Ao cair da noite, quando o sol se pôs por completo e a lua começou a emergir timidamente entre as nuvens, o grupo encontrou refúgio em uma floresta densa. A luz prateada filtrava-se pelas copas das árvores, criando um ambiente de mistério. Decidiram montar acampamento em uma clareira isolada, onde o solo era macio e o murmúrio da natureza se fazia mais suave, quase como uma canção de ninar para almas inquietas.Enquanto Clarice e Gael organizavam o fogo, Clarck vasculhava os arredores com olhar atento, sempre em busca de qualquer sinal de perigo. A tensão era palpável, pois sabiam que, mesmo neste lugar aparentemente sereno, a ameaça dos renegados poderia se manifestar a qualquer instante. O crepitar das chamas misturava-se aos sussurros do vento, compondo uma trilha sonora que os acompanhava em seus pensamentos.Foi então que, no silêncio quase absoluto da noite, Clarck parou de repente. Seus olhos se estreitaram e sua respiração tornou-se mais profunda. Ele sentiu, com a precisão de
O caminho que se desenhava à frente era repleto de nuances: a terra, marcada por pegadas e cicatrizes de antigas batalhas, contava histórias de glórias e de perdas. O sol subia lentamente, iluminando cada detalhe, desde as pequenas flores silvestres que desabrochavam entre as pedras até os vestígios de passos apressados que se perdiam na vegetação.Durante horas, o duo avançou com cuidado, sempre atentos ao menor sinal que pudesse indicar a presença do irmão de Clarice. O diálogo entre eles era pontuado por pausas longas, onde o silêncio permitia que o sentimento se manifestasse de forma pura e profunda.— Sinto que estamos próximos, — confidenciou Clarice, enquanto seus olhos percorriam a densa mata à frente. — Tudo parece mais silencioso como se não tivessem animais por aqui, isso só acontece quando existe um predador muito perigoso por perto. Pode ser um bom sinal.— Concordo com você, acho que estamos no caminho certo — Clarck confirmou, caminhando com cuidado para não perder o ra
Quando a noite desceu sobre a floresta, o ambiente se transformou em um cenário de mistério e tensão. A escuridão parecia abraçar cada árvore, cada pedra, enquanto um manto silencioso envolvia o lugar. A brisa fresca, carregada com o perfume úmido da terra e das folhas, sussurrava segredos antigos, e os galhos, ao se tocarem, emitiam murmúrios que pareciam histórias esquecidas. Clarice, Gael e Clarck seguiam pela trilha com passos lentos e medidos, os sentidos aguçados, cientes de que algo estava fora do comum naquela noite. O coração de cada um batia mais rápido, como se cada pulsação os conectasse a um presságio inevitável.Enquanto avançavam, o silêncio da mata foi abruptamente rompido por um estalo seco, seguido de um rosnado que gelou a espinha de todos. O som ecoou entre as árvores, reverberando por entre os troncos como um aviso sombrio. Gael parou subitamente, seu olhar varrendo a penumbra, e com a voz baixa, mas repleta de urgência, sussurrou:— É ele… o lycan dos renegados.
Enquanto isso, Dorian e Ikaro permaneciam alerta, os instintos aguçados para qualquer sinal de movimento. A sensação era de que, a qualquer instante, o silêncio tenso poderia se transformar numa tempestade de garras e dentes, e cada segundo se arrastava como se o tempo próprio temesse a iminência do combate. No entanto, naquele momento, tudo o que importava era o encontro, um encontro que marcava o início de uma nova e incerta jornada – uma jornada em que o passado e o presente se chocariam de forma inesperada, revelando segredos há muito guardados e feridas jamais cicatrizadas.A floresta, testemunha silenciosa de tantas histórias, parecia segurar a respiração. Os olhos do lobisomem fixavam cada detalhe com uma precisão quase humana, enquanto avaliava a situação com uma intensidade que transpassava o mero instinto animal. Cada segundo se dilatava, e a comunicação mental entre os lobos tornava-se um pacto silencioso de proteção e coragem. Clarice, agora completamente fundida com Lunna
E assim, enquanto os olhos do lycan continuavam a brilhar com a intensidade de uma fênix renascida em meio às cinzas, o destino se encontrava suspenso entre o agora e o porvir. Cada respiração, cada batida de coração, era um lembrete de que a batalha que se aproximava carregava em si a promessa de mudança – uma mudança que, por mais dolorosa que pudesse ser, era necessária para a redenção e a cura de feridas antigas.O grupo, agora solidamente unido pela experiência e pelo vínculo que transcendia palavras, aguardava o próximo movimento com uma determinação silenciosa. A clareira, com seus contrastes entre a luz e a sombra, tornava-se o palco de uma guerra interna e externa, onde o amor, a lealdade e a coragem seriam testados até seus limites.Finalmente, no clímax daquele momento carregado de significados, o lycan deu um passo em direção à linha tênue que separava a hesitação da ação. Seus olhos, agora repletos de um conflito que parecia se traduzir em cada respiração, refletiam a lut
A noite se estendia com seu manto profundo e misterioso, enquanto as sombras dançavam entre as árvores da floresta. Depois do encontro tenso com o lycan, o grupo sabia que a verdadeira batalha ainda estava por vir. Na penumbra, as mentes dos lobos se conectavam sem barreiras, trocando pensamentos e sentimentos com a clareza de um pacto silencioso. Foi nesse instante que Lunna, a loba mãe que habitava o corpo de Clarice, falou mentalmente com os outros dois:“Precisamos manter o lycan ocupado até o sol nascer” enviou Lunna, sua voz interna carregada de determinação e esperança. “Lembre-se, enquanto a maldição estiver ativa, ele está preso à sua forma bestial; mas quando o sol aparecer, ele voltará à forma humana. Então poderemos alcançá-lo e, quem sabe, conversar com ele…”A resposta veio num murmúrio vibrante, compartilhado nas profundezas da conexão mental que os unia:“Vamos fazer isso juntos!” pensou Dorian, com a segurança de quem conhece o próprio instinto. “Ele pode ser impiedos
Por um breve instante, o tempo pareceu suspender-se. O homem parou, seus olhos trêmulos revelando uma centelha de dúvida, como se as palavras de Clarice pudessem, por um segundo, penetrar na barreira construída por anos de dor. Porém, a realidade se impôs rapidamente. Assim, tão próximos, a semelhança era imensa, era impossível negar que eram parentes.Ele recuou, arrastando o corpo para trás pelo chão, ainda sem conseguir se erguer, e murmurando com uma voz rouca e cheia de descrença:— Não... Não tenho família.O desespero estampado em seu olhar era impossível de ignorar. Clarice, tomada por uma mistura de compaixão e incredulidade, insistiu:— Por favor, me escute.. Eu sei quem você é. Não pode ser que tudo o que você viveu o faça acreditar que não tem ninguém. Eu sou sua irmã, e estou aqui para te ajudar.Do outro lado da clareira, em uma distância prudente, Clarck e Gael – que também já haviam retornado à forma humana – observavam a cena com olhares mistos de preocupação e impotê
— Não dá para exigir dele que acredite assim… Dá para ver que a vida para ele foi muito sofrida.Clarice, ainda com o rosto úmido de lágrimas, ouviu essas vozes com o coração dilacerado, mas determinado a não abandonar seu irmão – ou o que restasse dele. Ela sabia que a jornada seria longa e cheia de desafios, mas a ideia de poder alcançá-lo, de fazê-lo sentir que ele não estava sozinho, era o que a mantinha de pé.A floresta, agora despertada pelo sol nascente, parecia respirar um ar de melancolia e esperança. Cada árvore, cada folha, cada raio de luz carregava consigo a memória da noite anterior, repleta de lutas, de dor e de estratégias desesperadas. O ambiente se transformara em um cenário onde a beleza natural se misturava à crueldade dos destinos traçados pelo acaso e pela maldição.Clarice olhou para os rostos de Clarck e Gael, que ainda se encontravam próximos, observando o vazio deixado pelo homem em fuga. Em seus olhos, havia a compreensão silenciosa de que aquela partida nã