Eu comecei a chorar. Havia muito sangue... Comecei a mexer nele, que estava desacordado.
- Vai chamar uma ambulância. – eu gritei para Amanda que olhava tudo sem ação.
Ela foi para dentro da casa. Corri até o carro e desliguei a música que tocava como se tivesse vida própria. Estranho estava ao lado de Axel, latindo preocupado. Vi os faróis do carro de Martim Collins ao longe e em poucos minutos ele estava ali.
Deixou o carro no meio da estrada e correu quando viu Axel no chão. Amanda veio e abraçou o pai, aos prantos.
- O que aconteceu aqui? – perguntou Martim.
- Megan atropelou Axel... De propósito, papai.
Eu levantei o olhei para ela:
- Como você consegue ser tão mentirosa?
Ela me olhou com os olhos marejados, da maneira mais fingida que eu já vi em toda minha vida.
- Megan... Você tentou matar meu
CAPÍTULO 43 – Axel é meuEu estava de novo naquele lugar jurei nunca mais voltar. Minhas malas ainda estavam no carro. Quando fui pegá-las vi sangue no chão e senti uma culpa imensa dentro de mim. Vi Estranho na mata e ele não veio até mim. Acho que estava apreensivo depois de ter sido chutado pelo insensível Martim Collins. Tentei me aproximar dele e conforme ia chegando perto ele se afastava.- Por favor, Estranho... Sou eu. Você não pode me deixar também... Só temos um ao outro agora.Consegui adentrar um pouco na mata e tocar na cabeça dele, que ainda estava amedrontado. Eu sabia que Martim não o deixaria dormir dentro de casa e não tinha nem Axel para me ajudar a escondê-lo. No que havia se transformado a minha vida? Peguei as malas e levei-as até a porta e quando fui abrir, trancada. E agora eu tinha absoluta certeza de que não era uma
Abracei minha mãe carinhosamente e depois passei para meu pai:- Eu... Gostaria de me desculpar.- Está tudo bem, Megan. – disse minha mãe.- Não quero me desculpar por meus sentimentos por Noah... Mas por eu ter deixado nossa família exposta de alguma forma.- Aceito suas desculpas... Afinal, tenho certeza de que você pensou melhor e resolveu ficar com Axel. Ele é o seu marido.- Como eu disse, não quero me desculpar por meus sentimentos. – falei indo para a mesa e sentando ao lado de Martina.Dei um beijo em Martina e me servi de um pouco de suco. Eles também voltaram para a mesa.- Como está tudo? Você está com um semblante cansado. – disse minha mãe.- Axel sofreu um acidente. – eu disse.- Como assim? – perguntou Martina preocupada.- Foi grave... Ele está... Em coma.
Três dias se passaram e eu me limitava a ir ao hospital diariamente ver se Axel havia acordado e tentava fazer coisas fora da mansão para não precisar ver Amanda, que também raramente ficava por casa. Martim vinha todas as noites para casa e os dois jantavam juntos. Eu evitava ficar com eles e por sorte eles não me obrigavam a isso. Acho que minha presença era simplesmente suportada em função do dinheiro que eu poderia lhes trazer. Por isso tinha esperanças de que eles me deixariam ir embora quando colocassem a mão na minha herança.Martim Collins pediu para um advogado quase tão renomado quanto ele entrar com a ação contra meu pai exigindo minha parte de tudo que os Miller tinham. Desta forma, ele não levantava suspeitas contra si mesmo. Embora eu achasse tudo surreal, não via a hora de ele conseguir logo o que queria para eu poder me livrar deles. Eu ainda estava chateada com o que Noah havia pensado sobre mim, mas não conseguia odiá-lo. Eu havia sido horrível com ele
- Noah, você não está entendendo. Eu... Desisti. Não vou. Eu... Não quero. Eu não tenho coragem para largar tudo...Como assim? Era real aquilo que ela estava me dizendo? Tentei ligar novamente, mas caiu na caixa postal. Por um momento passou pela minha cabeça que poderia ser uma brincadeira da parte de Meg. Mas ela não era o tipo de mulher que brincaria com um assunto tão sério.Eu fiquei com tanta raiva e senti o sangue fervendo dentro de mim. Dei vários socos no volante do carro e dei meia volta. Eu precisava voltar para Noriah Sul imediatamente. Os negócios que esperassem. Adam que resolvesse tudo na empresa.Acreditei tanto que depois de tudo que houve entre nós naquele final de semana, Meg se libertaria de tudo que a prendia e que a fazia ter medo. Enganei-me... No fim, ela não teve coragem. Ou teria algum sentimento por Axel? Mas como algué
Quase um mês se passou e Axel continuava do mesmo jeito. Eu já havia ido morar na casa de campo e Martim Collins felizmente não me impediu de partir. Minha herança já estava ganha judicialmente e tudo seria transferido para a conta dele. Enquanto meus pais me ignoravam completamente pelo que eu havia feito, Martim consolava-os, dizendo-se incrédulo com minha atitude para com eles.Thomas foi morar comigo e por incrível que pareça, nos demos bem dividindo a casa, como bons amigos. Martina tentava falar comigo e eu continuava a evitá-la. Até fingir que não estava em casa eu fingi. Eu e Michelle não nos falamos mais depois do encontro do Hotel Sanz. Eu não fazia mais questão de ver minha irmã novamente. Acho que realmente ela havia ligado para Amanda, que só me passou o endereço a fim de que visse ela com Noah. No fim, pouco importava se Amand
No dia que Martina saiu do hospital, Axel acordou do coma.Minha irmã iria a nossa ex casa pegar suas coisas e estava decidida a morar comigo e Thomas. E eu poderia fingir que não queria que ela fosse, sabendo de tantas coisas que ela estava abrindo mão. Mas ter Martina perto de mim era o melhor que poderia me acontecer depois das últimas coisas que se passaram naquele mês.Claro que o fato de Axel estar bem e fora de perigo não me alegrava como se fosse uma pessoa importante para mim. Mas se acontecesse algo com ele, como a morte, eu jamais me perdoaria, mesmo sabendo que foi um acidente.Eu estava com Martim e Amanda aguardando o médico para a primeira visita a Axel acordado depois de mais de um mês de coma. Quando o doutor chegou, disse sorrindo:- Axel Collins está fora de perigo. Se tudo continuar correndo bem, logo ele estará recuperado.Martim e Amanda se abra&
- Fale, Megan... Sobre dinheiro e mentiras.- Pai... Sempre é difícil conversar com você... Mas eu vou tentar.- Não me faça perder tempo, Megan. E nem me arrepender de querer ouvi-la. Vá direito ao ponto.- Eu não peguei o dinheiro da minha herança...Esperei que ele pudesse ter qualquer tipo de reação que me incentivasse a continuar, mas não. Ele continuou a me encarar da mesma forma: sem muito interesse.- O dinheiro foi todo para a conta de Martim Collins. Ele me obrigou a pedir minha parte.- Por que ele faria isso?- Porque eles estão falidos.- Eu já sei disso. Aliás, toda Noriah sabe que os Collins faliram.- Pai, eu atropelei Axel... Foi um acidente. Martim me ameaçou e disse que falaria à polícia que eu fiz de propósito, caso não pedisse o dinheiro a você. Amea&
Eu consegui dirigir e acho que aquele trauma estava superado. Liguei o rádio, não tão alto, mas de forma que eu conseguisse escutar e esquecer tudo que tinha na minha mente.Eu me sentia livre... E há muito tempo eu não sentia esta sensação na minha vida.Thomas me seguiu até o portão da casa de campo. Quando estacionei, desci e fui até ele:- Acho que poderíamos comemorar... Eu estou livre. – falei levantando meus braços, girando e sorrindo feito criança.Ele riu, sem sair do carro:- Eu gostaria muito comemorar com você, Meg... Mas preciso mesmo trabalhar hoje. Não há como ficar... A não ser que você queira ir comigo. – ele propôs.- Não... Podemos deixar para outra noite.- Como você pensou comemorar? Eu, você e a sua cama?- Thomas, não. –