Cap. 2

Thomás Caputo

CASA DO TIERRY CAPUTO | 11:00

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Estacionei na casa do meu pai e Thiago veio me abordar na entrada.

— Thom, o que aconteceu? — levantei os ombros, pois acabei de chegar e  não faço ideia do que esteja falando.

— Não sou adivinho, de que se refere? — ele revirou os olhos por responder sua pergunta com outra e para não estragar meu sábado com as baboseiras dele, continuei seguindo meu caminho. 

— Outra assistente? 

— Ah! Isso? Bom, não se preocupe, já consegui uma — tentei sair, mas segurou meu braço —, me solta! Sabe que não gosto dessa aproximação.

— Desculpa! — me soltou e ficou na minha frente me impedindo de entrar na casa — Quem é? Digo, pegou alguma, de outro setor? 

— Isso não é da sua conta! — esclareci, pois ele tem uma mania muito feia de ficar xeretando minha área — As que arrumou só me deram trabalho, agora me dá licença. 

Tentei mais uma vez e me impediu. Respirei fundo, pois ia passar a todo custo, mas minha visão foi além e vi meu pai.

— Crianças, para melhorar meu dia só falta a Antonella. — veio falar comigo e Thiago se afastou — Não me digam que estão falando da empresa? Se tiver, vão embora!

Em um tom brincalhão nos expulsou. 

— Quanto a Antonella, tenho uma ótima notícia — ia contar quando Thiago me segurou pelo braço mais uma vez e levou um tapa por causa disso.

— Pai! Você viu? — meu pai negou com a cabeça.

— Estou quase cego para seus Dramas Thiago, não sei a quem você puxou — nos deu as costas para brigarmos em paz — Quando terminarem estarei na cozinha. Gilda fez um ótimo almoço, então não demorem.

— Se eu tentar passar por essa porta mais uma vez e entrar no meu caminho, vou te bater com força. — o ameacei em vão, visto que colocou a mão no umbral me impedindo — Thiago!

— O que tem a Antonella?

— Está vindo de vez para casa, vai cuidar do nosso pai, já que vivemos para a empresa. — esclareci amigavelmente — agora respondendo sua pergunta, não que eu deva! Minha nova assistente vem com ela. 

— Como assim? — bufei e passei por ele — Thom!

— Porra! Você é chato.  — segui para a cozinha e vi Gilda conversando com meu pai — Gil, tem o que para o almoço?

— Fiz cordeiro, purê e salada. — fui até ela para apertar sua mão — como você está meu menino? Já arrumou alguém?

— Não e nem vou. — cortei logo essa assunto, por essa velha ser chata com isso de me arrumar alguém — Pai, quero conversar contigo.

— Senta aqui. — me juntei a ele na mesa.

— Preciso entender, como trabalharei em harmonia com os americanos? Eles se acham os donos do mundo e não gosto disso. — entramos nesse assunto até Gil nos convocar para almoçar — Farei o que me instruiu.

— Faça! Assim vão entender quem está no controle. — quando nos sentamos à mesa o assunto mudou para minha irmã — Que notícia maravilhosa.

— Ela cogita ocupar alguma área da empresa? — foi Thiago a me questionar — Já tenho que dividir contigo!

 — Sua ambição me assusta meu filho, o tamanho desse império dá para vocês três! Antonella vai ocupar o setor dela, vou me encarregar disso. — meu pai confirmou algo que tenho certeza que acontecerá.

— Pai, acho mais que justo! Antonella deve ocupar o cargo de COO. — Thiago torceu o nariz ganhando nossa atenção — O que foi?

— Nada, você tem razão, vai desafogar o peso nos nossos ombros. — preferi me calar, já que seu comportamento invejoso me irrita — Thom, o que aconteceu com a sua assistente, só esse ano já é a terceira.

— As que me arruma sempre me dão dor de cabeça. Não podem viajar, não fala determinado idioma ou tem o hábito de limparem a caixa de e-mail.  — esclareci o motivo pelo qual as três foram demitidas — Essa foi a Antonella quem me arrumou, vem da Grécia junto com ela amanhã. Fala 5 idiomas e tem formação no meio empresarial, foi sua aluna preferida, por isso indico-me.

— Ela se apaixonou pela aluna? — meu pai questionou.

— Não, fiquei sabendo que tem um noivo. Antonella queria colocá-la como estagiária, mas já fechou as vagas deste ano. — compartilhei o que sei enquanto junto meus talheres no centro do prato — Como preciso de alguém que saiba trabalhar e não me dê dor de cabeça, vou ficar com ela, quando abrir as vagas para estágio a encaixo no treinamento. Creio que deve sonhar com um cargo corporativo. Se for uma boa assistente, aproveitarei e ensinarei como lidar com os leões.

— Posso dar um jeito de colocá-la comigo, lembro-me que disse que as últimas estavam te assediando. — neguei com  a cabeça, visto que não vou retroceder no meu combinado com Antonella — Por que não?

— Dei minha palavra, a nossa irmã e sabe que não retrocedo. Essa jovem foi um achado! Fala 5 idiomas mais o nativo, não vou perder minha nova assistente.  — afirmei e dei o assunto por encerrado.

Voltamos a falar de coisas aleatórias e ao anoitecer fui para casa.

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