Marrento — Você não entendeu, Alex — diz, parando o nosso beijo e segura o meu rosto entre as suas mãos. — Eu quero muito isso — confessa, fazendo o meu coração bater como um louco. — Mas, o Marrony nunca permitiria que isso acontecesse com as garotas do prostíbulo. Semicerro os olhos. Estou confuso de novo. O que porra Marrony tem a ver com tudo isso, com essa conversa? — Ele nos obrigava a tomar uma injeção para evitar os bebês e ela tem a duração de seis meses. No meu caso, estou livre por dois meses ainda — explica. — Então o fato de você esquecer a camisinha não vai me fazer engravidar. Não agora. — Ah! — É tudo que consigo dizer no momento. Por um instante, cheguei a cogitar esse filho e senti-me esperançoso. Contudo, dou de ombros. Talvez seja melhor assim. Talvez ainda não estejamos preparados para esse momento. Eu a beijo novamente, cada pedacinho do seu corpo e tornamos a fazer amor. Aguardo Fabi sair do banheiro, porém, já tem algum tempo que ela está lá dentro. Dessa vez
Marrento — Alex, está dormindo?— Não — digo encarando o teto do meu quarto. Ela suspira baixinho.— Quando eu estava lá no clube, aconteceram algumas coisas. — Ela começa a dizer. Olho para Fabi por longos segundos esperando-a continuar. Ela está de costas para mim.— Que tipo de coisas? — inquiro já que permanece silenciosa. Viro-me de lado na cama, levando o braço a sua cintura, ficando de conchinha e esfrego o meu nariz em seus cabelos, na altura da sua nuca. E sussurro perto do seu ouvido em seguida.— Já ouviu falar em um tal de Marrento? — indaga e reteso na mesma hora. Ela se mexe na cama e fica de frente para mim. Os olhos negros prendem os meus com uma profundidade incrível e eu puxo a respiração com força, porque é difícil respirar com tamanha intensidade. Ela respira fundo. — Teve um dia que Marrony queria que eu dissesse quem era ele. — Abro um sorriso forçado. E se eu contar sobre o meu passado e ela resolver me deixar? Não foi diferente com a Jasmine. Com certeza ela
Fabi Momentos antes do encontro de Fabi...Assisto o Alex sair para mais um dia de trabalho pela janela do nosso quarto. Nosso quarto. É tão estranho dizer isso. Pego-me sorrindo. Outro dia, ele disse para a sua secretária que éramos namorados, aquilo me encheu de uma alegria que me deixou sem ação. Namorados. Sinto-me mais que isso, é como se já fizesse parte dele e ele de mim. Os filhotes estão dormindo dentro dos seus cestos que fica no cantinho do nosso quarto. Não tenho muito o que fazer aqui. Anita está ocupada em algum canto dessa casa, e eu estou a esmo. Desde que voltei, não tenho feito a minha função de trabalhar com sua agenda social. Com um suspiro baixo saio do quarto a procura de Hermes, o meu segurança. Preciso fazer uma coisa, e Alex me pediu para não sair sozinha de casa por nada desse mundo.— Senhorita Fabiana, precisa de algo? — Ele pergunta assim que chego do lado de fora. Solto mais um suspiro, encarando o homem extremamente alto e moreno na minha frente.— Pode
Fabi — De que horas é o embarque? — Alex pergunta ansioso em meio a conversa animada na mesa.A meu pedido e com a insistência de Alex, Anita e Danilo passaram a comer conosco na mesa, como uma verdadeira família. Isso me faz recobrar valores antigos, valores que aprendi com meus pais.— Daqui a duas horas. Já deixei algumas ordens com os empregados e ensinei a Fabi como deve resolver as coisas de casa. — Ela diz orgulhosa. Alex assente, levando uma porção de salada a boca e me lança um olhar indecifrável. Penso no que está se passa em sua cabeça? Quando o almoço termina, Alex e Danilo se afastam para uma conversa no escritório da casa e eu vou ajudar Anita com suas malas. Eles terão trinta dias em um passeio de navio pelo estado do Rio Grande do Sul, enquanto cuido dos meninos e da menina da casa. Um presente escolhido pelo Alex para os dois. — Estamos indo, e vocês dois tenham juízo. — Ela ralha, fechando o zíper da mala. Sorrio. O que ela pensa que vamos fazer? Anita vem até mim
Fabi Algumas horas depois… Antes de sair do quarto dou mais uma olhada no meu visual. Pela primeira vez na vida estou me preocupando em ficar linda para alguém e espero realmente que ele se agrade da minha escolha. Um vestido branco com estampas florais azuis e verdes, um cinto largo da cor da estampa e sapatilhas confortáveis pretas. Meus cabelos estão soltos e já estão chegando quase a altura dos ombros. Sorrio satisfeita para o que vejo. Agora quero que eles cresçam e fiquem como eram antes. Penso e pego o pincel largo, e passo rapidamente nas maçãs do meu rosto. Respiro fundo e aprecio meu novo look. E assim que chego a sala, Mia, Raj e Kim me saúdam com seus latidos animados. É a primeira vez que saio a passeio sem levá-los comigo. Agacho-me perto dos meus filhotes e afago seus pelos claros, recebendo beijinhos com lambidas eufóricas em troca. A porta do escritório da casa se abre e Hermes passa por ela com um ar sério e profissional de sempre. Ele me dá um aceno sutil de cabeç
FabiÀs vezes eu me pergunto por que as coisas aconteceram assim? Como seria a minha vida se meus pais não tivessem morrido? Se a família Mackoy não tivesse surgido? Se o meu pai não fosse um policial? Ou… se simplesmente Olavo Rios não tivesse dedurado o meu pai? Suspiro. Já tem algum tempo que estou aqui no escritório do Alex, sentada no chão, encarando as imagens e os papéis que ele me entregou, depois da nossa conversa nada agradável no quarto. Ele passou três meses vigiando o homem e investigando a sua vida de perto. O dia já está amanhecendo e eu não consegui dormir. Enquanto Alex falava comigo sobre Olavo Rios, eu só conseguia visualizar uma única cena na minha frente… o massacre da minha família, os meus gritos e choros. Respiro fundo e pego mais uma vez o relatório da vida de Olavo Rios para ler pela décima vez.✓Olavo Rios.* Idade: 56 anos.* Profissão: Agente da polícia federal, casado a trinta anos. Pai de três filhos, dois netos e multimilionário.Esposa: Helena Rios.I
Fabi— Ela está bem, senhor — diz, provavelmente está falando com o Alex sobre mim. Desvio o meu olhar e sigo para a cozinha, e lá encontro a minha paz. Anita me sorri quando entro no cômodo.— Bom dia, filha! — Forço um sorriso para ela.— Bom dia! Por que não me acordaram?— Alex pediu que a deixasse dormir, ele parecia agitado hoje. Não era nem cinco da manhã quando saiu para correr e só voltou perto das oito. Sei que está com problemas, porque ele só exagera na corrida para pensar — comenta atropelando as palavras. Assinto, sentando-me banquinho. Anita automaticamente me serve um copo de leite com biscoitos.— O almoço será servido em poucos minutos, então forre o estômago só para não perder o apetite.— Obrigada, Anita! — digo lhe dando vários beijos na bochecha, a fazendo rir.— Não dormiu bem, né? — inquire me avaliando. Suspiro de modo audível.— Tive alguns problemas de insônia — minto e ela assente.— Sei, não sou boba, Fabi, Danilo não me conta nada, mas sinto as coisas. Al
— Não tem cozinha — comento. Como cozinharemos aqui? Penso.— Não.— E não tem sala também.— Também não.— Só o quarto e o banheiro? — questiono, ainda meio perdida. Ele abre o sorriso.— É tudo o que precisamos, não é? — Consigo sentir a diversão em sua voz. Suspiro, sorrio e olho as portas duplas atrás dele.— O que tem atrás daquelas portas? — Ele segue o meu olhar.— Uma grande varanda. — Alex segue até as portas e as abre, me dando passagem. Oh, meu Deus!Aqui do terceiro andar é possível ver o oceano azul, de águas tranquilas e a piscina gigante de um ângulo magnífico. Não consigo evitar de olhar ao meu redor e de abrir um sorriso ainda mais a largo.— Uma rede? — Ele assente.— Que cabe duas pessoas, para se amarem sem medida — sugere, me deixando corada. — Vai tomar um banho, amor, e ponha um biquíni, nós almoçaremos lá embaixo e depois quero te levar a um lugar. — Eufórica e animada como nunca estive, eu o beijo rapidamente e corro para o banheiro.***Depois do almoço, como