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Não volte pro pouco só porque você tá impaciente demais pra esperar por algo melhor.

Leia novamente.

SUZAN MATTIAZZO

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Chegamos ao fundo da vila, próximo a casa do meu tio temos nossa adega, onde tia Nena coordena a sangria. Olhei para tudo à minha volta lembrando que dei meu primeiro beijo perto dos tonéis do tio Ton.

— Suh, meu Deus, olha como está linda minha sogra! — sai dos meus devaneios com minha tia Marieta que veio nos receber.

— Todos os meus netos são lindos. Bom dia Mari, trouxe bolo! — minha avó comunicou apontando para a cesta nos braços da Terê.

— Não precisava, mas obrigada minha sogra. — as duas se abraçaram — Vem, Teo está na chamada de vídeo lá dentro, vamos entrando.

— Meu ragazzo lindo, logo me dará bisnetos, vem Terê! — começamos a rir da sua animação e faltou pouco correr.

— Sua benção, tia. — me abençoou antes de me dar um abraço forte — Vamos, quero ver meu primo.

Entrei e Camillo estava segurando o ipad na mão sentado ao lado do meu tio. 

— Suh! — ele veio me abraçar — Caramba! Como ficou bonita, lembro de você magrela e só tinha cabeça. 

— Suzan está aí? — a voz do Teo reverberou alto — Deixe-me ver minha primeira paixão, pai. — gargalhei porque já tivemos um date na adolescência e fui sentar ao lado do meu tio — Meu Deus! Deveríamos casar, sabia? Ainda não esqueci que dei meu primeiro beijo contigo! 

— E a tal carne de pescoço, acho que ela não vai gostar disso? — ele deu um sorriso largo que o deixou ainda mais encantador.

— Meu pai é um fofoqueiro, esse apelido vai pegar e Carmelita não aceitaria sair comigo para jantar depois que souber que minha família está chamando ela desse jeito. — fez sua cara sedutora piscando para mim.

— Pare com isso, ragazzo, você é bonito. — meu tio falou todo orgulhoso do belo homem que ele ficou.

— Tenho meus encantos, mas ela é difícil.

— Mande-a ir a merda, talvez seja isso que ela precisa, como não vai sair contigo? É o mais bonito de todos os 10 netos — falei abertamente, minha família sabe como sou —, caso ela afronte contigo me fala que dou uns t***s nela.

Colocou a mão sobre o peito fazendo suas caretas engraçadas.

— Meu Deus, essa é uma Mattiazzo de respeito, mas por hora vamos manter a diplomacia, ela é carne de pescoço, mas mexe comigo, acho que vai dar certo e teremos uns bambinos! Depois de você acho que ela é a mulher da minha vida.

— Galanteador, não me iluda que podemos fugir e ter nossa família! — todos começamos a rir — Você não muda, né?

Declarei me recuperando da crise de riso.

— Nunca! — Teo olhou adiante com um sorriso besta do rosto — Vem cá! 

Chamou por alguém e logo uma mulher linda de cabelos pretos e lisos apareceu na tela.

— Oi… — sem graça olhou para mim e meu tio —, o que é isso, Teodoro?

— Minha família! Essa aqui é minha prima, esse seu futuro sogro, cadê a nonna, deixe mostrar a flor do meu jardim para minha carne de pescoço. — ela deu um tapinha nele toda sem jeito — Para com isso querida, minha família tem que saber como você me deixa de… cabelos em pé!

— Cadê, deixe-me ver a carne de pescoço do Teo. — dei lugar a nonna e fui para perto do Camillo.

— Cadê o Ninho? — disse que em Florença —  Sabe dizer se virá para a festa?

— Vem sim, chega hoje ou amanhã cedo, ele ainda está de plantão.

— É bom estar em casa, não vinha a vila a alguns anos e quando estive aqui, vocês não estavam. — declarou cortando uma fatia de bolo e com a boca cheia e toda suja continuou: — Rafaelle esteve em Veneza mês passado, precisava de ajuda com sua empresa, agora o grupo a qual sou associado está fazendo a parte jurídica da Mattiazzo Società. 

— Que saudades dele, me passa o contato, quero ligar para cobrar meus cem euros daquele safado mão de vaca. — brinquei e ficamos conversando sobre nossos primos. 

A tal carne de pescoço ficou encantada pela nonna e a pedido dela disse que daria uma chance ao Teo. O que rendeu um coro de comemoração, porque meus pais e tios já estavam aqui. 

O dia virou tarde e nada do Ninho chegar. Minha mãe me sufocou com essa situação do Lucien e optei por falar do Thomás só quando estivermos a sós ou todos vão achar que já temos algo, desejo falar das minhas intenções e não dar esperanças infundadas a minha família.

À medida que a tarde avançava, fomos para casa e meus tios fizeram uma fogueira para aquecer a noite, as mesas foram para o quintal e Camillo foi para a cozinha fazer um caldo para aquecer a noite fria. 

A temperatura baixa não foi o suficiente para nos colocar para dentro, meus pais estão em um estado de efervescência festiva e tia Nena liberou a sangria que tinha separado para o casamento.

— Dimi, bebe amor, vamos começar a comemoração ainda hoje! — começamos a rir da ousadia dela de deixar claro que lá em casa terá uma noite ousada  — Bebe, vai, toma mais. 

— Calma! Assim eu fico bêbado e durmo. — ele brincou e levou um tapinha nas costas.

— Para com isso! — de bico minha mãe exigiu e é sobre isso que estou falando, quero esse tipo de coisa com Thomás.

Alguns vizinhos chegaram e sei que essa pré-festa vai até tarde e preciso dormir, olhei as horas e acabara de dar seis da noite. Sai a francesa e perto da escada indo para meu quarto minha mãe me chamou.

— Não fuja de mim, vem cá. — fui até ela e sei ao seu lado no sofá — Sabe, Suh, como sua mãe zelo por seu bem, posso parecer uma mãe intrujona, mas acho que Lucien é um bom rapaz, sei que é chato ficar dizendo isso, mas ele a da idade do Ninho, trabalhado e tem 3 bambinos ruivinhos igual a Val, aquela despudorada linda.

— Mãe, sou perdidamente apaixonada pelo melhor amigo do Dionísio, Thomás é o nome dele, quero realmente tentar algo com ele, é o tipo de homem que teria meus quinzes filhos e seria a mulher mais feliz do mundo.

— Quinze? — disse que sim — Amém, muitos netinhos, mas se deseja algo com ele significa que não ficou, então toma, esse é o número do Lucien, fala com ele e vê se gosta do rapaz, não custa nada.

Olhou para todos os lados antes de me puxar para sussurrar algo em meu ouvido.

— Ele é muito bonito, é alto igual o Ninho. — cobriu a boca abafando o riso — Que meu Dimi não me ouça, ele é muito ciumento.

— Ok, obrigada, dona Dina! — beijei sua cabeça — Vou dormir, fiz um plantão de quase 24h então preciso dormir. 

— Tudo bem, mas liga pra ele. — salvei o número em meus contatos e mostrei a ela  — É sério, ele está esperando sua ligação, a Valquíria conversou com ele.

— Tá bom! Agora vou tomar um banho e dormi. — ela voltou para a festa e fui para meu quarto. 

Sabia que elas estavam juntas e não vejo alternativa a não ser ligar para o Lucien.

Após o banho liguei em socorro para meu irmão tentando não surtar com minha mãe falando do Lucien e fiquei aliviada que disse que chegará amanhã com a Val me deixando com uma grande sensação de alívio. Dionísio, com seu jeito de dono da razão, consegue segurar nossos pais. 

Após a breve conversa deitei-me e fiquei pensando em como o Lucien deve estar lidando com essa situação, pois a mãe dele é semelhante ou pior que a minha no quesito insistência e me peguei ligando para ele.

Chamou algumas vezes e pensei em desligar quando uma voz grave e carregada de surpresa ecoou em meu ouvido: — Suzan?

— Como sabem que sou eu? — curiosa questionei.

— Primeiramente, boa noite! — revirei os olhos para o tom de voz.

— Boa noite! Agora, por favor, me diga, como sabe quem sou, não me lembro de ter lhe conhecido? — inocente questionei.

— Olha, tem uns meses que minha mãe vem falando de você e da possibilidade de namorar contido de modo e termos um caminhão de filhos. — escutei perfeitamente instalar a língua no céu da boca — Desde uns problemas que passei há uns meses atrás… 

Ficou quieto por tempo demais.

— Oi…

— Fiquei pensando aqui, já que tem meu contato, deve saber o que passei, certo? — disse que sim — Então, tenho seu numero já tem uns cinco meses e para ser sincero não esperava que ligasse, afinal, sou pai solteiro, com uma bagagem emocional do tamanho da Itália. 

Fiquei sem jeito de jogar um balde de água fria em suas suposições, porque não pretendo ficar com ele, só quero fingir algo para cessar os pedidos inconvenientes.

— Oi! Ainda estar ai? — ia responder quando desligou na minha cara.

— Serio que esse idiota desligou… — voltou a ligar agora de chada de video — Meu Deus, como assim liga de video sem perguntar se pode!

Pensei se deveria ou não atender, estou com roupas de dormir e meus cabelos estão desgrenhados. 

Merda!

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