Se alguém me dissesse que eu estaria viajando com dois lobisomens, em busca de um vampiro, para conseguir respostas sobre meu pai, que também era um sobrenatural muito poderoso, eu diria que a pessoa estava seriamente louca e precisava ser internada. Mas ali estava eu na caminhonete com Quanah e Peta, em direção as montanhas onde Louis estava. — Não sabia que você tinha um carro, achei que andasse sempre de quatro. — debochei e me segurei para não explodir em uma gargalhada. Mas Peta não foi tão discreto assim no banco de trás e explodiu em uma risada. — Muito engraçado, vamos ver quem vai andar de quatro quando chegarmos. — eu engoli em seco com sua ameaça, mas não pude evitar de sentir um pulsar entre minhas pernas. — Nós temos carros e motos, embora eu prefira viajar a pé, mas já que você gentilmente insistiu em vir comigo eu tive que aceitar isso aqui. — Agradeça a mim por estar sentada confortável agora, pois se dependesse do meu irmão estaríamos viajando em motos, sendo qu
Eu estava encarando Quanah e Peta, os dois homens tão parecidos na aparência, mas tão diferente em todo o resto. Enquanto Quanah me fulminava com os olhos, Peta estava calmo esperando por minhas respostas. — Porque acha que ele mentiria? E eu não estou excitada, não sabe do que está falando. Desci do carro irritada por estar no canto sendo interrogada, não ia ficar ali deixando que eles me intimidassem daquele jeito. Só então notei onde estávamos, um estacionamento em frente uma parada de ônibus. Não via ninguém em volta, parecia até um lugar abandonado, mas pelas sacolas na mão de Peta eu podia dizer que tinham parado pra comprar comida. — Esqueceu da nossa conexão? Consigo sentir tudo o que acontece com você! Estamos ligados porra, assim que aquele desgraçado colocou as mãos em você eu senti. — ele bradou as palavras, eu tinha me esquecido disso. — Isso sem falar no cheiro da sua excitação que eu não sou o único a sentir. Merda, eu tinha esquecido completamente daquilo, não pod
Corri atravessando a floresta sentindo meu coração galopar no peito e meus pulmões reclamando da corrida incessante, mas eu continuei, não ia parar até que chegasse lá e comprovasse de uma vez por todas se aquele demônio tinha mentido mais uma vez. Eu sentia meu sangue ferver nas veias a cada segundo que meus pensamentos voltavam para o momento em que o senti a segurando, beijando e ela não resistindo. Mais uma vez Bridget se entregou a ele com facilidade, não apresentou nenhuma resistência. Na primeira vez eu entendi, não estávamos juntos, ela estava livre para se agarrar com quem quisesse e tinha o fato dele ter usado o corpo de Seth. Mas agora deveria ser diferente, estávamos juntos, como um casal, ela tinha dito com todas as letras que o queria longe. Então porque ela não resistiu? Porque não brigou com ele? Que força era essa que ele exercia sobre ela? Quanto mais eu pensava menos respostas eu tinha, então decidi focar no que poderia fazer, conseguir as repostas. Se não houve
As minhas lágrimas não ajudavam de nada, não importava o quanto eu pedia para ela parar, ou se eu implorava, ela continuava. — Deveria ter ficado fora do meu caminho! Te avisei que se o visse hoje me pagaria por ontem. — Mas o papai que me encontrou. — choraminguei, torcendo para que ela ouvisse que eu não tinha ido até ele e parasse de me bater, mas isso nunca acontecia. — Calado! Ou vai apanhar ainda mais! — a cinta de couro cortava o ar antes de acertar minhas costas e eu chorava ainda mais. — Você não deveria nem ter nascido, é uma pedra na minha vida, atrapalhando tudo! Eu não entendia porque ela não gostava de mim, mães deveriam amar seus filhos, não é? Mas não sei o que essa palavra quer dizer, talvez meu pai me ame um pouco, ele quase nunca está aqui, tem sempre alguém que precisa da sua ajuda, por isso ele vive viajando. Gosto quando os anciões me chamavam para as aulas sobre a nossa história, era o único jeito de passar mais tempo com meu pai e o mais longe dela.
As coisas estavam indo de mal a pior, Quanah não tinha voltado e infelizmente Nikolai estava certo, eu torci muito para que ele estivesse errado, especialmente depois de um dia que ele não dava noticias, tentei pensar positivo, esperançosa que ele estivesse a caminho já com as respostas. Mas a realidade me atingiu depois de dois dias, Peta estava já organizando um grupo de buscas, eu precisei insistir para que não fosse a liderar o grupo, meu medo era que ninguém voltasse, pois se tinham conseguido sumir com Quanah, não teriam problema em fazer o mesmo com os outros. Peta aceitou ficar e deixou que Denah liderasse o primeiro grupo, mas depois deles voltarem sem respostas não pude mais segurá-lo, Peta liderou um grupo enquanto Denah guiava outro. Se me deixassem ir eu com certeza também estaria ajudando nas buscas, mas eu estava proibida de colocar os pés para fora da casa, e eu realmente estava cumprindo, não queria arriscar e colocar mais uma pessoa nas mãos do meu pai. Fazia um
Eu estava dentro da sala de reuniões, eles demoraram em ceder até mesmo para que eles pudesse entrar ali, mas finalmente estava de frente a Nikolai, Kalina e Alice de um lado, enquanto do outro estava vovó Blanca, Agnes, Flora e todo o resto dos bruxos e bruxas que tinha chegado. Ele queria ajudar e era o mais certo, eu precisava fazer aquilo, mas todas as outras insistiam que eu não deveria me envolver com ela, segundo vovó Blanca mexer com magia negra tinha grandes consequência, não só para o nosso corpo, mas para nossa alma. — Mande essa mulher para longe daqui, nós podemos resolver isso. — Agnes pediu novamente, eu já estava cansada daquela conversa incessante que não estava levando a lugar algum. — Se podiam então porque não fizeram ainda? Porque deixaram todo esse tempo que Quanah estivesse capturado, enquanto ela sofre aqui? — Kalina falou antes mesmo que qualquer um pudesse falar. — A resposta é porque sabem que esse tipo de magia só eu posso fazer, e ainda mais que estão f
Choque era a palavra do dia aparentemente, eu não conseguia pensar direito, que dirá dar uma resposta para tudo o que tinham me contado. Depois do que Peta contou, Nikolai decidiu abrir a boca e falar de uma vez o que conhecia sore meu pai, jurando que isso seria uma desculpa plausível para que eu não fosse enfrentá-lo, mas eu era a melhor chance deles, não me deixariam para trás e eu jamais permitiria isso. Nenhuma bruxa do meu clã nos acompanhou, por mais que Alice quisesse vir Vovó Blanca proibiu que qualquer um me seguisse e eu não podia deixar que minha amiga corresse perigo, cada um que estava ali já era uma desvantagem para mim, pois eu estaria preocupada de mais com o bem-estar de todos, isso sem falar de Quanah. — Como você está? — Flora se aproximou de Peta, que me carregava em suas costas, enquanto ele marchava em sua forma de lobo. — Estou bem. — não era verdade, mas não queria preocupar a todos novamente. A cada vez que Hades invadia a mente dele meu grito tomava o s
— Ai está você! — Hades falou com um sorriso no rosto depois que tinha acabado de me acordar com um golpe. — Pensou que iria dormir a noite toda? Não, não. Veja só, deuses não precisam dormir, então porque eu perderia tempo assistindo você dormir? — Não precisa, é só me matar e acabar com isso. — eu estava cansado, já não sabia se tinha passado semanas ou meses, mas com certeza não havia se passado um par de dias ali naquele inferno. — E correr o risco da minha filha ficar com coração partido? Sabe o que as pessoas são capazes de fazer depois de uma decepção, imagine uma semi-deusa bruxa. É o mesmo que assinar minha morte. — a menção a Bridget fez um alarme soar na minha cabeça, eu a tinha visto. — Enquanto ela estiver esperançosa de encontrar você e manter todos os outros ocupados em buscas, eu vou estar feliz. — Buscas? Outros? Do que está falando? — eu queria perguntar de quantos ele estava falando, enviar nossos melhores caçadores para longe e deixar Bri sozinha era um erro, u