DIA SEGUINTE | ATENAS/GRÉCIA
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Ontem tive uma noite inesquecível com Érico e um casal de amigos, saímos para jantar e conversamos sobre nosso casamento que acontecerá daqui a dois meses. Girei na cama e admirei seu semblante calmo, dormindo ao meu lado.
Olhei as horas no telefone dele e algo me chamou atenção. Uma mensagem junto a um coraçãozinho. O estranho é que quem mandou foi seu colega da faculdade, Daniel.
Respirei fundo, pois fui tomada pela curiosidade e abri a mensagem.
Ontem 19:00
Nos vemos outro dia. Sairei com a Belle hoje!
Hoje 07:40
❤️Vamos nos ver hoje? Estou com saudades!
Liguei para o Dani, porque tenho certeza que mandou mensagem para o número errado e não perderei a oportunidade de fazer uma piada com ele, já que estávamos juntos ontem e ele jurou que não era apaixonado pela namorada, assim que ela saiu para ir ao banheiro.
— Já chegou em casa? — a voz da Melissa entrou na linha — Descansa que hoje é minha vez de dormir contigo. Agora estou indo lá na Belle, perguntarei como foi o jantarzinho de vocês. Não sei como consegue fingir amar essa maluca, Érico! Ela me disse que minha roupa de madrinha será na cor violeta, como você aceita isso? Se fosse comigo usaria verde oliva, iria combinar muito bem com meus olhos verdes, você não acha?
Desliguei e coloquei seu telefone no lugar. Chocada, segui para o banheiro de modo a tomar um banho e tentar digerir o que acabei de descobrir.
— Como eles foram capazes de fazer isso comigo? — enfurecida, esbravejei.
— Amor! Cadê você? — informei que no banho — Vou entrar contigo.
— Não!
— Claro que sim. Vou só colocar a água do café no fogo.
— Estou… minha menstruação desceu! Não entre aqui. — menti para poder pensar em algo.
Não darei o gostinho de que me veja chorando.
— Graças a Deus! Ontem você estava afoita e não nos prevenimos, ia comprar uma pílula, já que desceu, tudo certo. — mordi minha mão para conter meu grito — vou aqui embaixo comprar um pão, já volto.
— Ta! — não demorou, escutei a porta sendo aberta e logo fechada — Filho da puta, miserável.
Terminei meu banho e fui atrás de uma roupa. Coloquei um conjunto de moletom e voltei para arrumar o quarto. Alguém bateu na porta e fui ver que é.
— Oie! Me conta como foi o jantar. — engoli minha raiva, pois não vou dar a ela o prazer de tentar me humilhar por ser uma corna da história.
— Foi ótimo. — curta e grossa, informei — Melissa, planejo ficar em clima de casal com Érico, só nos dois!
— Ué! Ele está aqui? — tentou entrar e não deixei.
— Foi comprar pão, ainda estamos sob clima da noite maravilhosa que tivemos, então, quando ele for embora amanhã, eu te ligo, ok? — questionei tentando fechar a porta.
— Hum! Então a noite foi boa? — disse que sim — tá, amanhã nos vemos então.
Fechei a porta e fui para o banheiro gritar.
— Não vou passar por esse inferno de questionamento de pôr que me traiu, fez porque quis e não vou perder meu tempo ouvindo desculpas! — fui passar o café e meu telefone tocou — Professora Antonella!
Deslizei a tela e levei o telefone ao ouvido.
— Oi, desculpe o horário em pleno domingo, Cibele. Lembra que me disse estar disposta a fazer um estágio?
— Sim! Só que não quero nada pela Grécia, professora! Cansei desse lugar e das pessoas que… — a realidade me atingiu e comecei a chorar.
— O que aconteceu? — considerei contar a ela, mas Érico voltou todo sorridente.
— Me passa seu endereço! Posso ir aí agora mesmo e conversamos melhor, o que me diz? — perguntei na esperança que aceite.
— Vou te mandar por mensagem, vem, que talvez eu possua uma passagem só de ida para seu sonho. Te observei durante esse último ano e se mostrou ótima para lidar com o meio empresarial, Cibele. Tenho uma grande oportunidade para você na empresa da minha família.
— Em uma hora estarei aí. — Érico me olhou com uma cara estranha e ignorei sua feição de idiota filho da puta — Beijos, até logo.
Nos despedimos e me sentei no sofá para dar fim a esse relacionamento que até ontem para mim era perfeito.
— Pensa que vai aonde? Hoje completamos 4 anos juntos e 1 de noivado, Belle! Não deixarei que vá a lugar nenhum! — minhas lágrimas transbordaram — Ei! Trouxe o chocolate que você adora, amor.
— Acabou! Eu sei de tudo. — vi sua face ficar pálida — me poupe das desculpas.
— Deixe-me explicar… — levantei a mão para silenciá-lo — Não! As coisas vão seguir como planejado e vamos nos casar, não faça isso com a gente!
— Não quero desculpas, muito menos que seja um filho da puta além do que já é e venha com esse papo de não faça isso ou aquilo! — sussurrei contendo minha vontade de gritar — Não tenho culpa dos seus erros! Se tudo está escapando por entre seus dedos, foi somente por culpa sua! Nunca te trai, se quer olhei para o lado, Érico! Acreditei que nosso relacionamento era saudável e feliz, mas…
— Eu… eu! Foi sem significado! Juro, não foi nada previsto Belle, não estraga isso, meus pais te amam, eu te amo e só foi sexo. — limpei minhas lágrimas, porque odeio chorar na frente dos outros — Não chora, a gente planejou tudo, amor, nossa lua-de-mel na Itália, lembra?
— Chega dessa conversa!
— Como você descobriu? — olhei para ele chocada — Faz assim, vou para casa e amanhã conversamos, não vou desistir da gente.
— Vai! Me deixe pensar. — pedi me ponderando.
Esperei ele pegar as coisas e sair para chorar em privacidade.
— Não tem mais volta! — murmurei decidida.
Chorando, troquei de roupa e chequei o endereço da professora.
— Não fui a idiota aqui, me doei para esse relacionamento de coração, o burro é ele por estraga tudo. — catei as chaves do carro e segui para o centro.
No caminho, olhei as ruas de Atenas com a certeza que nada mais me prendia aqui e se o emprego for para Alasca vou sem pensar duas vezes.
Cibele FlorosCASA DA ANTONELLA | 09:00 · • • • • • • · ·Liguei para avisar que estava na frente do seu prédio e minha entrada foi liberada.Segui suas instruções e fui até o quinto andar, quando as portas do elevador foram abertas, ela estava à minha espera.— O que aconteceu? — cautelosa como sempre, veio me dar um abraço.— Descobri que meu noivo é um filho da puta e a pessoa que acreditei ser minha amiga é uma vadia desgraçada. — resumi o máximo que pude. — Bom, vamos falar de possibilidades, o que me diz? — concordei sendo guiada para seu apartamento luxuoso demais para uma professora de faculdade pública — Vamos à cozinha que prepararei um chá.Durante o preparo da bebida, colocou uns biscoitinhos que derretem na boca e duas xícaras vazias na mesa.— Vamos falar do futuro, depois você me conta o motivo desses olhos vermelhos. — veio com uma chaleira fumegante e se sentou à minha frente — Meu irmão do meio, Thomás, está a procura de uma assistente pessoal, estou proibida de fa
Cibele FlorosCASA DA CIBELE | 16:00 · • • • • • • · ·Acordei com o despertador e fui tomar um banho, quando finalizei o barulho de uma mensagem apitou no meu telefone e fui ver quem é e era Antonella.Hoje 16:00 Vem para minha casa, sairemos juntas daqui. - AntonellaOk, Já estou pronta, chego aí em 30 minutos - CibeleVem de táxi, deste modo seu carro não fica na rua. - AntonellaBoa ideia, obrigada e até logo. - CibeleLarguei o celular e terminei de me arrumar. Faltavam 40 minutos, me sentei na minha pequena sala e puxei pela memória todas as lembranças que vivi aqui junto ao Érico e a peçonhenta, da Melissa. — Vou colocar essa casa à venda assim que me estabilizar na Itália, não quero sequer lembrar que já vivi um amor aqui nesse lugar — murmurei deixando algumas lágrimas rolarem — Adeus, Atenas!Peguei minhas malas e fui para o elevador. Passei na portaria para avisar que estou indo embora e que em alguns meses volto para buscar meu carro e colocar meu apartamento à venda.
Cibele FlorosFLORENÇA/ITÁLIA | 19:00 · • • • • • • · ·— Seja bem-vinda, Cibele. — o meu novo senhorio me cumprimentou. Me despedi brevemente da Antonella com a certeza de que nos veremos amanhã na empresa, a própria falou que faz questão de estar presente quando eu iniciar o trabalho.— Até amanhã, vou te passar o endereço direitinho por mensagem — fiquei de acordo —, por favor, não se atrase, tem que deixar uma boa impressão no primeiro dia. Thomás é extremamente chato com isso e se tem uma coisa que não atura é atrasos.— Pode deixar! Amanhã às 7 estarei na porta da empresa. — fiquei admirando o carro ganhar velocidade nas ruas de Florença e quando sumiu de vista me voltei para o senhor à minha frente.— Vamos, vou te ajudar a subir com as suas malas. — agradeci e juntos fomos para o elevador — Espero que goste. Até tenho um apartamento todo mobiliado, mas já foi alugado.— Não se preocupe, logo estarei mobiliando esse aqui, muito obrigada por me ajudar. — peguei meu telefone
Thomás CaputoSEGUNDA-FEIRA | 06:00 · • • • • • • · ·Despertei no meu horário habitual e rapidamente mandei uma mensagem de feliz aniversário para o meu pai e confirmei a minha presença para o jantar. Hoje tenho duas reuniões muito importantes, se não fosse isso partiria para sua casa agora mesmo. Ontem fui a um baile beneficente e acabei saindo de lá com uma mulher muito bonita e por opção dela, fui para sua casa, porque não queria ser vista entrando em um motel. Não discuti, o desejo que rolou entre a gente foi maior que qualquer objeção.— A noite estava propicia para um sexo bem gostoso, mas assim como as outras, essa não diferiu e fez a mesma pergunta. — respirei fundo me recordando do fim de noite corriqueiro — o questionamento é sempre o mesmo: por que você não tirou a roupa? Para não pensar na parte frustrante do fim da noite de ontem, segui para o banheiro e me despi.— É por isso que não tiro o caralho da roupa na frente de ninguém! — exclamei trocando minha prótese —
Thomás Caputo Connessione incorporata | 08:00 · • • • • • • · ·Enumerei todas as minhas prioridades como me sugeriu e foquei em tentar recuperar o contrato do meu drive. Cibele não me pediu ajuda em nenhum momento demonstrando ter muita confiança e isso me deixou desconfiado. Acredito que esteja fingindo estar trabalhando, visto que é impossível alguém no primeiro dia de trabalho conseguir dominar tão bem suas funções em um território totalmente novo.— Bom dia! — suspendi o olhar e vi Thiago parado na minha porta. O que me incomodou um pouco, porque seu olhar caiu sobre Cibele e não foi de um jeito comum, conheço muito bem o meu irmão e esse sorrisinho ridículo me diz muita coisa— Posso ajudar em alguma coisa? — ela se levantou e foi atendê-lo na porta, acabei tendo a mesma atitude e me juntei a eles — o Sr. Caputo está resolvendo algumas pendências que exigem muito do seu tempo, se eu puder te ajudar fique à vontade e diga o motivo da sua visita. — Desejo um café, tome aqui —
Thomás CaputoAproveitei que ainda não voltou do banheiro para fazer uma, analise sobre ela.Cibele é bem magrinha e não aparenta ter 25 ou 26 anos, só que é impossível terminar a faculdade antes disso, ainda mais que esses jovens adoram festas e baladas e mesmo que somente a formação dure de 24 a 28 meses, deve ter feito a graduação avançada para querer um estágio conosco. — Sei lá, talvez eu esteja imaginando coisas — pensei alto —, acho melhor conversar com ela para ter certeza. Endireitei minha postura quando se aproximou. — Pronta? — disse que sim e voltou a se sentar — Primeiro, quantos anos você tem?— Vinte e três. — neguei com a cabeça — Sim! Tenho como provar.— Não é possível, como finalizou a faculdade aos 23 anos? Na minha época levei 4, por gostar da esbórnia! — Sou diferente do senhor, meu foco era a conclusão, iniciei a faculdade com 17 anos, em razão de ser muito avançada, o que atualmente chamam de criança prodígio. Já ingressei na universidade falando inglês, e
Thomás Caputo Connessione incorporata | 09:40 · • • • • • • · ·Quando voltamos para a sala, fui buscar um copo d'água para ela. — Vou entender perfeitamente se não quiser mais os meus serviços. — começou a chorar novamente.— Vem cá, vamos nos sentar ali. — convoquei-a para o sofá e abraçando a bolsa se sentou toda encolhida — O que aconteceu?— Eu… — puxou o ar com exagero e me encarou com seus olhos castanhos avermelhados —, me desculpa.— Pelo quê? Já que posso enumerar a quantidade de coisas que fez comigo que com toda certeza deve me pedir desculpas. — fui sarcástico e ganhei uma gargalhada totalmente fora de hora — virei uma piada para você?— Desculpa, por tudo que fiz e pela risada desnecessária também — vi relaxar os ombros e me recostei — Sou muito ingênua, acreditei que quando falou que queria ficar comigo era no sentido malicioso. — Hum? — essa informação me pegou desprevenido — Olha, isso nunca vai acontecer, Cibele. Pode ficar despreocupada, nosso relacionamento s
Cibele Floros Connessione incorporata | 11:00 · • • • • • • · · Fiz questão de acompanhá-los até o elevador. Durante a breve conversa que tive com os familiares do Thomás fiquei extremamente encantada pela Gilda que é a empregada da família, dei boas risadas com o senhor Tierry falando dos filhos e da personalidade de cada um deles, confesso que achei estranho dizer que dos três Thomás é o mais romântico e protetor. — Foi um grande prazer te conhecer minha filha, obrigado pelo chá, estava maravilhoso. — Disponha. — Depois te ligo. — Antonella quem falou e me deu um abraço. Dei um abraço na Gil e o caçula da família me deu um sorrisinho ridículo, mas fui educada e retribui o gesto. — Vão com Deus. — fiquei até a porta do elevador se fechar — Bom, deixe-me voltar para aquele contrato, ainda faltam três cláusulas para finalizar as minhas sugestões de alteração. Quando entrei na sala, Thomás já estava sentado em sua cadeira. Fui para junto dele com a finalidade de explicar o