A van tomou velocidade e seu sacolejar entre os dois, serviu para piorar meu pânico. Um filme de terror passou pela minha cabeça, misturado às cenas da morte de meus pais. Minha vida por um triz nas mãos de homens perigosos faziam meu corpo tremer. Queria gritar, pedir ajuda e não consegui ter nenhuma sugestão.
As armas em punhos carregadas, e suas caras horríveis só me davam a certeza de que iria morrer. Lágrimas incessantes doíam meu peito, e a custo tentei controlar com medo de sofrer um golpe. Então, o solavanco pela freada me fez pular do assento e tiros passaram acima de nossas cabeças.
Do medo, passei ao alerta misturado ao pavor, entendendo a perseguição que se formava do lado de fora, principalmente ao ouvir o sinalizador da polícia. Lutei pra me soltar, porém o carro parou e a porta foi aberta. Fui puxada com estupidez por um deles e aos empurrões entramos em um prédio abandonado, cheirando a querosene com pilhas de pneus, lixo e mais três homens.
Gritei quando o sangue atingiu meu rosto. O comparsa que me segurava foi ferido na testa. Outro deles atirou e foi morto. Me joguei no chão e uma chuva de balas passou por nós e no meio do rebuliço, um homem alto e forte se lançou sobre mim me derrubando no chão.
O tiroteio continuou e paralisada, coração aos saltos pela adrenalina, senti seu corpo me protegendo como um escudo, mas não consegui reconhecê-lo.
Quebrando o contato não concentrei nele. Apenas, reparei sua estatura, quase duas vezes a minha e seus músculos grandes. Nos obrigamos a correr e fui empurrada, vendo ele sacar seu rifle. Minha respiração prendeu na garganta ao ver sua performance matando um por um deles.
—Abaixa! —Gritou com um salto vindo em minha direção.
O estrondo como de uma bomba nos fez rolar para outro lado, vendo chamas de fogo e cinzas caírem. A explosão me deixou tonta e tossi sentindo a cabeça girar e os olhos embaçados que não me permitiram enxergar nada.
Despertei com o rosto ardendo, e pisquei as pálpebras sentindo a garganta seca e meu corpo dolorido. Quando me movimentei, dei-me conta de estar toda amarrada.
— Droga! —Falei baixo tentando me soltar.
O piso duro, sujo e o lugar feio com paredes mofadas indicava ser uma prisão. Chovia e o furo grande no telhado deixando a água escorrer virou uma grande poça no chão.
A sede me massacrava. Tinha ao menos de molhar os lábios na água, não importa se fosse suja. A essa altura, pensei se tratar de rapto. Iriam exigir resgate, já que meu pai por ser promotor, influente e rico, começava a expandir seus negócios, alguns que não tomei conhecimento e que ele não falava muito.
Com esforço, arrastei-me para perto da água sentindo doer os joelhos. Novamente o choro, meu braço machucado ardia, minha roupa imunda constatando meu estado deplorável, prosseguiram a me desesperar. Pensei em Carlos. Como desejei um telefone, quis saber dele e pedir ajuda, mas nada nem ninguém iria aparecer.
Cada pensamento de forma torturante vinha em resposta de que estava refém de bandidos da pior espécie.
Consegui captar sons. Ouvi barulhos, vozes vindo do lado de fora. Achei por bem gritar mesmo temendo o pior.
—Socorro!! Alguém aí!!!Me ajude!!
Insisti muito até ficar rouca.
A porta abriu e um homem com dentes feios e cicatriz no rosto, sotaque castelhano, falou:
—Que passa?
—Eu preciso de água.
Sua arma foi erguida me fazendo estremecer.
—No as água para ti. Cala-te! —Foi a resposta estúpida.
Voltou fechando a porta e durante horas que não soube precisar, vi a mesma ser aberta e outro deles. Melhor de aparência, me tomou no colo como se fosse uma boneca de mola. Por seu físico, devia lutar boxe, grossos músculos, saíam de sua bela camisa de marca, tinha cabelos cacheados e olhos azuis. Um perfume importado e sexy que poderia ser sentido a metros de distância.
Levada até um escritório de arquitetura antiga, deparei-me com móveis novos e três homens armados. Não sei que lugar seria aquele, mais parecendo um depósito clandestino. Queria ter esperanças, que todos ali me dariam a certeza de estar salva, mas nada me fez confiar pela forma como fitavam-me.
De frente a uma escrivaninha, um deles bem apresentado, tocou meu ombro de forma brusca e o susto me fez cair sentada na cadeira.
Subitamente, passos pesados se ouviram e diante de mim se colocou outro deles, elegante e corpo de atleta. Sua roupa fina e o relógio de ouro que usava, devia valer milhões, tanto quanto seus anéis. Um deles, imitando uma serpente com olho vermelho claramente dando mostras de valer uma fortuna.
Apesar de meu nervosismo, não sei como consegui esmiuçar suas joias como seu rosto, muito bonito, olhos azuis esverdeados, maxilar saliente e bem feito. Cabelos louros escuros e pele impecável. Seu terno índigo desenhava com exatidão o corpo exuberante. Ele devia ser fanático por atividade física, devido aos braços fortes escondidos pela fina roupa que usava.
—Alicia di Domenico. É um prazer conhecê-la.
A voz grave pontuando meu nome, carregava um tom sarcástico e frio. Embora, seus dentes perfeitos, caninos sobressalentes, o deixavam charmoso e interessante, ele não tinha ímpeto de ser amigável. Não emiti nenhum som e ele continuou:
—Deve saber que me chamo Stefano Genovese. Sou o líder responsável pelo Cosa Nostra, uma das maiores máfias italianas.
Movi apenas os lábios, a pele arrepiou pelo gelo que subiu minha espinha.
—Acaso já ouviu falar?
Neguei com a cabeça e ele riu:
—Seu pai, realmente, era um homem bom, mas não precavido. Prova disso, que sua língua acabou sendo sua morte, assim como sua mãe. Antes de pensar que eu os matei, ele próprio contribuiu para que nossos rivais dessem chance. Infelizmente, não conseguimos evitar. —Ele ficou em silêncio uns segundos apenas me encarando petulante e frio. —Bem, você foi salva e considere ser muito grata, pois estaria como eles nesse exato momento. E como não há crianças aqui eu vou dizer meus termos. A salvei, e para sua segurança está sobre minha proteção. —Ele abriu a gaveta da escrivaninha e tirou um documento soltando sobre a mesa. —Esse papel, considera que tenho plenos poderes sobre você.
Meus lábios eram apenas uma linha reta, meu olhar encurtou e meu coração bateu com violência. Consegui dizer com voz trêmula:
—Mas...eu não assinei esse documento...
—É claro que não. —retrucou com um sorriso diabólico e covinhas no rosto. —Seu pai assinou, você tinha apenas quinze anos.
Reconheci nitidamente a rubrica de meu pai ao esticar os olhos sobre o papel. Meus ombros caíram em choque vendo-o com ar audacioso, como se quisesse rir. Ele levantou e passou a andar em meu entorno.
—Deve haver algum engano... eu estou noiva...—Balbuciei incrédula, sentindo faltar o ar.
—Leviatã! —Chamou, e um homem apareceu. Mais parecia um brutamontes. Tentei pensar onde ouvi esse nome. Então, lembrei ser de um monstro feroz bíblico.
Ele soltou um envelope amarelo sobre a mesa, e Stefano o abriu retirando fotos. As imagens saltaram aos meus olhos e engasguei. Revelavam, Carlos transando com um homem.
—Não! —Gritei. —Isso...é um engano...!
—Que pena. Você não sabia? O garotão adora ser arrombado. —zombou com um risinho pérfido nos lábios e todos riram. —Olhe bem para elas. Talvez, esteja precisando de óculos...
—Não! —Disse, com lágrimas amargas descendo meu rosto, me ergui em choque e com raiva —Seu mentiroso!
Meu rosto virou com a forte bofetada que levei dele.
—Nunca mais se atreva a dizer isso, e garanto sua morte em segundos! — Esbravejou cheio de raiva. Sua voz grave tiniu em meus ouvidos.
Chorei baixinho, sentindo o rosto quente pela agressão e as lágrimas.
—Levem ela! —Ordenou. E novamente fui tomada nos braços pelo mesmo homem de antes.
Fiz a maior gritaria aos prantos, até tomar um soco na cabeça e só acordar horas depois.
Mas não era o mesmo lugar.
Estava na cama de um quarto enorme e luxuoso. Vestia um roupão sentindo o braço arder, onde vi um curativo. O quarto moderno e muito fino, possuía cama redonda tendo lustre no teto de cristais tão brilhantes, que certamente valiam horrores. Lindos quadros na parede, uma enorme janela com sacada dando visão, para rico jardim e a praia. Anoitecia e mesmo com o corpo dolorido me sentia limpa e confortável pelas cobertas finas de seda perfumadas.
Levantei num sobressalto, lutando com o abalo dentro de mim. A dor das fotos e da morte de meus pais passou a me castigar. Tentei voltar para a beleza e luxo ao meu redor e tudo que senti foi o coração partido. Com lágrimas, revisei tudo. Havia uma ala de vestir com enorme closet e roupas tão caras, que nunca vi em minha vida. Não eram somente roupas femininas. Havia outras masculinas, o que fez meu coração disparar. Olhei para outra ala, esta com banheiro de hidromassagem e apertei os lábios engolindo em seco. Eu estava ali a diversão daquele homem e urrei de desespero ao constatar que fui entregue por meu pai, a um capo da máfia.
Deslizei na parede fria até o chão chorando copiosamente. O que fiz para merecer tanto sofrimento? E que tipo de acordo era aquele que meu pai fez? Nunca imaginei que ele pudesse estar tão envolvido com a máfia daquela maneira. Enxuguei as lágrimas, pensando quem me vestiu. Não tinha nada por baixo e se fosse um deles, tive o azar de verem meu corpo. Senti vergonha. Ainda era virgem e não queria ter minha intimidade exposta.Desalentada, fiquei ali sem reação até ouvir um barulho na porta.—Alicia! —A voz era de Stefano e gelei.Não respondi me deparando com ele que parou me vendo na mesma posição.—Levanta daí. E seja rápida, tenho pressa. —OrdenouPor bem, levantei indo até o quarto vendo ele tirar sua camisa na minha frente. Engoli em seco ao ver a protuberância de seu tórax peludo e incomodada olhei para janela ficando de costas para ele.—Você faz medicina, não é?— S-sim. —respondi.— Então, já deve ter visto um corpo nu antes.Foi a resposta seca e maliciosa. Ele continuou tira
O chefe da máfia conversava com um dos seguranças dentro da água. Com covinhas no rosto pelo sorriso bem humorado, feliz e simpático, nem parecendo aquele da noite anterior movido a estupidez. Desfocando deles admirei a visão do jardim.Ele nadou vindo em minha direção e apoiou seus braços fortes na borda da piscina. Abriu um largo sorriso dizendo:—Gostou da sua nova hospedagem? —Por trás da expressão sedutora um forte ar de cinismo.Apenas afirmei com a cabeça.—Espero que tenha tido uma boa noite de descanso, vou precisar de você mais tarde. —disse e voltou a nadar. Senti um aperto no estômago. Ontem fui salva pelo telefone, hoje não sei se teria chance de escapar.Eu não tinha ânimo para nada, poderia ter desejo por um homem tão bonito como ele, mas ao contrário sentia ódio. Principalmente de meu pai ter permitido esse absurdo. Quando ele voltou, não consegui evitar a pergunta:—Pretende me deixar presa aqui quanto tempo?Ele mirou meu rosto surpreso, vindo mais perto e disse baix
—Alicia! —A voz grossa como um trovão, misturada ao som da música me fez tremer. Girei o pescoço sutilmente e atrás de mim vi Stefano. —Encontrou o meu querido irmão.James curvou a boca em um sorriso sínico.—Estava quase dizendo a ela sobre o cassino ao qual eu administro.—Nós administramos você quer dizer. —Replicou Stefano olhos fincado em James. O momento pareceu desconfortável, mas não me concentrei nos dois e sim em Will segurando o riso.Depois desse momento estranho, voltamos os três para a mesa vendo Erick no mesmo lugar. E, por seus olhos vidrados e rosto vermelho estava chapado.Como não pude sair dali, bebi mais do que devia. A seguir, fui obrigada a ir com Stefano ao cassino clandestino. Um lugar muito chique cercado por homens de terno que serviam bebida aos jogadores concentrados em suas mesas. Muitos, milionários que poderiam jogar altas quantias a maioria acompanhado por mulheres elegantes, charutos e joias impecáveis.Fiquei ao lado dele vendo fazer suas apostas e a
Meu coração bateu estridente, meu rosto expandiu calor e fiquei acuada. Seus olhos com um brilho obsceno, continuavam presos aos meus e engoli a saliva quando vi ele tirar a boxer revelando seu pau em riste e molhado. Aproximou-se e com a mão firme em meu ombro, empurrou-me bruscamente fazendo eu ficar de joelhos no chão. —Anda, chupa o meu pau. — Ordenou com frieza. —Mas eu...eu nunca fiz. —Declarei, falhando em minha voz. —Chupa, devagar e vai aumentando o ritmo. — Virei o rosto, mas ele o ergueu pelo queixo.— Olhando pra mim. Você tem que me olhar. Não desviei atenção, e ele acenou para baixo. Passou seu membro babado sobre meus lábios —Agora abre essa boquinha gostosa e me chupa. —disse ofegante acariciando-o em minha boca— E não passe os dentes estou avisando. Encontrei os olhos dele uma última vez e voltando atenção para seu pau o abocanhei com cuidado. Ele estava muito perfumado, eu procurei pensar em qualquer coisa, para não pensar na forma difícil que tudo acontecia e su
—Entra...na...porra...do carro. —Pontuou, engolindo a explosão.Entrei rápido, joguei a sacola na parte de trás e sentei. Ele fez o mesmo, bateu a porta com força e indagou:—Quem era ele?—Um colega de... faculdade.—Colega? E porque ele estava se agarrando em você?— Ele só venho me cumprimentar.Ele fechou o cinto e deu partida, respirando fundo. Meu Deus, que merda pensei, sentindo uma onda de aflição tomar conta de mim. Porque ele viu? Inferno!Tive vontade de sair correndo, mas olhei no espaço perto do freio de mão e avistei sua arma carregada. Ele passou a dirigir com tanta velocidade, ultrapassando carros, que tratei de pôr o cinto, em pânico por seu silêncio e os olhos de fúria, mordendo o punho ao olhar o retrovisor. Quando o sinal ficou verde, deu um murro no volante e saltei no acento de susto.<
Ela se voltou para Erick me deixando pensativa. Os dois continuaram a beber, e depois de um tempo, menos que uma hora achei melhor ir para o quarto. Até ouvir Erick dizer: —Bora, dar um passeio na praia. Vamos Alicia? —Acho melhor não. —Respondi cabisbaixa. —Vai ser divertido. —Salientou Bree que saltou no colo dele. —Um luau com direito a dança a em volta da fogueira, e muito champanhe. Você vai, não é James? —É claro que sim, esta noite está imperdível. —Declarou lançando-me um olhar malicioso. —Obrigada, mas estou cansada. —Ninguém vai transar na praia, se é isso que está preocupada, muito menos arrancar seu hímen. —zombou Erick. —Seja mais estúpido se puder. —Resmungou James e se colocou à minha frente. —Olha só borboleta, nós vamos apenas beber um pouco. É nosso direito, já que o chefão não está aqui. E não há nada além da praia, ou quaisquer outros perigos quando se tem muitos homens armados, incluindo eu. —
—Seu...—Gemi sentindo a corrente de dor quase me deixando sem ar. —Qual é Erick? —Isso é pra te dar um alerta caralho! Que merda fazia nesse quarto? —Eu só vim trazer Alicia, seu filho da mãe! E o maledeto, levantou a mão para desferir outro soco. —Chega, vamos parar por favor? —impediu Bree assustada com olhos de mim a Erick. —Você me paga Erick! — Ameacei, ainda com a mão sobre meu abdômen. Não valia a pena brigar com aquele chapado de merda. Por sua cara devia ter cheirado até os móveis da casa. Ele realmente queria me alertar, eu não sei o que me deu, mas não fiz nada que pudesse me prejudicar muito menos ela. Stefano Estes últimos dias têm sido aborrecidos e sem graça. Na verdade, estou com raiva. Eu sempre desejei essa garota, mas porque ela faz tudo o contrário que digo? Depois que nos beijamos e tentamos fazer sexo, tenho a plena certeza que ela foi feita pra mim. Ela tem por dever me obedecer, s
—Belo animal—Bree elogiou indo até ele e alisando seu pelo.—Tudo bem Brigitte? —Cumprimentou com um beijo em seu rosto.—Melhor agora que encontrei uma amiga. Essa linda mascote tem nome? -O cão abanou o rabo.—Se chama Kal. —Respondeu sorrindo.Seu olhar em direção a mim, ficou preso uns segundos e separei os lábios num sorriso fino.—Pensei que fosse voltar daqui alguns dias. Continuou Bree.—Ia, mas optei por vir antes. -Ele disse sem desviar o olhar de mim, e depois se voltou para entrada da casa com o cãoPermaneci um tempo conversando com Bree, nervosa e perdendo minha paz. Agora, estaria com ele novamente, sendo mais vigiada que nunca e refém de suas investidas.O dia passou tão rápido e entardeceu, quando subi ao quarto. Juro que pensei estar sozinha, mas encontrei o mafioso se vendo ao espelho exalando o maldito perfume. Fui ao banheiro rápido para não ficar perto dele e ouvi:—Ei, ei, sai fugindo de mim como se eu tivesse uma doença contagiosa?Virei vendo seu rosto sério,