Cap. 3

DIA SEGUINTE | ATENAS/GRÉCIA

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Ontem tive uma noite inesquecível com Érico e um casal de amigos, saímos para jantar e conversamos sobre nosso casamento que acontecerá daqui a dois meses. Girei na cama e admirei seu semblante calmo, dormindo ao meu lado.

Olhei as horas no telefone dele e algo me chamou atenção. Uma mensagem junto a um coraçãozinho. O estranho é que quem mandou foi seu colega da faculdade, Daniel. 

Respirei fundo, pois fui tomada pela curiosidade e abri a mensagem.

Ontem 19:00 

Nos vemos outro dia. Sairei com a Belle hoje!

Hoje 07:40

❤️Vamos nos ver hoje? Estou com saudades!

Liguei para o Dani, porque tenho certeza que mandou mensagem para o número errado e não perderei a oportunidade de fazer uma piada com ele, já que estávamos juntos ontem e ele jurou que não era apaixonado pela namorada, assim que ela saiu para ir ao banheiro.

— Já chegou em casa? — a voz da Melissa entrou na linha — Descansa que hoje é minha vez de dormir contigo. Agora estou indo lá na Belle, perguntarei como foi o jantarzinho de vocês. Não sei como consegue fingir amar essa maluca, Érico! Ela me disse que minha roupa de madrinha será na cor violeta, como você aceita isso? Se fosse comigo usaria verde oliva, iria combinar muito bem com meus olhos verdes, você não acha?

Desliguei e coloquei seu telefone no lugar. Chocada, segui para o banheiro de modo a tomar um banho e tentar digerir o que acabei de descobrir.

— Como eles foram capazes de fazer isso comigo? — enfurecida, esbravejei.

— Amor! Cadê você? — informei que no banho — Vou entrar contigo.

— Não!

— Claro que sim. Vou só colocar a água do café no fogo.

— Estou… minha menstruação desceu! Não entre aqui.  — menti para poder pensar em algo.

Não darei o gostinho de que me veja chorando.

— Graças a Deus! Ontem você estava afoita e não nos prevenimos, ia comprar uma pílula, já que desceu, tudo certo. — mordi minha mão para conter meu grito — vou aqui embaixo comprar um pão, já volto.

— Ta! — não demorou, escutei a porta sendo aberta e logo fechada — Filho da puta, miserável.

Terminei meu banho e fui atrás de uma roupa. Coloquei um conjunto de moletom e voltei para arrumar o quarto. Alguém bateu na porta e fui ver que é. 

— Oie! Me conta como foi o jantar. — engoli minha raiva, pois não vou dar a ela o prazer de tentar me humilhar por ser uma corna da história.

— Foi ótimo. — curta e grossa, informei — Melissa, planejo ficar em clima de casal com Érico, só nos dois!

— Ué! Ele está aqui? — tentou entrar e não deixei.

— Foi comprar pão, ainda estamos sob clima da noite maravilhosa que tivemos, então, quando ele for embora amanhã, eu te ligo, ok? — questionei tentando fechar a porta.

— Hum! Então a noite foi boa? — disse que sim — tá, amanhã nos vemos então.

Fechei a porta e fui para o banheiro gritar. 

— Não vou passar por esse inferno de questionamento de pôr que me traiu, fez porque quis e não vou perder meu tempo ouvindo desculpas! — fui passar o café e meu telefone tocou — Professora Antonella!

Deslizei a tela e levei o telefone ao ouvido. 

— Oi, desculpe o horário em pleno domingo, Cibele. Lembra que me disse estar disposta a fazer um estágio?

— Sim! Só que não quero nada pela Grécia, professora! Cansei desse lugar e das pessoas que… — a realidade me atingiu e comecei a chorar.

— O que aconteceu? — considerei contar a ela, mas Érico voltou todo sorridente.

— Me passa seu endereço! Posso ir aí agora mesmo e conversamos melhor, o que me diz? — perguntei na esperança que aceite.

— Vou te mandar por mensagem, vem, que talvez eu possua uma passagem só de ida para seu sonho. Te observei durante esse último ano e se mostrou ótima para lidar com o meio empresarial, Cibele. Tenho uma grande oportunidade para você na empresa da minha família.

— Em uma hora estarei aí. — Érico me olhou com uma cara estranha e  ignorei sua feição de idiota filho da puta — Beijos, até logo.

Nos despedimos e me sentei no sofá para dar fim a esse relacionamento que até ontem para mim era perfeito.

— Pensa que vai aonde? Hoje completamos 4 anos juntos e 1 de noivado, Belle! Não deixarei que vá a lugar nenhum! — minhas lágrimas transbordaram — Ei! Trouxe o chocolate que você adora, amor.

— Acabou! Eu sei de tudo. — vi sua face ficar pálida — me poupe das desculpas. 

— Deixe-me explicar… — levantei a mão para silenciá-lo — Não! As coisas vão seguir como planejado e vamos nos casar, não faça isso com a gente!

— Não quero desculpas, muito menos que seja um filho da puta além do que já é e venha com esse papo de não faça isso ou aquilo! — sussurrei contendo minha vontade de gritar — Não tenho culpa dos seus erros! Se tudo está escapando por entre seus dedos, foi somente por culpa sua! Nunca te trai, se quer olhei para o lado, Érico! Acreditei que nosso relacionamento era saudável e feliz, mas…

— Eu… eu! Foi sem significado! Juro, não foi nada previsto Belle, não estraga isso, meus pais te amam, eu te amo e só foi sexo. — limpei minhas lágrimas, porque odeio chorar na frente dos outros — Não chora, a gente planejou tudo, amor, nossa lua-de-mel na Itália, lembra? 

— Chega dessa conversa!  

— Como você descobriu? — olhei para ele chocada — Faz assim, vou para casa e amanhã conversamos, não vou desistir da gente. 

— Vai! Me deixe pensar. — pedi me ponderando.

Esperei ele pegar as coisas e sair para chorar em privacidade.

— Não tem mais volta! — murmurei decidida.

Chorando, troquei de roupa e chequei o endereço da professora. 

— Não fui a idiota aqui, me doei para esse relacionamento de coração, o burro é ele por estraga tudo. — catei as chaves do carro e segui para o centro.

No caminho, olhei as ruas de Atenas com a certeza que nada mais me prendia aqui e se o emprego for para Alasca vou sem pensar duas vezes.

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