Alex— Digo o mesmo para você, Olavo. Não se atreva a chegar perto dela! — aviso em alto e bom tom e quando a porta se fecha, me encosto em minha mesa recobrando o meu fôlego. A adrenalina corre feroz por minhas veias e os batimentos cardíacos estão violentamente acelerados. Jordan finalmente entra na sala, pois, ele aguardava do lado de fora como havíamos combinado.— E agora, senhor? Qual será o próximo passo? — indaga com uma postura totalmente profissional.— Encontre o Charles Cavanage — ordeno, contornando a minha mesa e me acomodo em minha cadeira.— O policial? Quer que dê cabo dele? — questiona. Sorrio. Seria uma boa, mas faço não com a cabeça.— Não. Quero que o compre. — Jordan arqueia as sobrancelhas.— Não entendi, senhor Alex.— É simples, Jordan. Cavanage é um policial tão corrupto quanto o Rios. Ambos fazem parte da mesma merda, por isso ele nunca pegou o Cicatriz no Rio de Janeiro. A grana que recebia era alta só para fechar os olhos e seguir em frente.— Mas não foi
Alex— Me desculpe, meu amor! — peço baixinho, ouvido o seu choro e logo em seguida, os seus soluços. — Me desculpe! — Ela para de se debater e volta a me apertar contra o seu corpo. Imediatamente a seguro em meus braços e caminho para nossa cama. Sento-me no colchão com ela aconchegada em mim. — Devia ter me pedido, querida. Você sabe que faço qualquer coisa por você. O que quiser, sempre terá de mim, Fabi — sussurro, quando ela finalmente se acalma.— Me desculpe! — pede baixinho depois de um tempo. Fecho os olhos e absorvo essa sensação de paz, deixando um beijo casto o topo da sua cabeça. — É que… você me pediu para não me deixar levar, mas não tem como, Alex. — Ela ergue a cabeça e me fita com seus olhos molhados. — Eu preciso destruir essa parte ruim do meu passado.— Fabiana, eu entendo que você queira se vingar, mas não é assim, meu amor. Precisa haver uma estratégia, todo um preparo. Não é assim, de peito aberto. O seu tio é um homem experiente com algum poder.— Então me ens
Fabi— Anitaaaaaa!!! — grito, assim que entro em casa. Ela surge sorridente na sala, abrindo os braços para me receber e eu corro animada em sua direção, mas, paro em um rompante e lhe mostro o meu dedo, com um sorriso extremamente largo. A doce senhora encara o pequeno e desajeitado laço de fita em meu anelar e me lança um olhar especulativo. — Alex me pediu para ser a sua noiva — esclareço, contendo a minha empolgação. Seus olhos parecem brilhar com esta notícia e seu sorriso se alarga.— Oh, meu Deus! Eu sabia, chipar o casal sempre dá em casamento — fala e ri alto, puxando-me para um abraço apertado e gosto.— Parabéns, minha filha, eu estou tão feliz por você e o Alex! — cantarola espalhafatosa. E quando se afasta, ajeita alguns fios dos meus cabelos que caíram em minha testa. — Onde ele está? — Seus olhos percorrem ávidos pelo cômodo.— Ajudando o Danilo com as malas. Eu trouxemos presentes para vocês e alguns ornamentos para casa também.— Compras? — questiona animada. — Do je
Fabi — A lua está linda essa noite! — Anita comenta assim que colocamos os pés do lado de fora da casa. A fito. Realmente está muito linda! Imensamente redonda e amarela no céu escuro, com poucas estrelas. Andamos silenciosas em direção aos crisântemos. Sim, agora temos três cores só delas e um canteiro só para elas. Sorrio. Lembra-me e muito a minha infância. Momentos bons e felizes.— Anita, eu nunca escondi nada de você, não é? — Jogo uma conversa. Ela faz não com a cabeça. — Então nada mais justo que você me retribua o favor. Não acha? — Alcançamos o banco de concreto e nos acomodamos ali.— Claro, querida! O que quer saber? — Meu coração chega a bater de ansiedade. Finalmente alguém nesta casa pensa direito. A encaro esperançosa e jogo a indagação.— O que você e o Alex estão aprontando? — Ela arregala os olhos e leva a mão ao peito, simulando uma atitude de espanto para mim. Rolo os olhos.— O Alex não te contou? — Faço não com a cabeça.— Ah! — sibila. — Nesse caso, me desculp
Fabi — Ele não vai. Teremos todo o cuidado e faremos isso quando não estiver em casa.— Eu não posso, me desculpe! — diz, fazendo menção de sair do escritório. Agitada, tento pensar rápido.— Alex disse que você é o meu segurança e que está aqui para fazer o que eu precisar. E eu preciso aprender a atirar! — insisto. Ele para abruptamente e se vira, para me fitar.— Por que precisa? — Engulo em seco.— Porque estamos rodeados de pessoas que querem o meu mal.— Por isso estamos aqui, senhorita, para defendê-la.— Tá! Digamos que Marrony, ou o Olavo de alguma forma me alcance, e que vocês não tenham a chance de me defender…— Isso não vai acontecer, senhorita.— Você não sabe, Hermes. Tudo pode acontecer nessa guerra. Eles já chegaram em mim uma vez e nada os impede de fazer isso outra vez. — Ele fica calado por um tempo, parece ponderar nas minhas palavras.— Tudo bem! — diz por fim com uma respiração audível, fazendo-me sorrir aliviada. — Mas, preciso informar isso para o senhor Alex
FabiObservo atentamente cada homem entrar na sala, e aguardo ansiosa para o início da reunião. Alex vai para frente e se encosta em sua mesa, esperando que todos estejam em seus lugares. Quantas vezes o assisti se trancar nesse escritório e aguardar que saísse e me contasse o que estava acontecendo, porém, nada me falava. Adentro o cômodo pequeno e informal e me acomodo em um dos sofás, Anita se senta ao meu lado e segura a minha mão. Parece um tanto preocupada. Provavelmente Alex contou algo para ela. Minutos depois, os homens começam a passar um a um pelas portas largas. Hermes é o último a entrar e seu olhar vem para mim automaticamente. Inquieta, olho para o Alex, que o encara duramente. Merda, preciso falar com o Hermes, isso está ficando difícil. Eu sei que nada aconteceu de fato lá no bosque, nada mesmo. Mas sinto algo estranho no ar. Jordan, o segurança pessoal de Alex inicia falando sobre uma pessoa infiltrada no meio do pessoal de Olavo. Não faço ideia de quem seja, ou o qu
Fabi— Ele só me emprestou para o treino, Alex e esqueceu de pegá-la de volta. Eu… aproveitei esse deslize e a escondi. Fui eu quem usou de má-fé, porque… — Puxo a respiração. — Porque queria sair de casa escondida e ir atrás do Olavo. — Ele me encara com espanto.— Caralho, Fabi! — Ele berra derrubando um abajur com um soco e eu me levanto do sofá.— Mas, isso foi antes da nossa conversa, Alex, eu juro! Estava disposta a seguir com os seus planos. O problema é que ele apareceu bem ali na minha frente e eu fiquei cega! A vontade de ferrar com a vida daquele desgraçado falou mais alto dentro de mim. Me desculpe! — Ele puxa a respiração algumas vezes e me encara firme. Depois os seus olhos se enchem de lágrimas e ele se deixa cair aos meus pés. Alex se desmancha em lágrimas e soluços, e o meu coração se parte ao meio.Oh! Meu Deus! Sibilo mentalmente e me ajoelho ao seu lado, o abraçando.— Você não tem ideia do que eu senti hoje, Fabiana — sussurra sofregamente e em prantos. — Quando v
FabiAbro os olhos ainda pesados de sono e só então me dou conta de que apaguei durante a nossa conversa. Viro o meu rosto em direção da janela e encontro o sol quase sem forças lá fora. Meus olhos correm para o criado mudo, para o relógio digital e… cacete! São quatro e quinze da tarde! Como pude dormir um dia inteiro? Preguiçosamente, sento-me na cama e só então percebo um copo de suco e um sanduíche natural em um prato, disposto sobre o pequeno móvel e ao lado dele tem um bilhete.Coma tudo dorminhoca. Depois, tome um banho e vista a roupa que separei para você. Estou te esperando lá embaixo.Sorrio amplamente. Estamos bem! Penso.Com água na boca, fito o lanche no prato e no instante seguinte o meu estômago ronca alto, e o ataco sem dó, e quando termino, vou para o banheiro. Tomo um banho demorado e quando volto para o quarto, encontro um lindo vestido perolado, com um decote V rendado e bojo nos seios. Mordo meu lábio inferior, reprimindo um sorriso e ansiosa, corro para vesti-