Alex Assim como Fabiana, não viajei muito pelo país e o pouco que viajei foi para fazer os trabalhos sujos de Cicatriz, ou para cumprir favores que ele devia a outros chefes de facções do tráfico. Portanto, não era diversão em si, nem mesmo turismo ou um lazer. Essa é a primeira vez para nós dois. Juntos descobriremos um mundo de fantasias, desbravaremos alguns limites e nos amaremos sem medidas. O lugar é simplesmente fantástico! Uma ilha particular no meio de uma cidade grande e após nos acomodarmos, desceremos para um almoçar na área de lazer da pousada. E pela primeira vez Fabiana e eu conversaremos sobre diversão, passeios, descanso e sobre nós dois, é claro. Nada de problemas, nem falar do passado ou qualquer coisa que nos leve a escuridão.Enquanto ela observa o mar tranquilo, eu sou mais uma vez inundado pelo desejo de tê-la para mim de todas as formas possíveis. Sim, quero tudo com ela. O namoro de adolescentes, um noivado de um casal apaixonado, um casamento de amantes e fi
Alex— Fecha os olhos, querida e me estende a sua mão direita — peço chamando a sua atenção para mim. Seus olhos cheios de curiosidade correm imediatamente para a minha mão atrás do meu corpo e ela me lança um sorriso maroto.— O que está aprontando, Alex Fox? — interpele agora com um tom sério. Mexo os ombros com desdém e dou alguns passos em sua direção.— Se fizer o que estou pedindo, descobrirá logo, logo — retruco em um misto de ansioso e nervoso. Ela se ajeita na rede, fecha os olhos e me estende a mão como lhe pedi. — Não vale abrir hein, Fabi — insisto.Um pouco trêmulo, eu seguro a pequena e fina fita de cetim, adornada com detalhes mínimos dourados e envolvo o seu anelar. Dou o primeiro nó delicado com o coração batendo a mil, em seguida faço um laço e para firmar, outro nó folgado. Respiro bem fundo e fito a minha linda garota ainda com os olhos fechados. — Pronto, já pode abrir — digo com um suspiro audível, ainda de joelhos a sua frente. Porra, nunca me senti tão estremec
AlexQuando eu era apenas um moleque, ler não era bem o meu forte. Não me imaginava sentado por trás de uma mesa e muito menos trancafiado em um escritório, e ainda com uma pilha enorme de relatórios e contratos em cima de uma mesa. Os trinta dias na Paraíba com Fabi foram sensacionais, tivemos momentos íntimos para lá de quentes e ousados, ou salientes… ou tudo isso junto. Sorrio para as lembranças maravilhosas de nós dois que preenchem imediatamente a minha mente. Com certeza, aquele lugar se tornou pequeno demais para um casal afobado como nós. Ficamos mais dentro daquele quarto, mais precisamente dentro daquela rede, ou em cima da cama, do que fora dele. Fizemos amor de todas as formas possíveis e acho até que perverti um pouco o seu lado menina de ser. Rio ainda mais para esses últimos pensamentos e com um suspiro audível volto a me concentrar nos relatórios de contabilidade da empresa.De verdade, estou orgulhoso de mim, das minhas conquistas e dos meus feitos. A empresa tem ven
Alex— Digo o mesmo para você, Olavo. Não se atreva a chegar perto dela! — aviso em alto e bom tom e quando a porta se fecha, me encosto em minha mesa recobrando o meu fôlego. A adrenalina corre feroz por minhas veias e os batimentos cardíacos estão violentamente acelerados. Jordan finalmente entra na sala, pois, ele aguardava do lado de fora como havíamos combinado.— E agora, senhor? Qual será o próximo passo? — indaga com uma postura totalmente profissional.— Encontre o Charles Cavanage — ordeno, contornando a minha mesa e me acomodo em minha cadeira.— O policial? Quer que dê cabo dele? — questiona. Sorrio. Seria uma boa, mas faço não com a cabeça.— Não. Quero que o compre. — Jordan arqueia as sobrancelhas.— Não entendi, senhor Alex.— É simples, Jordan. Cavanage é um policial tão corrupto quanto o Rios. Ambos fazem parte da mesma merda, por isso ele nunca pegou o Cicatriz no Rio de Janeiro. A grana que recebia era alta só para fechar os olhos e seguir em frente.— Mas não foi
Alex— Me desculpe, meu amor! — peço baixinho, ouvido o seu choro e logo em seguida, os seus soluços. — Me desculpe! — Ela para de se debater e volta a me apertar contra o seu corpo. Imediatamente a seguro em meus braços e caminho para nossa cama. Sento-me no colchão com ela aconchegada em mim. — Devia ter me pedido, querida. Você sabe que faço qualquer coisa por você. O que quiser, sempre terá de mim, Fabi — sussurro, quando ela finalmente se acalma.— Me desculpe! — pede baixinho depois de um tempo. Fecho os olhos e absorvo essa sensação de paz, deixando um beijo casto o topo da sua cabeça. — É que… você me pediu para não me deixar levar, mas não tem como, Alex. — Ela ergue a cabeça e me fita com seus olhos molhados. — Eu preciso destruir essa parte ruim do meu passado.— Fabiana, eu entendo que você queira se vingar, mas não é assim, meu amor. Precisa haver uma estratégia, todo um preparo. Não é assim, de peito aberto. O seu tio é um homem experiente com algum poder.— Então me ens
Fabi— Anitaaaaaa!!! — grito, assim que entro em casa. Ela surge sorridente na sala, abrindo os braços para me receber e eu corro animada em sua direção, mas, paro em um rompante e lhe mostro o meu dedo, com um sorriso extremamente largo. A doce senhora encara o pequeno e desajeitado laço de fita em meu anelar e me lança um olhar especulativo. — Alex me pediu para ser a sua noiva — esclareço, contendo a minha empolgação. Seus olhos parecem brilhar com esta notícia e seu sorriso se alarga.— Oh, meu Deus! Eu sabia, chipar o casal sempre dá em casamento — fala e ri alto, puxando-me para um abraço apertado e gosto.— Parabéns, minha filha, eu estou tão feliz por você e o Alex! — cantarola espalhafatosa. E quando se afasta, ajeita alguns fios dos meus cabelos que caíram em minha testa. — Onde ele está? — Seus olhos percorrem ávidos pelo cômodo.— Ajudando o Danilo com as malas. Eu trouxemos presentes para vocês e alguns ornamentos para casa também.— Compras? — questiona animada. — Do je
Fabi — A lua está linda essa noite! — Anita comenta assim que colocamos os pés do lado de fora da casa. A fito. Realmente está muito linda! Imensamente redonda e amarela no céu escuro, com poucas estrelas. Andamos silenciosas em direção aos crisântemos. Sim, agora temos três cores só delas e um canteiro só para elas. Sorrio. Lembra-me e muito a minha infância. Momentos bons e felizes.— Anita, eu nunca escondi nada de você, não é? — Jogo uma conversa. Ela faz não com a cabeça. — Então nada mais justo que você me retribua o favor. Não acha? — Alcançamos o banco de concreto e nos acomodamos ali.— Claro, querida! O que quer saber? — Meu coração chega a bater de ansiedade. Finalmente alguém nesta casa pensa direito. A encaro esperançosa e jogo a indagação.— O que você e o Alex estão aprontando? — Ela arregala os olhos e leva a mão ao peito, simulando uma atitude de espanto para mim. Rolo os olhos.— O Alex não te contou? — Faço não com a cabeça.— Ah! — sibila. — Nesse caso, me desculp
Fabi — Ele não vai. Teremos todo o cuidado e faremos isso quando não estiver em casa.— Eu não posso, me desculpe! — diz, fazendo menção de sair do escritório. Agitada, tento pensar rápido.— Alex disse que você é o meu segurança e que está aqui para fazer o que eu precisar. E eu preciso aprender a atirar! — insisto. Ele para abruptamente e se vira, para me fitar.— Por que precisa? — Engulo em seco.— Porque estamos rodeados de pessoas que querem o meu mal.— Por isso estamos aqui, senhorita, para defendê-la.— Tá! Digamos que Marrony, ou o Olavo de alguma forma me alcance, e que vocês não tenham a chance de me defender…— Isso não vai acontecer, senhorita.— Você não sabe, Hermes. Tudo pode acontecer nessa guerra. Eles já chegaram em mim uma vez e nada os impede de fazer isso outra vez. — Ele fica calado por um tempo, parece ponderar nas minhas palavras.— Tudo bem! — diz por fim com uma respiração audível, fazendo-me sorrir aliviada. — Mas, preciso informar isso para o senhor Alex