" O amor é a maior fonte de força e fraqueza do homem. "
Capítulo 1 Daisy conheceu Justin virtualmente sem a menor pretensão de ter um relacionamento sério, ela morava fora do Brasil a anos e dividia o aluguel com Olívia. Elas eram completamente diferentes, na aparência física e na personalidade, Olívia era gorda, sedentária, amante de livros, reservada e simples, Daisy era magra, com porte atlético, baladeira, namoradeira, super comunicativa. Justiniano " Justin ", nasceu em berço de ouro, por isso era um bastante reservado, não gostava de expor sua vida em redes sociais, sempre muito educado e divertido, era o centro das atenções no seu círculo social, ceo de uma vinícola muito importante no ramo de bebidas, sabia viver bem, cercado de luxos. O perfil que ele conheceu Daisy, era sobre cursos de inglês e o dele, só tinha uma foto de costas, começaram a conversar atoa, sem ver a aparência um do outro. Daisy sempre foi meio doidinha, filha de faxineira cresceu usando coisas usadas e seu jeito determinada de ser, a fez ser muito gananciosa, sempre querendo evoluir e batalhar por uma vida melhor, aproveitando as oportunidades que a " filha da empregada " tinha, foi estudando e conseguiu uma bolsa de estudos fora do Brasil, sempre se vestiu muito bem e gostava ostentar, quando podia, sua beleza e confiança a faziam uma mulher forte, infelizmente perdeu sua mãe e ficou sozinha. Ela não desistiu e foi atrás dos seus sonhos, no primeiro dia de curso, conheceu Olívia, que diferente dela, era uma menina mais recatada um pouco tímida, ela nunca namorou e nem tinha esse tipo de pensamento, filha de um casal mais velho, foi criada a moda antiga, só viajou porque estavam nos planos logo voltar e atuar na área, morando perto dos pais. Olí sempre foi esforçada e o orgulho da família, nunca fumou ou bebeu, mesmo que longe de casa, com sua amiga insistindo sempre em a levar para a curtição, ela se manteve focada, sendo toda certinha. Também de classe média baixa, Olí sempre fez vários trabalhos temporários para se manter no intercâmbio, cuidando de crianças, até garçonete ela foi, já Daisy até chegou ser dançarina de pole dance, no momento mais crítico das dificuldades por lá, passeava com cães e fazia faxinas também. Daisy foi olhar o perfil de Justin, lá só tinha uma única foto dele sentado de costas em uma praia, com um grande cachorro, parecia bem de vida. A conversa foi rendendo por meses, ela estava curiosa para vê-lo, achando que ele era um homem mais velho, talvez casado com perfil falso a paquerando, ele garantiu ser solteiro e brincou " Não precisamos nos ver, os padrões impostos pela sociedade, atrapalham nossas relações " " Aceitaria uma amizade a cegas ? " Ela concordou, era segura de si, porque se achava linda, sensual e realmente era, inclusive não ficava sem pretendentes e seus casos superficiais, sempre regados a muito sexo e grandes prazeres. Depois de uma semana, tiveram a primeira ligação, para falar sobre uma palestra que ambos assistiram online, ela não gostava de comentar sobre vida pessoal, tinha vergonha de sua realidade, apenas comentou que morava com sua melhor amiga de intercâmbio. Passaram a conversar sobre o dia a dia, ele comentou que tinha acabado de terminar um relacionamento difícil, com brigas e comportamentos tóxicos, confessou que estava precisando de um tempo sozinho. A troca de afeto de duas pessoas carentes, os uniu, mesmo com a distância de países, isso até tornou tudo mais divertido, doidinha Daisy tomou gosto em conversar com ele, como se o conhecesse, e Olívia foi logo contra, dizendo que era muito estranho conversar tanto com um estranho, que poderia estar mentindo sobre tudo o que dizia, eles se chamavam por apelidos, ela usava o nome de Flor e ele apenas Justin. Eles tinham muitas coisas em comum, amantes da natureza, gostavam de nadar, fazer trilha, acampar, saltar de bung jump, paraquedas, também não tinham medo de bichos e até eram safados igualmente. As conversas eram tantas e fluíam tão naturalmente, que ele tocou no assunto sobre se encontrarem pessoalmente, em momento algum ele deu a entender que tinha boas condições, em tom de brincadeira começaram namorar virtualmente e com o trato de só verem a aparência pessoalmente, estavam até se apaixonando e as probabilidades eram ótimas de realmente irem adiante futuramente. Ela não tinha condições para estar viajando atoa e nem família para visitar no Brasil, só para vê-lo decidiu ir para casa de Olívia com ela, pra passar as festas no fim de ano, juntando dinheiro ambas começaram fazer mais trabalhos temporários. Era uma tarde chuvosa, Daisy estava atrasada para entrar trabalhar como babá, correndo na chuva, sofreu um atropelamento, apenas uma semana antes da viagem, ficou em coma, em estado grave, irreconhecível teve fraturas no rosto, corpo. Olívia era a única pessoa próxima e se desesperou, sem condições para pagar os médicos e internação, foi gastando a reserva da viagem, dias depois quando Daisy se estabilizou, estando em coma, Olívia foi para casa com os pertences da amiga e ligou seu celular, que tinham muitas chamadas e mensagens de Justin, que ansiosamente esperava por sua paixão no Brasil, e desistiu. Assim indo até o país dela de surpresa, como todas as mensagens chegaram juntas, Olí não teve tempo nem cabeça para pensar em muita coisa. Começou ler tudo e logo o celular tocou, com a tela toda trincada, ela atendeu apreensiva - Alô? Ele nem acreditou que foi atendido depois de tanto tempo sem resposta - Flor? Sou eu, Justin . Está tudo bem? - Eu venho tentando falar com você, fazem dias. Achei que íamos nos encontrar. Ela começou chorar aos prantos disse que não, ele ficou preocupado ouvindo - O que aconteceu? Eu fiquei confuso, mas decidi viajar para te encontrar. - Estou aqui. Querida, eu estou ficando assustado. - Podemos nos encontrar? Ela disse que sim, ele mesmo sugeriu que fosse no café onde ela gostava de ir e vivia postando, Olí mandou o endereço por mensagem, nem chegaram conversar porque o celular desligou, desolada para contar a tragédia que aconteceu, ela foi lendo todas as últimas mensagens da amiga e o namorado, foi ao café no final do dia com o coração partido. Ela estava usando botas de cano alto, vestido quentinho vermelho e verde, meias calças grossas como uma calça de lycra, dois casacos reforçados, cachecol, luvas e touca, como um casulo chegou no café tremendo de frio, toda rechonchuda, Olí era mais gordinha e isso sempre a manteve fora das pistas de azaração, insegura não se sentia bem em mostrar seu corpo, sem nem imaginar a aparência de Justin, encostou no balcão apreensiva, pediu um chocolate quente. Enquanto esperava se virou para a porta apreensiva olhando um moço que entrou falando no celular rindo, o acompanhando com o olhar não reparou que ao seu lado um homem a encarava fixamente, reparando em cada detalhe atento, ele se aproximou gentil - Moça, deixou cair a nota. Se abaixou e pegou sorrindo - Brasileira? Ela olhou decepcionada o rapaz que acabará de entrar indo sentar com uma moça, foi pegando o celular para ligar a Justin - Sim sim. Obrigada! Ele encostou ao seu lado olhando o copo que se aproximava - Com canela e adoçante, imagino. Ela foi se afastando com o copo - Sim. O celular dele começou tocar, em sincronia com as chamadas dela, ele sorriu apreensivo a olhando se virar de volta - Acho que me encontrou!Olí pareceu ter visto um fantasma, foi ficando pálida com os olhos marejados, o encarando fixamente, Justin se aproximou com aquele sorriso otimista- Está surpresa, imagino? - Minha flor, eu esperei muito por esse momento. - Podemos nos sentar?Ainda sem reação ela foi desfalecendo, tendo que ser amparada por ele- Fique tranquila, querida. Ela lhe deu o copo com a voz trêmula- Obrigada! Eu não…Justin?Ele a colocou sentada em uma mesa- Sim, em carne e osso. Eiii oque foi? - Por favor, se acalme!Ela começou chorar sentida até perder o fôlego, o deixando desorientado- Flor, desculpe, eu não sei como te chamar, podemos nos apresentar formalmente.- Porque estava chorando quando conversamos? - Disse que não estava bem! - Aconteceu alguma coisa? - Por favor meu bem, se acalme. Ela chorou mais de dez minutos, ganhou um copo d'água, começou tentar conter o choro enxugando as lágrimas em um lenço de bolso que ele lhe deu - Ela foi atropelada. Eu não consigo!Ele foi tentando a
Perplexa consigo mesma, Olí recuou indo sentar distante dele- Desculpe, eu não posso. Achando que tudo de estranho era culpa do estresse, Justin gentilmente sorriu- Tudo bem, eu estou me sentindo um jovem. - Muito impaciente! Olívia você é linda, valeu toda a espera.Desconcertada ela apenas sorriu, sem poder olhar, muito envergonhada em virar uma impostora, ele se levantou, foi indo até ela- Preciso encontrar um amigo. Volto te buscar mais tarde meu bem!Beijou seu rosto afetuoso- Arrume as malas, vamos no mais tardar em dois dias. Tudo bem?Foi muito conveniente apenas concordar, ao menos Daisy estaria em boas mãos, recebendo cuidados médicos dignos, Olí pensou, o que lhe importava ir presa, talvez ser processada, por usurpar o lugar de sua amiga e enganar o namorado rico dela… Era tudo por um bem maior!Justin saiu pensativo, demorou quase dois dias para conseguir ver Olí e nem por ligações ela quis conversar, com receio de ser pega, trocou muitas mensagens sempre tentando co
Ouvir aquilo causou um grande impacto em Olívia, que se afastou bruscamente- Não, eu, eu não. Preciso de água!Ele sabia perfeitamente o que estava fazendo, sorriu a observando minuciosamente- Água? Mais ainda meu bem?Ela estava pálida, foi pegando a cartela de analgésico e as roupas, que ele lhe deu, Justin se levantou- Vamos jantar?- Espero que Pilar não tenha se empolgado. Às vezes ela exagera, nas refeições!- Eu já disse que é sua comida preferida? - Vai poder comer até se fartar.O comentário gerou constrangimento a ela, que foi ficando séria apreensiva, indo atrás dele em direção a porta, descalça, enrolada na toalha- Mal posso esperar, comer até explodir.- Preciso das minhas coisas!Ele abriu espaço, ficou olhando a derrubar a camiseta no chão, molhando tudo- Vou indo na frente, tudo bem?- Te espero lá embaixo!Ela fechou a porta, começou resmungar se auto criticando- Vai se encrencar.- Precisa ir embora Olívia .- Seus pais não podem ter uma decepção dessas .- El
Ela fingiu estar dormindo, Justin foi para o banheiro pensativo, demorou um pouco tomando banho, foi deitar de camiseta e shorts, por cima da muralha de travesseiros, a acariciou sutilmente no cabelo- Boa noite meu bem!Acordada e ainda fingindo, Olí permaneceu calada, adormeceu em sono profundo sob o efeito do vinho, só acordando na hora do almoço, no outro dia, com a Pilar batendo a porta.Sonolenta Olí olhou na cama procurando Justin- Eu já vou. Oi.Estava sozinha, nem deu tempo de levantar, Aly abriu a porta- Boa tarde dorminhoca! Desculpa te acordar, é que já está tarde.- Vamos almoçar e queremos você conosco! Tá tudo bem?Olí concordou positivamente com a cabeça, apenas Pilar ficou no quarto- Precisa de alguma coisa? Já sequei o quarto e coloquei todas as suas coisas aqui.Foi abrindo as cortinas, mostrando no closet onde tudo estava- Justin pediu pra eu te ajudar. Quer uma roupa mais casual ou?Olí se sentou, pegou o celular procurando notícias de Daisy- Pilar obrigada,
Carinhoso se manteve próximo, a fez pegar no sono com chamego e a beijou na boca de surpresa, ele estava achando graça de a constranger com a proximidade.Na manhã seguinte, ele quem levantou primeiro, arrumou a mesa de café da manhã na varanda do quarto, frutas exóticas, chá, suco, torradas com patê, ela acordou no susto com ele derrubando um prato- Justin?Ele começou rir sozinho juntando os cacos- Só um instante, não venha aqui. Está quase pronto!Sem entender ela se sentou, começou mexer no celular, logo ele se aproximou com uma taça de suco natural, beijou seu rosto- Bom dia meu bem. Te acordei?- Desculpe! Pode me acompanhar?Ela disse que ia lavar o rosto, ele nem deixou, a levou sentar na varanda, foi a servindo- Hoje não temos escapatória. Os planos, da família…- Estou constrangido! Enfim, vamos para o chalé, pronto é isso.Olívia ficou confusa- Mais você pode ir sozinho, não?Ele disse que não, a deixou séria pensativa, segurou sua mão- Sei que não está muito afim, só
Pronta para desistir Olívia olhou Justin o repreendendo- Não. Eu não consegui trazer todas as minhas coisas pra cá, já que foi muito repentino o convite e o Justin se esqueceu de me falar sobre os planos de vocês.- Acho melhor eu ficar, ou irei atrasar a caminhada.Ele começou rir com deboche acariciando as costas dela- Culpado. Mais minha mãe é uma tartaruga, ah vamos querida, ninguém tem um tênis para emprestar?- Você calça 36? Não?Todos disseram que não, por insistência dele, ela foi daquele jeito mesmo, toda desconfortável se sentindo muito feia, como foi a última a se reunir com todos, ficou sem passar repelente e nem se atentou a isso também, chegando no começo da trilha os insetos começaram a picar, a cada dez minutos as coceiras aumentavam, por não estar acostumada a caminhar daquela forma e totalmente despreparada, foi ficando por último, no meio do caminho ele quem lembrou do repelente notando os caroços que se formavam nos braços dela- Meu bem, você passou o repelente
Às pressas ele saiu na janela, gritou - A Olívia está passando mau. Lucca pegue o carro, rápido! Voltou pra perto dela a amparando- Eu não sei o que tinha exatamente na comida, logicamente não cozinhei nada.- Do que você tem alergia? Foi jogando as roupas dela em cima da cama, pegou a bolsa enquanto ela vestia calça - Querida, respire, fique calma!- Do que você tem alergia?- Eu preciso saber!- Olívia? Aly e Malia entraram no quarto assustadas também, Olívia estava com urticária e nervosa- Deve ser coco, preciso ir para o hospital.Foram saindo às pressas, direto para o PS mais próximo, Lucca dirigindo, Justin na frente e Lola atrás cuidando de Olívia, além de preocupado Justin estava pensativo, novamente as mentiras vindo a tona, pois Daisy adorava o doce beijinho. Olívia foi atendida e medicada, na sala de espera começou uma discussão, Justin bateu o pé dizendo que ela era uma mentirosa, Lola a defendeu - Como pode ter certeza?- Você nunca a viu, a coitada podia ter mor
Ele se manteve frio- Pode chorar o quanto quiser, isso não me comove em nada.- Se eu não fosse um homem honesto e crente em Deus, te faria sentir a mesma dor que eu, com as minhas próprias mãos.- Quero você fora daqui.- Ou irá pagar por tudo.- Envergonhar seus pais e ir presa!Aos prantos ela se aproximou ficando de joelhos na frente dele- Justin eu não tenho pra onde ir, por favor não faça isso comigo.- Eu te imploro!- Por ela, Daisy é minha melhor amiga.Ele segurou seus pulsos com força a machucando- Tem meia hora para sumir, de uma vez por todas.- Daisy não precisa de você aqui.- Eu irei cuidar dela!Olívia levantou guiada pelo apertão implorando pra ele a soltar, pedindo perdão, Lola entrou no quarto assustada- O que está acontecendo aqui?- Justin?Ele empurrou Olívia levemente, a soltou alterado- Tire essa mulher da minha frente.- Eu te odeio com todas as minhas forças!- Fraca, covarde, mal caráter, mentirosa, me admira Daisy ser amiga de alguém assim.- Saia daq