Cap. 1

Thomás Caputo

TEMPOS ATUAIS | FLORENÇA/ITÁLIA

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Acordei no horário habitual e segui para tomar um banho rápido, pois preciso malhar um pouco antes de ir para casa do meu pai. 

— Tenho que arrumar uma nova assistente. A última conseguiu me tirar do sério e olha que não costumo me estressar. — grunhi seguindo para minha academia pessoal.

Meu telefone tocou e vi ser Dionísio.

— Thom! Acorda, porra!

— O que você quer me ligando às 6h da manhã? — questionei seguindo para a porta, porque sei que está atrás da mesma.

— Malhar! Hoje é de lei meu amigo, ninguém mandou me acostumar mal. — gargalhei da sua cara de pau de vir malhar na minha casa todos os sábados — Anda!

Abri a porta e dei de cara com ele, que tem uma xícara de café na mão e me ofereceu com um sorriso cínico no rosto. 

— Pagamento! — aceitei, pois minha empregada só trabalha de segunda a sexta — E aí? Já comprou o presente do Tierry?

— Claro, mesmo que seu aniversário seja só segunda, já me antecipei.  — compartilhei seguindo com ele para o andar de baixo — No momento estou com um problema bem maior.

— O que te atormenta? — questionou quando subimos na esteira.

Tive que comprar uma nova, já que malhamos juntos aos sábados há mais de um ano e era uma briga para vê quem ia à esteira primeiro.

— Mandei minha assistente embora, essa conseguiu me estressar.

— Mentira? Impossível. — fez uma careta engraçada — O que ela aprontou?

— Mandei uns arquivos importantíssimos que não havia feito cópia tampouco deixado salvo no desktop e ela simplesmente limpou a caixa de e-mail! 

— E agora? Como fará? — lhe contei em riqueza de detalhes, o deixando a par de tudo.

— Preciso de uma urgente, esse mês tenho novos projetos em vista e tenho negócios muito lucrativos em Bosto. — sai da esteira e segui para malhar braço — Preciso de uma que fale inglês, não posso dar um de tradutor Dionísio. Meu irmão só me arruma assistente que não preenche o currículo que desejo. 

Desabafei a verdade, porque Thiago só me dar dor de cabeça. 

— Desta vez vou arrumar uma sozinho. 

— Sim, coloca um anúncio no jornal amanhã, domingo todo mundo ler jornal. — achei a ideia ótima — Confio que logo achará uma e talvez, digo talvez ela possa…

— Nem começa! Você também é viúvo e nunca te vi com mulher nenhuma! — reclamei, já que sabe da minha situação.

— Tem razão. — encolhendo os ombros concorda comigo — Estamos ficando velhos, meu amigo.

— Diga por você! — apontei para sua barba grisalha — olha quantos fios brancos possui nesse cara Dio! Pelo amor de Deus, vai fazer essa barba.

— Hoje eu faço, prometo. — entramos em um assunto aleatório até finalizarmos o exercício — Vamos sair amanhã depois que eu sair do plantão?

— Não, tenho um compromisso. — afirmei, já que vou a um baile beneficente — Festas corporativas onde tenho que perder alguns euros para alguma fundação em nome da empresa.

— Entendo, passo por isso com muita frequência no hospital, tenho que ir.

Levei ele até a porta e quando se foi, admirei a solidão do meu lar. 

— Ligarei para minha irmã, talvez me ajude com um bom anúncio para minha nova assistente, não aguento mais as que Thiago me arruma.

Tomei um banho e quando finalizei liguei para ela.

— Thom, mande seu jatinho vir me buscar, esse ano eu vou ao aniversário do papai. 

— Bom dia para você também! Que falta de educação é essa? — questionei visto que de nós três ela é a mais educada — Hein?

— Desculpa, é o estresse da faculdade. — respirou fundo antes de continuar: — São poucos os alunos que consigo me dar bem, Thom! Quer saber, estou considerando voltar para Florença, cuidar do papai e da Gil, depois que a mamãe se foi ele me liga diariamente pedindo para voltar. — fiquei bem feliz com essa informação.

— Que horas planeja vir, pedirei o Armênio para ir te buscar — questionei indo para a sala — Liguei por um motivo, Antonella.

— Não trabalharei na empresa! Sabe que não gosto do estresse corporativo e atualmente não gosto de dar aulas também! Esse ano me aproximei muito de uma aluna que finalizou a alguns meses, acredita que sinto falta dela?

— Se apaixonou por ela, Antonela? Isso é antiprofissional! — exclamei, pois minha irmã j**a no mesmo time que eu e como ficou solteira a pouco tempo deve estar se apaixonando por suas alunas.

— Não! Ela tem um noivo, sinto falta da inteligência da própria, sem falar nos trabalhos impecáveis que me entregava. — soltei uma gargalhada devido à explicação — é sério, ia falar dela para o Thiago, pois a parte de estágio é com ele né?

— Sim, odeio essas novatas, Thiago gosta de sofrer assédio, eu não. Bom, preciso que me ajude com um anúncio, fiquei sem assistente e preciso de uma com urgência. 

— Então contrata a Cibele, Thom! Confia em mim, não vai se arrepender.

Ponderei recusar, visto que essas recém-formadas são muito oferecidas e loucas para fisgar um CEO bilionário. 

— Não correrá o risco de ser assediado! Sei, está pensando nisso. Cibele é noiva. — alisei meu rosto pensando na possibilidade — O currículo lattes dela é ótimo, fala 5 idiomas mais o nativo, será excelente com o meio corporativo em falar na dicção. Antes de finalizar sua conclusão me afirmou querer um estágio, mas trabalhar direto contigo será bom. 

— Gostei de ser poliglota, mas será vai querer ser minha assistente? — ela disse que sim — tem certeza? 

— Claro, ligarei para ela amanhã no primeiro horário, se topar já levo comigo. 

— Ok, espero não me arrepender.  — declarei indo atrás das chaves do meu carro — me fala o horário, vou mandar o Armênio te buscar. Por favor, quando falar com ela diga que não tolero atrasos, preciso que tenha disponibilidade para viajar, a outra não tinha!

— Pode deixar, não vai se arrepender Thom, mas me promete que dará um bom estágio a ela, quando não precisa mais que seja sua assistente?

— Pensarei no seu caso, prometo! Agora vou para casa do papai. — trocamos mais algumas informações e desliguei.

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