Às pressas ele saiu na janela, gritou
- A Olívia está passando mau. Lucca pegue o carro, rápido! Voltou pra perto dela a amparando - Eu não sei o que tinha exatamente na comida, logicamente não cozinhei nada. - Do que você tem alergia? Foi jogando as roupas dela em cima da cama, pegou a bolsa enquanto ela vestia calça - Querida, respire, fique calma! - Do que você tem alergia? - Eu preciso saber! - Olívia? Aly e Malia entraram no quarto assustadas também, Olívia estava com urticária e nervosa - Deve ser coco, preciso ir para o hospital. Foram saindo às pressas, direto para o PS mais próximo, Lucca dirigindo, Justin na frente e Lola atrás cuidando de Olívia, além de preocupado Justin estava pensativo, novamente as mentiras vindo a tona, pois Daisy adorava o doce beijinho. Olívia foi atendida e medicada, na sala de espera começou uma discussão, Justin bateu o pé dizendo que ela era uma mentirosa, Lola a defendeu - Como pode ter certeza? - Você nunca a viu, a coitada podia ter morrido e o dia todo, não está sendo dos melhores pra ela. - Acho que você criou muitas expectativas e não está sabendo lidar com a sua frustração! - Essa questão da aparência e tudo, o jeitinho dela... Lucca debochou - Frustração? - Meu amor, ela não tem nem o branco do olho igual a personagem que iludiu Justin, não é preconceito. Justin sentou com as mãos no rosto, de cabeça baixa - Claro que não é. - Eu só não entendo, qual intuito de brincar comigo dessa forma? - Vocês não entendem, não é que Olívia seja uma estranha, a mulher com quem eu conversei, era real, ninguém monta uma trama dessas, pra depois chegar pessoalmente e não conseguir sustentar. - Preciso descobrir a verdade e logo! A enfermeira se aproximou para dar notícias, perguntou se alguém queria entrar vê-la, Lola não deixou ele ir, pediu pra se acalmar, pensar direito para não magoar Olívia. Ficaram até de madrugada no hospital, quando ela recebeu alta estava sonolenta, foram para o chalé, ele se manteve distante e calado, quase não dormiu pensando em tudo e revirou a bolsa de Olívia na madrugada. Impaciente encontrou as redes sociais dos familiares dela, só foi confirmando as mentiras, já que ela deu a entender que era órfã e tinha uma família bem grande e aparentemente unida. Antes das sete da manhã, ele chamou o motorista, o deixou sobre aviso, acordou Olívia - Acorde, quero conversar com você. - Se arrume pra sair! Ela ainda estava indisposta, levantou confusa - Aconteceu alguma coisa? Muito sério com o olhar crítico ele sentou na ponta da cama - Se arrume logo por favor. - Faça a mala! Ela já imaginava o que estava por vir, levantou cabisbaixa foi arrumando tudo bem rápido, saiu do banheiro engolindo o choro, ele nem a olhou - Vamos conversar lá embaixo. Ela quem carregou suas coisas, foi o seguindo até o jardim, ele encostou em uma cerca de costas pra ela - Acho que você não é quem diz ser. - Eu quero a verdade! As lágrimas foram escorrendo pelo rosto corado de Olívia - O que aconteceu? - Porque está me dizendo isso? Ele se virou de frente pra ela, fulô - O que aconteceu? - Achou oque? - Que eu não ia notar a diferença? - Você não tem nada a ver comigo. - É dinheiro que quer? - Podia ter elaborado melhor o personagem. - Amante da natureza, amiga dos animais, que piada. - Não chegou nem perto do Eron, não sabe nadar e muito menos entende de trilha ou qualquer esporte. - Anda logo, quero a verdade ou irei acionar a polícia. - Porque com certeza honesta você não é! Ela se desesperou - Não faça isso por favor, foi um mal entendido. - Eu posso explicar. - Não tive a intenção de te enganar ou tirar vantagem! - É que quando eu te encontrei, estava perdida e Daisy… Ele gritou - Chega de mentiras Olívia. - Eu fui muito legal com você, até demais. - Relevei algumas coisas, te respeitei e ajudei muito, gastei o bastante pra te mandar pra cadeia longos anos. - Crime de falsa identidade, todo aquele que atribui a si ou a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem, cuja pena será de detenção, de três meses a um ano, ou multa. Ela estava aos prantos - Eu não queria tirar dinheiro ou me aproveitar. - Ela é a sua flor, Daisy. - Nós moramos juntas, ela quem conversava com você. - Eu tive medo, de não ajudar e eu vi que podia. Ela iria morrer naquele lugar! Perplexo ele ficou com os olhos marejados - Daisy? - É ela? - Como posso acreditar em uma palavra que você diz? - Está aqui se divertindo enquanto sua amiga está no hospital. Ela pegou o celular de Daisy deu nas mãos dele desbloqueado - Eu juro por Deus. - Ia te contar toda a verdade no café e então você começou falar, eu só concordei. - Não fingi ser ela, você quem acreditou, que eu era. - Ela é órfã, não tem ninguém! - Eu só queria ajudar minha amiga, nunca iria conseguir vir pra cá. Ele começou olhar as conversas, fotos, foi se afastando chorando - Quero você fora daqui e da minha vida. - Ou irei te denunciar! - Como pode fazer uma coisa dessas? - Te deixei entrar na minha casa, conhecer a minha família. - Você não iria contar nunca, usurpadora, mal caráter! Passou por Mosley - Leve Olívia para bem longe. - Pilar já pegou as coisas dela! A deixou chorando para trás, e saiu de carro cantando pneu, foi direto ver Daisy no hospital, chorou por horas, pedindo perdão pelo erro que cometeu. Mosley só olhou tudo calado, levou Olívia pegar as coisas na casa de Justin, Pilar estava no quintal sem entender nada, foram proibidos de conversar com a jovem, que só chorou sem pausa por muito tempo. Olívia não tinha pra onde ir, seus pais estavam longe e sem nem saber que ela estava no Brasil. Preocupada com medo de ser denunciada, não conseguia nem pensar direito, sem ninguém para pedir ajuda, foi para o hospital, Mosley a deixou lá. A impediram de entrar com malas, passou o resto da manhã sentada lá na frente no sol, depois do horário de almoço, Lucca chegou com Lola para ver Justin, já sabiam do que tinha acontecido, ao ver Olívia lá fora, Lola ficou com dó, foi conversar perguntou se ela estava bem, se fazendo de forte Olí engoliu o choro - Eu não sou golpista, nunca foi minha intenção roubar nada. - Ele vai me denunciar? - Por favor, fale com ele. - Eu não queria fingir nada. - Pelo amor de Deus, me ajuda. - Eu não posso ser presa! Lucca estava super descontente - Não queria enganar meu amigo? - Olívia, o que você fez foi muito grave, isso é crime! Ela começou chorar - Eu sei que errei, devia ter falado assim que chegamos no Brasil, eu quis contar. Acredite! Lola perguntou se ela não ia embora pra casa, ficar com a família, ingênua Olívia foi contando tudo, sobre os pais humildes e mais de idade, falou onde moravam, o que faziam da vida, confessou estar mentindo pra eles a semanas, também a preocupava ser a única responsável por Daisy. Lucca entrou no hospital, solidária Lola pegou as malas, guardou no carro e passou seu endereço, dizendo que podia a receber, até resolverem tudo. Olívia estava na sala de espera, quando Justin passou perto a ignorando e saiu, Lola se despediu perguntou se ela precisava de qualquer coisa, dinheiro, comer, muito educada Olívia só agradeceu, decidiu ficar por lá até poder conversar com os pais e explicar melhor. Foi ficar no quarto de Daisy e dormiu lá no sofá, não comeu nada e só pensava na possibilidade de ser denunciada. No outro dia cedo, Justin chegou muito sério, com flores para Daisy, entrou no quarto ignorando Olívia, que se levantou cabisbaixa - Vou deixar vocês a sós. - Sinto muito pelo o que fiz, espero que possa me perdoar um dia! Ele retrucou amargo - Perdoar? - Você não enganou e brincou só comigo. - Minha família toda acreditou em você. - Eu nem tenho a coragem de contar o tamanho da minha burrice. - Você vai se arrepender amargamente, por ter me enganado dessa forma. Ela começou chorar sentida - Por favor, meus pais precisam de mim. - Eu não te pedi nada, você só ajudou a ela, sua namorada de verdade. - Foi tudo por ela! - Não vou contar nada a ninguém, eu não queria nada disso. - Por favor, Justin!Ele se manteve frio- Pode chorar o quanto quiser, isso não me comove em nada.- Se eu não fosse um homem honesto e crente em Deus, te faria sentir a mesma dor que eu, com as minhas próprias mãos.- Quero você fora daqui.- Ou irá pagar por tudo.- Envergonhar seus pais e ir presa!Aos prantos ela se aproximou ficando de joelhos na frente dele- Justin eu não tenho pra onde ir, por favor não faça isso comigo.- Eu te imploro!- Por ela, Daisy é minha melhor amiga.Ele segurou seus pulsos com força a machucando- Tem meia hora para sumir, de uma vez por todas.- Daisy não precisa de você aqui.- Eu irei cuidar dela!Olívia levantou guiada pelo apertão implorando pra ele a soltar, pedindo perdão, Lola entrou no quarto assustada- O que está acontecendo aqui?- Justin?Ele empurrou Olívia levemente, a soltou alterado- Tire essa mulher da minha frente.- Eu te odeio com todas as minhas forças!- Fraca, covarde, mal caráter, mentirosa, me admira Daisy ser amiga de alguém assim.- Saia daq
Olívia era do tipo calada, que abaixava sempre a cabeça evitando conflito, mais tudo tinha um limite, até sua paciência.Ela foi procurar outra roupa, colocou um vestido longo florido, ele se levantou digitando várias mensagens no celular- Não está bom, mas com certeza não tem nada melhor. Dá pra arrumar esse cabelo melhor daqui em diante?- Minha namorada os escovava diariamente e gosta de por enfeites, fazer penteados. Estou enganado?Ela franziu a testa- Não. Por favor Justin, pare com isso, ou vai me enlouquecer. Acho que já notou, o quanto ela é diferente, radiante e bonita, não sou como ela.Ele abriu a porta amargurado- Então aprenda a ser meu bem. Vamos!Com aquele olhar vulnerável ela foi indo atrás, ele a segurou pela mão guiando, sentiu que estava gelada suando frio- Vai desmaiar? Quanto drama! Você é muito fraca.Foram para o quarto de Malia, que estava deitada assistindo com o pé torcido, olhou para Olívia a medindo de cima abaixo- Olá querida Olí, voltou enfim, sent
Royce os convidou para irem almoçar com ele, saíram os três e um amigo da família, que estava lá a negócios, e também participou da reunião.Theodoro era um empresário do ramo de eventos, fazia festas para pessoas de alto padrão, adorava curtir a vida e tinha acabado de chegar no Brasil, pois estava viajando para praias paradisíacas.Ao conhecer Olívia no restaurante, já foi fazendo perguntas em inglês, sobre ela ter morado fora do Brasil, fluente ela respondeu tudo e até chegou rir, ele era engraçado e se mostrou íntimo do Justin.Ela comentou sobre os lugares que conheceu e o que sentia falta lá, ao sentarem na mesa logo Justin lhe deu um apertão por baixo da mesa, a assustando até, ela olhou confusa sem entender, ele se aproximou lhe deu um beijo no rosto e falou baixinho no ouvido- Pare com isso agora!- Fique quieta. Sorria!Já toda murcha ela sorriu sutilmente, começou ler o cardápio cabisbaixa, Theo falou sobre uma picanha que era especiaria lá, olhou diretamente pra ela enqua
Olí se sentou cabisbaixa, disse que Daisy tinha vários, a expressão dele mudou na hora- Eu gostaria de ver. Por favor!Ela concordou, terminou de comer e já subiu, deixou tudo em cima da escrivaninha, enquanto foi tomar banho ele ficou lendo, não agradeceu o jantar e não disse mais nada, permaneceu sentado com aquela expressão carregada séria.Ela deitou no tapete, arrumou melhor dessa vez com dois edredons grossos como colchão, disse boa noite, ele não respondeu e ficou com a luz acesa, virou a noite lendo tudo várias e várias vezes, chorou e se sentiu muito mais próximo de Daisy, saiu cedo sem falar nada, foi direto no hospital ver sua amada.Olívia dormiu com a claridade no rosto, acordou sozinha já era tarde, mais de nove horas, achou estranho Justin ter saído sem a chamar, mas sabia o que estava acontecendo.Angustiada se levantou, foi tomar café, ficou perto de Pilar a ajudando com o almoço, na distração beliscou um pedaço de carne, Pilar só ficou de olho, reparando no nervosis
Nervosa com o coração disparado ela fechou os olhos, sentiu os lábios dele encostando nos seus sutilmente, foi um selinho demorado, seguido de um beijo no rosto, ele a puxou para abraçar- Vai se arrumar, não podemos nos atrasar.- Esse tempo longe daqui, vai te fazer bem.Ela correspondeu ao abraço, se soltou e entrou, em cima da cama tinha um shorts jeans novo e uma camiseta de time, combinando com a dele, ela se arrumou rápido, passou batom e prendeu a franja, na hora de se despedir pediu desculpas a Malia, alegando estar preocupada com a amiga e as mudanças todas.Os dois passaram no hospital ver Daisy, Justin ficava nitidamente mexido toda vez que a via, os hematomas estavam diminuindo o inchaço também, o quadro clínico ainda era o mesmo, os dois só se aproximavam dela separadamente.Ele saiu primeiro com os olhos marejados, estava se sentindo culpado, muito bravo com tudo, Olívia não muito diferente saiu também chateada, foram viajar sem conversar o trajeto todo, ele parou compr
Ela começou chorar, pediu pra ele se acalmar, dar licença a soltar, estava com medo do comportamento hostil, Theo havia chego a alguns minutos acompanhado da ficante, ouviu uma boa parte da conversa espionando, foi ver o que estava acontecendo, chegou entrando no quarto, pedindo para Justin soltar Olívia.Muito bêbado quase caiu da cama, a soltou reclamando que ela estava dificultando tudo.Theo o ajudou, chamou para tomar banho, toda a hostilidade foi tomada por tristeza, quando Olívia se afastou nervosa chorando sentida, Justin começou chamá-la pediu desculpas várias vezes, queria se aproximar para conversar, quase a força foi para o quintal bravo.Theo ficou no meio sem entender o motivo da briga, teve que segurar Justin longe, perguntou para Olívia se estava tudo bem, ela se sentou com as mãos no rosto se sentindo indisposta- Eu não o conheço.- Só queria poder ir embora daqui, eu tô tão cansada!- Tô passando mau com dor, ele não para de brigar desde cedo.Justin começou gritar
Ela voltou deitar, ele foi a farmácia meio perdido, exagerou nas compras, pegou uma vitamina para tpm, seis tipos de absorventes diferentes, adesivo para cólicas, repelente, os remédios da lista, frutas e caldo de cana.Ao chegar foi jogando tudo em cima da cama- E aí como está se sentindo?- Não acha melhor ir ao médico?- Comprei frutas na beira da estrada.- Posso fazer macarrão, a única coisa que sei cozinhar.Ela foi olhando as sacolas, pegou os absorventes- Eu só preciso tomar remédio e logo melhoro. Obrigada, não precisava de tanto!- Pode ir à praia, eu vou ficar bem.Justin estava lendo alguns rótulos entretido- Não vou conseguir me divertir com você doente sozinha.Ela tomou banho de novo quase que gelado, tomou os remédios e voltou deitar, não conseguiu comer nem a metade do pão, ele estava a servindo, arrumou a cama, foi se aproximando com o adesivo nas mãos- Vamos colocar na sua barriga, ele aquece sozinho, isso é muito interessante.Ela notou que ele estava olhando a
Se enrolou buscando palavras- Então, eu preciso falar porque outras pessoas presenciaram e não quero te constranger ainda mais.- Se alguém for falar alguma coisa, diga que já sabe e é coisa nossa!Ela o olhou já decepcionada, perguntou se ele havia ficado com outra, ele disse que sim uma desconhecida e aquilo não iria se repetir, não na frente dos outros, porque aquilo era errado mediante o teatro deles.Olívia apenas concordou, se sentiu muito mau envergonhada porque os outros sabiam da " traição ", tentou disfarçar foi sentar no canto da mesa, não jogou nem ficou conversando.Estavam falando sobre morar fora do Brasil, Justin já tinha notado o jeito que Olívia estava toda murcha, segurou sua mão afetuoso- Olí é fluente! Pedagoga também.- Ela fala daquele jeito fofinho tipo Inglaterra.Uma das meninas pediu pra ela falar algo, Olívia falou em inglês" O que quer que eu fale? "Começaram rir, a moça falou o nome de objetos aleatórios, Olí traduziu todos, Theo também falou em inglê