Fabi — De que horas é o embarque? — Alex pergunta ansioso em meio a conversa animada na mesa.A meu pedido e com a insistência de Alex, Anita e Danilo passaram a comer conosco na mesa, como uma verdadeira família. Isso me faz recobrar valores antigos, valores que aprendi com meus pais.— Daqui a duas horas. Já deixei algumas ordens com os empregados e ensinei a Fabi como deve resolver as coisas de casa. — Ela diz orgulhosa. Alex assente, levando uma porção de salada a boca e me lança um olhar indecifrável. Penso no que está se passa em sua cabeça? Quando o almoço termina, Alex e Danilo se afastam para uma conversa no escritório da casa e eu vou ajudar Anita com suas malas. Eles terão trinta dias em um passeio de navio pelo estado do Rio Grande do Sul, enquanto cuido dos meninos e da menina da casa. Um presente escolhido pelo Alex para os dois. — Estamos indo, e vocês dois tenham juízo. — Ela ralha, fechando o zíper da mala. Sorrio. O que ela pensa que vamos fazer? Anita vem até mim
Fabi Algumas horas depois… Antes de sair do quarto dou mais uma olhada no meu visual. Pela primeira vez na vida estou me preocupando em ficar linda para alguém e espero realmente que ele se agrade da minha escolha. Um vestido branco com estampas florais azuis e verdes, um cinto largo da cor da estampa e sapatilhas confortáveis pretas. Meus cabelos estão soltos e já estão chegando quase a altura dos ombros. Sorrio satisfeita para o que vejo. Agora quero que eles cresçam e fiquem como eram antes. Penso e pego o pincel largo, e passo rapidamente nas maçãs do meu rosto. Respiro fundo e aprecio meu novo look. E assim que chego a sala, Mia, Raj e Kim me saúdam com seus latidos animados. É a primeira vez que saio a passeio sem levá-los comigo. Agacho-me perto dos meus filhotes e afago seus pelos claros, recebendo beijinhos com lambidas eufóricas em troca. A porta do escritório da casa se abre e Hermes passa por ela com um ar sério e profissional de sempre. Ele me dá um aceno sutil de cabeç
FabiÀs vezes eu me pergunto por que as coisas aconteceram assim? Como seria a minha vida se meus pais não tivessem morrido? Se a família Mackoy não tivesse surgido? Se o meu pai não fosse um policial? Ou… se simplesmente Olavo Rios não tivesse dedurado o meu pai? Suspiro. Já tem algum tempo que estou aqui no escritório do Alex, sentada no chão, encarando as imagens e os papéis que ele me entregou, depois da nossa conversa nada agradável no quarto. Ele passou três meses vigiando o homem e investigando a sua vida de perto. O dia já está amanhecendo e eu não consegui dormir. Enquanto Alex falava comigo sobre Olavo Rios, eu só conseguia visualizar uma única cena na minha frente… o massacre da minha família, os meus gritos e choros. Respiro fundo e pego mais uma vez o relatório da vida de Olavo Rios para ler pela décima vez.✓Olavo Rios.* Idade: 56 anos.* Profissão: Agente da polícia federal, casado a trinta anos. Pai de três filhos, dois netos e multimilionário.Esposa: Helena Rios.I
Fabi— Ela está bem, senhor — diz, provavelmente está falando com o Alex sobre mim. Desvio o meu olhar e sigo para a cozinha, e lá encontro a minha paz. Anita me sorri quando entro no cômodo.— Bom dia, filha! — Forço um sorriso para ela.— Bom dia! Por que não me acordaram?— Alex pediu que a deixasse dormir, ele parecia agitado hoje. Não era nem cinco da manhã quando saiu para correr e só voltou perto das oito. Sei que está com problemas, porque ele só exagera na corrida para pensar — comenta atropelando as palavras. Assinto, sentando-me banquinho. Anita automaticamente me serve um copo de leite com biscoitos.— O almoço será servido em poucos minutos, então forre o estômago só para não perder o apetite.— Obrigada, Anita! — digo lhe dando vários beijos na bochecha, a fazendo rir.— Não dormiu bem, né? — inquire me avaliando. Suspiro de modo audível.— Tive alguns problemas de insônia — minto e ela assente.— Sei, não sou boba, Fabi, Danilo não me conta nada, mas sinto as coisas. Al
— Não tem cozinha — comento. Como cozinharemos aqui? Penso.— Não.— E não tem sala também.— Também não.— Só o quarto e o banheiro? — questiono, ainda meio perdida. Ele abre o sorriso.— É tudo o que precisamos, não é? — Consigo sentir a diversão em sua voz. Suspiro, sorrio e olho as portas duplas atrás dele.— O que tem atrás daquelas portas? — Ele segue o meu olhar.— Uma grande varanda. — Alex segue até as portas e as abre, me dando passagem. Oh, meu Deus!Aqui do terceiro andar é possível ver o oceano azul, de águas tranquilas e a piscina gigante de um ângulo magnífico. Não consigo evitar de olhar ao meu redor e de abrir um sorriso ainda mais a largo.— Uma rede? — Ele assente.— Que cabe duas pessoas, para se amarem sem medida — sugere, me deixando corada. — Vai tomar um banho, amor, e ponha um biquíni, nós almoçaremos lá embaixo e depois quero te levar a um lugar. — Eufórica e animada como nunca estive, eu o beijo rapidamente e corro para o banheiro.***Depois do almoço, como
Alex — Não acho que deveria ir sozinho com ela, senhor Alex. — Jordan reclama preocupado. Estamos todos reunidos em meu escritório, enquanto as mulheres organizam as malas para a viagem. É claro que levar os meus seguranças para esse passeio está fora de cogitação. Quero Fabiana só para mim por esses dias, sem ninguém nos rondando e vigiando o tempo todo.— Não é preciso, Jordan. Quero que você e Hermes façam algo para mim enquanto estivermos fora. — Ele me lança um olhar atento e especulativo. — Quero que investiguem a vida de Olavo Rios na federal, preciso saber quem são seus amigos dentro e fora da corporação e o que ele anda fazendo. Qualquer atividade, as ilícitas principalmente.— Sim, senhor.— Também quero que ele descubra sobre a Fabiana — digo evasivo. Hermes ergue a cabeça e me encara perplexo.— Tem certeza disso, senhor Alex? Ele pode vir atrás da garota.— Tenho. O que eu quero é que ele descubra a traição de Marrony, porque, se Olavo entregou a família Rios nas mãos de
Alex Assim como Fabiana, não viajei muito pelo país e o pouco que viajei foi para fazer os trabalhos sujos de Cicatriz, ou para cumprir favores que ele devia a outros chefes de facções do tráfico. Portanto, não era diversão em si, nem mesmo turismo ou um lazer. Essa é a primeira vez para nós dois. Juntos descobriremos um mundo de fantasias, desbravaremos alguns limites e nos amaremos sem medidas. O lugar é simplesmente fantástico! Uma ilha particular no meio de uma cidade grande e após nos acomodarmos, desceremos para um almoçar na área de lazer da pousada. E pela primeira vez Fabiana e eu conversaremos sobre diversão, passeios, descanso e sobre nós dois, é claro. Nada de problemas, nem falar do passado ou qualquer coisa que nos leve a escuridão.Enquanto ela observa o mar tranquilo, eu sou mais uma vez inundado pelo desejo de tê-la para mim de todas as formas possíveis. Sim, quero tudo com ela. O namoro de adolescentes, um noivado de um casal apaixonado, um casamento de amantes e fi
Alex— Fecha os olhos, querida e me estende a sua mão direita — peço chamando a sua atenção para mim. Seus olhos cheios de curiosidade correm imediatamente para a minha mão atrás do meu corpo e ela me lança um sorriso maroto.— O que está aprontando, Alex Fox? — interpele agora com um tom sério. Mexo os ombros com desdém e dou alguns passos em sua direção.— Se fizer o que estou pedindo, descobrirá logo, logo — retruco em um misto de ansioso e nervoso. Ela se ajeita na rede, fecha os olhos e me estende a mão como lhe pedi. — Não vale abrir hein, Fabi — insisto.Um pouco trêmulo, eu seguro a pequena e fina fita de cetim, adornada com detalhes mínimos dourados e envolvo o seu anelar. Dou o primeiro nó delicado com o coração batendo a mil, em seguida faço um laço e para firmar, outro nó folgado. Respiro bem fundo e fito a minha linda garota ainda com os olhos fechados. — Pronto, já pode abrir — digo com um suspiro audível, ainda de joelhos a sua frente. Porra, nunca me senti tão estremec