Joseph
— Oi, você lembra de mim? — Eu falo olhando sério para o cara a minha frente.
— Estou com uma ressaca filha da puta, o que estou fazendo aqui?
— Você tocou no que não é seu, tentou assediar uma pessoa na qual me importo muito.
— Vai se foder, seu merda.
— Resposta errada, meu amigo, hoje vou ser bonzinho, lhe darei só um aviso, mas se eu ver você perto dela de novo, eu te mato com as minhas próprias mãos. — Ele me olha assustado e fala gaguejando:
— O. que. vai. fa. zer. co.mi.go. seu.lou.co?
— Tomás, quero que quebre todos os dedos nas duas mãos dele. Tenha uma boa tarde, senhor? Olha como sou sem educação, como é seu nome mesmo?
— Vai para o inferno.
— Continua me respondendo assim, que é para lá mesmo que vou te mandar — Falo pegando ele pelo colarinho da camisa, coloco-o no chão e repito a pergunta — qual o seu nome?
— Luiz Couto.
— Muito prazer, Luiz Couto, eu sou o seu pesadelo — Dou um sorriso sínico e falo para Tomás — Divirta-se, meu amigo. — Saio do galpão e vou para o escritório da minha casa.
…
Sarah
Chego na empresa e está uma verdadeira bagunça, vou até o gerente de vendas e pergunto:
— Vocês podem me dizer o que está acontecendo?
— O design das joias que lançaríamos no próximo mês foi divulgado. — Diz o gerente de vendas.
— Como isso aconteceu? Por que não me avisaram assim que souberam?
— O Sr. Enzo foi avisado, sra. Bummer. — Respondeu outro homem, um homem baixinho, que não sei em que setor trabalha.
— Ele não é mais o diretor, eu sou a diretora, tem que passar tudo para mim, e não para ele. Quem é o gerente do TI?
— Sou eu.
— Ótimo, descubra de qual IP vazou a informação, e me fale assim que descobri.
— Já fiz isso, senhora, e o IP informado foi o seu.
— Como? Eu nem estava aqui ontem, devido aquele caos que a amante do Enzo causou, quero ver as câmeras de segurança agora, sente-se aqui e puxe as imagens por gentileza. — Armaram para mim, mas eu vou descobrir quem foi. — Vocês estão dispensados, só o senhor. Como é seu nome? — Pergunto ao rapaz enquanto sento em minha cadeira.
— Nicolas.
— OK, só o Nicolas fica, qualquer coisa eu mando chamar, obrigada. — Depois de um tempo o Nicolas fala:
— Senhora não tem o que recuperar, acredito que tenham desligado as câmeras.
— Merda, vai olhando aí, tenho que ir até a sala de reunião, eu já volto.
...
— Bom dia! Senhores.
— Parabéns senhora diretora, nem dois dias de gestão e já fodeu com tudo. — Enzo diz irônico.
— Alguém usou o meu IP para divulgar a coleção, mas já estou atrás do responsável.
Eu fico em silêncio enquanto os acionistas me culpavam pelo vazamento da coleção nova. Após muitos julgamentos e xingamentos contra mim, eles começaram a falar que vão retirar os seus investimentos.
— Mas senhores, tenham calma, eu estou resolvendo — Na verdade, eu não tinha a mínima ideia do que fazer, mas jamais passaria essa impressão para eles.
— Só se acontecer um milagre, para você erguer essa empresa de novo, pois desde que sentou na cadeira da presidência eu só vejo o barco afundar. — Diz um dos acionistas.
— Eu garanto que o barco não vai afundar. — Eu falo.
— Já afundou minha cara, mas eu estou indo embora de bote salva-vidas, se quer ficar e vê-lo se afundar mais, boa sorte — Ele levanta e se retira da sala.
Eu vi um a um dos sócios retirando os fundos, agora é definitivo, estamos em crise.
Aquele fiasco de reunião se encerra, eu volto para a minha sala, quem quer que tenha feito isso, fez bem feito, está sendo impossível rastrear, estou arrasada, mas me mostro plena, não vou baixar a guarda, não aqui.
Estou na minha sala, tentando resolver a merda, que foi jogada no ventilador, e o Enzo entra sem bater.
— Assume que você não é capaz de assumir este posto. Assume que perdeu.
— Jamais vou fazer isso, Enzo, até porque eu não perdi.
— E como vai reerguer? Nem fundos de investimento você tem, em dois dias você conseguiu acabar com tudo que construí em anos, você é uma inútil mesmo. — A cada palavra que ele falava eu pedia a Deus para não me dar força e sim paciência, porque se me desse força eu matava aquele desgraçado ali mesmo.
— Sabe, Enzo, pau e pedra podem quebrar meus ossos, mas suas palavras não me machucam, então saia agora mesmo da minha sala.
— Bom argumento, vamos direto ao ponto Sarah, pois ainda vou encontrar com a minha querida noiva, devido aos anos que vivemos juntos, o que acha de vender a empresa para mim, ai para não dizer que vou te deixar desamparada, você pode trabalha de empregada na minha casa! — Ele dá um sorriso de deboche para mim.
— VAI PARA O INFERNO ENZO, EU NUNCA VOU TRABALHAR PARA VOCÊ E A SUA AMANTE NOJENTA, EU PREFIRO MORRER DE FOME DO QUE PEDIR SUA AJUDA. SAIA DA MINHA SALA, PELO QUE EU SAIBA AINDA É MINHA EMPRESA. — Então ele vira as costas e sai sem dizer nada.
Em que mundo ele vive? Ele fode com a minha vida e ainda quer que eu peça ajuda? Nunca, nunca mesmo.
Decidi eu mesma fazer uns desenhos, mas como não terei fundos para fazer o lançamento por aqui, decidi criar alguns designs, para cooperar com outras empresas líderes no mercado de joias, tendo em vista que meus projetos são bons...
Passo a noite em claro desenhando as joias, na manhã seguinte, entro em contato com a empresa e envio meus projetos para análise e fico ansiosa aguardando o resultado.
Algumas horas depois eu recebo um e-mail dizendo que eles não tem interesse nos meus projetos, pois não sou uma artista conhecida, além de recusar, ainda desdenha meu trabalho, que filho da puta.
Eu fico sem chão, mas não posso desistir, nem agora e nem nunca, não vou deixá-los me recusarem assim. Pego minha bolsa, o notebook, e a pasta com os desenhos feitos a mão. Eles vão ter que me atender, por bem ou por mal.
Joseph Estou na minha sala assinando e analisando alguns documentos quando escuto a voz da Sarah, o que será que ela está fazendo aqui? Fico próximo à parede para ouvir o que ela dizia, e fico admirado com a inteligência e talento que ela tem. — Bom dia, senhor Gutierrez, eu sou Sarah Bummer, a design que o senhor recusou hoje mais cedo, por não ser conhecida. — Se te recusei o que veio fazer aqui? — Como ele pode ser grosso assim? — Sei que não tenho nome no mercado, mas não posso admitir que me recuse por isso, como vou ter nome no mercado, se nem ao menos me dão uma chance de mostrar meu potencial! E outra coisa, duvido que olhou minhas peças. — Como se atreve, olhei meio por cima, e não gostei do que vi. — Ele responde com desdém. — Então me diga, como é um item dos meus designs? — Eu admito, ela é boa, dou um sorriso pela audácia dele, o Gutierrez nem soube responder. — Como imaginei, nem olhou o que te enviei. Mas posso te garantir que as peças são perfeitas. Eu crio cada
Sarah Passam-se alguns dias e Pedro retorna na empresa, percebo que, na verdade, ele não está lá para prestar ajuda e sim para zombar de mim, como se ele tivesse ganhado de mim, pela primeira vez a propósito, coitado (risos), então que os jogos comecem. — Está querendo ser contratado Pedro? — Ele olha para mim e sorri com deboche. — Não, minha cara, eu tenho uma empresa sólida. — Então, ao que devo a honra da sua visita? — Vim reforçar que eu e minha empresa estamos aqui para ajudar. — Fico feliz em saber que posso contar com você e sua empresa — Sei que ele sempre teve uma quedinha por mim, então vou usar os meus dotes femininos. Vou até ele seguro sua gravata, ele engole em seco e dá um sorrisinho de lado, achando que finalmente vai ficar comigo, então vou até seu ouvido e falo: — Posso ser a mocinha ingênua, quer saber como? — Ele ajeitou sua postura, como se realmente esperasse algo, então eu começo a gargalhar, ele olha para mim sem entender o que está acontecendo. — Você é
Joseph — Acredito que foi apenas uma falta de comunicação, pois se a senhora Sarah tivesse nos explicado desde o início que vocês eram nossos cooperados, não precisaria desta reunião, desculpe a inexperiência dela, e fazer com que o senhor viesse até aqui. — Diz Enzo, Joseph o olha com um sorriso zombeteiro e lhe diz. — Deixe-me lhe corrigir em duas coisas — digo sentado, bem relaxado — primeiro que ela é senhorita, pois você foi burro o suficiente para trocá-la por outra, segundo que ela é a mais inteligente desta sala. — Todos o olha sem entender, então ele continua, com um sorriso de deboche nos lábios. — A partir da analogia que vocês usaram na reunião, simplificarei para que vocês compreendam. — Ele diz, um a um, — enquanto estavam desesperados, correndo de um lado para o outro, vendo o barco afundar, alguns até queriam abandonar, a única pessoa que segurou o leme e tapou os buracos foi a senhorita Sarah, com seu talento extraordinário. — Obrigada pelas palavras, senhor Joseph.
Sarah — Oi, mãe, estou entrando — Minha mãe vem me abraçar. — Oi, meu amor, que saudades, que carinha é essa? — Ela pergunta, fazendo um carinho no meu rosto. — São tantas coisas, que nem sei por onde começar. — Digo soltando um suspiro alto. — Foi o Enzo? — Ela pergunta preocupada. — Aí mãe é tudo, a empresa, eu estar longe do Ian, sua doença, o contrato com a empresa Martinelli, o Joseph, o contrato de casamento — coloco a mão na boca, quando percebo que falei de mais. — Que contrato de casamento Sarah? — Ela pergunta surpresa, conto tudo para ela, que fica um tempo me olhando, depois segura em minhas mãos e fala: — Tem certeza, que está preparada para entrar em um casamento de fachada, minha filha? Ainda mais com Joseph! — Eu o amei uma vez, quem sabe não o amo de novo. — Digo com os ombros encolhidos, com tamanho constrangimento ela sentia naquele momento. — Não se iluda, minha filha, aja com a cabeça e não com o coração. — Onde está o Ian? Estou morrendo de saudades! — M
Joseph — Nossa, você realmente está maravilhosa! — Digo, ela cora um pouco, fica mais linda ainda. — Obrigada! — Eu tenho que odiá-la, mas quando estou com ela, eu fico parecendo um adolescente na puberdade, postura Joseph. Eu estou levando-a no restaurante que nos vimos pela primeira vez, há muitos anos, é um restaurante pequeno, mas muito aconchegante, costumávamos nos encontrar aqui. — Tem reserva? — A recepcionista diz assim que adentramos o local. — Sim, Joseph Martinelli. — Ok, me sigam por favor. — Eu puxo a cadeira para ela. — Que cavaleiro! — Brinca comigo, então assim que sentamos, vou direto ao ponto. — Bom, vamos direto ao ponto. — Quero acabar logo com isso, porque está sendo impossível odiá-la, eu só quero pegá-la, jogar na minha cama e amá-la até não aguentar mais. — Eu, eu confesso que ainda não tenho uma resposta, se fosse apenas eu, já teria aceitado, mas não sei se você sabe, mas tenho um filho. — Ela diz meio sem jeito. — Sim, o pequeno Ian, tem quatro ano
Sarah Desço do carro sem nem olhar em sua direção, ao entrar no meu quarto tomo um banho para tirar o vestígio da noite de hoje, já deitada em minha cama eu olho para o teto do quarto, sentindo-me tão confusa, ou mais do antes. Me pergunto se tomei a decisão certa ao aceitar esse contrato. Eu não queria me envolver com alguém tão cedo, e ele se mostrou possessivo quando Enzo entrou no restaurante, também tem essa oscilação de humor. Pego o telefone e ligo para Mariah, conto tudo que aconteceu, a mesma me apoiou na decisão, disse que teria feito o mesmo, no meu lugar, e também que ela grudaria meus caquinhos sem problemas, como da última vez. Ficamos conversando por mais um tempinho e logo eu desligo. Ainda encarando o teto, fico pensativa, tenho que encarar a verdade, preciso desse contrato, se ele cumprir sua palavra, meu menino pode ser curado, nem ligo tanto para a empresa, para mim a vida do meu filho é o mais importante, até mais que minha vida. … Chego cedo na empresa, pego
Joseph Eu não posso ficar com ela, não, depois do que ela me fez, eu definitivamente não posso me apaixonar de novo por ela. Tenho que resistir ao desejo de possuí-la. Saí da casa dela, esqueci até de deixar o contrato, mas amanhã eu levo pra ela na empresa, agora eu preciso relaxar, vou na minha boate, sigo até o bar, bebo algumas doses de whisky, fico curtindo o movimento, beijo algumas mulheres, preciso tirar Sarah da minha cabeça, vou até a área VIP, minha irmã está lá com suas amigas, tomo mais algumas doses de whisky, observo que uma das amigas da Mel fica me olhando, me seduzindo de longe. — Para de ser frouxo, a Nina está louca para ficar com você. — Já me sinto alterado, e a consciência começa a pesar, como posso amar e odiar essa mulher ao mesmo tempo? — Eu fiquei noivo hoje, Mel. — Digo encarando o meu copo de whisky — Você, o quê? Vai levar isso a sério? — Ela pergunta indignada. — Sim, sabe que mesmo ela fodendo comigo eu sempre a amei. Mas estou determinado a fazê-l
Joseph Eu saí da sala da Sarah atordoado e confuso. Eu não pretendia beijá-la, muito menos fazer sexo, mas aquela mulher me enlouquece, e vê-la de sorrisinho com aquele babaca me deixou possesso de ciúmes, quando estou com ela, eu só consigo ver a pessoa que eu costumava amar. A emoção veio em onda, como um tsunami. Como eu poderia estar tão perto dela e sentir tudo de novo? Como se não houvesse passado anos. Por mais que tenha passado anos, o sentimento de dor ainda estava fresco na minha mente, eu sou esse homem defeituoso por culpa dela, eu a odeio, mas, ao mesmo tempo, eu ainda a amo. Eu me sentia dividido entre amor e ódio. Eu queria amá-la, mas eu também queria feri-la. Eu estava preso entre o que eu queria e o que eu deveria fazer. Eu não sei como lidar com minhas emoções. Tudo o que sei é que eu estou perdido entre o amor que eu sinto e a dor que ela me causou, e com esse contrato eu pretendo resolver tudo, eu vou me vingar pelo que ela fez, preciso tirar esse sentimento d