Genevieve AshfordO dia amanheceu nublado, como se o céu tivesse decidido se alinhar com o estado de espírito que eu tentava desesperadamente esconder. As palavras de Edward Blackwell ainda pairavam em minha mente, como um eco incômodo que não conseguia afastar, e sua presença, mesmo quando ausente, me perseguia. Eu não conseguia mais ignorá-lo, não importava quantas vezes me dissesse que ele era só mais um libertino insensível, ou que eu não me importava com o seu charme.Por mais que tentasse resistir, o fato era que ele começava a ocupar um espaço maior do que eu jamais imaginei. E isso, como sempre, me deixava em um estado de frustração.Naquela manhã, minha mãe insistiu para que eu fosse a um evento social no salão de baile da cidade. Embora soubesse que o convite era apenas uma desculpa para me lançar novamente no campo de caça de potenciais maridos, não pude recusá-lo. Afinal, era isso que as mulheres da minha "classe" faziam, não era? Eu me permitia ser exposta à superficialid
Genevieve AshfordEu estava sozinha em meu quarto, o silêncio que me cercava era quase insuportável. O evento da noite anterior ainda pesava sobre meus ombros, como uma nuvem densa que não parecia querer se dissipar. Minha mente estava turva, cheia de pensamentos desconexos, e entre eles, uma figura se destacava: Edward Blackwell. Não era mais apenas o homem libertino que eu desprezava. Ele se tornara algo muito mais complexo, uma presença constante em minha mente, desafiando minha capacidade de manter o controle.Aquele sorriso dele, tão confiante, tão arrogante, parecia persistir em minha memória. Ele estava sempre ao meu redor, como se quisesse me envolver em algo mais. Mas o que? O que ele realmente queria de mim?Eu não conseguia entender, e isso me consumia. O escândalo estava se formando, é claro, todos pareciam sentir que algo aconteceria. Mas o que me deixava realmente inquieta não era o escândalo em si, mas a sensação de que Edward estava, de alguma forma, no centro disso tu
Genevieve AshfordO dia seguinte trouxe com ele uma sensação de opressão, como se o ar estivesse mais denso, mais difícil de respirar. Eu andava pelos corredores da mansão de meu pai com uma sensação constante de inquietação, como se algo estivesse prestes a acontecer, algo grande e inevitável. As palavras de Edward ainda ecoavam em minha mente, e eu não conseguia afastá-las, não importava o quanto eu tentasse.Minha mãe, como sempre, estava ocupada com seus próprios planos e esperava que eu seguisse suas instruções com a mesma dedicação que ela tinha. O que ela não via era que, enquanto ela sonhava com a vida perfeita para mim, eu estava sendo empurrada para um campo de batalha onde as regras eram feitas pelo próprio Edward Blackwell.Hoje, o que me tirou do meu torpor não foi a visita dele, mas uma carta. Uma carta que chegou sem aviso, sem explicação, mas que tinha um selo que me fez o coração acelerar: o selo do duque de Blackwell. Eu sabia exatamente o que isso significava. Aquel
Genevieve AshfordO ar parecia mais denso naquela manhã. Eu sabia que algo grande estava prestes a acontecer, e, de alguma forma, o universo havia se alinhado para me mostrar que não havia como escapar da verdade que se aproximava a passos largos. O casamento. Eu me via, de repente, presa a um destino que não escolhi, a um homem que, até ontem, eu considerava mais inimigo do que aliado. Edward Blackwell. O duque que não planejava casar, mas que, agora, se tornaria o centro de minha vida, por força das circunstâncias.Eu havia tentado negar, tentado ignorar o peso daquilo que minha família me impunha, mas agora não havia mais como voltar atrás. Meu pai, com seu olhar sério e suas palavras claras, já havia dado o seu veredito. O casamento com Edward não era mais uma escolha, era uma imposição. A única maneira de evitar o escândalo, de preservar nossa posição na sociedade, era fazer com que o que parecia ser um jogo de aparências se tornasse real. E, nesse jogo, não havia espaço para dúv
Genevieve AshfordAcordei com a sensação de que o tempo, que normalmente era meu aliado, agora me traía. O relógio parecia correr mais rápido, e eu estava prestes a fazer algo irreversível: casar com Edward Blackwell. Cada passo que eu dava me aproximava mais daquele altar, e, embora a razão me dissesse que era o melhor, meu coração gritava por liberdade. A ideia de ser esposa de Edward era, no mínimo, surreal. Ele era o homem que eu jamais imaginaria ao meu lado. E, mais difícil ainda, ele era o homem com quem agora teria que passar o resto da minha vida.No entanto, o que mais me atormentava não era a ideia de nos casarmos, mas sim o fato de que, por mais que eu o odiasse, havia algo nele que desafiava todas as minhas convicções. Algo que, quando ele me olhava de forma desafiante, me fazia sentir uma estranha excitação que eu não conseguia explicar. Tentei ignorar esses pensamentos, mas eles estavam se tornando mais frequentes, e eu não sabia como lidar com eles.O casamento estava
Os aplausos da multidão ainda ecoavam em meus ouvidos quando as portas da igreja se fecharam atrás de nós. O ar do lado de fora estava pesado, como se até mesmo o clima soubesse que eu acabara de entrar em um novo tipo de prisão. Edward estava ao meu lado, a expressão impenetrável como sempre, mas eu sabia que ele estava se deleitando com a situação.O coche preto, adornado com flores brancas, estava à nossa espera. Um lembrete gritante de que agora eu era, oficialmente, a Duquesa de Blackwell. "Duquesa." A palavra parecia estranha e pesada em minha mente. Era irônico que o título pelo qual tantas jovens suspiravam agora fosse meu fardo.— Vamos, querida — disse Edward, com um sorriso que só eu sabia ser uma mistura de triunfo e provocação. — Nosso novo lar nos aguarda."Nosso novo lar." Ele falava como se fosse algo acolhedor, mas eu sabia que o significado real era um campo de batalha. Eu apenas assenti, minha boca se recusando a formar qualquer palavra que pudesse entregar o turbil
A manhã seguinte começou com um bilhete cuidadosamente dobrado deixado em minha bandeja de café da manhã. A caligrafia era elegante, mas possuía um toque de formalidade que imediatamente me fez pensar em Edward. Ele não era do tipo que enviava mensagens simples sem algum tipo de motivo oculto.Abri o bilhete com desconfiança:“Minha querida esposa,Esta noite haverá um baile de máscaras em honra ao aniversário de Lady Pembroke. Sua presença será indispensável, como duquesa de Blackwell. Vista-se de maneira apropriada.Seu,Edward”“Seu?” murmurei, estreitando os olhos. A audácia daquele homem não tinha limites. Ele agia como se eu fosse uma peça de xadrez que ele pudesse mover à vontade.No entanto, um baile era exatamente o tipo de distração que eu precisava. Talvez eu encontrasse aliados entre os convidados, pessoas que pudessem me ajudar a lidar com a vida ao lado de um homem como Edward. Além disso, um baile de máscaras significava anonimato, ao menos por um tempo. Isso me daria l
A manhã seguinte ao confronto com Lady Pembroke começou com um humor sombrio pairando sobre a casa. As palavras dela ainda ressoavam na minha mente, e embora eu tivesse decidido que não seria intimidada, não podia ignorar que havia mais segredos escondidos naquela relação.Edward, como de costume, não estava em casa. Ele havia saído logo cedo para cuidar de “negócios importantes” — uma desculpa que ele usava frequentemente e que eu começava a desconfiar que envolvia mais do que contratos ou propriedades.Decidi que não passaria o dia presa em casa remoendo pensamentos. Se Edward podia cuidar de suas responsabilidades, eu também poderia. Troquei meu vestido de luto habitual por algo mais vibrante, um azul profundo com detalhes em renda. Queria transmitir confiança, mesmo que por dentro me sentisse insegura.— Mary, prepare a carruagem. Vou visitar o mercado hoje.Mary, sempre obediente, hesitou por um momento antes de responder:— Como desejar, Sua Graça.O mercado de Londres era uma m