Fabi — Ele não vai. Teremos todo o cuidado e faremos isso quando não estiver em casa.— Eu não posso, me desculpe! — diz, fazendo menção de sair do escritório. Agitada, tento pensar rápido.— Alex disse que você é o meu segurança e que está aqui para fazer o que eu precisar. E eu preciso aprender a atirar! — insisto. Ele para abruptamente e se vira, para me fitar.— Por que precisa? — Engulo em seco.— Porque estamos rodeados de pessoas que querem o meu mal.— Por isso estamos aqui, senhorita, para defendê-la.— Tá! Digamos que Marrony, ou o Olavo de alguma forma me alcance, e que vocês não tenham a chance de me defender…— Isso não vai acontecer, senhorita.— Você não sabe, Hermes. Tudo pode acontecer nessa guerra. Eles já chegaram em mim uma vez e nada os impede de fazer isso outra vez. — Ele fica calado por um tempo, parece ponderar nas minhas palavras.— Tudo bem! — diz por fim com uma respiração audível, fazendo-me sorrir aliviada. — Mas, preciso informar isso para o senhor Alex
FabiObservo atentamente cada homem entrar na sala, e aguardo ansiosa para o início da reunião. Alex vai para frente e se encosta em sua mesa, esperando que todos estejam em seus lugares. Quantas vezes o assisti se trancar nesse escritório e aguardar que saísse e me contasse o que estava acontecendo, porém, nada me falava. Adentro o cômodo pequeno e informal e me acomodo em um dos sofás, Anita se senta ao meu lado e segura a minha mão. Parece um tanto preocupada. Provavelmente Alex contou algo para ela. Minutos depois, os homens começam a passar um a um pelas portas largas. Hermes é o último a entrar e seu olhar vem para mim automaticamente. Inquieta, olho para o Alex, que o encara duramente. Merda, preciso falar com o Hermes, isso está ficando difícil. Eu sei que nada aconteceu de fato lá no bosque, nada mesmo. Mas sinto algo estranho no ar. Jordan, o segurança pessoal de Alex inicia falando sobre uma pessoa infiltrada no meio do pessoal de Olavo. Não faço ideia de quem seja, ou o qu
Fabi— Ele só me emprestou para o treino, Alex e esqueceu de pegá-la de volta. Eu… aproveitei esse deslize e a escondi. Fui eu quem usou de má-fé, porque… — Puxo a respiração. — Porque queria sair de casa escondida e ir atrás do Olavo. — Ele me encara com espanto.— Caralho, Fabi! — Ele berra derrubando um abajur com um soco e eu me levanto do sofá.— Mas, isso foi antes da nossa conversa, Alex, eu juro! Estava disposta a seguir com os seus planos. O problema é que ele apareceu bem ali na minha frente e eu fiquei cega! A vontade de ferrar com a vida daquele desgraçado falou mais alto dentro de mim. Me desculpe! — Ele puxa a respiração algumas vezes e me encara firme. Depois os seus olhos se enchem de lágrimas e ele se deixa cair aos meus pés. Alex se desmancha em lágrimas e soluços, e o meu coração se parte ao meio.Oh! Meu Deus! Sibilo mentalmente e me ajoelho ao seu lado, o abraçando.— Você não tem ideia do que eu senti hoje, Fabiana — sussurra sofregamente e em prantos. — Quando v
FabiAbro os olhos ainda pesados de sono e só então me dou conta de que apaguei durante a nossa conversa. Viro o meu rosto em direção da janela e encontro o sol quase sem forças lá fora. Meus olhos correm para o criado mudo, para o relógio digital e… cacete! São quatro e quinze da tarde! Como pude dormir um dia inteiro? Preguiçosamente, sento-me na cama e só então percebo um copo de suco e um sanduíche natural em um prato, disposto sobre o pequeno móvel e ao lado dele tem um bilhete.Coma tudo dorminhoca. Depois, tome um banho e vista a roupa que separei para você. Estou te esperando lá embaixo.Sorrio amplamente. Estamos bem! Penso.Com água na boca, fito o lanche no prato e no instante seguinte o meu estômago ronca alto, e o ataco sem dó, e quando termino, vou para o banheiro. Tomo um banho demorado e quando volto para o quarto, encontro um lindo vestido perolado, com um decote V rendado e bojo nos seios. Mordo meu lábio inferior, reprimindo um sorriso e ansiosa, corro para vesti-
AlexHoras depois da conversa entre Fabi e Alex...Sentado na cadeira do meu escritório em minha casa, encaro o segurança que deixei aos cuidados da minha noiva. O homem jovem, de presença está em pé na minha frente, aguardando que eu diga algo e confesso que saber dessa aproximação deles me deixou inseguro pra cacete.— Você gosta dela? — Essa é a primeira pergunta que me vem à cabeça, após longos minutos em silêncio. Hermes parece desconfortável, incomodado com o assunto, mas, o que me deixa puto mesmo é o seu jeito tranquilo. Ele pigarreia, ajeita a gravata que não precisa de um ajuste e com seus olhos profissionais me encara determinado.— Sim — confessa com um olhar firme e sem titubear. Caralho, é claro que eu tinha essa suspeita, mas esperava ao menos que ele me negasse. Fecho as mãos em punho. Tenho vontade de quebrar a cara do infeliz que ousou olhá-la com outros olhos. — Mas não se preocupe, senhor Alex, não pretendo ultrapassar a linha dos meus limites. Sei qual é a minha p
Alex— Fabiana, eu sei que aquele pedido maluco na pousada te agradou muito, mas de verdade, eu gostaria de formalizar esse pedido na frente dos nossos pais. — As lembranças do meu passado vêm à tona, mas não de uma maneira ruim. Eles vieram lembrar-me que tomei a melhor decisão da minha vida, quando peguei aquela maldita mala cheia de dinheiro, e me dei uma nova chance. — Eu já tive muitos amores na minha vida; amei o perigo, a devassidão e amei outra garota. Mas amor assim, tão simples e, ao mesmo tempo tão complexo, que me traz a calmaria e me lança no meio de uma tempestade, que me leva alto e que me faz cair. — Sorrio. Cacete, estou muito nervoso. Minha boca está seca e meu coração está pulando como um louco. Mas vê-la assim, emocionada e linda... — Esse amor intenso e forte, eu só senti uma vez e foi você quem o despertou dentro de mim. Eu sei que já me respondeu uma vez, mas não me canso de ouvir. Você aceita se casar comigo?— Sim! Sim! Sim! Direi sim, quantas vezes você quise
FabiDesço os batentes admirando o luxo do barco. Já entrei em muitos deles, quando era acompanhante de luxo. Barcos enormes e luxuosos demais, mas igual a esse, não vi. Observo perplexa a sala ampla, com sofás grandes e acolchoados, em tons pastéis, o tapete negro e felpudo, que faz um contraste elegante com o assoalho branco e envernizado. Um bar todo em madeira escura, envernizada, montado no canto da parede, em um formato arredondado e com várias garrafas de vinho, e uísques caros. E acima deles, tem um roda-teto com algumas taças de cristais. Puxo o ar e sigo o meu caminho, entrando em um pequeno corredor, onde tem três portas. Em uma delas, há um balão em formato de coração vermelho. Sorrio.Se isso é uma dica, eu adorei!Abro uma porta e um ambiente romântico entra em meu campo de visão, e de verdade? Não acredito que foi Alex, isso tem muito o dedo de Anita. O cheiro das rosas está impregnado por todo ambiente. Aproximo-me do carrinho, que está bem no centro do quarto, e abro
Fabi— Dois dias. — Devo estar com uma cara impagável, porque ele está segurando o riso. — Algum problema, futura senhora Fox? — Meus olhos se engrandecem com o meu nome associado ao seu sobrenome e engulo em seco. Não havia parado para pensar. Deus, Vou me casar! Vou me casar com o homem que é tudo para mim! O coração dispara no peito. — Ei, o que foi? — Ouço sua voz meiga perguntar. Seu polegar toca o meu rosto e seca uma lágrima, só então percebo que estou chorando.— Você — balbucio, mas as palavras não vêm.— Eu o quê?— Você me pediu em casamento — falo o óbvio. Ele sorrir em meio a ruga de preocupação no meio da sua testa.— Sim, eu pedi. E você me disse sim. — O abraço forte e Alex me aperta em seus braços. — Fabi, o que está acontecendo? — pergunta enquanto afaga as minhas costas.— Não é nada. É só, que… — Afasto-me dos seus braços e procuro os seus olhos. — Eu pensei que isso nunca ia acontecer para mim e agora estou noiva de um homem lindo e perfeito, que me ama. — Ele me