Capítulo 4
Solange ficou paralisada por um momento, depois começou a lutar desesperadamente.

Ao pensar que ele havia beijado outra mulher na noite anterior, ela se sentia repugnada e irritada:

- Me solte...

Seus esforços para se libertar eram inúteis contra Yago, cujas mãos em sua cintura apertavam ainda mais ao invés de relaxar.

Com a luta, a toalha que cobria seu corpo logo se soltou, e Yago podia ver claramente o cenário à sua frente.

Seu olhar escureceu, sentindo todo o sangue em seu corpo fluir em uma única direção.

Os corpos dos dois permaneciam pressionados um contra o outro, e Solange rapidamente percebeu a mudança no corpo de Yago.

Ela estava furiosa e mordeu-o fortemente, o sabor metálico do sangue imediatamente se espalhou pela boca de ambos.

No entanto, ele não só não a soltou, como sua outra mão se aventurou por baixo do que restava da toalha que a cobria minimamente.

Ela tinha acabado de tomar um banho e não vestia nada sob a toalha.

O corpo de Solange ficou rígido por um momento, e então ela começou a lutar ainda mais intensamente:

- Yago, saia de perto de mim!

Yago, como se não a ouvisse, continuava a provocar seus pontos sensíveis:

- Sol, você também me quer, não é?

Solange continuava a lutar, mas sem nenhum efeito, se sentindo cada vez mais desesperada.

Finalmente, no momento em que ele a pressionou, ela fechou os olhos em desespero:

- Yago, não me faça odiá-lo.

O movimento de Yago parou abruptamente, e ao olhar para Solange, suas pupilas involuntariamente se contraíram.

Ele nunca tinha visto Solange assim, cheia de desespero e dor, parecendo uma boneca de porcelana delicada que poderia quebrar a qualquer momento.

Ele queria fazer amor com ela, com um desejo quase louco.

Mas ao mesmo tempo, uma voz em sua cabeça lhe dizia que, se ele realmente a forçasse, tudo entre eles estaria definitivamente acabado.

Yago a encarava intensamente, apertando ainda mais a mão em sua cintura, lutando com seus próprios sentimentos.

Depois de longos segundos, ele finalmente a soltou, se levantou da cama e saiu apressado do quarto.

Um som de porta batendo com força ecoou, fazendo Solange estremecer involuntariamente e apertar o cobertor em suas mãos.

Nos dias seguintes, Yago não voltou para casa.

Solange ligou várias vezes para ele, querendo discutir sobre o divórcio, mas ele não respondeu a nenhuma chamada.

Logo chegou o fim de semana, e enquanto Solange estava na sala enviando currículos em busca de um emprego, a porta da mansão se abriu repentinamente, e Yago entrou pela porta da frente.

Após alguns dias de ausência, ele parecia visivelmente desgastado. Quando seus olhares se cruzaram, ambos permaneceram em silêncio por um momento.

Foi Solange quem quebrou o silêncio primeiro.

Ela fechou o laptop e se levantou, olhando para ele com uma expressão serena:

- Já que você voltou, vamos falar sobre o divórcio.

Yago franziu a testa:

- Eu já disse, não vou me divorciar. Voltei hoje para te lembrar que temos um jantar na Mansão dos Lima esta noite.

A família Lima tinha um jantar de família uma vez por mês, e desde que se casaram, eles visitavam a Mansão dos Lima todo mês.

Os membros da família Lima eram difíceis de lidar e não tinham muito respeito por ela. A cada visita, Solange enfrentava dificuldades tanto abertas quanto veladas.

Anteriormente, ela conseguia se consolar pensando que o amor de Yago por ela era suficiente e que não precisava se preocupar com os outros, mas depois de ver aquela cena, ela não conseguia mais se enganar.

Solange respondeu:

- Eu não quero ir, vá sozinho.

Yago parecia resignado e ligeiramente impaciente:

- Solange, até quando você vai continuar com isso?

Ele havia ignorado suas ligações e mensagens nos últimos dias, esperando que ela se acalmasse por conta própria, mas agora, parecia que nada havia mudado.

- Não estou fazendo cena, só quero me divorciar.

Ao ouvir ela falar em divórcio, a paciência de Yago se esgotou.

Olhando para Solange como se ela fosse um monstro, ele disse:

- Divórcio? Desde que nos casamos, você deixou de trabalhar. Como pretende se sustentar após o divórcio? Que empresa irá querer contratar você? E ainda há as despesas hospitalares exorbitantes do seu pai. Você pode arcar com isso? - Ele fez uma pausa antes de prosseguir. - Sol, você já não é mais uma menina de dezessete ou dezoito anos. Agora você tem vinte e seis. Não é hora de amadurecer? Sou presidente do Grupo Lima, e é natural que encontre tentações por aí. Às vezes, é impossível resistir, mas essas mulheres definitivamente não afetarão seu status como minha esposa. O que mais você deseja?

Ela não entendia que ele ainda a amava, embora não fosse fiel a ela por toda a vida.

Observando a abordagem agressiva de Yago, Solange não conseguia associar esse homem ao jovem tímido que corava ao confessar seu amor por ela na universidade, prometendo nunca deixá-la triste.

Talvez... Esse sempre foi o seu verdadeiro ser, egoísta, arrogante e prepotente.

Solange disse:

- Se sua ideia de maturidade é aceitar que você tenha relações sexuais com outras mulheres, lamento, mas não posso amadurecer dessa forma. Procure outra, aqui está o acordo de divórcio que meu advogado preparou. Assine quando tiver um tempo.

Olhando para os documentos que ela estendeu, Yago os pegou com um ar de escárnio e os folheou rapidamente.

Ao ver a parte da divisão de bens, não pôde evitar de rir friamente:

- Não imaginava que sua ambição fosse tão grande a ponto de querer levar metade do meu patrimônio. Você acha isso possível?

- É o que eu mereço. Por que não seria possível?

Yago riu levemente, com um ar de quem não tem pressa em responder:

- Olhe em volta desta casa. O que foi comprado com o seu dinheiro? Além disso, durante os anos em que estivemos casados, os custos médicos do seu pai sempre foram por minha conta. Se formos realmente calcular, você me deveria dinheiro. Quer que eu peça ao advogado para fazer as contas?

Observando sua expressão mesquinha, Solange quase não podia acreditar que um dia havia se apaixonado por um homem assim.

Só podia dizer que ele disfarçava muito bem, ao ponto de ela sempre acreditar que ele era um homem excepcionalmente bom até descobrir sua infidelidade.

Solange respondeu:

- Yago, não se esqueça de que se eu não tivesse dado aquela patente para você, nunca teria se firmado como presidente do Grupo Lima. Além disso, depois do casamento, foi você quem me pediu para voltar para casa. Se eu tivesse continuado na pesquisa, certamente teria ganhado mais do que você nos últimos anos.

Yago, indiferente, respondeu calmamente:

- A questão da patente, quem vai acreditar nisso agora? - Yago fez uma pausa e continuou. - Também não quero discutir dinheiro com você, mas se você insiste no divórcio, então terei que acertar as contas com você. Sol, desde que você não mencione mais o divórcio, meu dinheiro ainda estará à sua disposição.

Solange, furiosa, exclamou:

- Yago, você é extremamente desavergonhado!

Uma vez que ele se recusava a se divorciar, ela não teve outra escolha senão procurar um advogado para iniciar uma ação judicial.

Ela se virou para ir embora, mas foi interrompida por Yago:

- Vá trocar de roupa e venha comigo ao jantar de família.

Solange respondeu:

- Eu já disse que não vou. Diga a eles que não estou me sentindo bem.

Mal tinha ela terminado de falar, Yago agarrou seu pulso firmemente e disse em tom grave:

- Sol, estou perdendo a paciência, não me force a cortar as despesas médicas do seu pai!

- Como você ousa!

Yago imediatamente pegou o celular e ligou para sua secretária:

- Olá, as despesas médicas do meu sogro para o próximo mês...

Solange, furiosa, com os olhos vermelhos de raiva, arrancou o telefone de suas mãos e desligou a chamada:

- Yago, você está sendo demasiadamente excessivo.

- Eu estou sendo excessivo? - Yago a encarou com desdém, puxando ela para perto de si e falando de cima para baixo. - Solange, tudo o que você tem foi eu quem te dei, não acha que você é a pessoa que está sendo excessiva? Vá trocar de roupa, caso contrário, tenho cem maneiras de fazer você ceder.
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