Kaira sente-se intimidada com aquele homem parado na sua frente, mesmo que ele esteja sendo gentil, ela suspira e rapidamente puxa sua mão que ele segura.
– Você parece desconfortável Sra. Keller, algum problema? – Questiona o homem sem tirar o olhar dela.– Você pode parar de me chamar de Sra. Keller, eu sou Kaira Zimmermann, eu não sou casada, eu não aceitaria algo assim! – Diz ela num tom firme, escondendo o seu medo. O homem olha para a governanta que entende o que ele quer e vai até o escritório.– Sr. Jasper, obrigado por trazê-la, eu cuido de tudo, você já pode ir. – Diz ele dispensando o motorista. – Permita-me apresentar-me, eu me chamo Levi Schneider, sou advogado do seu marido, cuido de todos os negócios dele e o ajudo na sua vida particular. – Quando ela vai abrir a boca, ela observa a mulher entregar um envelope a ele, Levi a observa e em silêncio, abre o envelope retirando o documento de dentro. – Corrija-me se eu estiver errado, essa não é sua assinatura? Você estava com esse documento ontem! – Questiona ele mostrando no documento a assinatura dela, ela leva a mão para pegá-lo, ao ler na parte de cima contrato de casamento, mas ele a impede. – Não é sua assinatura? Podemos reconhecer com um perito. – Ela observa sem entender como aquele documento tem sua assinatura.– Sim, é a minha assinatura, mas eu não assinei nada, ainda mais um contrato de casamento, me deixe ver isso! – Diz ela estendendo a mão e ele a ignora colocando no envelope o documento.– Talvez você estivesse bêbada ou drogada como ontem a noite. – Diz ele encarando-a. – Você costuma perder o controle assim? Se você está acostumada a ser uma vagabunda, saiba que aprenderá a se comportar aqui! – Assim que termina de falar, ele fecha os olhos ao sentir um tapa acertar o seu rosto.– Como se atreve a falar comigo assim? Cadê ele? Onde está o tal do meu marido, diga agora mesmo para ele vir aqui, pois vamos resolver isso agora. – Levi passa a mão no seu rosto e sorri sarcasticamente, empurrando-a contra a porta deixando ela sobre seu domínio, Kaira fica assustada com aquilo.– Nunca mais se atreva a encostar em mim, não terá pessoa no mundo capaz de salvar você, eu não vou repetir isso novamente! Você vai ficar em silêncio toda a vez que eu estiver falando, vai me obedecer em tudo e seguirá cada uma das minhas ordens sem questionar, você foi entregue para o Sr. Keller e eu ditarei todas as regras em nome dele. Você tem alguma dúvida Sra. Keller? – Questiona ele encarando-a sem piscar.– Me leve até o meu marido, eu não vou obedecer você! Qual sua profissão mesmo? Lembrei, um advogado qualquer, que eu nunca vi na minha vida. Chame o meu marido, se ele teve a audácia de me escolher como esposa, se ele teve a audácia de tocar em mim ontem a noite, então ele que tenha a decência de vir me receber. – Diz ela saindo do domínio dele, ele sorri controlando sua raiva e vira-se para ela.– Você é burra por acaso? Acabei de falar que você seguirá as minhas ordens. Seu marido não quer te receber, eu cuidarei de tudo, você só falará com ele, quando ele quiser e não antes. Então fique com a sua boca fechada, enquanto eu falo.– Eu não far…– Cala a sua boca. – Grita ele com raiva, fazendo ela fechar os olhos. – Você está enchendo a porra da minha paciência. Me siga. – Diz ele subindo as escadas, ele para e a observa parada no mesmo lugar. – Eu não vou repetir. – Ela suspira e começa a seguir ele. – Aqui no segundo andar, você encontrará os quartos principais e de hóspedes, assim como um pequeno escritório e uma biblioteca que você poderá usar sempre que quiser. – Diz ele se perguntando o porquê está fazendo aquilo, pois ela provavelmente já conhece tudo ali. – Este é o quarto do seu marido em hipótese alguma você entrará aqui sem ser chamada, você entendeu? – Diz ele parando em frente a uma enorme porta preta, ela meneia a cabeça concordando, ele volta a andar e para na frente de outra porta. – Esse é o teu quarto. – Ele abre a porta dando visão a ela de um quarto de luxo, típico das coberturas dos hotéis mais luxuosos da cidade. – Você pode se ambientar e em meia hora te espero lá embaixo. – Diz ele saindo enquanto ela permanece parada em frente ao quarto, ela entra e se tranca.Kaira observa cada detalhe daquele quarto, ela deita-se na cama encolhendo-se enquanto chora, lembrando-se da noite passada e agora tendo a certeza que um desconhecido tocou em seu corpo, e ela nem consegue lembrar o que aconteceu, mais de meia hora depois, ela escuta batidas na porta.– Mas que droga. – Resmunga ela baixinho, ela levanta-se e abre a porta avistando a mesma senhora de cabelos escuros preso em um coque e uma roupa preta com as golas brancas, que estava na sala quando ela chegou.– Sra. Keller, bom dia. Eu sou Anabela Doertz, sou a governanta da casa e estou ao seu dispor. O Sr. Schneider está lhe aguardando. – Diz ela com um leve sorriso.– Ok, obrigada. – Diz Kaira fechando a porta e voltando para a cama. Depois de uns minutos ela escuta a porta se abrir, como se tivessem empurrado com força, ela não olha na direção da porta, pois ela sabe exatamente quem está ali.– Pensei ter dito que te esperava em meia hora lá embaixo. – Diz ele num tom ríspido e ela nem se mexe, ele passa a mão nos seus cabelos suspirando ao observar aquela mulher que teima desafiá-lo. – Olhe para mim, estou falando com você. – Kaira segue sem se mover, ela dá um soco ao lado da porta, caminha até ela e a vira, ficando com seu corpo sobre o dela.– Saia do meu quarto. – Grita ela sem abrir os olhos.– Olhe para mim. – Diz ele irritado, ela meneia a cabeça em negativa deixando as lágrimas escorrerem. – Abra a porra dos olhos e olhe para mim. – Ela sente seu hálito quente, enquanto as mãos dele pressionam a cama ao lado dos seus braços.– Me deixa em paz, me leva até o meu marido. – Diz ela chorando ainda de olhos fechados.– Eu juro por Deus que você se arrependerá se não olhar para mim! – Diz ele ao lado do ouvido dela, lhe causando arrepios. – Abra os olhos e olhe para mim! – Kaira se vê sem saída, ela não sabe o que fazer.– Por favor meu Deus, me ajuda. Por favor, eu não mereço isso. – Resmunga ela baixinho, ao sentir a respiração do homem que pressiona o seu corpo cada vez mais forte, ela abre os olhos devagar e encontro o olhar escuro do homem que não pisca ao encará-la. – Era você! – Diz ela incrédula com todo o seu corpo tremendo.Levi segue pressionando seu corpo sobre o de Kaira, enquanto ela a encara com um olhar curioso, esperando uma resposta.– Era eu o quê? – Questiona ele se fazendo de desentendido, ela deixa as lágrimas escorrerem com um misto de sentimentos.– Como você teve coragem? Você não sabe o que fez. Que tipo de homem é você? – Diz ela fechando seus olhos em negação. – Por que fez isso comigo?– Do que você está falando? – Ele segue se fazendo de desentendido, quanto mais ela sofrer, mais satisfeito ele ficará.– Vo-cê, você me estuprou. – A voz dela sai baixinho, cheia de dor e tristeza. – Você é louca? – Questiona ele num tom ríspido se mostrando ofendido.– Você é um monstro, um monstro, você me estuprou, seu nojento, saia de cima de mim, estuprador. – Grita ela desesperada chorando, ele coloca a mão na boca dela para que ela pare de gritar, com raiva ela morde a mão dele o empurra e sai do quarto correndo.– Porra! – Diz ele passando a mão na marca da mordida que ela deixou em sua mão, el
Kaira entra na sala descalça com a cabeça baixa, escondendo seu desânimo.– Sra. Keller! – Diz Levi observando-a, ela suspira e levanta a cabeça ficando sem jeito ao avistar o homem que a observa e feliz em ver a mulher. – Esse é Adolph Karps advogado do Sr. Keller e Briana Moore, a melhor estilista dessa cidade, segundo Adolph. – Kaira sorri, pois ela já conhece Briana, ela se aproxima e abraça-a.– Que bom ver você, eu não sabia que você tinha sido a escolhida. – Diz Briana ao abraçar a amiga.– Muito menos eu, simplesmente me trouxeram para cá e ainda nem conheci o meu adorável marido, ele é um otário que não sai do quarto para me encarar. – Levi e Adolph trocam olhares com a fala dela. – O que você faz aqui?– Eu vim pegar tuas medidas, Sra. Keller. – Responde ela o mais formal possível.– Por qual motivo?– Seu marido otário, quer que você seja uma mulher bem vestida, você não trouxe nada e duvido muito que tivesse algo a altura. – Diz Levi encarando-a. – Adolph vamos até o escri
Levi para em frente a porta dela e dessa vez ele decide bater na porta.– Sra. Doertz, me deixe em paz, diga aquele homem que eu não vou descer! – Diz ela colocando seu rosto entre os travesseiros.– Sra. Keller, eu posso entrar? – Diz ele encostado na porta, ela senta-se na cama.– Não, eu quero ficar sozinha.– Não me obrigue a ser rude com você, permita-me entrar. – Ela fica em silêncio e ele tenta abrir a porta, mas dessa vez ela trancou. – Sra. Keller, abra a droga da porta, um chute e eu derrubo essa merda, então abra agora. – Ela suspira, caminha até a porta e a abre, ficando na frente não permitindo a entrada dele.– O que você quer? – Questiona ela cruzando os braços.– Você está me chateando, qual é a sua hein?– Vá conversar com o seu chefe, diga a ele que a esposa dele está te chateando, o que é algo que o senhor advogado de ego gigante, não pode aceitar. – Responde ela tentando fechar a porta, mas ele coloca o pé. – Droga, me deixa em paz. – Diz ela se afastando da porta.
Na manhã seguinte, quando Kaira acorda já passavam das 10h da manhã, ela fica um pouco na cama se perguntando como chegou até ali, afinal sua última lembrança da noite passada é ela sentada na frente da porta do quarto de seu marido. Ela levanta-se e vai até o banheiro fazer sua higiene pessoal e quando sai do quarto fica surpresa com todas as coisas em frente a sua porta, tem diversas araras de roupas, sapatos, acessórios e joias, ela começa a mexer nas roupas procurando o celular que sua amiga disse que mandaria.– Sra. Keller, bom dia. – Diz Anabela se aproximando.– Sra. Doertz, bom dia.– A senhora não precisa se preocupar, eu vou arrumar todas essas coisas do seu closet.– Não se incomode eu mesma faço. – Responde ela sem pensar.– De maneira nenhuma, o Sr. Keller me mata se eu permitir.– Para isso ele tem que sair do quarto, o que já ficou claro que ele não pretende fazer tão cedo. Ele não é capaz nem de abrir a boca para mandar eu parar de bater na porta dele.– Sra. Keller,
Na mansão, Kaira observou os funcionários trabalhando fazendo as mudanças que ela ordenou, mesmo que o ambiente ainda pareça sem vida, devido aos móveis escuros, ela fica satisfeita em ver a claridade entrar no ambiente.– Sra. Doertz, onde fica o escritório? – Questiona ela, a governanta fica desconfortável, pois sabe que Levi não gosta que entrem lá sem sua autorização, mas leva Kaira até o local.– É aqui senhora. – Diz ela parando em frente a uma enorme porta dupla.– Muito obrigada, você já pode se retirar, eu te chamo se precisar. – Diz ela abrindo as portas, o escritório é enorme e bem iluminado diferente do restante da casa, ela avista o notebook em cima da mesa e caminha até ele desejando que não tenha senha. – Que maravilha. – Diz ela ao perceber que não tem senha, aquele notebook não tem um arquivo sequer salvo nele, como se fosse um equipamento novo, ela não liga e se conecta em suas contas sem perder tempo, ela manda uma mensagem para sua amiga Lucy.“ Lucy, você está por
Kaira não consegue controlar sua respiração acelerada sobre o olhar intimidador de Levi, ele a pega no colo e coloca-a na mesa, mantendo o olhar dela, na mesma altura que o seu, deixando ela presa entre seus braços, apoiando suas mãos na mesa.– O que você pensa que está fazendo? Acha mesmo que pode entrar aqui, nesse escritório, mexer no que não é teu e ainda usar para enganar o seu marido? – Questiona ele num tom calmo, diferente do seu olhar, ela tenta sair e ele pressiona o corpo dela, fazendo ela ficar sentada ali. – Você não vai a lugar nenhum.– Você quer me largar, quem você pensa que é? – Questiona ela, controlando seu medo, tentando se afastar.– Então você quer os toques e os beijos de outro homem? Tudo bem, eu posso providenciar isso a você. – Diz ele tocando levemente a coxa esquerda dela. – Vejo que você gostou dessa roupa, por que continua com ela? – Diz ele subindo levemente sua mão, ela agarra a mãe dele o impedindo. – Não senhora, foi você que pediu. – Diz ele agarra
Levi sai do escritório e começa a reparar que as cortinas foram trocadas, ele vai para a sala de estar.– Sra. Doertz, venha até aqui! – Grita ele.– Senhor! – Diz ela entrando apressada na sala.– Que merda é essa? Por que está tudo aberto, com essas cortinas claras? – Questiona ele observando-a.– Foi por ordem da Sra. Keller, ela mandou trocar tudo, eu disse para esperar o senhor, mas ela não me ouviu. – Diz ela de cabeça baixa.– Olhe para mim, Sra. Doertz, ela é a dona da casa, você fará tudo que ela mandar, sem questionar, mesmo que o Sr. Keller ou eu, não estejamos aqui. Nunca mais contrarie ela.– Tudo bem senhor, me desculpa.– Não vamos almoçar em casa hoje, vou levar a senhora ao médico e vamos almoçar no centro da cidade. Ela tomou café?– Sim, senhor.– Ótimo, você pode sair!– Com licença. – Diz ela saindo aliviada da presença daquele homem, todos ali não sabem quem temer, mas visto que eles nunca viram o Sr. Keller, eles temem mais o Sr. Schneider.Ele anda pela sala obs
Eles seguem sentados na recepção trocando olhares, até que os policiais chegam, por se tratar de uma questão de abusos, chegam um homem e uma mulher e se identificam na recepção.– São aqueles dois. – Aponta a recepcionista na direção deles.– Bom dia. – Diz a policial se aproximando. – Eu sou Karina Lengh e esse é meu parceiro Joseph Miller, qual o nome de vocês?– Eu sou Levi Schneider e ela é Kaira Keller.– Qual o problema aqui? – Questiona Joseph.– Essa senhora está me acusando de estupro, ela que era virgem antes disso, como eu não a toquei, a trouxe até aqui para provar.– Senhora, quer nos contar suas versões dos fatos? – Questiona Karina.– Meu pai me drogou e me deixou num hotel e esse senhor esteve lá, no outro dia acordei com o vestido rasgado. – Diz ela baixando o olhar.– Eu não toquei em você, eu já te disse isso.– Você estava completamente nua, senhora?– Não, eu estava usando um conjunto de lingerie quando acordei.– Certo, você quer nos acompanhar a delegacia? Pode