Sarah
Passam-se alguns dias e Pedro retorna na empresa, percebo que, na verdade, ele não está lá para prestar ajuda e sim para zombar de mim, como se ele tivesse ganhado de mim, pela primeira vez a propósito, coitado (risos), então que os jogos comecem.
— Está querendo ser contratado Pedro? — Ele olha para mim e sorri com deboche.
— Não, minha cara, eu tenho uma empresa sólida.
— Então, ao que devo a honra da sua visita?
— Vim reforçar que eu e minha empresa estamos aqui para ajudar.
— Fico feliz em saber que posso contar com você e sua empresa — Sei que ele sempre teve uma quedinha por mim, então vou usar os meus dotes femininos. Vou até ele seguro sua gravata, ele engole em seco e dá um sorrisinho de lado, achando que finalmente vai ficar comigo, então vou até seu ouvido e falo: — Posso ser a mocinha ingênua, quer saber como? — Ele ajeitou sua postura, como se realmente esperasse algo, então eu começo a gargalhar, ele olha para mim sem entender o que está acontecendo. — Você é um ridículo, eu não preciso da sua ajuda, nem de esmola, minha empresa segue firme no meu comando, e você achou mesmo que eu estava flertando com você, se enxerga Pedro, nunca fiz antes, por que faria agora?
– Eu vou fazer de tudo para ajudar o Enzo a acabar com esta empresa e com a sua família, você merece ficar na rua da amargura, eu vou ver a sua queda e estarei lá para rir de você, como riu de mim agora. Você é uma mulher amarga sem coração, por isso Enzo te traia, nenhum homem gosta de mulheres como você. Você vai acabar sem nada, e sozinha.
– Estou tremendo de medo de suas ameaças, olha – eu mostro minhas mãos tremendo propositalmente e fico rindo da cara dele – Nem para fazer ameaças presta, saia da minha sala seu idiota. – Ele se retira da sala me xingando de bruxa, vadia… e muito mais, e eu fiquei linda e plena rindo na minha sala, quem manda ele ser idiota.
…
Eu estava envolvida em meus projetos, desenhando um colar de pedras brasileiras, ele era delicado, tinha traços finos… quando minha secretária liga:
— Sarah, tem alguns designs na recepção querendo pedir demissão.
— Ok, peça para entrar um a um. — Ambos já haviam pedido demissão no RH, então eu só precisaria assinar suas demissões, foi o que fiz, desejei sucesso a cada um deles. Assim que finalizo com os colaboradores, eu ligo e pergunto para Paloma se ela tem notícias sobre o vazamento, a mesma responde que não, e isso me deixa nervosa. Eu não sei quem fez isso, mas eu vou descobrir, nem que seja a última coisa que eu faça. Preciso pensar… pensa, Sarah, pensa…
Fico fazendo meus designs até dar a hora para mais uma m*****a reunião do conselho.
…
Na sala de reunião…
Narrado pela autora
Enzo e os conselheiros haviam combinado de chegar na reunião antes de Sarah, para assim eles poderem intimidá-la… foi o que fizeram, quando Sarah chega, todos já estão em seus lugares.
— Boa tarde, senhores! — Diz Sarah ao entrar na sala de reunião.
— Boa tarde! — Respondem todos juntos.
Sarah estava sentada na sala de reunião, enquanto os acionistas discutiam, a ofendiam e ofendiam um ao outro. Ela sabia que tinha que encontrar uma maneira de acalmar os ânimos para que a empresa pudesse sobreviver. De repente, ela se levantou da sua cadeira e disse:
– Eu entendo que este é um momento difícil para nós, mas eu acredito que podemos superar isso. Se nós trabalharmos juntos, podemos encontrar uma solução para nossos problemas. Vamos nos concentrar naquilo que podemos fazer para melhorar a situação, e não em ofendermos uns aos outros.
Mas mesmo com a declaração dela, eles ainda a ofendiam, até que a mesma perde a paciente.
— Ok, então faz assim, vendam as suas ações para mim, assim eu acabo com minha empresa e não a “de vocês”, mas eu compro por um euro.
— Está louca mulher, cada cota vale no mínimo cinquenta euros. — Um dos acionistas fala.
– Engraçado a sua cota vale, mas a minha empresa não tem capacidade de seguir em frente, desculpe, mas estou confusa, minha empresa vale ou não vale? – Todos se entre olham, então ambos falam que a empresa não está valendo nada na bolsa de valores, alguns concordam, outros mantém-se em silêncio, mas se mantém falando que a empresa não valia nada, Sarah está muito irritada com as atitudes machistas e sem escrupulosos dos acionistas.
— Depois, mulher burra, vou desenhar para vocês. — Ela levanta-se, vai até a lousa e desenha uma empresa. Em seguida, desenha as cotas de cada um, explicando tudo sobre as ações da empresa e os contratos de cada um. No entanto, todos continuam a criticar, a chamar de ridícula, burra e muito mais. Eles não concordam com a sua teoria e a responsabilizam pelo vazamento da coleção. Ela estava frustrada, pois eles estavam na sala para atacá-la e fazê-la desistir, claro com o apoio do Enzo que quase não falou. Então Joseph entra e já senta em uma cadeira, como se fosse um rei.
— Boa noite, senhores, me chamo Joseph Martinelli, e vim a esta reunião ridícula de conselho para falar a vocês que eu sou o novo cooperador da empresa. E esta senhorita que os senhores estão massacrando é quem veio até mim, e os designs que ela me apresentou, são simplesmente perfeitos em todos os sentidos, na ideia, nos traços… a apresentação dela foi espetacular como ela. — Ele vira para a Sarah — Será uma grande hora trabalhar ao lado de uma mulher de garra como você. Então podemos finalizar esta reunião com a venda da cota de vocês, ou vão desistir de vendê-las? — Ele aguarda e ninguém fala nada — Bom, como ninguém falou nada, acredito que tenham desistido de vender suas cotas. — Todos os conselheiros continuam atônitos, processando o que acabaram de ouvir.
Joseph — Acredito que foi apenas uma falta de comunicação, pois se a senhora Sarah tivesse nos explicado desde o início que vocês eram nossos cooperados, não precisaria desta reunião, desculpe a inexperiência dela, e fazer com que o senhor viesse até aqui. — Diz Enzo, Joseph o olha com um sorriso zombeteiro e lhe diz. — Deixe-me lhe corrigir em duas coisas — digo sentado, bem relaxado — primeiro que ela é senhorita, pois você foi burro o suficiente para trocá-la por outra, segundo que ela é a mais inteligente desta sala. — Todos o olha sem entender, então ele continua, com um sorriso de deboche nos lábios. — A partir da analogia que vocês usaram na reunião, simplificarei para que vocês compreendam. — Ele diz, um a um, — enquanto estavam desesperados, correndo de um lado para o outro, vendo o barco afundar, alguns até queriam abandonar, a única pessoa que segurou o leme e tapou os buracos foi a senhorita Sarah, com seu talento extraordinário. — Obrigada pelas palavras, senhor Joseph.
Sarah — Oi, mãe, estou entrando — Minha mãe vem me abraçar. — Oi, meu amor, que saudades, que carinha é essa? — Ela pergunta, fazendo um carinho no meu rosto. — São tantas coisas, que nem sei por onde começar. — Digo soltando um suspiro alto. — Foi o Enzo? — Ela pergunta preocupada. — Aí mãe é tudo, a empresa, eu estar longe do Ian, sua doença, o contrato com a empresa Martinelli, o Joseph, o contrato de casamento — coloco a mão na boca, quando percebo que falei de mais. — Que contrato de casamento Sarah? — Ela pergunta surpresa, conto tudo para ela, que fica um tempo me olhando, depois segura em minhas mãos e fala: — Tem certeza, que está preparada para entrar em um casamento de fachada, minha filha? Ainda mais com Joseph! — Eu o amei uma vez, quem sabe não o amo de novo. — Digo com os ombros encolhidos, com tamanho constrangimento ela sentia naquele momento. — Não se iluda, minha filha, aja com a cabeça e não com o coração. — Onde está o Ian? Estou morrendo de saudades! — M
Joseph — Nossa, você realmente está maravilhosa! — Digo, ela cora um pouco, fica mais linda ainda. — Obrigada! — Eu tenho que odiá-la, mas quando estou com ela, eu fico parecendo um adolescente na puberdade, postura Joseph. Eu estou levando-a no restaurante que nos vimos pela primeira vez, há muitos anos, é um restaurante pequeno, mas muito aconchegante, costumávamos nos encontrar aqui. — Tem reserva? — A recepcionista diz assim que adentramos o local. — Sim, Joseph Martinelli. — Ok, me sigam por favor. — Eu puxo a cadeira para ela. — Que cavaleiro! — Brinca comigo, então assim que sentamos, vou direto ao ponto. — Bom, vamos direto ao ponto. — Quero acabar logo com isso, porque está sendo impossível odiá-la, eu só quero pegá-la, jogar na minha cama e amá-la até não aguentar mais. — Eu, eu confesso que ainda não tenho uma resposta, se fosse apenas eu, já teria aceitado, mas não sei se você sabe, mas tenho um filho. — Ela diz meio sem jeito. — Sim, o pequeno Ian, tem quatro ano
Sarah Desço do carro sem nem olhar em sua direção, ao entrar no meu quarto tomo um banho para tirar o vestígio da noite de hoje, já deitada em minha cama eu olho para o teto do quarto, sentindo-me tão confusa, ou mais do antes. Me pergunto se tomei a decisão certa ao aceitar esse contrato. Eu não queria me envolver com alguém tão cedo, e ele se mostrou possessivo quando Enzo entrou no restaurante, também tem essa oscilação de humor. Pego o telefone e ligo para Mariah, conto tudo que aconteceu, a mesma me apoiou na decisão, disse que teria feito o mesmo, no meu lugar, e também que ela grudaria meus caquinhos sem problemas, como da última vez. Ficamos conversando por mais um tempinho e logo eu desligo. Ainda encarando o teto, fico pensativa, tenho que encarar a verdade, preciso desse contrato, se ele cumprir sua palavra, meu menino pode ser curado, nem ligo tanto para a empresa, para mim a vida do meu filho é o mais importante, até mais que minha vida. … Chego cedo na empresa, pego
Joseph Eu não posso ficar com ela, não, depois do que ela me fez, eu definitivamente não posso me apaixonar de novo por ela. Tenho que resistir ao desejo de possuí-la. Saí da casa dela, esqueci até de deixar o contrato, mas amanhã eu levo pra ela na empresa, agora eu preciso relaxar, vou na minha boate, sigo até o bar, bebo algumas doses de whisky, fico curtindo o movimento, beijo algumas mulheres, preciso tirar Sarah da minha cabeça, vou até a área VIP, minha irmã está lá com suas amigas, tomo mais algumas doses de whisky, observo que uma das amigas da Mel fica me olhando, me seduzindo de longe. — Para de ser frouxo, a Nina está louca para ficar com você. — Já me sinto alterado, e a consciência começa a pesar, como posso amar e odiar essa mulher ao mesmo tempo? — Eu fiquei noivo hoje, Mel. — Digo encarando o meu copo de whisky — Você, o quê? Vai levar isso a sério? — Ela pergunta indignada. — Sim, sabe que mesmo ela fodendo comigo eu sempre a amei. Mas estou determinado a fazê-l
Joseph Eu saí da sala da Sarah atordoado e confuso. Eu não pretendia beijá-la, muito menos fazer sexo, mas aquela mulher me enlouquece, e vê-la de sorrisinho com aquele babaca me deixou possesso de ciúmes, quando estou com ela, eu só consigo ver a pessoa que eu costumava amar. A emoção veio em onda, como um tsunami. Como eu poderia estar tão perto dela e sentir tudo de novo? Como se não houvesse passado anos. Por mais que tenha passado anos, o sentimento de dor ainda estava fresco na minha mente, eu sou esse homem defeituoso por culpa dela, eu a odeio, mas, ao mesmo tempo, eu ainda a amo. Eu me sentia dividido entre amor e ódio. Eu queria amá-la, mas eu também queria feri-la. Eu estava preso entre o que eu queria e o que eu deveria fazer. Eu não sei como lidar com minhas emoções. Tudo o que sei é que eu estou perdido entre o amor que eu sinto e a dor que ela me causou, e com esse contrato eu pretendo resolver tudo, eu vou me vingar pelo que ela fez, preciso tirar esse sentimento d
Sarah Chego no hotel extremamente, cansada, estou trabalhando muito ultimamente, jogo minhas coisas no sofá, tomo um banho relaxante, deito na cama apenas de roupão, para descansar um pouco, acordo com batidas fortes na porta, dou um pulo assustada, vou até a porta e dou de cara com o Enzo. — O que está fazendo aqui? Como me encontrou? — Você é previsível demais, eu só vim te dar um recado. — Eu não tenho nada para conversar com você — Quando vou fechar a porta ele entra com tudo e me prensa na parede, dava para sentir o cheiro de álcool que exala dele, é forte, chega a me enjoar. — Você está tentando me fazer ciúmes, por isso que está com o Joseph? Não deixarei você voltar com ele, mesmo sendo seu primeiro amor, porque fui eu quem te ajudou a superar esse babaca de merda. Você esqueceu de quantas noites chorou em meu ombro? — mordo os lábios apreensiva, triste, por lembrar de um tempo que tanto sofri, dói lembrar o tempo que ficava colada ao celular aguardando notícias, nem que f
Joseph Saio do hotel e ligo para o Tales. — Onde está o Enzo? — Comigo, chefe, no galpão, o Tales está aqui também! — Estou a caminho. — Desligo o telefone e sigo para o galpão. Tales e Thomas são meus braços direito e esquerdo, confio igualmente nos dois. Quando chego no galpão, Enzo está sentado em uma cadeira com os pés e as mãos amarradas. — Enzo, Enzo, Enzo. Estou um tanto confuso, você a roubou de mim, a trocou por uma puta barata e agora quer tirá-la de mim novamente. — Coloco a mão no meu queijo e finjo estar pensando. — Me explique, pois estou confuso, você quer ou não minha linda noiva Sarah? — Vai para o inferno seu merda, você a entregou para mim de bandeja, quando sumiu da vida dela, e eu nunca quis me separar dela. — Você queria ficar com as duas. Isso não é atitude de homem. — Falo com tom de falsa indignação. — Você também não foi muito homem no passado. — Estou confuso com o que ele fala, mas meu ódio é maior por ele ainda desejá-la, quando o vi passando as mã