Visão do mafioso Marrony Mackoy.Isso não pode estar acontecendo comigo! Puta que pariu! Resmungo mentalmente.— Encontre aquele filho da puta do Marrento, tenho certeza de que ele tem tudo a ver com esse roubo — rosno exasperado para os meus homens. Bando de imbecis! Caralho, são milhões em dólares levados daquele caminhão!— Fabricy, junte seus homens, procurem por toda a cidade, encontre aquele desgraçado e o traga vivo ou morto — berro com impaciência e logo os homens saem das minhas vistas.Passo a tarde trancado em meu escritório, bebendo o meu melhor uísque e devorando uma carteira de cigarros. Preciso encontrar essas drogas antes que Kalel apareça para buscá-las. Comprar uma briga com o grupo Scorpions não é a melhor coisa do mundo. Se chegar o momento da entrega e eu não cumprir com a minha parte, o inferno cairá sobre à terra. Respiro fundo, inclinando a cabeça e a apoio no encosto da cadeira, encarando o teto em seguida. Fecho os meus olhos e tento me desligar desses maldi
MarrentoSinto os primeiros raios de sol bater suaves em meu rosto. Abro os meus olhos e me deparo com a linda morena adormecida ao meu lado na cama. Suas pernas estão enroscadas nas minhas e seu braço está em meu peitoral. Seus cabelos, agora um pouco maiores, então espalhados pelo seu rosto e travesseiros. Observo seus cílios escuros, as sobrancelhas bem-feitas e sua boca carnuda e rosada, e suspiro baixinho. Acabei de perceber que amo cada detalhe dessa linda mulher. Levo uma mão cuidadosamente ao seu rosto e ajeito alguns fios escuros, arrumando-os em seus devidos lugares e fico aqui quietinho, apenas admirando a minha garota por sabe Deus por quanto tempo. Meu coração chega a bater fora do ritmo e sinto algo diferente acontecer dentro de mim. Uma vontade sem sentido de sorri e me deixo levar por esse riso bobo. Com um suspiro, ergo o meu corpo devagar e vou para mais perto dela. Começo a dar beijos suaves em sua testa e desço pelo nariz. Pulo para as maçãs do seu rosto e chego ao
Marrento — Você não entendeu, Alex — diz, parando o nosso beijo e segura o meu rosto entre as suas mãos. — Eu quero muito isso — confessa, fazendo o meu coração bater como um louco. — Mas, o Marrony nunca permitiria que isso acontecesse com as garotas do prostíbulo. Semicerro os olhos. Estou confuso de novo. O que porra Marrony tem a ver com tudo isso, com essa conversa? — Ele nos obrigava a tomar uma injeção para evitar os bebês e ela tem a duração de seis meses. No meu caso, estou livre por dois meses ainda — explica. — Então o fato de você esquecer a camisinha não vai me fazer engravidar. Não agora. — Ah! — É tudo que consigo dizer no momento. Por um instante, cheguei a cogitar esse filho e senti-me esperançoso. Contudo, dou de ombros. Talvez seja melhor assim. Talvez ainda não estejamos preparados para esse momento. Eu a beijo novamente, cada pedacinho do seu corpo e tornamos a fazer amor. Aguardo Fabi sair do banheiro, porém, já tem algum tempo que ela está lá dentro. Dessa vez
Marrento — Alex, está dormindo?— Não — digo encarando o teto do meu quarto. Ela suspira baixinho.— Quando eu estava lá no clube, aconteceram algumas coisas. — Ela começa a dizer. Olho para Fabi por longos segundos esperando-a continuar. Ela está de costas para mim.— Que tipo de coisas? — inquiro já que permanece silenciosa. Viro-me de lado na cama, levando o braço a sua cintura, ficando de conchinha e esfrego o meu nariz em seus cabelos, na altura da sua nuca. E sussurro perto do seu ouvido em seguida.— Já ouviu falar em um tal de Marrento? — indaga e reteso na mesma hora. Ela se mexe na cama e fica de frente para mim. Os olhos negros prendem os meus com uma profundidade incrível e eu puxo a respiração com força, porque é difícil respirar com tamanha intensidade. Ela respira fundo. — Teve um dia que Marrony queria que eu dissesse quem era ele. — Abro um sorriso forçado. E se eu contar sobre o meu passado e ela resolver me deixar? Não foi diferente com a Jasmine. Com certeza ela
Fabi Momentos antes do encontro de Fabi...Assisto o Alex sair para mais um dia de trabalho pela janela do nosso quarto. Nosso quarto. É tão estranho dizer isso. Pego-me sorrindo. Outro dia, ele disse para a sua secretária que éramos namorados, aquilo me encheu de uma alegria que me deixou sem ação. Namorados. Sinto-me mais que isso, é como se já fizesse parte dele e ele de mim. Os filhotes estão dormindo dentro dos seus cestos que fica no cantinho do nosso quarto. Não tenho muito o que fazer aqui. Anita está ocupada em algum canto dessa casa, e eu estou a esmo. Desde que voltei, não tenho feito a minha função de trabalhar com sua agenda social. Com um suspiro baixo saio do quarto a procura de Hermes, o meu segurança. Preciso fazer uma coisa, e Alex me pediu para não sair sozinha de casa por nada desse mundo.— Senhorita Fabiana, precisa de algo? — Ele pergunta assim que chego do lado de fora. Solto mais um suspiro, encarando o homem extremamente alto e moreno na minha frente.— Pode
Fabi — De que horas é o embarque? — Alex pergunta ansioso em meio a conversa animada na mesa.A meu pedido e com a insistência de Alex, Anita e Danilo passaram a comer conosco na mesa, como uma verdadeira família. Isso me faz recobrar valores antigos, valores que aprendi com meus pais.— Daqui a duas horas. Já deixei algumas ordens com os empregados e ensinei a Fabi como deve resolver as coisas de casa. — Ela diz orgulhosa. Alex assente, levando uma porção de salada a boca e me lança um olhar indecifrável. Penso no que está se passa em sua cabeça? Quando o almoço termina, Alex e Danilo se afastam para uma conversa no escritório da casa e eu vou ajudar Anita com suas malas. Eles terão trinta dias em um passeio de navio pelo estado do Rio Grande do Sul, enquanto cuido dos meninos e da menina da casa. Um presente escolhido pelo Alex para os dois. — Estamos indo, e vocês dois tenham juízo. — Ela ralha, fechando o zíper da mala. Sorrio. O que ela pensa que vamos fazer? Anita vem até mim
Fabi Algumas horas depois… Antes de sair do quarto dou mais uma olhada no meu visual. Pela primeira vez na vida estou me preocupando em ficar linda para alguém e espero realmente que ele se agrade da minha escolha. Um vestido branco com estampas florais azuis e verdes, um cinto largo da cor da estampa e sapatilhas confortáveis pretas. Meus cabelos estão soltos e já estão chegando quase a altura dos ombros. Sorrio satisfeita para o que vejo. Agora quero que eles cresçam e fiquem como eram antes. Penso e pego o pincel largo, e passo rapidamente nas maçãs do meu rosto. Respiro fundo e aprecio meu novo look. E assim que chego a sala, Mia, Raj e Kim me saúdam com seus latidos animados. É a primeira vez que saio a passeio sem levá-los comigo. Agacho-me perto dos meus filhotes e afago seus pelos claros, recebendo beijinhos com lambidas eufóricas em troca. A porta do escritório da casa se abre e Hermes passa por ela com um ar sério e profissional de sempre. Ele me dá um aceno sutil de cabeç
FabiÀs vezes eu me pergunto por que as coisas aconteceram assim? Como seria a minha vida se meus pais não tivessem morrido? Se a família Mackoy não tivesse surgido? Se o meu pai não fosse um policial? Ou… se simplesmente Olavo Rios não tivesse dedurado o meu pai? Suspiro. Já tem algum tempo que estou aqui no escritório do Alex, sentada no chão, encarando as imagens e os papéis que ele me entregou, depois da nossa conversa nada agradável no quarto. Ele passou três meses vigiando o homem e investigando a sua vida de perto. O dia já está amanhecendo e eu não consegui dormir. Enquanto Alex falava comigo sobre Olavo Rios, eu só conseguia visualizar uma única cena na minha frente… o massacre da minha família, os meus gritos e choros. Respiro fundo e pego mais uma vez o relatório da vida de Olavo Rios para ler pela décima vez.✓Olavo Rios.* Idade: 56 anos.* Profissão: Agente da polícia federal, casado a trinta anos. Pai de três filhos, dois netos e multimilionário.Esposa: Helena Rios.I