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- Arkel, como está? - Ansioso, o que conseguiu descobrir? - Algo bem importante. - Pode falar – Arkel ficou em pé, apoiou uma das mãos no quadril direito e respirou fundo. - Mandei para seu e-mail e acredito que você terá algumas perguntas. Primeiro, ela é adotada. - Adotada? – Arkel, surpreso, aguardou o investigador falar. - Sim, os pais adotivos morreram em um acidente de carros há seis anos. - Foi adotada com quantos anos? - Sete anos. - O que aconteceu com os pais biológicos? Quer dizer, por que ela foi adotada? - Não consigo saber. Apenas o abrigo que a acolheu tem a informação. - O que mais? - Sobre os pais? - A Alex tem alguém, um ex-namorado, quem sabe? - Ela não tem namorado, se é o que quer saber. Na verdade, não tem ninguém. Uma coisa interessante é que ela liga, semanalmente, e transfere, mensalmente, um dinheiro para um lugar chamado Casa de Repouso e Tratamento Saint Armani. - Sei – Arkel lembrou que leu o nome na correspondência dela. – Há quanto tempo el
Com a instalação da base 2 finalizada no dia anterior, ficaram no escritório repassando o cronograma e conversando sobre os próximos passos do projeto. Alex saiu por alguns minutos. O celular dela vibrou sobre a mesa e Arkel viu que a ligação era de “Saint Armani”. - Alex, ligação para você – Kendal comentou, assim que ela entrou no escritório. - Obrigada – ela conferiu quem ligou, fez uma cara de preocupada e deixou o celular sobre a mesa. Não sabendo como entrar no assunto sobre a casa de tratamento “Saint Armani”, Arkel saiu por alguns instantes e foi até a cozinha pegar um café. Alguns minutos depois, Kendal recebeu uma ligação e saiu do escritório e, antes de fechar a porta, Arkel a segurou e entrou. Alex, de costas para a porta e na janela, conversava ao telefone. - No sábado, chegarei antes das 08h00. Alguém respondeu do outro lado e falou algo mais. - Ele está bem? – Alex, aflita, perguntou. Conversaram mais um pouco, Alex desligou e continuou na janela. Com lágrimas no
Arkel acordou o chefe da sua segurança pessoal ... — Cooper, este é o endereço do lugar onde a Alex estará pela manhã. Quero que confira se alguém a deixou ou a encontrou na rodoviária. O ônibus que ela costuma pegar sai às 06h45. — E depois? — Siga a Alex até a cidade e descubra quem ela visita na clínica. — Deve ser um parente ou alguma amiga. — Quem sabe um amigo — Arkel falou sarcástico. Cooper fez uma cara que nunca tinha feito antes na frente do empresário, que percebeu a contrariedade do chefe da sua segurança pessoal. — A Alex não tem família — Arkel falou. — Não? — Os pais dela morreram em um acidente de carro. — Irmãos? – Cooper perguntou. — Também não. — Quem sabe, um parente próximo. Arkel, ninguém é sozinho assim — Cooper falou incrédulo. Arkel apenas o encarou e Cooper saiu sem falar mais nada. Algumas horas depois, às 05h50 daquele sábado, Cooper já estava na rodoviária. — A Alex chegou com um carro de aplicativo e sozinha — Cooper passou a mensagem para A
Há centenas de quilômetros de distância, Arkel estava no escritório do resort, com seu notebook aberto na mesma página, de um documento com mais de cinquenta páginas, há quase uma hora. A concentração era pouca para o empresário, que não conseguia trabalhar. No dia seguinte, aconteceria o primeiro congresso que organizou, meticulosamente, por meses e, naquele momento, parecia não ter importância alguma. Ergueu aquele corpo angustiado e foi até a janela. Ficou por alguns minutos parado, não enxergando nada e lembrando da mulher atraente e misteriosa. O que ele mais queria era tê-la seus braços. A semana transcorreu normalmente, pelo menos no âmbito profissional, ambos deram duro. Alex na instalação e configuração da terceira base e Arkel acompanhando o congresso, que também tinha uma palestra agendada para acontecer no último horário da quinta, data do encerramento. Jantou com alguns dos participantes, e em alguns momentos, se pegou com o pensamento nela e no quanto era bom estar com
Aquele foi outro domingo cinzento, quieto, sem graça e com uma queda de temperatura anormal para aqueles dias da estação. Fazia mais frio que o final de semana anterior. Alex concluiu as alterações no sistema, bem como os relatórios, no final da tarde. Comeu um lanche, tomou um banho e ligou para Carol. — Terminou o que estava fazendo? — Carol perguntou. — Sim. — Tem uma coisa que você precisa ver. — O quê? — Veja com seus próprios olhos – Carol passou o link de um blog para Alex. Com o blog aberto e com aquela foto do beijo – entre Arkel e Malú — estampada, antes mesmo da reportagem, Alex entendeu tudo. O influencer estava saindo com outra mulher, de apenas 18 anos. A reportagem afirmou que estavam saindo há semanas. — Nos falamos depois — Alex desligou e desabou a chorar, aquela foto já era demais para ela. A segunda-feira passou com um gosto amargo para Alex. Foi difícil manter a concentração e até o pessoal da montagem percebeu que ela não estava bem. — Por isso ele ficou
Com o latido muito próximo dos cães, Alex olhou para trás, acabou se desequilibrando e caiu. Virou e os cachorros estavam há menos de 100 metros dela. — Meu Deus – ela abraçou os joelhos e apoiou a cabeça neles. — BRUTUS, JOE e DRAGON. PAREM – Leonel, um dos seguranças gritou e em seguida assobiou bem alto. Sem abrir os olhos, Alex sentiu o amontoado de grãos de areia e pequenas pedrinhas atingirem desde os tornozelos até os joelhos. Abriu um dos olhos e os cães estavam bem na frente dela, com a respiração ofegante e a língua para fora. — Alex, você assustou a gente — o segurança falou. — Eu? — Alex encarou os três quadrúpedes digitígrados que, naquele momento, pareciam dóceis e inofensivos. — Qual é o problema com os animais dessa casa? — Arregalou os olhos para os seguranças. — O único dia da semana que faz sol nesse lugar e eu nem consigo fazer uma caminhada — Alex tomou quase a garrafinha inteira de água. — Fale com o senhor Arkel sobre isso — Leonel, cauteloso, falou. — Eu
Assim que desceu para o café da manhã, antes das seis da manhã daquela quarta-feira, Alex escutou Arkel conversando com Catarina na cozinha. — Não acredito que ele está aqui – Alex falou para si, paralisada no último degrau da escada. – Alex, a casa é dele e tem o direito de entrar e sair a hora que quiser — respirou fundo e andou até a cozinha. — Bom dia Catarina — Alex esperou um pouco e continuou. – Bom dia senhor Arkel. Catarina respondeu, encarou Arkel e saiu da cozinha sem dizer nada. — Gostou da festa da igreja? — Arkel a encarou. — Gostei — Alex bateu as pontas dos dedos da mão direita na mesa e o encarou. — Quer um pedaço de bolo de laranja? — Arkel perguntou com a espátula na mão direita. — Pode deixar que eu pego — Alex puxou o prato de bolo, tomou a espátula da mão de Arkel e cortou um pedaço do bolo como se fosse um pedaço de carne duro e cheio de nervos. A vontade dela era pegar aquele prato de bolo e quebrar na cabeça dele. A gentileza do empresário a estava a
— A foto é uma montagem, tipo parece, mas não é. — Como? — Alex largou a caneta com desdém. — É a filha da Lola e não a beijei, foi uma montagem. — Arkel, você está me subestimando. — O que eu preciso fazer para você acreditar? — Simples. A Lola e a Malú brotam, do nada, na minha frente e confirmam sua história. Com certeza, elas não farão isso. — Fechado — na sua opinião, Arkel ganhou uma pequena batalha. — Quero minha passagem para voltar de São Paulo na segunda-feira cedo após as reuniões mensais da Corp. — Alex fez um quadrado sobre o círculo, sobrepôs o traço ao desenho e o encarou. — Quer me castigar — Arkel falou. — O que eu quero é passar o final de semana com as minhas amigas. Aliás, quero um final de semana para sair e ver gente. É melhor do que ficar aqui sozinha, trancada e vigiada. Eu desmarquei um compromisso com elas para voltar com você no sábado. — Você não está trancada e nem sendo vigiada — Arkel precisou se segurar para não erguer o tom de voz. Não queria