Sarah
Estou na minha sala analisando os balanços dos últimos anos, quando Giulia e sua mãe entram na sala.
— Até a sala dele você tirou, como pode ser tão oportunista. — Giulia diz.
— Quem te deu permissão para entrar na minha sala?
— Posso entrar a hora que eu quiser, meu marido é acionista aqui.
— Não, minha querida, seu amante, porque infelizmente ainda não saiu a merda do divórcio, devido às burocracias, sendo assim ainda é meu marido. Sai da minha sala, eu tenho mais o que fazer, não tenho tempo para perder com vadias desqualificadas. — Do nada a louca começa a se bater e a arranhar o próprio rosto. — Para de fazer isso, você é louca? — Eu disse sem acreditar no que via.
— Quem você pensa que é para agredir a minha filha? — a mãe dela me dá um tapa no rosto, essas mulheres só podem estar loucas, neste momento o Enzo chega para socorrer a amante, como se ela precisasse, na verdade, o que ela precisa é ser internada. A mãe dela vem para cima de mim de novo, eu seguro sua mão.
— O primeiro eu permiti, porque não estava esperando tal atitude, mas o segundo pode ter certeza que revido. — A mãe dela permanece em silêncio e se afastou de mim, mas Enzo tenta me agredir verbalmente e eu faço um gesto com a mão, para que ele se calasse. Dessa forma, a louca da Giulia parte para cima de mim com a mãe dela. Revido bloqueando e até mesmo agredindo-as, mas, com a roupa que estou usando, não é possível acabar com duas mocreias.
Os seguranças chegam e as tiram de cima de mim, eu solicito com a equipe de TI, as imagens da câmera de segurança da minha sala, causando espanto nelas e no digníssimo ex-marido, deixando-as nervosas. Ignoro a presença delas e peço para que o segurança me acompanhe até a delegacia.
— Não há necessidade disso. — Diz Enzo apreensivo.
— É melhor que me acompanhe, para não passarem vergonha quando os polícias virem buscar vocês.
Alguns minutos depois na delegacia…
— Por favor, senhora, me acompanhe. — O policial falou olhando para mim, eu o acompanhei até uma sala. Contei tudo o que aconteceu ontem e hoje na empresa e entreguei a cópia da gravação de uma câmera que fica dentro da minha sala para provar que não fui eu quem começou a briga e que foi a louca que se machucou sozinha. Depois que saí da sala, todos tiveram que fazer o mesmo, entrara um de cada vez na sala para dar a sua versão da história. Como já tinha feito a minha parte, fui liberada para ir para casa.
Joseph
Estou na minha sala, estudando alguns projetos, quando meu celular começa a tocar, olho no identificador é o Tomas, atendo, pois ele está responsável pela Sarah.
— Fala.
— Chefe acabaram de informar que a senhorita Sarah se envolveu em uma briga na empresa, ela está indo à delegacia denunciar as agressões.
— Estou a caminho. — Desligo a ligação e sigo para a delegacia.
Ao longe, observo sua saída da delegacia e fico extremamente furioso ao avistar sua roupa suja de sangue, com ferimentos no rosto e nas mãos. Fico tão nervoso que deixo a mão em punho para conter minha vontade de ir até a delegacia e agredir o ex-marido dela, ou quem quer que fosse que tenha agredido ela. Meus dedos ficam brancos devido à força que estou empregando para me controlar. Como eu queria ir até ela e cuidá-la pessoalmente, mas meu orgulho não deixa, então me acalmo e peço ao Tomás.
— Vá e compre os medicamentos necessários para a senhorita poder cuidar de seus machucados, duvido que ela vá fazer isso, entregue-os quanto antes. — Viro as costas e vou para o meu carro.
…
Sarah
Depois que sai da delegacia, decidi ir direto para o hotel, assim aproveito e pesquiso apartamentos mais próximo da casa da minha mãe, para poder ficar com o meu filho. Decido ligar por chamada de vídeo para minha mãe, esses dias, não consegui ir ver o Ian.
— Oi, mãe, o Ian está bem? — Digo assim que minha mãe atende.
— Está, sim, filha, como andam as coisas? — Minha mãe responde.
— Está indo mãe, mas uma coisa é certa, eu não ficarei chorando por ele.
— Ele não merece suas lágrimas, meu amor, por mais que doa, ele não merece, eu vou chamar o Ian.
— Oi, mamãe. — Como amo o som da voz dele, me traz paz na hora.
— Oi, meu anjinho, a mamãe está morrendo de saudades.
— Eu também estou, cadê o papai?
— Ele não está no momento, e você, está obedecendo à vovó e o vovô?
— Estou, sim, mamãe, o vovô me comprou um carrinho, olha que lindo! — Ele me mostra o carrinho todo empolgado.
— Que carrinho mais lindo meu amorzinho, logo a mamãe vai aí poder brincar com você! — Ele dá o sorrido mais lindo do mundo, então pergunto séria. — E você está tomando o medicamento certinho?
— É ruim, mamãe. — Ele faz uma careta linda.
— Sei que é meu amor, mas precisa tomar, é para o seu bem meu amorzinho.
— Está bom, mamãe. — Ele faz um bico fofo, que foi? Sou babona mesmo.
— Filho, a mamãe está procurando uma casa pertinho da casa da vovó, aí vou te buscar e moraremos juntinhos de novo. — Ele começa a pular de alegria.
— Oba mamãe. — Fico um bom tempo conversando com ele, por mais que ele tenha apenas quatro anos, é muito inteligente para a idade dele.
— Meu amor você sabe que não pode ficar pulando assim, agora a mamãe precisa desligar, eu te amo muito meu filho, nunca se esqueça disso.
— Desculpe mamãe, eu também te amo mamãe, muito, muito, muito… daqui até o universo.
Após desligar, volto a olhar os classificados, estava concentrada quando o interfone do quarto toca.
— Senhorita Bummer, deixaram um pacote para a senhorita na portaria, posso pedir para entregar, ou a senhorita vem buscar.
— Pode me entregar por favor, obrigada. — O que será que é?
Passam alguns minutos batem na porta, eu pego o pacotinho, quando abro acho estranho, tinha medicamentos para dor, pomada cicatrizante, gases, antisséptico, band-aids e faixas. — Que merda é esta? Quem mandou? — Decido ligar na recepção.
— Oi, por favor, a pessoa que me deixou o pacote, deixou o nome dele ou dela?
— Não senhora, apenas pediu para entregar em mãos, algum problema?
— Não, não, obrigada, boa noite. — Verifico se estão tudo lacrado, e estão, então decidi usar.
Após cuidar dos pequenos ferimentos, voltei aos anúncios de casas ou apartamentos para alugar, encontrei duas opções, mas estou cansada, quase não dormi na noite anterior devido aos eventos, fiquei revirando na cama. Voltei tarde da casa da Mariah, preciso relaxar um pouco. Decido tomar um banho de banheira, preparo um banho com sais relaxantes, e fico na banheira até a água esfriar, saio da banheira, enrolo na toalha e coloco uma roupa confortável, ligo a televisão, coloco em um canal aleatório, deito na cama e acabo dormindo.
No dia seguinte, chego na empresa e está um caos, então chamo minha secretária para saber o que aconteceu.
Joseph — Oi, você lembra de mim? — Eu falo olhando sério para o cara a minha frente. — Estou com uma ressaca filha da puta, o que estou fazendo aqui? — Você tocou no que não é seu, tentou assediar uma pessoa na qual me importo muito. — Vai se foder, seu merda. — Resposta errada, meu amigo, hoje vou ser bonzinho, lhe darei só um aviso, mas se eu ver você perto dela de novo, eu te mato com as minhas próprias mãos. — Ele me olha assustado e fala gaguejando: — O. que. vai. fa. zer. co.mi.go. seu.lou.co? — Tomás, quero que quebre todos os dedos nas duas mãos dele. Tenha uma boa tarde, senhor? Olha como sou sem educação, como é seu nome mesmo? — Vai para o inferno. — Continua me respondendo assim, que é para lá mesmo que vou te mandar — Falo pegando ele pelo colarinho da camisa, coloco-o no chão e repito a pergunta — qual o seu nome? — Luiz Couto. — Muito prazer, Luiz Couto, eu sou o seu pesadelo — Dou um sorriso sínico e falo para Tomás — Divirta-se, meu amigo. — Saio do galpão e
Joseph Estou na minha sala assinando e analisando alguns documentos quando escuto a voz da Sarah, o que será que ela está fazendo aqui? Fico próximo à parede para ouvir o que ela dizia, e fico admirado com a inteligência e talento que ela tem. — Bom dia, senhor Gutierrez, eu sou Sarah Bummer, a design que o senhor recusou hoje mais cedo, por não ser conhecida. — Se te recusei o que veio fazer aqui? — Como ele pode ser grosso assim? — Sei que não tenho nome no mercado, mas não posso admitir que me recuse por isso, como vou ter nome no mercado, se nem ao menos me dão uma chance de mostrar meu potencial! E outra coisa, duvido que olhou minhas peças. — Como se atreve, olhei meio por cima, e não gostei do que vi. — Ele responde com desdém. — Então me diga, como é um item dos meus designs? — Eu admito, ela é boa, dou um sorriso pela audácia dele, o Gutierrez nem soube responder. — Como imaginei, nem olhou o que te enviei. Mas posso te garantir que as peças são perfeitas. Eu crio cada
Sarah Passam-se alguns dias e Pedro retorna na empresa, percebo que, na verdade, ele não está lá para prestar ajuda e sim para zombar de mim, como se ele tivesse ganhado de mim, pela primeira vez a propósito, coitado (risos), então que os jogos comecem. — Está querendo ser contratado Pedro? — Ele olha para mim e sorri com deboche. — Não, minha cara, eu tenho uma empresa sólida. — Então, ao que devo a honra da sua visita? — Vim reforçar que eu e minha empresa estamos aqui para ajudar. — Fico feliz em saber que posso contar com você e sua empresa — Sei que ele sempre teve uma quedinha por mim, então vou usar os meus dotes femininos. Vou até ele seguro sua gravata, ele engole em seco e dá um sorrisinho de lado, achando que finalmente vai ficar comigo, então vou até seu ouvido e falo: — Posso ser a mocinha ingênua, quer saber como? — Ele ajeitou sua postura, como se realmente esperasse algo, então eu começo a gargalhar, ele olha para mim sem entender o que está acontecendo. — Você é
Joseph — Acredito que foi apenas uma falta de comunicação, pois se a senhora Sarah tivesse nos explicado desde o início que vocês eram nossos cooperados, não precisaria desta reunião, desculpe a inexperiência dela, e fazer com que o senhor viesse até aqui. — Diz Enzo, Joseph o olha com um sorriso zombeteiro e lhe diz. — Deixe-me lhe corrigir em duas coisas — digo sentado, bem relaxado — primeiro que ela é senhorita, pois você foi burro o suficiente para trocá-la por outra, segundo que ela é a mais inteligente desta sala. — Todos o olha sem entender, então ele continua, com um sorriso de deboche nos lábios. — A partir da analogia que vocês usaram na reunião, simplificarei para que vocês compreendam. — Ele diz, um a um, — enquanto estavam desesperados, correndo de um lado para o outro, vendo o barco afundar, alguns até queriam abandonar, a única pessoa que segurou o leme e tapou os buracos foi a senhorita Sarah, com seu talento extraordinário. — Obrigada pelas palavras, senhor Joseph.
Sarah — Oi, mãe, estou entrando — Minha mãe vem me abraçar. — Oi, meu amor, que saudades, que carinha é essa? — Ela pergunta, fazendo um carinho no meu rosto. — São tantas coisas, que nem sei por onde começar. — Digo soltando um suspiro alto. — Foi o Enzo? — Ela pergunta preocupada. — Aí mãe é tudo, a empresa, eu estar longe do Ian, sua doença, o contrato com a empresa Martinelli, o Joseph, o contrato de casamento — coloco a mão na boca, quando percebo que falei de mais. — Que contrato de casamento Sarah? — Ela pergunta surpresa, conto tudo para ela, que fica um tempo me olhando, depois segura em minhas mãos e fala: — Tem certeza, que está preparada para entrar em um casamento de fachada, minha filha? Ainda mais com Joseph! — Eu o amei uma vez, quem sabe não o amo de novo. — Digo com os ombros encolhidos, com tamanho constrangimento ela sentia naquele momento. — Não se iluda, minha filha, aja com a cabeça e não com o coração. — Onde está o Ian? Estou morrendo de saudades! — M
Joseph — Nossa, você realmente está maravilhosa! — Digo, ela cora um pouco, fica mais linda ainda. — Obrigada! — Eu tenho que odiá-la, mas quando estou com ela, eu fico parecendo um adolescente na puberdade, postura Joseph. Eu estou levando-a no restaurante que nos vimos pela primeira vez, há muitos anos, é um restaurante pequeno, mas muito aconchegante, costumávamos nos encontrar aqui. — Tem reserva? — A recepcionista diz assim que adentramos o local. — Sim, Joseph Martinelli. — Ok, me sigam por favor. — Eu puxo a cadeira para ela. — Que cavaleiro! — Brinca comigo, então assim que sentamos, vou direto ao ponto. — Bom, vamos direto ao ponto. — Quero acabar logo com isso, porque está sendo impossível odiá-la, eu só quero pegá-la, jogar na minha cama e amá-la até não aguentar mais. — Eu, eu confesso que ainda não tenho uma resposta, se fosse apenas eu, já teria aceitado, mas não sei se você sabe, mas tenho um filho. — Ela diz meio sem jeito. — Sim, o pequeno Ian, tem quatro ano
Sarah Desço do carro sem nem olhar em sua direção, ao entrar no meu quarto tomo um banho para tirar o vestígio da noite de hoje, já deitada em minha cama eu olho para o teto do quarto, sentindo-me tão confusa, ou mais do antes. Me pergunto se tomei a decisão certa ao aceitar esse contrato. Eu não queria me envolver com alguém tão cedo, e ele se mostrou possessivo quando Enzo entrou no restaurante, também tem essa oscilação de humor. Pego o telefone e ligo para Mariah, conto tudo que aconteceu, a mesma me apoiou na decisão, disse que teria feito o mesmo, no meu lugar, e também que ela grudaria meus caquinhos sem problemas, como da última vez. Ficamos conversando por mais um tempinho e logo eu desligo. Ainda encarando o teto, fico pensativa, tenho que encarar a verdade, preciso desse contrato, se ele cumprir sua palavra, meu menino pode ser curado, nem ligo tanto para a empresa, para mim a vida do meu filho é o mais importante, até mais que minha vida. … Chego cedo na empresa, pego
Joseph Eu não posso ficar com ela, não, depois do que ela me fez, eu definitivamente não posso me apaixonar de novo por ela. Tenho que resistir ao desejo de possuí-la. Saí da casa dela, esqueci até de deixar o contrato, mas amanhã eu levo pra ela na empresa, agora eu preciso relaxar, vou na minha boate, sigo até o bar, bebo algumas doses de whisky, fico curtindo o movimento, beijo algumas mulheres, preciso tirar Sarah da minha cabeça, vou até a área VIP, minha irmã está lá com suas amigas, tomo mais algumas doses de whisky, observo que uma das amigas da Mel fica me olhando, me seduzindo de longe. — Para de ser frouxo, a Nina está louca para ficar com você. — Já me sinto alterado, e a consciência começa a pesar, como posso amar e odiar essa mulher ao mesmo tempo? — Eu fiquei noivo hoje, Mel. — Digo encarando o meu copo de whisky — Você, o quê? Vai levar isso a sério? — Ela pergunta indignada. — Sim, sabe que mesmo ela fodendo comigo eu sempre a amei. Mas estou determinado a fazê-l