Capítulo 6
Solange levantou a cabeça, prestes a falar, quando Yago segurou sua mão, sorrindo e disse:

- Vovó, estamos nos preparando!

Ela tentou se soltar, mas Yago a segurava firmemente, sem dar a ela chance de escapar.

Já que ele não a deixava confortável, ela também não o deixaria confortável.

Ela olhou para Nina:

- Vovó, eu estou procurando emprego recentemente, então a questão de ter filhos pode ter que esperar.

Assim que disse isso, a sala mergulhou em um silêncio profundo.

Yago apertou sua mão com força, e sua expressão se tornou sombria.

Percebendo a dor no pulso, Solange franziu a testa.

O olhar de Walter pousou na mão de Yago, que apertava firmemente Solange, com veias saltadas, por um segundo antes de desviar indiferente.

A tia de Yago, Daise, deu uma risada sarcástica:

- Sol, não me culpe por falar, mas vocês dois estão casados há anos, não ter um filho não parece bom, né? - Daise Lima fez uma pausa antes de continuar. - Além disso, se não fosse pela insistência do Yago em casar com você, você acha que com sua família, conseguiria entrar na família Lima? Não seja ingrata, se você não quer ter filhos para Yago, há muitas mulheres lá fora que querem, e se outra mulher tiver um filho, quem vai se sentir envergonhado é você.

"E além do mais, quem sabe se Solange não quer ter filhos, ou se não pode ter filhos?"

Ela parecia estar falando pelo bem de Solange, mas olhava para Solange com desdém e superioridade.

Nina franziu a testa, olhando para Daise com alguma insatisfação:

- Daise, fale menos.

Daise torceu a boca, mas não disse mais nada.

Nina olhou para Solange com um sorriso gentil e disse:

- Sol, de qualquer forma, você e Yago ainda são jovens, se agora não querem ter filhos, podem pensar nisso daqui a alguns anos, mas também não se esforce demais no trabalho, na família não falta dinheiro, você poderia considerar isso como passar o tempo.

Solange acenou com a cabeça:

- Eu sei, vovó.

Este desagradável pequeno incidente pareceu passar, e a sala voltou a ser pacífica como antes.

Assim que percebeu que a atenção de todos não estava mais neles, Yago puxou Solange para fora da sala de estar.

Somente quando a levou para o gazebo no jardim dos fundos, Yago finalmente soltou sua mão e disse friamente:

- Solange, você está louca? Você realmente quer que nossa briga seja conhecida por todos em casa para você ficar feliz?

Solange esfregou a mão que ele havia apertado dolorosamente e disse baixinho:

- Eu só estava dizendo a verdade.

- Que verdade! - Yago olhou para ela com um olhar sombrio. - Então eu deveria ligar e informar seu pai?

O pai de Solange, Dedé Dias, estava com a saúde frágil recentemente, e os médicos disseram que ele não deveria receber notícias chocantes, Solange planejava se divorciar de Yago primeiro e então contar a ele sobre isso gradualmente.

Ela olhou para Yago furiosamente:

- Como você ousa! Você foi quem traiu primeiro, que direito você tem de agir tão arrogantemente?

O punho de Yago ao seu lado se fechou inconscientemente, um traço de culpa brilhou em seus olhos, mas rapidamente se transformou em impaciência:

- Eu já prometi que não acontecerá novamente, e se você não quiser ver Hebe, eu a demitirei. O que mais você quer?

Solange sentiu que era impossível se comunicar com ele e desviou o olhar:

- Eu não quero discutir isso aqui.

Vendo seus olhos ligeiramente avermelhados, Yago suspirou e suavizou sua voz:

- Sol, eu realmente sei que errei, desde que você não mencione o divórcio, vou compensá-la adequadamente. Eu amo você e não posso permitir que você me deixe.

Solange achou isso ridículo, como esse homem poderia ser tão desavergonhado.

Ele dizia amá-la, mas isso não o impedia de ter um relacionamento sexual com outra mulher, e só de pensar nele com outra mulher, ela sentia um nojo extremo.

Solange disse:

- Eu não posso te perdoar.

Traição era a sua linha vermelha, ela não conseguia agir como se nada tivesse acontecido, nem podia se reconciliar com ele.

Yago conhecia o temperamento de Solange e sabia que estava errado nesta situação, parecia que ele teria que ser paciente.

Ele sabia que Solange ainda tinha sentimentos por ele, caso contrário, ela teria feito um escândalo ao descobrir.

Enquanto ele não concordasse com o divórcio, eventualmente ela o perdoaria:

- Vamos deixar esse assunto de lado. Se você não quer ter filhos, podemos adiar esse plano por dois anos. Já que você quer trabalhar, amanhã pedirei à minha secretária para organizar uma posição para você no Grupo Lima.

Ouvindo-o planejar tudo tão claramente, Solange não pôde deixar de rir ironicamente, olhando para ele com desdém:

- Yago, nos seus olhos, eu não sou uma pessoa? Sou apenas um brinquedo que você pode arranjar como quiser, certo?

Yago se sentiu ferido pelo olhar dela e não pôde evitar franzir a testa e falou:

- Como assim eu arranjei as coisas para você arbitrariamente? Você disse que não queria ter filhos, e eu concordei em considerar isso em dois anos. Você quer trabalhar, e eu também arranjei isso para você. Por que ainda está procurando problemas?

Solange riu friamente e respondeu:

- Você sabe muito bem o que eu quis dizer, mas ainda finge não entender. Isso é divertido para você? Não quero ter filhos porque quero me divorciar de você, e quero trabalhar para me separar completamente de você.

Ele olhou para baixo em direção a Solange, e a obstinação em seu rosto o irritou.

Desde que se casaram, Solange foi firmemente presa por ele, como ele poderia permitir que ela escapasse de seu controle?

- Enquanto eu não concordar, este casamento não será dissolvido, e mesmo que você diga ao advogado que eu traí, você tem provas? - Ele parecia confiante, até arrogante, como se controlasse tudo.

Solange recuou alguns passos, tremendo de raiva.

Ao rasgar a fachada gentil de Yago, ela percebeu quão egoísta e repulsivo ele era por dentro, e ela tinha amado essa pessoa por oito anos, de 18 a 26 anos, os melhores anos de sua vida.

Solange disse:

- Yago, você é verdadeiramente repulsivo!

Vendo o desprezo não disfarçado em seus olhos, as pupilas de Yago se contraíram bruscamente, e ele segurou seu queixo, forçando ela a olhar para ele:

- Sol, eu entendo que você está brava, mas não quero ouvir esse tipo de comentário no futuro.

Sua Sol deveria amá-lo por toda a vida, como ela poderia odiá-lo?

Mesmo que ele tenha cometido um erro temporário, ele não permitiria que ela o olhasse dessa maneira.

Solange, com nojo, afastou sua mão:

- Não me toque, eu sinto nojo!

- Nojo? - Yago riu friamente, deu um passo à frente, segurou sua cintura, pressionou ela contra o pilar do gazebo e beijou ela de repente.

Já que ela só falava coisas que ele não gostava de ouvir, ele teria que calar a boca dela.

Solange não conseguiu empurrá-lo e instintivamente virou a cabeça.

Os lábios quentes de Yago pousaram em sua bochecha, e ela sentiu arrepios pelo corpo todo, enojada:

- Yago, me solte!

Yago disse:

- Eu posso te soltar, desde que você pare de dizer coisas que me machucam.

- Impossível!

- Então terei que silenciá-la à minha maneira. - Ele segurou seu queixo firmemente e seu intuito era beijar ela intensamente.

Justo quando seus lábios estavam prestes a tocar Solange, uma tosse leve soou por trás deles.

- Yago, eu vim em uma hora ruim?
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