mão sobre o ven
GeovanaDepois do nosso tombo, a copa se encheu de gente querendo saber o que aconteceu... se eu estava bem... se estávamos brigando... esse tipo de coisa. Mas só foi um acidente mesmo, típico de mim. E como disse Adrian: as coisas estavam voltando ao normal.Adrian havia ido até o salão com um motorista, o que nos impediu de nos despedir normalmente. Ele disse que voltaria sempre, pois o serviço é de extrema qualidade e o ambiente muito acolhedor. Tudo isso antes de entrar no veículo. Segundo ele, qualquer um pode ser cúmplice e estar envolvido com o mandante do crime.Não aceitei o tal apartamento, mas fui obrigada a aceitar o segurança. Ele disse que é pelo meu bem e de nossos filhos. Não pude negar, mas já tem algumas semanas que eu ando com um segurança atrás de mim. São dois, eles revezam, mas ambos são muito discretos. Tanto que eu até esqueço que estão lá, mas eles estão, e quando me lembro me sinto incomodada.Adrian conseguiu convencer a família que está bem o suficiente par
AdrianTomo uma decisão: preciso retomar o controle da minha vida o dos meus negócios. Por isso, resolvo levantar cedo e me arrumar para o trabalho. Chega de ficar em casa sem saber o que está acontecendo.Visto um terno cinza, uma gravata azul escuro e de frente ao espelho tiro uma foto e envio para Geovana, informando que volto a trabalhar hoje. Ela não sabe que estou fazendo isso sem informar ninguém, além dela.O bom é que pego todos de calças curtas, como dizia meu avô.— Onde vai todo arrumado desse jeito? — questiona minha mãe que ainda veste um robe cor de rosa e tem uma xícara de café em suas mãos.— Para a empresa. Estou bonito? — faço a pergunta arrumando a gravata.— Você não está bonito, meu filho. Você é bonito.Vou até ela e lhe dou um beijo estalado na bochecha.— Me deseje sorte para o meu primeiro dia depois de três meses.— Boa sorte, meu filho. Está se sentindo bem mesmo? E suas lembranças?— Estou me sentindo melhor do que nunca, mãe. E é como se eu nunca tivesse