4. Crise

Joseph

— Oi, você lembra de mim? — Eu falo olhando sério para o cara a minha frente.

— Estou com uma ressaca filha da puta, o que estou fazendo aqui?

— Você tocou no que não é seu, tentou assediar uma pessoa na qual me importo muito.

— Vai se foder, seu merda.

— Resposta errada, meu amigo, hoje vou ser bonzinho, lhe darei só um aviso, mas se eu ver você perto dela de novo, eu te mato com as minhas próprias mãos. — Ele me olha assustado e fala gaguejando:

— O. que. vai. fa. zer. co.mi.go. seu.lou.co?

— Tomás, quero que quebre todos os dedos nas duas mãos dele. Tenha uma boa tarde, senhor? Olha como sou sem educação, como é seu nome mesmo?

— Vai para o inferno.

— Continua me respondendo assim, que é para lá mesmo que vou te mandar — Falo pegando ele pelo colarinho da camisa, coloco-o no chão e repito a pergunta — qual o seu nome?

— Luiz Couto.

— Muito prazer, Luiz Couto, eu sou o seu pesadelo — Dou um sorriso sínico e falo para Tomás — Divirta-se, meu amigo. — Saio do galpão e vou para o escritório da minha casa.

Sarah

Chego na empresa e está uma verdadeira bagunça, vou até o gerente de vendas e pergunto:

— Vocês podem me dizer o que está acontecendo?

— O design das joias que lançaríamos no próximo mês foi divulgado. — Diz o gerente de vendas.

— Como isso aconteceu? Por que não me avisaram assim que souberam?

— O Sr. Enzo foi avisado, sra. Bummer. — Respondeu outro homem, um homem baixinho, que não sei em que setor trabalha.

— Ele não é mais o diretor, eu sou a diretora, tem que passar tudo para mim, e não para ele. Quem é o gerente do TI?

— Sou eu.

— Ótimo, descubra de qual IP vazou a informação, e me fale assim que descobri.

— Já fiz isso, senhora, e o IP informado foi o seu.

— Como? Eu nem estava aqui ontem, devido aquele caos que a amante do Enzo causou, quero ver as câmeras de segurança agora, sente-se aqui e puxe as imagens por gentileza. — Armaram para mim, mas eu vou descobrir quem foi. — Vocês estão dispensados, só o senhor. Como é seu nome? — Pergunto ao rapaz enquanto sento em minha cadeira.

— Nicolas.

— OK, só o Nicolas fica, qualquer coisa eu mando chamar, obrigada. — Depois de um tempo o Nicolas fala:

— Senhora não tem o que recuperar, acredito que tenham desligado as câmeras.

— Merda, vai olhando aí, tenho que ir até a sala de reunião, eu já volto.

...

— Bom dia! Senhores.

— Parabéns senhora diretora, nem dois dias de gestão e já fodeu com tudo. — Enzo diz irônico.

— Alguém usou o meu IP para divulgar a coleção, mas já estou atrás do responsável.

Eu fico em silêncio enquanto os acionistas me culpavam pelo vazamento da coleção nova. Após muitos julgamentos e xingamentos contra mim, eles começaram a falar que vão retirar os seus investimentos.

— Mas senhores, tenham calma, eu estou resolvendo — Na verdade, eu não tinha a mínima ideia do que fazer, mas jamais passaria essa impressão para eles.

— Só se acontecer um milagre, para você erguer essa empresa de novo, pois desde que sentou na cadeira da presidência eu só vejo o barco afundar. — Diz um dos acionistas.

— Eu garanto que o barco não vai afundar. — Eu falo.

— Já afundou minha cara, mas eu estou indo embora de bote salva-vidas, se quer ficar e vê-lo se afundar mais, boa sorte — Ele levanta e se retira da sala.

Eu vi um a um dos sócios retirando os fundos, agora é definitivo, estamos em crise.

Aquele fiasco de reunião se encerra, eu volto para a minha sala, quem quer que tenha feito isso, fez bem feito, está sendo impossível rastrear, estou arrasada, mas me mostro plena, não vou baixar a guarda, não aqui.

Estou na minha sala, tentando resolver a merda, que foi jogada no ventilador, e o Enzo entra sem bater.

— Assume que você não é capaz de assumir este posto. Assume que perdeu.

— Jamais vou fazer isso, Enzo, até porque eu não perdi.

— E como vai reerguer? Nem fundos de investimento você tem, em dois dias você conseguiu acabar com tudo que construí em anos, você é uma inútil mesmo. — A cada palavra que ele falava eu pedia a Deus para não me dar força e sim paciência, porque se me desse força eu matava aquele desgraçado ali mesmo.

— Sabe, Enzo, pau e pedra podem quebrar meus ossos, mas suas palavras não me machucam, então saia agora mesmo da minha sala.

— Bom argumento, vamos direto ao ponto Sarah, pois ainda vou encontrar com a minha querida noiva, devido aos anos que vivemos juntos, o que acha de vender a empresa para mim, ai para não dizer que vou te deixar desamparada, você pode trabalha de empregada na minha casa! — Ele dá um sorriso de deboche para mim.

— VAI PARA O INFERNO ENZO, EU NUNCA VOU TRABALHAR PARA VOCÊ E A SUA AMANTE NOJENTA, EU PREFIRO MORRER DE FOME DO QUE PEDIR SUA AJUDA. SAIA DA MINHA SALA, PELO QUE EU SAIBA AINDA É MINHA EMPRESA. — Então ele vira as costas e sai sem dizer nada.

Em que mundo ele vive? Ele fode com a minha vida e ainda quer que eu peça ajuda? Nunca, nunca mesmo.

Decidi eu mesma fazer uns desenhos, mas como não terei fundos para fazer o lançamento por aqui, decidi criar alguns designs, para cooperar com outras empresas líderes no mercado de joias, tendo em vista que meus projetos são bons...

Passo a noite em claro desenhando as joias, na manhã seguinte, entro em contato com a empresa e envio meus projetos para análise e fico ansiosa aguardando o resultado.

Algumas horas depois eu recebo um e-mail dizendo que eles não tem interesse nos meus projetos, pois não sou uma artista conhecida, além de recusar, ainda desdenha meu trabalho, que filho da puta.

Eu fico sem chão, mas não posso desistir, nem agora e nem nunca, não vou deixá-los me recusarem assim. Pego minha bolsa, o notebook, e a pasta com os desenhos feitos a mão. Eles vão ter que me atender, por bem ou por mal.

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