FabiÀs vezes eu me pergunto por que as coisas aconteceram assim? Como seria a minha vida se meus pais não tivessem morrido? Se a família Mackoy não tivesse surgido? Se o meu pai não fosse um policial? Ou… se simplesmente Olavo Rios não tivesse dedurado o meu pai? Suspiro. Já tem algum tempo que estou aqui no escritório do Alex, sentada no chão, encarando as imagens e os papéis que ele me entregou, depois da nossa conversa nada agradável no quarto. Ele passou três meses vigiando o homem e investigando a sua vida de perto. O dia já está amanhecendo e eu não consegui dormir. Enquanto Alex falava comigo sobre Olavo Rios, eu só conseguia visualizar uma única cena na minha frente… o massacre da minha família, os meus gritos e choros. Respiro fundo e pego mais uma vez o relatório da vida de Olavo Rios para ler pela décima vez.✓Olavo Rios.* Idade: 56 anos.* Profissão: Agente da polícia federal, casado a trinta anos. Pai de três filhos, dois netos e multimilionário.Esposa: Helena Rios.I
Fabi— Ela está bem, senhor — diz, provavelmente está falando com o Alex sobre mim. Desvio o meu olhar e sigo para a cozinha, e lá encontro a minha paz. Anita me sorri quando entro no cômodo.— Bom dia, filha! — Forço um sorriso para ela.— Bom dia! Por que não me acordaram?— Alex pediu que a deixasse dormir, ele parecia agitado hoje. Não era nem cinco da manhã quando saiu para correr e só voltou perto das oito. Sei que está com problemas, porque ele só exagera na corrida para pensar — comenta atropelando as palavras. Assinto, sentando-me banquinho. Anita automaticamente me serve um copo de leite com biscoitos.— O almoço será servido em poucos minutos, então forre o estômago só para não perder o apetite.— Obrigada, Anita! — digo lhe dando vários beijos na bochecha, a fazendo rir.— Não dormiu bem, né? — inquire me avaliando. Suspiro de modo audível.— Tive alguns problemas de insônia — minto e ela assente.— Sei, não sou boba, Fabi, Danilo não me conta nada, mas sinto as coisas. Al
— Não tem cozinha — comento. Como cozinharemos aqui? Penso.— Não.— E não tem sala também.— Também não.— Só o quarto e o banheiro? — questiono, ainda meio perdida. Ele abre o sorriso.— É tudo o que precisamos, não é? — Consigo sentir a diversão em sua voz. Suspiro, sorrio e olho as portas duplas atrás dele.— O que tem atrás daquelas portas? — Ele segue o meu olhar.— Uma grande varanda. — Alex segue até as portas e as abre, me dando passagem. Oh, meu Deus!Aqui do terceiro andar é possível ver o oceano azul, de águas tranquilas e a piscina gigante de um ângulo magnífico. Não consigo evitar de olhar ao meu redor e de abrir um sorriso ainda mais a largo.— Uma rede? — Ele assente.— Que cabe duas pessoas, para se amarem sem medida — sugere, me deixando corada. — Vai tomar um banho, amor, e ponha um biquíni, nós almoçaremos lá embaixo e depois quero te levar a um lugar. — Eufórica e animada como nunca estive, eu o beijo rapidamente e corro para o banheiro.***Depois do almoço, como
Alex — Não acho que deveria ir sozinho com ela, senhor Alex. — Jordan reclama preocupado. Estamos todos reunidos em meu escritório, enquanto as mulheres organizam as malas para a viagem. É claro que levar os meus seguranças para esse passeio está fora de cogitação. Quero Fabiana só para mim por esses dias, sem ninguém nos rondando e vigiando o tempo todo.— Não é preciso, Jordan. Quero que você e Hermes façam algo para mim enquanto estivermos fora. — Ele me lança um olhar atento e especulativo. — Quero que investiguem a vida de Olavo Rios na federal, preciso saber quem são seus amigos dentro e fora da corporação e o que ele anda fazendo. Qualquer atividade, as ilícitas principalmente.— Sim, senhor.— Também quero que ele descubra sobre a Fabiana — digo evasivo. Hermes ergue a cabeça e me encara perplexo.— Tem certeza disso, senhor Alex? Ele pode vir atrás da garota.— Tenho. O que eu quero é que ele descubra a traição de Marrony, porque, se Olavo entregou a família Rios nas mãos de
Alex Assim como Fabiana, não viajei muito pelo país e o pouco que viajei foi para fazer os trabalhos sujos de Cicatriz, ou para cumprir favores que ele devia a outros chefes de facções do tráfico. Portanto, não era diversão em si, nem mesmo turismo ou um lazer. Essa é a primeira vez para nós dois. Juntos descobriremos um mundo de fantasias, desbravaremos alguns limites e nos amaremos sem medidas. O lugar é simplesmente fantástico! Uma ilha particular no meio de uma cidade grande e após nos acomodarmos, desceremos para um almoçar na área de lazer da pousada. E pela primeira vez Fabiana e eu conversaremos sobre diversão, passeios, descanso e sobre nós dois, é claro. Nada de problemas, nem falar do passado ou qualquer coisa que nos leve a escuridão.Enquanto ela observa o mar tranquilo, eu sou mais uma vez inundado pelo desejo de tê-la para mim de todas as formas possíveis. Sim, quero tudo com ela. O namoro de adolescentes, um noivado de um casal apaixonado, um casamento de amantes e fi
Alex— Fecha os olhos, querida e me estende a sua mão direita — peço chamando a sua atenção para mim. Seus olhos cheios de curiosidade correm imediatamente para a minha mão atrás do meu corpo e ela me lança um sorriso maroto.— O que está aprontando, Alex Fox? — interpele agora com um tom sério. Mexo os ombros com desdém e dou alguns passos em sua direção.— Se fizer o que estou pedindo, descobrirá logo, logo — retruco em um misto de ansioso e nervoso. Ela se ajeita na rede, fecha os olhos e me estende a mão como lhe pedi. — Não vale abrir hein, Fabi — insisto.Um pouco trêmulo, eu seguro a pequena e fina fita de cetim, adornada com detalhes mínimos dourados e envolvo o seu anelar. Dou o primeiro nó delicado com o coração batendo a mil, em seguida faço um laço e para firmar, outro nó folgado. Respiro bem fundo e fito a minha linda garota ainda com os olhos fechados. — Pronto, já pode abrir — digo com um suspiro audível, ainda de joelhos a sua frente. Porra, nunca me senti tão estremec
AlexQuando eu era apenas um moleque, ler não era bem o meu forte. Não me imaginava sentado por trás de uma mesa e muito menos trancafiado em um escritório, e ainda com uma pilha enorme de relatórios e contratos em cima de uma mesa. Os trinta dias na Paraíba com Fabi foram sensacionais, tivemos momentos íntimos para lá de quentes e ousados, ou salientes… ou tudo isso junto. Sorrio para as lembranças maravilhosas de nós dois que preenchem imediatamente a minha mente. Com certeza, aquele lugar se tornou pequeno demais para um casal afobado como nós. Ficamos mais dentro daquele quarto, mais precisamente dentro daquela rede, ou em cima da cama, do que fora dele. Fizemos amor de todas as formas possíveis e acho até que perverti um pouco o seu lado menina de ser. Rio ainda mais para esses últimos pensamentos e com um suspiro audível volto a me concentrar nos relatórios de contabilidade da empresa.De verdade, estou orgulhoso de mim, das minhas conquistas e dos meus feitos. A empresa tem ven
Alex— Digo o mesmo para você, Olavo. Não se atreva a chegar perto dela! — aviso em alto e bom tom e quando a porta se fecha, me encosto em minha mesa recobrando o meu fôlego. A adrenalina corre feroz por minhas veias e os batimentos cardíacos estão violentamente acelerados. Jordan finalmente entra na sala, pois, ele aguardava do lado de fora como havíamos combinado.— E agora, senhor? Qual será o próximo passo? — indaga com uma postura totalmente profissional.— Encontre o Charles Cavanage — ordeno, contornando a minha mesa e me acomodo em minha cadeira.— O policial? Quer que dê cabo dele? — questiona. Sorrio. Seria uma boa, mas faço não com a cabeça.— Não. Quero que o compre. — Jordan arqueia as sobrancelhas.— Não entendi, senhor Alex.— É simples, Jordan. Cavanage é um policial tão corrupto quanto o Rios. Ambos fazem parte da mesma merda, por isso ele nunca pegou o Cicatriz no Rio de Janeiro. A grana que recebia era alta só para fechar os olhos e seguir em frente.— Mas não foi