No dia que Martina saiu do hospital, Axel acordou do coma.
Minha irmã iria a nossa ex casa pegar suas coisas e estava decidida a morar comigo e Thomas. E eu poderia fingir que não queria que ela fosse, sabendo de tantas coisas que ela estava abrindo mão. Mas ter Martina perto de mim era o melhor que poderia me acontecer depois das últimas coisas que se passaram naquele mês.
Claro que o fato de Axel estar bem e fora de perigo não me alegrava como se fosse uma pessoa importante para mim. Mas se acontecesse algo com ele, como a morte, eu jamais me perdoaria, mesmo sabendo que foi um acidente.
Eu estava com Martim e Amanda aguardando o médico para a primeira visita a Axel acordado depois de mais de um mês de coma. Quando o doutor chegou, disse sorrindo:
- Axel Collins está fora de perigo. Se tudo continuar correndo bem, logo ele estará recuperado.
Martim e Amanda se abra&
- Fale, Megan... Sobre dinheiro e mentiras.- Pai... Sempre é difícil conversar com você... Mas eu vou tentar.- Não me faça perder tempo, Megan. E nem me arrepender de querer ouvi-la. Vá direito ao ponto.- Eu não peguei o dinheiro da minha herança...Esperei que ele pudesse ter qualquer tipo de reação que me incentivasse a continuar, mas não. Ele continuou a me encarar da mesma forma: sem muito interesse.- O dinheiro foi todo para a conta de Martim Collins. Ele me obrigou a pedir minha parte.- Por que ele faria isso?- Porque eles estão falidos.- Eu já sei disso. Aliás, toda Noriah sabe que os Collins faliram.- Pai, eu atropelei Axel... Foi um acidente. Martim me ameaçou e disse que falaria à polícia que eu fiz de propósito, caso não pedisse o dinheiro a você. Amea&
Eu consegui dirigir e acho que aquele trauma estava superado. Liguei o rádio, não tão alto, mas de forma que eu conseguisse escutar e esquecer tudo que tinha na minha mente.Eu me sentia livre... E há muito tempo eu não sentia esta sensação na minha vida.Thomas me seguiu até o portão da casa de campo. Quando estacionei, desci e fui até ele:- Acho que poderíamos comemorar... Eu estou livre. – falei levantando meus braços, girando e sorrindo feito criança.Ele riu, sem sair do carro:- Eu gostaria muito comemorar com você, Meg... Mas preciso mesmo trabalhar hoje. Não há como ficar... A não ser que você queira ir comigo. – ele propôs.- Não... Podemos deixar para outra noite.- Como você pensou comemorar? Eu, você e a sua cama?- Thomas, não. –
O ambiente não era muito claro, mas o lugar onde estávamos era menos iluminada ainda. Senti meu coração bater tão forte e minhas pernas ficaram trêmulas.- Noah?Ele me olhou dos pés a cabeça e disse:- Olá, Meg.Estávamos tão próximo que eu sentia o cheiro dele... E não me dava enjoo o aroma de Noah. Pelo contrário, me fazia bem. Trazia lembranças tão boas que eu poderia comprar aquele perfume para poder viver delas. Dei um passo para trás, um pouco intimidada com tudo o que aquele homem causava em mim.- Achei que você havia ido embora... – falei.- Sim... Continuo morando em Noriah Norte. Vim... Ver Axel.- Sim, eu soube que ele saiu do hospital. Você o viu? Ele está bem?- Sim... Nem parece uma pessoa que esteve dias em coma.- O vi quando ele acordou... Achei qu
Acordei e olhei para as paredes, não precisando de muito tempo para identificar onde eu estava: hospital. Eu havia visitado o hospital por mais de um mês sem falhar nenhum dia. Quando finalmente me vi livre daquilo, voltei eu mesma para a posição que havia sido de Axel até então.Não havia ninguém ali. E eu me sentia bem. Levantei e fui caminhando normalmente até a porta. Quando a abri vi Martina e Thomas sentados em poltronas no corredor. Assim que colocaram os olhos em mim, eles levantaram imediatamente.- Você não pode sair da cama. – disse Thomas.- Eu me sinto bem... O que houve? Nos acidentamos?- Sim. – disse Martina. – Mas não foi nada grave... Por sorte.- E por qual motivo eu estava deitada naquela cama? Sinto-me bem...Enquanto eu tentava convencê-los de que eu não sentia absolutamente nada, a médica pediu que entrássemos no quarto.- Poderia deitar-se novamente para eu verificar seus sinais, por favor?- Claro, doutora. – falei obedecendo-a. –
Thomas me depositou cuidadosamente na cama.- Obrigada, Thomas... Por todo cuidado que você tem comigo.Ele sentou na cama e me olhou:- Eu gosto de você, Meg.- Eu também gosto de você. – falei tentando ignorar o que ele realmente tentava dizer.Thomas passou a mão sobre o meu rosto, carinhosamente:- Eu vou cuidar de você... E posso cuidar do bebê.- Thomas, eu aceito que você me ajude... E pode até ajudar a cuidar do bebê quando nascer... Mas se está propondo ficarmos juntos pelo bebê, a resposta é não. Eu não preciso ficar com alguém para simplesmente dar um pai ao meu filho. Noah é o pai... E eu nem tenho certeza ainda se vou comunicar isso a ele.- Esta decisão sobre falar ou não a Noah é só sua... E desculpe pela forma como eu falei. Não quis ser ofensivo ou machista.- Eu sei... Agora vá dormir um pouco. Ocupei toda sua folga...- Eu bebi demais... Mas sei o que estou falando. Gostaria que acreditasse nos meus sentimentos p
- O que houve na sua cabeça? – ele perguntou.- Acidente de carro...- Você... Se machucou muito? Ficou tudo bem?- Só este pequeno ferimento. Bati a cabeça no volante. O resto tudo certo.- Acho que você devia parar de dirigir.- Falou o homem que me atropelou.O encarei com raiva. Sabia que ele se referia ao acidente com Axel. Eu não gostava de relembrar aquilo, especialmente quando alguém colocava em dúvida a forma com aconteceu.- Por que mudou de ideia com relação ao estágio?- Isso não é da sua conta.- O estágio é na minha empresa e não é da minha conta?- Como eu disse, não vou fazer o estágio.Noah colocou a mão sobre a minha, olhando nos meus olhos. Senti todo meu corpo estremecer ao toque quente dele em mim. Eu poderia retirar minha mão, mas não consegui.- Eu ainda sinto saudade... E tento entender tudo que houve... Mas não consigo.- Eu percebi que sentiu saudade... – ironizei.Ele balançou a cabeça:- Você me deixa
Quando cheguei em casa, Martina estava tomando sol na área externa, no jardim, com Estranho.Sentei junto dela. Imediatamente ela perguntou:- O que aconteceu?- Será que eu sou tão transparente?- Não... Mas eu conheço você em todas as suas versões.Eu ri:- Acho que você me conhece mais do que eu mesma...- E então... Tem mais alguma coisa para me contar?- Encontrei Noah.Ela riu ironicamente:- Eu já imaginava que isso iria acontecer. Não acho que Noah se dará por vencido. Este babaca realmente gosta de você.- Se fosse assim não estaria com aquela mulher.- Você não lhe deu chance alguma, Meg.- Martina, não acredito que você esteja dizendo isso...- Eu acho que você deu mais chances a Axel do que a Noah.- Axel... Eu tenho nojo quando ouço o nome dele.- E de Noah?- Eu... Nunca vou ser capaz de deixar de amar este babaca. – eu ri.- Nem esquecê-lo, afinal, carrega um bebê dele.- Foi es
ATENÇÃO: ESTE CAPÍTULO CONTÉM SPOILER DO LIVRO “A DAMA DE COMPANHIA”- O que... Você está fazendo aqui? – perguntou Amanda levantando imediatamente, tentando tapar os seios.Martim Collins continuou sentado, com os botões da camisa entreabertos.- Vocês... São doentes, sórdidos...Martina entrou e observou a cena, visivelmente chocada:- Quem são vocês, Collins?Virei-me para sair quando Amanda correu até mim:- Não é o que você pensa, Megan.Eu olhei para ela e ri sarcasticamente:- Como você ainda perde tempo me dizendo isso?- Droga! O que vocês fazem aqui?Martina olhou-a da cabeça aos pés e perguntou:- Você dormiu com Noah também?- Não... – ela disse.- Porque ele não quis, não é mesmo? – falei.- Porque talvez eu não tenha insistido o suficiente. – ela debochou.- Amanda você nasceu nesta família... Como pôde?- Eu... Gosto de Axel...- Como pode dizer isso? Você dorme com o pai dele... – disse Martina. –