O tom de comando fez Solange franzir a testa involuntariamente:- Não importa se você concorda ou não, eu vou me mudar.O tom indiferente de Solange fez Yago ficar ainda mais furioso, elevando bastante a voz:- Não se esqueça das despesas médicas do seu pai...Ele nem terminou de falar, quando foi interrompido friamente por Solange:- Yago, se não me engano, o filho do seu tio Caio, Murilo, que está estudando no exterior, está prestes a voltar, e você também não quer que seu caso extraconjugal seja descoberto agora pela sua avó e pelos outros membros da família Lima, certo?Como Caio Lima não tinha capacidade, Paulo havia investido bastante em Murilo, afinal, o Grupo Lima é grande demais para ser deixado apenas para Yago.Nos últimos anos, Yago sempre se mostrou muito competente para Paulo, e agora, em um momento crucial, não era possível permitir que ela revelasse seu caso.Solange escolheu este momento para se mudar, também considerando isso.Do outro lado da linha, houve um silêncio
Na manhã de segunda-feira, às oito horas, Solange chegou pontualmente à Farmacêutica Estrela. O departamento de pessoal finalizou seu processo de admissão e conduziu ela em um tour pela empresa para familiarizá-la com a localização dos diferentes departamentos antes de encaminhá-la ao escritório do gerente do seu departamento de pesquisa e desenvolvimento. A gerente do departamento de pesquisa e desenvolvimento, chamada Larissa, era uma mulher na casa dos quarenta anos, com cabelos curtos e bem cortados e uma expressão séria que raramente sorria. - Por favor, se sente. - Larissa disse, enquanto Solange se sentava. Com um tom indiferente, ela continuou. - Examinei seu currículo. Você obteve vários êxitos durante seus estudos, porém está afastada de laboratórios nos últimos anos. Você começará como assistente.- Está bem. - Respondeu Solange, mantendo a calma e sem demonstrar descontentamento, o que fez Larissa mostrar um vislumbre de satisfação. Ela apreciava subordinados que tr
Larissa olhou para Solange e disse:- Você teve algum progresso no laboratório nos últimos dias?Solange respondeu:- Observei que o laboratório está desenvolvendo um medicamento para doenças cardiovasculares e, atualmente, o progresso do desenvolvimento está em torno de 50%. Estamos nos preparando para iniciar a fase de experimentação com camundongos.Ao ouvir isso, a expressão de Larissa melhorou um pouco, e seu olhar para Solange também carregava admiração:- Não está mal. Como você está se saindo com o uso dos equipamentos experimentais?- Aprendi bastante.Ao lado, Kelly franzia a testa, olhando para Solange ela disse:- Sol, eu sei que você quer começar a experimentar o quanto antes, mas precisa entender que experimentar é algo muito sério. Há muitos tipos de equipamentos que nem usamos recentemente. Como pode dizer que já aprendeu o suficiente?Solange respondeu calmamente:- Eu já utilizei esses equipamentos na universidade.- Você disse que foi na universidade, mas já faz anos
Solange mudou de cor e imediatamente arrancou o celular das mãos de Yago: - Estou indo agora!Yago segurou sua mão firmemente: - Eu vou com você.Sem dar a Solange a chance de recusar, ele a puxou para fora.Solange tentou soltar sua mão, sem sucesso, e não pôde evitar franzir a testa e dizer: - Me solte, eu posso ir sozinha.Yago olhou para trás, com uma expressão de resignação respondendo: - Sol, agora a saúde do papai é o mais importante. Podemos resolver nossa discussão depois, tudo bem?Solange queria dizer que não era apenas uma simples discussão entre eles, mas agora a situação de Dedé era mais crítica, então ela não quis continuar a argumentar.Os dois chegaram à porta da sala de emergência e viram Maitê Alves sentada ansiosamente em um banco no corredor, com os olhos vermelhos.Solange rapidamente se aproximou: - Sra. Maitê, o que aconteceu? O estado de saúde do meu pai não estava sempre estável? Como ele poderia desmaiar de repente?O médico havia dito antes que, desde q
Yago rapidamente se agachou ao lado de Dedé:- Pai, pode ficar tranquilo, prometo que cuidarei da Sol por toda a vida.Dedé respondeu:- Bom, contanto que você cuide bem dela, estarei satisfeito.Ao perceber que os olhos de Dedé começavam a se fechar lentamente, Solange o chamou rapidamente:- Pai, a anestesia ainda não passou completamente, você não pode dormir agora.Durante toda a noite, Solange e Yago se revezaram ao lado de Dedé, chamando-o até que o dia começasse a clarear e o efeito da anestesia tivesse passado, então permitiram que Dedé dormisse.Logo após o amanhecer, Maitê chegou com a sopa que havia preparado:- Sol, Yago, obrigada pelo esforço de vocês durante a noite. Podem ir para casa, eu cuido de tudo por aqui.Depois de uma noite sem dormir, os olhos de Solange mal se mantinham abertos. Ela acenou com a cabeça e respondeu:- Está bem, Sra. Maitê, se precisar de alguma coisa, me ligue. Estarei em casa descansando no sábado e domingo.Maitê franziu a testa, surpresa."S
Uma lufada de frio chegou, e Solange, involuntariamente, estremeceu, tremendo incontrolavelmente.Observando o contorno sutil de seu peito, os olhos de Yago escureceram subitamente, e ele baixou a cabeça para beijar diretamente a clavícula dela.Solange disse:- Não me toque!Ela lutou desesperadamente, mas seu corpo foi imobilizado por Yago, e a disparidade de força inata entre homens e mulheres não lhe deu nenhuma chance de escapar.Seu rosto estava repleto de repulsa e raiva, sentir o toque dele a enojou profundamente.Yago disse:- Sol, sua rejeição não vai ajudar desta vez.Somente fazendo ela engravidar, ela ficaria ao seu lado.Ele tentou ignorar o olhar de nojo de Solange, abaixou a cabeça para beijar seus lábios, e no segundo seguinte, seus lábios foram ferozmente mordidos por Solange, fazendo o gosto de sangue se espalhar nas bocas de ambos.Yago a soltou, limpou o sangue do canto da boca com um sorriso frio, segurou seu queixo forçando ela a encará-lo:- Sol, você não vai es
Se soubesse que Hebe seria tão problemática, ele certamente não teria se deixado levar pela paixão e dormido com ela.Após desligar o telefone, ele olhou para a casa, inspirou profundamente e se apressou em direção à garagem.Na entrada da mansão, Walter mal se aproximou do carro quando viu Igor ao lado do veículo, com uma expressão estranha:- O que houve?Igor pareceu hesitante:- Presidente Walter, é melhor o senhor ver...Walter franziu a testa e abriu a porta do carro.O que encontrou foi Solange, desarrumada e encolhida, olhando para ele.Alguém que visse aquela cena sem saber de nada provavelmente pensaria que ele tinha feito algo terrível com ela.Walter fechou a porta do carro e perguntou friamente:- O que aconteceu?Igor respondeu:- Eu... Eu não sei, a Srta. Solange saiu mancando da mansão e disse que queria que o senhor a levasse...- E você a deixou entrar no carro? - Walter estava visivelmente irritado. Ele tinha ido alertar Yago, justamente para compensar o que quase a
Solange segurava a porta do carro com tanta força que as pontas dos dedos começaram a ficar brancas.Ela mordeu o lábio inferior e, com a voz baixa, disse:- Tudo bem, desculpe incomodá-lo, Tio Walter.No momento em que fechou a porta do carro, o Carro da Liberdade partiu.Pelo comportamento de Walter, parecia que ele não gostava dela.A personalidade de Walter sempre foi reservada, e os poucos encontros entre eles não foram agradáveis, assim, era natural que ele não tivesse afeição por ela.Solange se virou e começou a caminhar lentamente em direção ao complexo residencial, desaparecendo rapidamente no corredor do prédio.No Carro da Liberdade, Igor percebeu a atmosfera gelada que emanava de Walter, que estava sentado no banco de trás, e manteve a cabeça baixa, sem ousar falar.Ele pensou que Walter poderia dar algum crédito a Solange por ela ser a esposa de seu sobrinho.No entanto, quando Solange tentou devolver o casaco, e Walter instruiu que ela o jogasse fora, ficou evidente que,